Being Gay With Me escrita por VivaOlivia


Capítulo 1
Capítulo 1 - Am I Gay?


Notas iniciais do capítulo

Tá como finalizada, mas se vocês gostarem eu continuo, se não para por aqui mesmo.



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Quem via as duas meninas na sala de aula nem ao menos diria que eram muito amigas, elas conversavam bastante, sempre procuravam fazer trabalhos juntas e se defendiam caso uma das duas estivesse em maus lençóis, mas não era raro quando Isabela conversava e andava com outras meninas por vários dias sem nem ao menos olhar duas vezes para Jaine. E em alguns desses dias, Jaine não parecia se importar nem um pouco, ela simplesmente ficava lá parada ou olhando para a cara do professor ou ouvindo as outras conversas dos alunos que falavam alto demais para quererem privacidade. Um dia ou outro, ela se debruçaria sobre a carteira e dormiria varias aulas seguidas, acordando apenas para ir ao banheiro ou comer no intervalo. E mais raro ainda eram os dias que ela aproveitava o tédio e fazia uma ou outra tarefa ou trabalho atrasado.

Jaine não era uma garota muito extrovertida ou esforçada, muito menos estudiosa. Ela era viciada em séries e fanfics, comia praticamente de tudo, quando não gostava de algum legume ou verdura, se esforçava e comia mesmo sem gostar para o bem de sua própria saúde. Era alta, tinha cabelos castanhos naturalmente cacheados, porém já há muito tempo lisos devido a constantes tratamentos químicos e progressivas. Os olhos eram castanhos escuros e pesava em torno dos sessenta e poucos quilos. Quanto a sua personalidade era uma pessoa confusa, poderia facilmente relatar seus gostos e manias e até se divertia com o quão maluca soava, porém teria muita dificuldade em descrever suas qualidades e defeitos, reconhecia poucos, mas isso era com todos, era absurdamente distraída e péssima em descrever pessoas, lugares e coisas. Extremamente insegura com sua aparência, não gostava dos cabelos cacheados, nem da cor dos olhos, queria ser mais alta e magra e achava seus pés, mãos, orelhas e nariz feios. Todo o ano tinha como um de seus objetivos emagrecer e entrar em forma, mas era preguiçosa e sempre que estava entediada -e isso acontecia com bastante freqüência- começava a comer sem parar mais.Era a filha mais velha e tinha dois irmãos: Jean Carlo e Giovanna.Tinha mania de independência e mente extremamente aberta, não gostava de julgar outra pessoas, mas as vezes criticava um ou outro sem saber da história.Era facilmente convencida, não sabia dizer não e mesmo quando queria não conseguia guardar magoa de ninguém.Dentre todas suas duvidas dentro de sua cabeça confusa, seu maior dilema era sua sexualidade, e era uma duvida que tinha já a bastante tempo.Devido ao fato de ser um pouco anti-social, sua única amiga da sala era Isabela.

Isabela era uma mestiça, magra e de estatura média, pai japonês, mãe brasileira tinha o cabelo liso e preto, porém recentemente pintara uma parte de rosa. Diferente de Jaine era determinada e cumpria com suas obrigações escolares, porém não levava nenhuma matéria realmente a sério e geralmente sua atividade preferida na sala era zombar dos professores, atividade que partilhava com Jaine com alegria. Se analisarmos sua personalidade, podemos dizer que é um tanto maldosa e um pouco venenosa, confiante, faz piada de tudo e sempre vê as coisas de maneira muito diferente. Tinha sempre informações interessantes sobre as coisas e era obcecada por CSI e coisas do tipo , respeitava as minorias, e embora fosse uma garota de bastante conteúdo, podia ser considerada um pouco fútil, porém nada incomum para uma adolescente. Outra coisa que era diferente de Jaine, porém equilibrava a amizade era que uma vez ofendida odiaria a pessoa eternamente. Era a filha do meio e tinha duas irmãs, Lucia e Cristina. Namorava um japonês que se chamava Anderson.

Eram quase opostos, porém tinham muitas idéias e gostos em comum, e era isso que mantinha a amizade.

Embora se sentisse solitária, Jaine não se importava tanto quando Isabela a ignorava, pois sabia que logo tivessem assunto de novo, a menina voltaria a conversar mais com ela, e também por que nutria especial carinho pela amiga, já que estavam juntas há anos e no fim não conseguia ficar brava com ninguém, muito menos Isabela, que lhe defendera tantas vezes e estava sempre ao seu lado, embora às vezes questionasse se a outra não a apoiava apenas pelo gosto por barracos e a mania de querer fazer justiça e impor suas idéias.

Isabela por outro lado não a abandonava por mal, alguns dias apenas não tinha assunto com Jaine e tinha com as outras meninas, não tinha intenção de ignorá-la ou nada do tipo, mas estava presa demais em sua conversa com as outras, que nem percebia a garota.Mesmo que no fim Jaine fosse sua única real amiga e a única com a qual realmente se importasse e sempre acabava voltando pra ela.

Há alguns meses Jaine decidira desvendar de uma vez a questão de sua sexualidade, isso claro por baixo dos panos. Ela já decidira que se fosse homossexual ou bi não ficaria dentro do armário, mas enquanto não tivesse certeza ninguém jamais saberia de nada, ela sabia do preconceito que existia e não queria passar por isso sem necessidade. E se fosse sair do armário teria que ser bem longe de sua família, que era inteiramente crente e enquanto a garota sabia que jamais a excluiriam ou deixariam de amá-la, eles também sofreriam muito com o pensamento de que a menina fazia algo errado e certamente iria para o inferno. Jaine não era religiosa, na verdade lhe doía dizer que era até um pouco incrédula com tudo aquilo, por que se Deus não gostasse de gays, ele não a deixaria com esses pensamentos, certo?Por todos aqueles anos que a menina fora a igreja sem agregar muita coisa a si, ele deveria tê-la 'curado' era uma boa menina e filha de crentes, se Deus repudiasse gays ele a teria curado.Porém ela respeitava e amava seus pais que acreditavam no que sua Igreja falava assim como todo o resto da família e ela não os queria sofrendo, portanto se fosse gay, seria gay longe de sua família. Seus pais jamais saberiam, mas esse era o principal motivo pelo qual a menina queria sair de casa, queria ser livre para ser o que quer que fosse.

Isabela nunca se questionara sobre isso, tinha estabelecido que era hétero e nunca nem ao menos se perguntara sobre o assunto.As vezes flagrava Jaine olhando suas pernas, bunda e sempre que sua camiseta subia um pouquinho Jaine imediatamente estava olhando pra lá, porém tudo que fazia era fingir que não percebera e virar o rosto para que a amiga não a visse corando.Segundos depois o que acontecera estava esquecido.Ela gostava de Anderson, porém nunca passara muito disso, ele era um bom rapaz, era educado, gentil, a respeitava, era inteligente, ria até de suas piadas mais sem graça, tinha uma família que ela adorava e era relativamente bonito, porém nunca tivera aquela chama, coisa que Isabela não sentia falta por que não acreditava muito em amor e paixão.Ela estava contente com o que tinha, um namorado que era relativamente atraente e lhe fazia bem.

Jaine fez um plano, era um plano fraco e um tanto estúpido, mas a menina estava desesperada o suficiente para usa-lo, ele consistia basicamente em ir numa festa em outra cidade, conseguir ficar com alguma menina que nunca mais veria novamente, e depois um menino e então ela esperava chegar a sua conclusão. Ela internamente tinha esperança de que caso não fosse hétero seria bi, por que assim tinha pelo menos uma chance de acabar se apaixonando por um homem e poderia apresentá-lo a sua família sem a consciência pesada. O plano falhou miseravelmente quando perdeu a festa na qual planejara ir e uma próxima não aconteceria em meses. A garota já não aguentava mais lidar com a questão e decidiu ficar com alguma lésbica da cidade e pronto, um menino não seria tão difícil de arranjar. Só precisava garantir que a outra menina calasse a boca.

Isabela observou que Jaine estava agindo estranho o dia inteiro, elas já tinham voltado a se falar de novo e a morena estava muito quieta e parecia um pouco nervosa, ela tinha até mesmo falado um pouco da série favorita da outra, mas Jaine apenas respondeu rápido e voltou a ficar quieta, o que era muito estranho por que uma vez que se citasse qualquer coisa de glee, Jaine nunca mais calaria a boca.Ela perguntou uma ou duas vezes o que tinha acontecido, mas a amiga se recusava a lhe falar qualquer coisa.Quanto mais perto do intervalo, mas ansiosa a outra ficava.Parecia ansiosa pra sair dali, e de cabelos rosa considerou se a amiga havia ficado brava dessa vez, talvez Jaine perdoasse só até certo ponto e tê-la abandonado mais uma vez tivesse sido a gota d'água.O pensamento a assombrou, Jaine era sua melhor amiga, e não sabia se aguentaria passar o resto do ano com ela a ignorando.O sinal tocou e a de cabelo castanho era a primeira pra fora da sala.Sem pensar, Isabela se levantou e foi atrás, Jaine andava apressada e ela se manteve a seguindo de perto, a outra estava distraída demais para perceber.

Jaine tinha marcado de encontrar com Jéssica atrás da quadra da escola, Jéssica era uma loira não muito alta, magra, sorridente e simpática. Era uma das poucas lésbicas assumidas da escola. Conhecia Jaine à alguns anos,eram boas amigas, e por ser a mais bonitinha e confiável de todas, foi a primeira escolha da morena.Ela explicaria a situação para a loira e sabia que ao menos a garota poderia lhe ajudar explicando como saber se ela era ou não.Ela se lembrava que a menina mesmo já tinha lhe dado algumas indiretas antes e isso lhe deixou mais confiante.

Isabela acompanhou a conversa de perto, ela estava praticamente do lado das duas, em nenhum momento sua intenção foi de espiar a outra, mas quando finalmente alcançara a amiga a encontrara em uma conversa com Jéssica onde a morena combinara de ficar com a loira após a escola. Assim que a loira foi embora, ela apareceu, nem por um momento sequer considerou fingir que não ouvira. Ela se sentou de frente pra outra e arqueou uma sobrancelha.

– Ah, oi japa, você ouviu tudo né? - perguntou levemente preocupada.

– Aham, você estava muito quieta hoje e eu achei que você estava brava comigo e ai eu vim falar com você e ouvi tudo. O que ta acontecendo? – Jaine considerou mentir, uma aposta ou qualquer coisa do tipo, mas quando se pegou pensando nisso imaginou que a amiga poderia ter ouvido toda a conversa e sinceramente a ultima coisa que desejava fazer era mentir pra Isabela, principalmente se a mestiça percebesse.

– Faz alguns anos que eu tenho essa dúvida, e eu não consigo mais ficar assim, sem saber, eu preciso saber se eu sou ou não, me falaram que se agente sentir atração então agente é, mas eu não sei, eu me pego olhando pras outras meninas e eu sinto que posso ser, mas eu preciso ter certeza, você sabe que eu sou uma pessoa confusa, e eu achei que se eu finalmente beijasse uma garota eu saberia. - Jaine parecia segurar as lágrimas e Isabela se pôs em seu lugar, aguentar uma dúvida como essa por anos, ainda mais com os pais que a amiga tinha, ela a entendia e imaginava que caso fosse o contrario já estaria soluçando naquele momento, mas Jaine sempre foi a mais forte e ela estava feliz que a amiga estivesse se abrindo com ela, Jaine também era a mais fechada.

– Tudo bem - ela se moveu para perto da amiga e a abraçou, estranhou a situação por um momento, ela e Jaine não eram de ficar se abraçando, dando as mãos nem se tocando muito, mas no segundo seguinte se acostumou e até gostou da sensação da morena entre seus braços, a sentiu suspirando e completou - Mas você não era BV? - Jaine assentiu envergonhada, por muito tempo ela seguiu a religião dos pais a risca, e se a igreja dizia que ela não devia ficar ela não ficava, não fora a muito tempo que desencanara da ideia e além de questionar sua sexualidade, a garota ainda não tivera oportunidade de mudar essa situação , a única pessoa que sabia disso era Isabela, algumas poucas amigas que tinha das outras salas achavam que ela simplesmente era discreta e ficava as escondidas - Vai ter seu primeiro beijo simplesmente pra testar?Seu primeiro beijo não deveria ser num momento especial, com alguém especial?

– Tá meio tarde pra ficar atrás de beijo especial, eu tenho que descobrir agora ou eu vou enlouquecer. Se tiver que ser com a Jéssica, vai ser.Pelo menos eu sei que ela não vai sair espalhando por ai que eu beijo mal ou babo.

– Você não deveria fazer isso com qualquer uma, até meu primeiro beijo foi com algum importante pra mim e você sabe que eu não sou exatamente romântica.

– Eu não tenho ninguém especial pra beijar Isabela!

– Como não tem ninguém?Eu não sou importante pra você?Não sou especial o suficiente?

– Como se você fosse me deixar te beijar!Peraí, o que está acontecendo aqui?Você tá se oferecendo pra me beijar? - Isabela não sabia exatamente como a conversa tinha parado naquele ponto, ela não estava se oferecendo, ela não era gay e ela não queria beijar Jaine, nem nenhuma outra garota. Ela só sabia que por algum motivo, o fato de que a amiga simplesmente a descartou, dizendo que não tinha ninguém importante quando ela estava bem ali, de alguma forma a ofendeu.

– Não, eu... Só quero que você vá atrás de alguém especial, é um momento importante Jaine, não deveria ser com qualquer uma. - Jaine suspirou.

– Eu não tenho ninguém, você é a pessoa mais importante pra mim fora a minha família e fora isso eu não tenho ninguém mais, você sabe disso. - Isabela pensou por um minuto, era só um beijo afinal e ajudaria a amiga a esclarecer a cabeça, fora que por algum motivo desconhecido ela não queria que Jaine beijasse Jéssica. Tinha que ser com algum especial e se ela era a pessoa mais especial, tinha que ser com ela.

– Vai ser só um beijo certo?Se você quiser... Você pode... Você pode me beijar - Jaine a olhou surpresa e ela assentiu, ela faria isso pela amiga.

– Sério? Mas e o Anderson, e você também não é gay e...

– Não importa é só um beijo, mas é o seu primeiro e...

– é um momento importante, tá eu entendi, você tem certeza?Você não precisa fazer isso, eu...

– Só me beijar logo Jaine!- a de cabelos castanhos hesitou, mas por fim se inclinou pra frente e colocou uma mão na cintura da amiga e outra no pescoço, a puxando suavemente pra si, quando os lábios se tocaram, foi suave, carinhoso e doce. Jaine já tinha sua resposta, ela precisava beijar um menino pra saber se era bi ou gay, mas ela definitivamente gostava de meninas. Ela se preparava para se afastar quando sentiu os braços de Isabela passando pelo seu pescoço. A de mechas rosa timidamente acariciou a nuca da morena enquanto sua mão direita se enganchava no cabelo macio. Gradualmente elas mudaram de posições algumas vezes até que Isabela estava sentada no colo de Jaine, com uma perna de cada lado de seu corpo e a morena lhe segurava pela cintura.

O beijo tinha se tornado um pouco mais necessitado, mas não deixava de ter carinho, Jaine hesitava em cada passo, preocupada com sua própria inexperiência no assunto, porém após alguns minutos chegou a conclusão de que se estivesse fazendo algo errado Isabela já teria se afastado, contudo a menina parecia estar mais do que gostando.Ela imitava os movimentos da língua da amiga e em grande parte das vezes lhe arrancava um gemido ou um suspiro de satisfação.

Isabela começara o beijo apressada, tudo aquilo para ajudar a amiga, no entanto ao primeiro toque de seus lábios, uma sensação até então desconhecida tomou conta da mesma, os lábios de Jaine eram macios e suaves.Seus movimentos eram gentis e seus lábios se moviam com carinho e calma.Quando sua língua invadira a boca da amiga sentira um gosto adocicado de cereja que lhe agradava muito e lhe fazia desejar mais.Aos poucos seus movimentos eram quase inconscientes e quando a língua de Jaine imitou a sua sentiu algo que nunca sentira com nenhum ex namorado, uma excitação absurda que fez seu corpo mais vivo do que jamais estivera.Jaine a pôs mais perto e quando finalmente estava em seu colo, com os braços da amiga em volta de sua cintura, ela se sentia mais confortável e segura do que nunca, tudo parecia tão certo que chegava a assustá-la.

Jaine nunca se irritou tanto com o barulho do sinal quanto naquele dia e quando Isabela se afastou com uma expressão extremamente assustada, a morena não se conteve em amaldiçoa-lo. Certamente que ela não esperava que a amiga se tornasse gay apenas por causa de um beijo, mas ela sabia pela expressão da mestiça que aquele beijo tinha significado algo pra outra também. Ela também sabia por experiência própria que se ela deixasse pra conversar depois a amiga entraria em negação e se convenceria que não sentira nada. Ela precisava conversar com Isabela e tinha que ser imediatamente.

Isabela não recuperara a consciência ate ouvir o sinal tocar sinalizando que o intervalo estava acabando. Ela se levantou e saiu correndo, assustada demais para encarar a amiga, primeiro pensou em ir pra sala, pois lá Jaine não poderia falar sobre o assunto, mas logo concluiu que não estava em condições de encarar os colegas de classe.Foi para a sala pegou a mochila e correu ate a saída da escola, não faltavam nem 10 metros, quando sentiu alguém a erguendo pela cintura.

Jaine a encontrou perto da saída, exatamente onde imaginou, era engraçado como conhecia a amiga, mesmo sem terem tanto contato, na realidade raramente se viam fora da escola.Rapidamente a alcançou antes que conseguisse sair e segurando-a pela cintura a carregou pra dentro de uma sala vazia.Isabela pareceu amedrontada por uma fração de segundos, mas logo se acalmou quando a reconheceu.A de cabelos castanhos a pôs sentada numa das mesas e correu para fechar a porta da sala.Assim que terminou, voltou e se posicionou de frente com a outra, se aproximou até estar entre suas pernas e segurando suas mãos, acariciou-as para acalma-la.Isabela parecia tão tensa, e ela precisava que a amiga relaxasse.

– Eu... -

– Shiii, se acalma primeiro, depois agente conversa! - Jaine a interrompeu.

– Eu to calma, eu...

– Você não ta calma, você ta super tensa e da pra sentir isso Isabela. Respira fundo e depois agente conversa, fica calma que não vai acontecer nada de ruim, vai dar tudo certo.

– Como você pode me mandar ficar calma, me dizer que vai dar tudo certo. Você não sabe essas coisas, agente se beijou Janete, AGENTE SE BEIJOU! - Isabela gritou nervosa.

– E o que tem? - perguntou calma, já esperava esse tipo de reação da amiga. Falar sobre sair do armário é fácil, já se aceitar e realmente sair é outra coisa.

– Que tem que isso é errado, nós somos duas garotas e eu não sou gay. - respondeu com o tom de voz ríspido.

– Foi só um beijo Isabela, garotas ou não, ainda foi só um beijo. E se eu me lembro bem ele foi idéia sua, não minha.Eu disse que você não precisava fazer isso, mas você insistiu que tava tudo bem, então não vem gritar comigo como se eu tivesse te agarrado ou alguma coisa assim.Se você não gostou o problema é seu, aliás isso é normal quando se é hétero.- Jaine respondeu olhando a expressão de Isabela, por mais que a reação da amiga lhe perturbava e magoava um pouco, não podia deixar de reparar o quão sexy a garota era quando estava irritada.

Droga, maldito crush!Também né idiota?Que merda você tinha na cabeça quando resolveu que beijar uma de suas amigas/crush secreto era a melhor maneira de descobrir se era gay mesmo ou não?É claro que não era fixação da sua cabeça, imbecil! Agora seus sentimentos por ela estão mais fortes e ela ainda ta toda desesperada, acabou com sua amizade gênio!– pensou numa espécie de discussão mental.

– Esse é o problema, sua idiota!Eu gostei de te beijar e... Ai meu Deus - a mestiça começou a frase impaciente, mas quando percebeu o que tinha dito passou pra pura confusão e medo, todas as sensações e pensamentos vindos à sua cabeça de uma vez, e se Anderson descobrisse?O fato de ter gostado do beijo a fazia lésbica?

– Você gostou? - Jaine perguntou incrédula.

– Er... eu - uma parte da garota de cabelos negros queria contar a verdade, explicar as sensações e entender o que tudo aquilo significava, a outra preferia mentir, fingir que nada aconteceu e voltar tudo ao normal - Se eu tiver gostado quer dizer que eu sou gay?

– Não, não quer dizer nada na verdade. Não é questão de gostar ou não, é questão de quais sensações te passou e se parecia certo ou errado, mas não o certo da sua mente sabe. Você tem que ver como isso pareceu ao seu corpo e aquela parte do cérebro que é responsável pelas emoções - diante do começo da resposta, Isabela finalmente relaxou - Beijos normalmente são bons e se eu fosse um homem que beijava igualzinho, você provavelmente ia gostar também, sendo homem ou mulher o beijo é igual, só mudam poucas coisas.

– Eu me senti bem, sua boca é muito mais macia do que a Anderson e a dos outros meninos que eu já fiquei - Jaine sorriu.

– Isso é normal quando se beija meninas.

– Como você sabe disso tudo?Você não tava super na dúvida até antes do nosso beijo?

– Eu conversei com a Jéssica sobre isso a algum tempo, ela disse que eu fazia o gaydar dela apitar e agente começou a conversar sobre isso, mas só que eu ficava afirmando que era hétero o tempo todo.

– E agora você decidiu que não é?

– Eu sou no menor dos problemas bi, eu nunca beijei meninos, mas as sensações com uma menina deixaram meu corpo achando tudo muito certo.

– Como assim?

– Só parece certo, sabe?Depois que eu te beijei, gostar de meninas parece meio que um fato. - Jaine deu de ombros - O que mais você sentiu?

– Foi bom e quando você me pegou no colo- Isabela corou e sem perceber encaixou a cabeça no pescoço da amiga, cheirando seus cabelos sem notar o quão intima aquela situação era para elas - eu gostei da sensação, parecia confortável e...seguro. Como se ali fosse o lugar certo pra eu estar e nada pudesse atrapalhar isso.

– Uou - Jaine estava surpresa, aquilo era muito mais profundo do que achou que a amiga sentiria naquela situação. Gostar do beijo era normal, era só físico e se você movimentasse a língua e os lábios nos momentos e jeitos certos, a outra pessoa provavelmente gostaria.Todas as sensações que Isabela sentia eram muito parecidas com aquelas que lhe faziam ter certeza de que era daquilo que gostava, tudo parecia tão certo.

– O que foi? - tirou a cabeça do pescoço da outra.

– Você tem certeza que é hetero?

– Nesse exato momento...Não

– Por causa do que sentiu no beijo?

– Basicamente.

– Quer tentar de novo?Sabe, só pra você não ficar com duvidas...

– Tudo bem - Isabela a puxou pelo pescoço e fechou os olhos, como um reflexo seus dedos se enrolaram no cabelo da mais alta e a outra mão se posicionou na nuca da amiga, Jaine foi quem eliminou a distância e começou um beijo apaixonado. Todos os sentimentos que possuía por Isabela e que foram guardados por tanto tempo foram livremente demonstrados naquele momento. Suas mãos se posicionaram na cintura da outra e seus dedos começaram a passear pela pele onde a camiseta já não cobria. Isabela arrepiou varias vezes e seu coração começou a bater mais rápido, ela se pendurou um pouco mais no pescoço da outra e como não tiveram interrupção o beijo durou um bom tempo até ambas se afastarem completamente sem fôlego.

– E então? - Jaine perguntou acariciando o nariz da outra com seu próprio enquanto tinham suas testas coladas.

– Se eu quiser ficar te beijando sempre e tiver gostado muito mais do seu beijo do que de todos os outros que provei quer dizer que sou gay? - Isabela perguntou fazendo Jaine rir e dar-lhe um selinho rápido, adorando como sua amiga normalmente maldosa e tão extrovertida, parecia tão doce e tímida naquele momento, apenas tão vulnerável de uma maneira que não se lembrava de tê-la visto nunca antes.

– Quase certeza que sim, mas às vezes você só beijou caras que eram realmente péssimos beijadores.

– Naaah, não acho que seja o caso. Talvez eu seja gay também, só eu que acho que eu deveria estar surtando agora?

– Você vai surtar ainda, é que agora você ta no calor do momento e não está pensando em tudo.

– Você acha?

– Certeza, você vai até parar de falar comigo por um tempo. O que é um saco por que por mais que eu esteja acostumada, agente acabou de voltar a se falar. - Isabela simplesmente não sabia como responder a isso, ela apenas puxou Jaine pra mais perto e deitou a cabeça em seu ombro. Jaine beijou-lhe a cabeça e a apertou mais em seus braços.

– Depois de todas essas descobertas e uma tentativa de fuga mal sucedida, tá a fim de matar as últimas aulas? - Isabela sorriu em seu ombro e se afastou. Ela não sabia exatamente o que elas eram e nem o que estavam fazendo, mas ela sabia que estava gostando daquilo.

– Aonde você quer ir?

– Pra casa, descansarmos um pouco. - Isabela se sentiu um pouco decepcionada, achava que poderiam passar um tempo juntas e aproveitar um pouco antes dela surtar e tudo mais.

– Minha mãe me mata se eu aparecer em casa agora

– Eu sei, é por isso que nós vamos pra minha casa. - Jaine tirou as mãos de sua cintura e as apoiou na mesa. Isabela imediatamente sentiu falta da proximidade.

– E a sua mãe?

– Minha mãe tá viajando e só volta no final de semana.

– Sério?Por que você não falou nada? - Jaine fez uma careta pensativa e Isabela se pegou pensando no quanto a amiga ficava fofa com ela.

– Você não tava falando comigo - respondeu de mau gosto, sem querer que a amiga pensasse que estava jogando na cara dela.

– Desculpa, eu juro que não faço querendo, sempre que eu percebo que to fazendo isso eu paro. - pediu com uma voz verdadeiramente culpada e arrependida.

– Ta tuudo bem japa!Então vamos ou não?

– Vamos - disse se levantando - Já que sua mãe não vai ta lá, agente vai poder se beijar?

– Claro! - a de cabelos castanhos sorriu animada e abriu a porta pra de cabelo preto – Let’s go, honey!

Ambas as garotas saíram da escola lado a lado, em poucos minutos entraram no carro da mais alta e se encaminharam a casa da mesma.

Nenhuma das duas era ricas, longe disso, mas Jaine recebera a alguns anos uma herança do avô materno que consistia num pequeno -porém novo- carro e uma casa numa parte boa da cidade.Como a herança era pra ela, já que o avô estava brigado com seus pais por anos antes da morte, a menina escolheu o melhor e maior quarto do 2º andar.Tinha uma vista estratégica da rua, era mais bem arquitetado, tinha isolante sonoro e privacidade absoluta, ninguém entrava ali sem bater e ser autorizado a entrar.Seus pais hesitaram em cumprir com todas as mudanças porém por fim concordaram quando a menina desistiu de seus presentes de aniversário por alguns anos.

Elas assistiram uns dois filmes antes de Isabela precisar ir pra casa. Não tinha mudado muita coisa de quando Isabela aparecia para fazer um trabalho e por fim desistiam e acabavam vendo um filme, Jaine se via hesitante em tocar Isabela, por que não sabia o que se passava na cabeça da garota e por fim elas ainda eram somente amigas, Isabela também não tinha mudado muito sua maneira de agir, exceto que agora se via mais e mais desejando os toques e carinhos da amiga. Quantos aos beijos elas não se encabularam, um quarto dos filmes as meninas perderam por que estavam se beijando.

Quando Isabela chegou em casa ela estava calma, porém alguns minutos depois a ficha caiu e a menina se deu conta de passara metade da manhã beijando sua melhor amiga e consequentemente traindo seu namorado.Ela sentiu um terrível peso na consciência, e por fim acabou culpando Jaine por tudo que acontecera, depois desse dia ela não dirigiu sequer um olhar a amiga por quase duas semanas.Começou a passar mais tempo com o namorado e conversava ainda mais com as outras meninas da sala.Jaine nunca lhe cobrou um nada, mas todo dia naquelas duas ou três vezes que ela não resistia e olhava nos olhos da amiga tudo que ela via era dor e mágoa, e após um tempo eles pareciam até meio vazios.Nada jamais lhe fez sentir mais culpada do que olhar nos olhos doloridos de Jaine.

Jaine passara as ultimas semanas como um zumbi. Como ela esperava, Isabela mal olhava em sua cara, a menina estava cada vez mais intima das outras garotas e fazia questão de falar sem parar do namorado asiático.Ela seguia com sua vida, vinha passando cada vez mais tempo na academia e raramente se lembrava de comer, os minutos que passava em casa eram divididos entre fazer as tarefas de casa -que antes eram totalmente negligenciadas- e dormir.O lado bom era que a fórmula comer pouco/malhar muito lhe fizera perder alguns quilos nas ultimas semanas e estava criando músculos rapidamente, embora não fosse da maneira mais saudável.Ultimamente isso era a única coisa que a animara e a menina já se preparava mentalmente para superar essa maldita queda que tinha pela amiga.Há 1 semana, conhecera uma menina na academia, seu nome era Lorena e a garota era legal e carismática, 1 anos mais nova, com um corpo deliciosamente quente, um sorriso de propaganda da Colgate e olhos castanho claro doces e adoráveis.Era bi e sempre esperava Jaine começar os exercícios das pernas para usar os equipamentos para bunda que ficavam bem em frente, assim como sempre sentia sede exatamente no mesmo momento que a morena.Se esses não eram sinais Jaine não sabia quais eram.

Isabela não estava muito melhor que Jaine, ela sentia falta da amiga todos os dias durante as aulas, agora ela se lembrava por que no fim sempre voltava para Jaine, embora ela tivesse bastante assunto com as outras meninas, elas eram sem graças e um pouco insuportáveis e era só virar as costas para sentir a orelha queimando.Ela passava quase todas as tardes com Anderson e considerando que o rapaz nunca lhe atraiu muito e nem lhe deu todas as sensações que tivera com Janie naquela tarde, as coisas estavam ainda piores, cada vez que o rapaz lhe beijava tudo que sentia era um mar de nada e baba, cada toque parecia muito rude ou áspero e nunca nenhum lhe causara um único arrepio, enquanto Jaine lhe causava um mar de sensações e arrepios com um único toque.Eu não estou apaixonada por Jaine, repetia mentalmente.Eu não estou apaixonada por Jaine, por fim acabava em algo como Eu estou perdida e irrevogavelmente apaixonada por Jaine e estou a perdendo por nada. Com toda essa saudade absurda do que deveria ser muito provavelmente o affair mais curto de toda a história dos affairs, ela eventualmente aprendeu a lidar com o fato de que era obviamente gay ou no mínimo bi, o único problema agora era terminar com Anderson e conseguir o perdão de Jaine, assim como uma chance com a amiga, o problema era que essas eram medidas que vinham sendo mais e mais adiadas.

Jaine e Lorena andavam cada vez mais intimas, Lorena até mesmo mudara de sala apenas para ser do mesmo período da outra.Durante o intervalo elas sentavam juntas e iam e voltavam da escola juntas também.Jaine ainda morria de saudades de Isabela, mas a muito tempo decidira que não iria atrás da menina, se Isabela tinha se afastado ela tinha que se reaproximar ou ao menos dar um sinal de que ainda sabia que a morena existia.As coisas estavam mais fáceis agora que tinha amizade com Lorena, que a essa altura já tinha desistido de ter algo com a mais velha e se contentava com as poucas ficadas que ocorriam quando ela estava muito carente.

Era uma terça feira e Lorena passara com o resto do grêmio de sala em sala anunciando a venda de rifas para comprar um espelho para o banheiro feminino, ao ver quem falava Isabela imediatamente se sentiu enjoada, principalmente ao perceber que a menina nova que andava com Jaine estava descaradamente dando em cima de sua amiga em publico, durante um anuncio. Quando a menina virou as costas se viu a chamando de biscate. Percebeu Jaine a olhando com curiosidade e pela primeira vez nos últimos meses retribuiu o olhar com sinceridade, demonstrando toda a saudade e o ar apaixonado que vinha encobrindo com indiferença nos últimos tempos.

Aquele era um sinal mais do que satisfatório para Jaine, por isso quando o sino bateu e todos estavam saindo, entrou numa sala vazia e esperou Isabela passar pela porta para segui-la e puxá-la lá pra dentro também. Arrastou a mestiça para cima de uma mesa e a sentou lá na exata mesma posição de meses atrás quando partilhara com a amiga seu primeiro beijo. A primeira medida que tomou foi beijar a amiga com paixão, saudade e necessidade.

Isabela quase engasgou de surpresa quando sentiu os lábios esfomeados de Jaine se movimentando nos seus, imediatamente enlaçou-lhe o pescoço e derreteu em seus braços, dando permissão para o que quer que a língua da morena quisesse fazer.Quando o ar acabou, elas se separaram e Jaine se afastou, mas manteve as testas coladas e os olhos fechados.

– Você... você não tem noção do quanto eu..quanto eu to arrependida do que eu fiz - Isabela soltou enquanto tentava recuperar o fôlego.

– Do que você ta falando? - Jaine perguntou.

– De, ter te ignorado, ficar esfregando o Anderson na sua cara e ter te abandonado pelas nerds de novo. Eu sinto muito, muito, muito mesmo.

– Tudo bem, como eu disse da outra vez eu já to acostumada e alem do mais eu já esperava uma reação parecida mesmo.

– Não Jaine, você não pode me perdoar tão fácil, você tem que me fazer pagar por isso - a mestiça suspirou quando Jaine lhe deu um olhar confuso.- Olha eu via todos os dias o quanto eu estava te magoando e mesmo assim eu não parei, eu sabia que o que eu tava fazendo era errado e mesmo assim eu prossegui, eu não mereço o teu perdão Jaine...

– Isabela, quem decide se você merece o meu perdão ou não sou eu!Olha, eu entendo seu lado, ok?Eu sei como é esse negócio de aceitar que é gay e tudo mais, eu já estive ai lembra?Eu nunca tive raiva, nem magoa de você, eu tava sofrendo por que eu não te tinha, mas isso não era sua culpa.Então eu te perdoo, e você nem pense em discutir comigo entendeu? - deu-lhe um selinho quando a mestiça assentiu com a cabeça timidamente.- E como agente fica agora?

– Depende. O que você sente por mim, exatamente?

– Bom, eu to apaixonada por você por quase um ano agora.

– Uou, e eu aqui fazendo merda...

– Esquece isso Isabela!Eu já disse que já te perdoei!

– Eu acho... que também estou apaixonada por você- Jaine deu um sorriso enorme e com os olhos brilhando se inclinou pra frente para beija-la, no meio do caminho, parou.

– Quer ir lá pra casa?

– E sua mãe?

– Ta trabalhando e só volta quase de madrugada!

– Vamos - pulou da mesa e correram pra sala onde pegaram seu material e foram embora.

Elas passaram o resto da manhã e a tarde juntas. No fim da tarde, Isabela ligou para a mãe e com a desculpa de um trabalho esquecido, perguntou se poderia dormir na casa da amiga, a mulher por fim acabou concordando. Elas jantaram com a família da morena e depois subiram pra dormir.

– Não, você vai dormir comigo, não no quarto de hospedes!

– Mas e se sua mãe desconfiar?

– Ela não vai, agente vai fazer trabalho até tarde! - piscou pra mais baixa e estendeu-lhe a mão, que a mestiça pegou sem hesitar, a puxou até deitá-la em seu ombro, apagou a luz pelo interruptor que ficava perto da cama e puxou uma coberta até suas cinturas. Com uma mão brincava com os dedos da de cabelos rosa e com a outra fazia cafuné nos cabelos. Isabela simplesmente observava como a amiga brincava com sua mão e tentava se manter acordada.

– O que a gente é?

– O que você quer que agente seja? - perguntou de volta, principalmente por que simplesmente não sabia responder a outra.

– Eu quero que você seja minha namorada!Mas você ainda está com o Anderson, então...

– Eu vou terminar com ele, prometo!Só me da um tempo pra criar coragem.

– Certo, então agente não é nada até você terminar com ele.

– Você ta ficando com aquela tal de Lorena?

– Não minto, agente ficou algumas vezes e até tentamos entrar em sincronia pra ver se rolava algo mais sério, mas não rola, ela não meche comigo, sabe?Isso só quem fez foi você! - respondeu provocando um sorriso satisfeito na outra que preferiu ignorar o ciúme que sentiu ao confirmar que as duas tinham ficado, Jaine segurou sua mãe e ergueu-lhe o queixo, a expressão séria da mais alta preocupou a mestiça por um momento, mas então Jaine sorriu. – Como eu disse eu queria que você fosse a minha namorada, mas como você ainda está com o Anderson e tudo mais, você Isabela, japa, quer ser gay comigo? – Isabela gargalhou, se levantou da posição que estava e se inclinou pra frente dando vários selinhos na outra.

– Quero, eu aceito tudo que você me propor.

Então se deitou no ombro da outra novamente e suspirou quando sentiu as mãos fazendo carinho no seu cabelo e cintura. Rapidamente dormiu com um gigantesco sorriso no rosto. Jaine ainda ficou acordada por um tempo, observando a amiga ressonar tão tranquila ao seu lado e por fim dormiu também. Aquele foi apenas o começo de tudo, nenhuma das duas sabia quanto ainda tinham pela frente.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem.