on the lonely search for truth, the world's so frightening
nothing's going right today 'cos nothing ever does
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Eu tomei sua mão, pela primeira vez naquela noite e olhei em seus olhos, com a mesma intensidade de quando nos apaixonamos instantaneamente. Ela tinha os mais lindos olhos que havia visto em toda minha vida, os mais lindos olhos que eu se quer poderia ter imaginado ou criador. Eu sorri e ela retribuiu, nascendo pequenas covinhas no canto de suas bochechas. Ela se aproximou, mas, eu me afastei. Ela apenas sorriu, como se meu medo fosse tão normal aos seus olhos, que não importava mais. Eu vivia com medo, talvez fosse isso que ela se lembrava, que se lembraria para sempre. Eu toquei seus cabelos, descobrindo seus olhos. Porra, como ela era diferente de tudo aquilo que já havia conhecido em toda minha vida.

Ela havia se afastado, e lentamente voltava a dançar. Seu corpo brilhava na luz, daquele quarto obscuro. O cabelo branco voava no ar, como se algum tipo de energia cinética fizesse com que tudo ficasse mais lento, de repente. Seus olhos voltaram-se para mim e eu tentei não pirar, naquele momento. Pequenos ramos de energia dançavam pela mesa onde ela se encontrava, pelo chão onde a mesma se apoiava e por todas as paredes e teto. As faíscas tinham o tom azul-metálico, e vermelho nas laterais. Meus olhos encheram-se de cor de repente, quando os seus olhos azuis, se tornavam agora quase transparentes, como se ela fosse Albina.

Um campo magnético foi criado, e de repente, ela se posicionava diante de mim novamente. Meus olhos estavam hipnotizados por ela. O tom transparente, apenas a córnea escura se contrastava... Quero você... Fique conosco. E me apresentou a porta, o lugar onde todos estavam. Naquele salão havia todos do Sexto* Circuito Interno... Todos que ela havia me dito, alguns dias antes. Alguns sabem da sua existência aqui, nesse quarto... Outros não... eu quero que você fique...

Eu não sabia o que dizer para ela... mas, sabia que não era aqui que eu queria ficar. O Club do Inferno... será que era isso que eu poderia querer para minha vida? Eu toquei em seu rosto com as duas mãos, pela primeira vez desde que havíamos passado aquela noite juntos. Abri os lábios e finalmente, a beijei. Eu havia me apaixonado por ela, pela Cavaleira das Luzes. Sentia todos os pêlos de meu braço ficaram tensos, meu cabelo ficar ligeiramente levantado também. Um arrepio tomou meu corpo e eu não consegui manter o beijo, me sentindo cansado de repente. Tentei me levantar daquele sofá, mas, me sentia preso demais. Eu a vi se levantar novamente e dançar, como se ninguém estivesse lá para assisti-la. Seus cabelos novamente levantaram-se no ar, me deixando um pouco tonto. O branco deles era luminoso demais... Cavaleira das Luzes... Um bom nome.

Alguns dias depois acordei no meio da rua, durante a chuva. Não lembrava como havia chego lá, por quê havia perdido a consciência. Apenas sabia que queria ir embora de Londres. Queria ir para longe, onde eles jamais me encontrassem... Mas, às vezes ainda me lembro dela.

*: Como não sei quando ou se o Quinto Circuito Interno acabou, acabei colocando Sexto.