Foi Sebastian que cessou o beijo.

-Mas que diabos foi isso? - Clary recordou a consciência após aquele momento mais que esquisito.

-Isso minha cara, foi certamente o melhor beijo da sua vida. - Sebastian sorria ironicamente, e Clary balançava a cabeça em reprovação. Ela beijou o próprio irmão, e não sentiu nada além de vontade de faze-lo novamente. -Pois eu já tive melhores. Agora minha doçura, vou para casa e amanhã bem cedo estarei aqui para completar a primeira parte do meu plano e você vai ficar quietinha, mesmo porque Jace e Margareth certamente estão se divertindo muito lá em cima, dá pra ouvir daqui...

-Michael. Por que não me diz logo o que quer? Não quero que machuque ninguém. - Clary estava suplicante, tudo que ela mais queria era que aquele pesadelo acabasse.

-Não diga nada a ninguém, e ninguém se machucará. - Sebastian deu um selinho em Clary e se levantou, desaparecendo na noite, agora fria de Idris.

[...]

-Simon! Alcança o molho pra mim! - Alec esticava o braço até não conseguir mais, e mesmo assim o molho para panquecas permanecia no lado oposto da enorme mesa de café da manhã, posta por Maryse. Magnus estalou os dedos, e uma fumacinha azul conduziu o molho até a mão do namorado. - Ah, obrigado, esqueci de você.

-Ainda tenho aprender a dominar minha força Jedi. - Simon riu - Não fazem ideia do que é isso né?

Magnus, Alec, Maryse e Isabelle balançaram a cabeça negativamente, só eles haviam acordado no horário.

-Eu sei. Para dominar a força Jedi, você precisa estar plenamente concentrado, e primeiro precisa ser pelo menos um Padawan. - Todos giraram a cabeça para ver que foi a autora dessa frase extremamente Nerd. Margareth sentou na cadeira na frente de Simon, enquanto Jace sentava-se ao lado dela.

-Onde - Simon estava encantado -Eu compro uma dessas?

-Acontece meu caro. Que eu não estou a venda. Mas pode me convidar para um partida de Mario Kart. - Margareth estava sorrindo, enquanto servia um prato de panquecas. - Por que estão todos com essas caras?

Magnus soltou faíscas pelos dedos.

-Porque, acabamos de acrescentar mais uma qualidade a sua extensa lista, além de linda, educada, veloz e vaidosa, você é inteligente. - Magnus gesticulava com as mão, Alec fitou a panqueca, e cerrou o punho no colo. Exatamente como Isabelle.

-Como você sabe essas coisas? - Jace a encarou com um sorriso sincero no rosto. - Essas coisas são tão ... Simon.

-Bom, depois que você foi em broa, passei três anos morando com Valentim e Jonathan, e depois eu fugi de casa, e fui morar em Londres, na casa de uma família de classe média, fui meio que adotada, então eu ...

-Espera! Para, para. - Maryse estendeu a mão na frente de Margareth. - O que foi que você disse?

-Que fui meio que adotada. - Margareth pareceu não perceber o motivo da pergunta.

-Não, não, antes, você disse que viveu com Valentim e Jonathan por três anos? - Todos na mesa pareceram perceber aonde Maryse pretendia chegar, menos Margareth.

-Na verdade, vivi a desde nasci com Valentim, quando minha mãe morreu, ele me pagou para criar, Eu vivia alternadamente, na Mansão Wayland e na mansão Morgenstern, com Jace e com Jonathan, na verdade, só passei a frequentar a mansão Morgenster depois que Jocelyn foi em bora, então vivi mais com Jace.

-E você se lembra, de algum detalhe importante que deveríamos saber?- Maryse estava aflita, mexendo os dedos das mãos nervosamente.

-Que Valentim era um ótimo pai. - Margareth não estava mais prestando atenção na mesa, um flash de lembrança a atingiu, fazendo uma lágrima rolar. Ela apressou-se para limpa-la, voltando a atenção à mesa.

Jace acariciou o rosto dela com as costas da mão.

-Não fique assim boneca, sabemos o quanto ele foi cruel e ...

-Não estou sendo irônica.-Margareth elevou um pouco a voz, mas logo percebeu que todos a encararam. - Quero dizer, que ele era de fato um ótimo pai, quando eu soube que ele havia morrido, a primeira coisa em que pensei, foi em Jonathan, daí descobri que ele também tinha morrido, não entende Jace? Você foi o único que sobrou. Você é a única pessoa que eu conheço, que está viva.

Ao terminar todos a olhavam com pena e sem entender como o Valentim que todos conheciam, poderia ser o Valentim de quem ela falava, Jocelyn interrompeu o devaneio, entrando na cozinha.

-Ela não está mentindo. - Jocelyn sentiu o peso dos olhares e prosseguiu - Ele era de fato um bom pai. Era um bom marido também. Era.

-Se ele era tão bom assim, porque me ensinou que amar é destruir? - Jace fez a pergunta à Jocelyn, mas quem respondeu foi Margareth.

-Porque é verdade Jay. Afinal, se ele não tivesse amado, jamais teria sido destruído. -Margareth encarava friamente Jocelyn, e todos na mesa perceberam que Jocelyn ficou chocada com a fala de Margareth, de fato, foi Jocelyn quem destruiu Valentim. 

Clary entrou na cozinha esfregando os olhos.

-Não tínhamos um treinamento oficial hoje? - Clary sentou-se ao lado de Isabelle e mordeu uma panqueca fria, e só então percebeu o clima tenso na cozinha. - Hãm, tá tudo bem aqui?

-Sim querida. - Jocelyn falou pausadamente, claramente tentando evitar o choro. - Coma logo e vá se trocar, temo que sair em dez minutos.

-Droga. - Isabelle murmurou e levantou-se da cadeira - Vamos Meggie! Sua conselheira profissional aqui está indo se trocar. E a menos que queira roupas da Clary, sugiro que suba agora comigo. - Isabelle já estava na escada.

-Opa, tô indo, agora mesmo. -Margareth sorriu e foi atrás dela, mas antes Jace a puxou e deu um beijinho em seu rosto -Você também deveria se trocar, ficou ridículo com esse meu moletom, nem sabe o que é Nirvana.

Só então Jace percebeu que estava com um moletom preto de Margareth apertado demais para ele.

-Você tem mais um desse? É muito louco! - Simon estava sorrindo para ela.

- Pode ficar com esse. Desde que me chame para jogar alguma coisa.

-Você aceita uma partida de Pokémon, com esse mero mortal? - Simon fez uma reverência.

-Simon, você é um vampiro, Imortal. - Magnus corrigiu. Alguém bateu a porta e Maryse foi abri-la, era Michael, estava com uniforme de Caçador de Sombras, repleto de sangue e sujeira, seus cabelos estavam grudados de suor.

-As barreira. - Ele dizia ofegante, todos haviam corrido para sala. - Alguém quebrou as barreiras novamente, tem demônios em toda a cidade.