Um Jogo Sem Fim (Hiatus) escrita por Lost in Neverland


Capítulo 1
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Olá, seus lindos!
O início do capítulo é um trecho de "A Esperança", estará em itálico e em negrito, para que fique mais fácil de visualizar. Depois disso, é a minha grande criatividade que começa a rolar (ou não tão grande assim, certo?! hahaha)
A história será contada pela Katniss.
O capítulo ficou bem pequeno, mas é apenas uma introdução à história. Os próximos serão maiores.
Enfim, espero que gostem!
Boa leitura :)



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“Espero uma reunião de produção na qual Plutarch me instruirá sobre onde terei de ficar e me dará a deixa para atirar em Snow. Em vez disso, sou enviada a uma sala na qual seis pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa. Peeta, Johanna, Beetee, Haymitch, Annie e Enobaria. Todos estão usando os uniformes cinzentos dos rebeldes do 13. Ninguém está com uma aparência exatamente boa.

- O que é isto? – digo

- Não temos certeza – responde Haymitch. – Parece ser uma reunião dos vitoriosos que sobraram.

- Nós somos tudo que sobrou? – pergunto

- O preço da celebridade – diz Beetee. – Fomos alvejados dos dois lados. A Capital matou os vitoriosos que eles desconfiavam serem rebeldes. Os rebeldes mataram os que eles pensavam serem aliados da Capital.

(...)

- Então, uma alternativa foi colocada na mesa. Como meus colegas e eu não estão conseguindo chegar a um consenso, foi acordado que deixaremos os vitoriosos decidirem. Uma maioria de quatro aprovará o plano. Ninguém poderá se abster de votar – diz Coin. – O que foi proposto é que em vez de eliminar toda a população da Capital, nós tenhamos uma edição final e simbólica dos Jogos Vorazes, usando as crianças relacionadas diretamente àqueles que tinham mais poder.

Todas as sete pessoas se voltam para ela.

- O quê? – diz Johanna

- Nós realizaremos uma outra edição dos Jogos Vorazes, usando crianças da Capital – diz Coin.

- Isso só pode ser uma piada – diz Peeta.

- Não. Eu também deveria dizer a vocês que, se realizarmos os Jogos, será de conhecimento público que ele terá sido feio com a aprovação de vocês, embora o conteúdo individual de seus votos seja mantido em segredo para a sua própria segurança – diz Coin.

- Isso por acaso foi ideia de Plutarch? – pergunta Haymitch

- A ideia foi minha – diz Coin. – Ela me pareceu equilibrar a necessidade de vingança com o mínimo desperdício de vidas. Podem votar.

(...)

Então Effie Trinke me dá um tapinha no ombro, e avanço em direção ao gelado solde inverno. Caminho até minha posição, acompanhada do ensurdecedor rugido da multidão. Como fui orientada, me viro para que possam ver meu perfil e espero. Quando Snow é levado para fora, a audiência enlouquece. Suas mãos são presas atrás de um pilar, o que é desnecessário. Ele não vai a lugar nenhum. Não há para onde ir. Aquilo não é o palco espaçoso diante do Centro de Treinamento, mas a varanda estreita em frente à mansão da presidenta. Não é surpresa nenhuma ninguém ter se preocupado em mandar me treinar. Ele está a dez metros de distância.

Sinto o arco vibrando em minha mão. Levo a outra mão às costas e agarro uma flecha. Posiciono-a, miro na rosa, mas observo o rosto dele.  Ele tosse, e um fio de sangue escorre por seu queixo. Sua língua pende por entre os lábios inchados. Examino seus olhos em busca do menor sinal do que quer que seja: medo, remorso, raiva.  Mas encontro apenas a mesma expressão divertida que encerrou nossa última conversa. É como se ele estivesse falando as palavras novamente: Ah, minha querida srta. Everdeen. Pensei que havíamos acordado não mentir um para o outro.”

As palavras dele ricocheteavam na minha memória, e, vinham como facas, rasgando-me por dentro. Havíamos realmente feito um acordo porém, porque eu deveria acreditar em um ser como ele? Que demonstrou ser desprovido do direito a receber compaixão. Entretanto,  eu acreditava nele. E isso me preocupava.

Abaixo o arco por alguns segundos para ter mais tempo de rever minhas possibilidades. A dúvida estava me corroendo cada vez mais intensamente.

Levanto o arco, novamente, dessa vez , alternando o meu alvo, mirando vez em sua cabeça, vez em seu coração. Não conseguia pensar, e, toda a pressão ao meu redor dificultava mais ainda que meus pensamentos se tornassem claros. Depois de tudo que Snow fez, eu não deveria hesitar em matá-lo. E eu queria matá-lo. Porém, o coração dele não era o único no qual eu queria enfiar minha flecha. Infelizmente, acho que deveria decidir apenas por um. Pelo menos agora.

Coin está distante, observando a cena com um semblante pensativo e indiferente. Difícil discernir o que se passa pela sua cabeça nesse momento.

Snow por sua vez, demonstra seu total divertimento com a situação. Talvez ele apenas tenha aceitado a morte, talvez queira morrer, ou, talvez seja as duas coisas.

Ele me lança um sorriso sarcástico, enquanto ergue as sobrancelhas de maneira fraca e lenta. Mais um fio de sangue escorre pela sua boca. Lembro-me de todas as ameaças feitas por ele, de todas as vidas inocentes roubadas, de todas as injustiças por ele cometidas.

Lembranças dos Jogos Vorazes me atingem. Lembro-me de Cinna... todas as piores lembranças vêm ao meu encontro e balanço a cabeça, forçando-me a abandoná-las. A raiva toma conta de mim e, antes que eu possa pensar racionalmente, antes que eu possa rever as minhas escolhas, miro na rosa e solto a flecha.

Os sorrisos sarcásticos do presidente chegam ao fim e, estando coberto de sangue, ele permanece imóvel. Deveria estar sentindo um alívio, mas não é essa a sensação. Na verdade, não consigo identificar o que estou sentindo.

Coin sorri triunfante ao longe e cruza os braços, olhando ao seu redor, desafiadoramente.

Por um momento, tenho um receio de ter feito uma escolha errada. Muito errada.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Mereço reviews? ^-^