Levanto-me e vejo que Zeus está na beirada da cama me observando, não dormi muito o sol indica ser umas duas horas da tarde. A janela está aberta e os raios de sol brilham por todo o quarto. Saio da cama e vou em direção ao banheiro, ele não me segue.

Lavo meu rosto e penteio o meu cabelo, ele aparece na porta e eu deixo a escova n pia, me vir para o encarar, mas lembro da noite passada e dos meus pulsos e tornozelos feridos, abaixo o olhar.

- Desculpe... - "desculpe" não é uma palavra no dicionário de Zeus, por isto eu estranho sua atitude - Athena quer falar com você.

 Assinto e saio do banheiro, ele continua parado e suspira, talvez fosse por causa do meu silencio. Saio do quarto e caminho pelo corredor, desço as escadas Athena está sentada num banco e olhando para o jardim interno, as águas da cascata escorrem pelas rochas e fazem um pequeno lago, depois fazem o mesmo percurso.

Sento-me ao lado de Athena, ela vira para mim e olha meu pulso ainda com a cicatriz. Respira fundo e fala:

- Lembre-se do que eu te falei. - sua voz era mansa mas decidida - Ele vai fazer você desacreditar. O conheço... é um jogo, Hera, ele está jogando com você.

- Sei Athena, apenas não tenho coragem. - falo como um sussurro - Não tenho coragem para isto, sei que está certa e que tenho de fazer... apenas falta... coragem.

- Hera, é um jogo. - ela falo num tom desesperado - Ele te humilha e depois dá uma de bonzinho. Te dá motivos e você aguenta. E quando você explode ele te prende na frente de todos, ele te trata como cachorro.

O dia passa e eu penso mais no que Athena me falou, eu procuro o melhor modo de falar a ele que vou me separar dele e que não o aguento. Athena não parecia duvidar do que falava, e eu tinha que ouvi-la e tomar coragem.

Procuro Zeus no palácio inteiro, mas não o encontro em lugar nenhum. Já tenho uma ideia de onde ele está então me teletransporto para o mundo mortal, paro na frente de um motel, abaixo a cabeça e olho para cima.

Estou no Rio de Janeiro, Brasil. O vento está quente e o sol brilha mais que o normal para a epoca do ano então noto que Apolo está na mesma cidade. Estou na minha aparencia mortal, com uma calça jeans e uma blusa regata - sei que não parece roupa de uma deusa, mas estou no mundo mortal e tenho que parecer com uma.

Subo o prédio sem nenhum problema é apenas dizer que tenho companhia. Respiro fundo e ando pelo corredor até chegar ao quarto 151, abro a porta e só encontro ele sentado abotoando a camisa. Assustado ele levanta com rapidez e corre até mim.

- Eu posso explicar. - no mesmo momento uma garota aproximadamente 16 anos sai do banheiro errolada numa toalha - Hera... eu...

- Não explique nada Zeus. - a garota se assusta com minha precença possivelmente ela sabe quem eu sou. Olha a janela esperando ter chance de fugir - Não precisa fugir, criança. Ele não é mais o meu marido. - dizendo isto ele arregala os olhos para mim e eu lhe dou as costas.