----- 2 dias depois ----- 

( Sentimentos de Freddie Benson ) 

Já se passaram dois dias que a Sam e eu brigamos e desde então, não nos falamos mais. Sempre que estou no meu quarto, eu olho pela janela e a cortina está fechada e ela não ficou na sacada nem por um minuto. Eu já estou ficando maluco aqui, sem poder falar com ela, toda vez que nos esbarramos por aí, ela me ignora, finge que não me conhece e isso está me matando por dentro. E o pior de tudo isso, é que aquela maldita conversa que tive com Gibby aquele dia, não me sai da cabeça. 

Será que eu agi mal por ter sido agressivo com ela? Será que ela apenas quis me defender porque gosta de mim, como Gibby mesmo disse? E se for isso mesmo, porque ela nunca me disse nada? 

Quer dizer... somos amigos há muitos anos e ela nunca demonstrou nada, porque agora então? E sobre o que eu sinto por ela? Será que até mesmo o Gibby enxergou algo que eu mesmo não havia percebido? É possível que eu esteja apaixonado pela Sam? De novo? Não... quer dizer, não sei. Isso tudo é tão louco e estranho.... confuso demais pra mim. Ela não pode estar apaixonada por mim, ela nunca demonstrou isso.

Sim, nós demos nosso primeiro beijo juntos, mas foi apenas para que parassem de me zoar na escola e a Sam só fez isso pra me ajudar e porque também não queria viver com o peso de nunca ter beijado ninguém. 

Eu preciso conversar com ela... pedir desculpas por ter sido tão rude com ela, afinal ela sempre foi minha amiga e sempre me apoiou em tudo, não é justo magoá-la assim. 

Gibby: Você está bem? - O ouvi perguntar ao meu lado. Sua expressão parecia preocupada. 

Freddie: Estou sim... só estou pensando. 

Gibby: Em qual delas? - Ele perguntou com um sorrisinho. Revirei os olhos, bufando. É incrivel como ele me conhece tão bem. Também, somos amigos desde os 8 anos. 

Freddie: Não dá mesmo pra esconder nada de você, não é? 

Gibby: Não... agora me diz, estava pensando em quem? 

Freddie: Na Sam, satisfeito? - Perguntei ironicamente. Ele riu.

Gibby: Muito... finalmente ouviu meus conselhos. 

Freddie: Sempre ouço... 

Gibby: Mas nunca segue. - Respondeu-me, dando de ombros. - Porque não vai falar com ela? 

Freddie: Sabe que não é tão fácil... conhece a Sam. É capaz de me partir ao meio. - Eu disse sério.

Gibby: Bom, aí o problema ficaria resolvido... metade de você ficaria pra ela, e a outra pra Carly. - Ele respondeu rindo. O encarei sério. 

Freddie: Não achei graça. 

Gibby: Ok, desculpe. - Falou, controlando o riso. - Mas, sabe que estou certo... tem que pedir desculpas. Ela fez aquilo porque ama você... e não duvido nada que você sinta o mesmo. 

Freddie: Pare de dizer isso, já não basta me sentir culpado, ainda vem você com essas besteiras? 

Gibby: E vai dizer que estou errado? - Ele falou sério. Abri a boca para lhe dar uma resposta, porém não consegui. Não conseguia pensar em nada para dizer. - Viu só? - Continuou com um sorriso vitorioso. 

Freddie: Ah cala boca, Gib. - Respondi isso, fazendo seu sorriso aumentar. 

Ficamos em silêncio por alguns instantes até que eu a vi, de longe, atravessando a rua, em direção a sua casa. Era agora... eu precisava falar com ela, antes que minha cabeça entre em parafuso. Me despedi de Gibby, peguei minha mochila e corri ao seu encontro. Chamei seu nome algumas vezes, porém ela não me ouvia, provavelmente estava com os fones de ouvido. Continuei correndo e não demorou muito, até que agarrasse seu braço, fazendo-a virar-se pra mim, assustada. Ela soltou um breve grito, antes de saber que era eu.

Sam: Que susto, seu idiota! Pensei que fosse um assalto. - Ela disse, com sua meia de manteiga nas mãos, só não me pergunta como ela foi parar lá, porque eu não sei. - Por muito pouco não te acerto a meia de manteiga na cara. 

Freddie: Eu.. não tive a intenção de assustar você. - Respondi me afastando um pouco. 

Sam: Posso saber o que você quer? - Perguntou ríspida.

Freddie: Me desculpar com você. 

Sam: Não acha que é um pouco tarde pra isso? - Ela respondeu com uma pergunta, enquanto virava as costas e seguia seu caminho, sem esperar a minha resposta. 

Freddie: Não, Sam espera! - Falei, indo atrás dela e agarrando seu pulso. - É sério, me desculpa. - Pedi soltando seu braço devagar. 

Sam: Porque eu faria isso? Pra logo você brigar comigo novo e ir atrás daquela patricinha outra vez? - Ela disse brava, enquanto gesticulava com as mãos, indicando o quanto ela estava nervosa. É... talvez Gibby esteja certo e ela sinta algo por mim. 

Freddie: Não Sam... olha, eu..- Comecei a me explicar, porém ela me interrompeu. 

Sam: Me poupe de suas explicações... não importa o quanto eu seja inocente, você sempre vai defendê-la. - Ela falou, indo embora novamente. Dessa vez, ao inves de barrá-la, eu a segui e continuamos nossa conversa, enquanto íamos pra casa. 

Freddie: Ora, Samantha, eu te conheço bem e sei que de inocente não tem nada, sei que o que fez com a Carly, foi de propósito, mas tudo bem. Você já ganhou uma detenção por causa disso e eu não quero mais ficar brigado com você. - Falei o mais sincero possível. Ela rosnou brava, enquanto parecia pensar no que tinha dito. Eu tinha que fazer mais do que isso, conheço a Sam há anos e ela não se rende tão facilmente. - Por favor... me desculpe. - Falei, fazendo-a parar e pegando sua mão com delicadeza. 

Sam: Porque eu deveria? - Perguntou séria, soltando sua mão da minha. Eu preciso que me desculpe, porque eu acho que estou apaixonado por você e estou ficando louco sem a sua companhia todos os dias. Ok, eu não teria coragem de dizer isso, apesar de ser verdade.

Freddie: Porque você é minha amiga e eu não gosto de brigar com você. - Falei com um sorriso. Ela ainda mantinha a mesma expressão séria. Argh.. teimosa. - E também porque temos prova de matemática daqui a dois dias e eu prometi que estudaria com você e não quero fazer isso com você brava comigo. - Continuei. Ela suavisou sua expressão e pareceu relaxar. 

Sam: Tudo bem... eu desculpo você. - Ela disse e logo um pequeno sorriso se formou em seus lábios. 

Freddie: Awn... Sammy! - Disse, abraçando-a pela cintura e rodopiando-a no ar. 

Sam: Ficou louco, Benson? - Ela gritou, sacudindo-se. - Me põe no chão agora. - Ela ordenou parecendo brava. 

Freddie: Calma, nervosinha. - Disse rindo. 

Sam: Nunca mais faça isso, entendeu? - Ameaçou apontando o dedo na minha cara. 

Freddie: Pode deixar, Puckie. - Respondi sorrindo. - Pode aparecer em casa lá pelas 7 horas, o que acha? - Perguntei, enquanto continuavamos nossa longa caminhada até em casa. 

Sam: Ótimo! Vou poder dormir até as 5 horas. - Ela disse e riu. 

Freddie: Algumas coisas nunca mudam, não é mesmo? - Falei. 

Sam: Nao mesmo. 

O restante do caminho fora silencioso e curto já que não estavamos tão longe. Sam escutava musica e mantinha-se calada e absorta em pensamentos, enquanto eu tentava entender a confusão de sentimentos que estava minha cabeça.