[pov. Bella Swan]

     A semana já estava passando tão rápida que os acontecimentos vinham como bomba, uma atrás da outra. Primeiro que eu saí da casa de Edward e voltei para a de minha mãe. Ele vinha todos os dias me ver, às vezes pela tarde, às vezes pela manhã e ficávamos aqui conversando, assistindo milhares de filmes com direito a pipoca e refrigerante ou então simplesmente saíamos pela cidade. Além disso, Edward finalmente conseguira o papel principal da peça, Derick, e a piada de ultima hora era que Rosalie conseguira também o papel principal, da menina, Julie. Mas talvez fosse algo com que eu não tivesse que me preocupar, já que em umas das tardes aqui em casa ele me garantira que a relação dele com a ex namorada era de apenas amizade. Nosso esquema de todas as tardes ou todas as noites ia ficando cada vez mais complicado desde que as provas do fim do mês haviam começado. Com meu acidente, acabei perdendo algumas coisas, mesmo que poucas já que acontecera beirando as férias, e mesmo assim, eu precisava fazer uma boa prova para poder recuperar minhas faltas. Nesse esforço todo, acabei tendo alguns desencontros de horário com Edward, já que maior parte de meu tempo livre era a hora em que ele ensaiava as falas.

     De todas as vezes que eu consegui sair cedo da escola, visitei Edward na sala de teatro e ficava assistindo os ensaios. Quando ele acabava, íamos almoçar com sua família, exceto Jasper que estava sempre sumido, e depois íamos para a escola novamente e eu ficava na arquibancada estudando enquanto Edward treinava com o time para uma competição com um time rival. Quando não era assim, Edward simplesmente me levava para casa depois do almoço e eu ajudava Renné a decorar a casa para seu novo namorado que com certeza se tornaria ex três dias depois.

    Eu e minha mãe nos divertimos bastante enquanto arrumávamos as coisas. Dificilmente tínhamos tempo para nós duas e mesmo quando tínhamos, não era aquele “senhor tempo”, eram só algumas horinhas. Quando finalmente acabamos, me joguei no sofá e fiquei mexendo no controle, procurando por algo bom e quando eu estava quase pegando no sono, o telefone toca. Cobri meu rosto com o travesseiro, relutando um pouco. O telefone tocou mais uma vez. Estendi minha mão até a mesinha em que ficava o telefone e o trouxe até meu ouvido.

- Alô. - disse, calma.

- Oi, amor. Acabei aqui com o ensaio. A galera veio toda pra minha casa e... Hmm, queria ver você. Posso buscar você agora?

     Respirei fundo. Não acredito que depois de algumas semanas com ele, meu coração ainda disparava quando eu ouvia sua voz.

- Bella? - ele insistiu do outro lado da linha.

- Claro. Estou pronta em dez minutos.

- O.k, então.

- Mas para onde vamos? - perguntei, a onda de curiosidade vindo em mim. Edward riu.

- Bella, será que dá pra você se arrumar logo? - ele respondeu num tom de brincadeira.

- Ah...

- É surpresa. - sua voz agora estava quase inaudível.

- Eu vou gostar? - usei isso para ver se eu conseguiria pistas.

- Bella, eu te amo. Acha mesmo que eu levaria você para algum lugar em que eu não tivesse certeza de que faria bem a você? Confie em mim... Até mais!

- Teimoso. - falei entredentes.

     Ele riu do outro lado da linha e desligou o telefone. Fiz o mesmo.

[pov. Edward Cullen]

     Desliguei o telefone, ainda rindo de Bella. Quando fiz menção de levantar da cama, meu celular tocou. Olhei no visor, era Jacob. Já devia estar me esperando há muito tempo.

- E a boa de hoje? - perguntei, já sabendo que ele iria me convidar para alguma coisa.

- Cinema. Principe da Pérsia, vamos? Ouvi falar que a produção tá excelente e já tá quase abatendo o recorde de bilheteria. - Jacob definitivamente estava bem animado para ir.

- Pode ser, mas não dá pra ser à noite? Porque agora eu vou sair com Bella.

- Mas cara, tu tirou a sorte grande. É à noite o cinema.

- Então, fechou! Vamos.

     Assim que desliguei o telefone, Rosalie abriu a porta de meu quarto.

- Edward... - ela sorriu e se sentou ao meu lado na cama. - Se importaria se eu esperasse Carlisle chegar? Preciso me informar sobre os torneios de vôlei infantil.

     Ergui a sobrancelha.

- Ah... Tenho um irmão. Não sabia? - ela sorriu.

- Não, não. E tudo bem, você pode ficar. É, tchau... - sai da cama, beijei a testa de Rosalie rapidamente e sai do quarto.

     Fui correndo até onde tava o carro, retirei as chaves do bolso, cliquei no botão que destravava as portas do carro e logo em seguida direcionei o micro-controle pro portão da garagem e esperei até que a garagem estivesse completamente aberta. Entrei no carro, pus o cinto de segurança, liguei o som do carro no máximo.

- Uau... - vibrei, quando ouvi que era uma de minhas músicas preferidas.

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     Acelerei bastante o carro, ultrapassando 80v. Não demorei muito para que finalmente chegasse lá. Buzinei cinco vezes rápidas e estacionei o carro enquanto Bella aparecia na porta. Ela fez sinal para que eu a esperasse e correu até mim antes mesmo que eu abrisse a porta para ela entrar. Ela o fez e sentou-se no banco ao meu lado.

- Oi...

     Ela deu um meio sorriso e eu a puxei para um beijo rápido.

- Pode me dizer agora aonde vamos? - ela perguntou, formando um bico em seus lábios.

- Tsc, posso pensar? - perguntei, semicerrando os olhos.

- Pode. - um brilho iluminou seus olhos quando eu dei, indiretamente, a esperança de que eu lhe contaria.

- Surpresa.

     Ri e observando-a de canto de olho, pude ver que ela revirava os olhos, agoniada. Mudei a estação do rádio e deixei que tocasse uma música que eu não conhecia, mas que mesmo assim, parecia boa pela introdução. [link_seguro: http://tinyurl.com/3agjkbd]  

     O caminho inteiro em que nos dirigimos, Bella ia calada, apenas observando a paisagem urbana. Vez ou outra minha mão vagava por seu banco, até tocar sua mão. Bella retribuía com um aperto. Ela não estava tão chateada comigo assim. Por mais estranho que pareça, aquela música me fazia perceber o quanto eu precisava de Bella. Eu não poderia mais mentir, não poderia mais esconder dela e aquilo para mim caiu como açúcar num copo. Deslizando, lentamente... Era a hora exata. Ela precisava saber...

Guess it was not meant to be (Acho que não era para ser), It’s not as bad as it seems (Não é tão ruim quanto parece), It only burns when I breathe (Só queima quando eu respiro)

     Eu precisava lhe falar. Eu precisava deixar o egoísmo de lado e aceitar a vaga idéia de que eu poderia lhe perder no momento em que eu dissesse todos os meus planos para que nós chegássemos aqui. Só que algo em mim, dizia que eu não podia contar agora, não antes de aproveitar os últimos momentos com Bella, sim, eu sabia que eram os últimos, mas de hoje não passava. Talvez eu poderia contar quando chegássemos em casa, antes de irmos para o cinema com Jake...

Nothing kills more than to know (Nada mais mata do que saber) That this is the end of the road (Que este é o fim da Estrada), And I know I gotta let go (E eu sei que eu tenho que te deixar partir).

     Mordi os lábios com força, evitando chorar ali, principalmente na frente de Bella.

- Edward... - Bella gemeu e então percebi que estava apertando sua mão com força. Afrouxei um pouco.

- Desculpe.

- Algum problema, Edward? - ela me olhou franzindo o cenho.

- Não... - menti!

     Que droga. Será que eu não podia dizer pelo menos a verdade naquele momento? Por que drogas eu não conseguia?

     Respirei fundo e diminui um pouco a velocidade quando percebi que estávamos perto de chegar. Eu iria perdê-la hoje. Então precisei aproveitar até a coisa mais banal para atrasar aquela hora. Cliquei no botão automático e todos os vidros do carro abaixaram-se, deixando que o vento invadisse o carro. Apenas uma curva e chegaríamos ali. Mordi novamente os lábios, eu não podia chorar... Afinal, o que Bella tem para me fazer isso? Que poder ela tem para fazer com que eu tema em perdê-la? Ri de mim mesmo. Um sorriso que doía por dentro. É só uma menina, Edward. Eu tentei convencer a mim mesmo disso. Mesmo sabendo que era em vão. Eu nunca acreditaria nessa estupidez. Não era apenas uma menina. Era Bella. Minha Bella. E essa seria a melhor prova de amor que eu poderia lhe dar. Contando-lhe toda a verdade, desde o princípio. E esperaria, mesmo que, sofrendo, até que ela voltasse para mim...

     Parei o carro um pouco distante das flores e do gramado. Tirei o cinto e destravei o de Bella em seguida. Os olhos de Bella denunciavam sua felicidade em estar ali. Seus olhos brilhavam enquanto ela admirava toda aquela paisagem. Saí do carro e dei a volta, até chegar ao lado de sua janela. Abri a porta e ergui minha mão, para que Bella segurasse.

- É lindo... - ela sussurrou, enquanto segurava minha mão e descia do carro, seus olhos varrendo e memorizando todo aquele cenário.

     Passei meu braço em torno de sua cintura. Bella juntou-se mais a mim e começamos a andar calmamente até o centro das rosas. Nos sentamos ali.

- Bella... - sussurrei. De que modo eu conseguiria forças quando eu já saberia o final desta história?

- Oi... - ela acariciou meu rosto com a palma das mãos. Fechei meus olhos enquanto sentia o carinho. Isso estava me acabando por dentro.

- Eu te amo... muito, muito, muito, muito, muito. - como um gancho, segurei sua cintura com uma mão e trouxe-a para sentar em meu colo.

- Eu também amo você, Edward. - ela me abraçou.

- Vou sentir sua falta... - falei baixo, tão baixo que duvidava muito que ela tivesse ouvido. Eu a apertei em meus braços com o máximo de força que eu pude.

     Bella se desfez do abraço e deixou seu rosto bem perto do meu, encostando sua testa na minha. Fui me aproximando, obedecendo aos olhos de Bella que ansiavam por aquilo. Os olhos dela se fecharam segundos antes dos meus e só parei de me aproximar quando nossos lábios se tocaram. Eu a beijei. E ficamos ali, esquecendo por um bom tempo do mundo lá fora. Naquela hora não existia mais ninguém para mim, exceto ela. Eu não queria largá-la por nada. Eu a amava. Esta era a verdade.

     Quando finalmente paramos o beijo, deitei sobre a grama, deixando que Bella ficasse deitada por cima de mim. Hmmm... A sensação de ouvir seu coração batendo forte junto ao meu. Eu não precisava de mais nada. Fechei os olhos, apenas sentindo a leve carícia dos dedos de Bella subirem e descerem em meu peitoral.

- O que eu posso fazer por você, Bella? - perguntei.

     Ela não respondeu. O que quer que ela quisesse, que ela pedisse, eu faria. Eram nossos últimos minutos... Qualquer coisa, qualquer coisa...

     Bella prendeu seus braços em volta de meu pescoço e jogou todo o peso de seu corpo para o lado, pedindo para que eu viesse para cima dela. Assim o fiz e rapidamente girei, para que ela voltasse para cima de mim. A brincadeira ganhou graça e ficamos girando assim por mais algumas vezes. O sorriso de Bella surgindo pelo canto dos lábios. Eu estava... feliz. Apenas por isso.

     Quando menos esperei, Bella saiu de cima de mim e começou a correr, se afastando de mim. A idéia de perdê-la... Não! Levantei-me da grama e comecei a correr. Eu não suportaria que ela partisse, mesmo naquele momento, sendo de brincadeira. Corri o mais rápido que pude e Bella corria, olhando para trás, rindo, e percebi que ela diminuía os passos propositalmente para que eu a alcançasse mais rapidamente. Eu a abracei por trás, segurando-a firme em meus braços, erguendo um pouco seus pés do chão e girando-a. O barulho dos nossos risos, aquele vento bagunçando nossos cabelos, era perfeito para um “adeus”. Perfeito e triste. Assim que parei de girá-la, caí no chão, cansado e Bella se deitou ao meu lado. Foi então que percebi que uma parte da tarde já tinha ido há muito tempo. 16:45.

     Levantei do chão e segurei as mãos de Bella, ajudando ela a se levantar.

- Quem chegar mais rápido, ganha o que? - perguntou ela.

- O que quiser. Tem direito a um pedido.

     Ela sorriu. Contamos juntos de um à dez e corremos uma área onde havia maçãs espalhadas por todo o local. Bella de inicio havia feito um esforço para chegar primeiro, mas algo nela, e eu percebi, fez ela parar e me deixar passar. Não relutei, porque algo em mim também dizia que eu iria precisar daquilo. Cheguei até as maçãs e esperei Bella chegar. Quando ela se aproximou de mim, fiquei de joelhos em sua frente e ergui a mão. Ela segurou. Como um cavalheiro, encenei uma reverência girando a mão direita três vezes enquanto a outra se encontrava em minha costa e inclinei meu corpo para frente, como provavelmente todos os súditos da antiguidade faziam sempre que se punham de frente com sua alteza. Ergui meu corpo novamente e Bella soltou minha mão. Segurou as pontas de um vestido imaginário e inclinou um pouco a perna, como uma camponesa dos tempos na renascença antiga. Rimos. Ofereci novamente minha mão para ela segurar.

- Aceitas essa humilde maçã como.... - parei assim que Bella teve uma crise de riso. Fiquei frustrado.

- Continue, Edward. - apesar da claridade do sol, pude ver como ela estava feliz.

- ...prova do meu amor, para te amar, te respeitar, até o ultimo dia de nossas vidas? Quer se casar comigo, Isabella Swan?

- Ah, meu Deus! - Bella soltou minha mão e cobriu a boca, surpresa. Jogou-se em meus braços e encheu meu rosto de beijos. Caímos novamente no gramado. - Aceito, Edward.

     Rimos de nossa própria brincadeira. Ela ergueu um pouco o corpo, para que pudesse olhar em meu rosto.

- Mas... - ela franziu o cenho, enquanto eu mordia a maçã. - Onde vou colocar a maçã? No meu dedo? - ela brincou.

- Não... - levei a maçã até sua boca e Bella deu uma mordida. Esperei até que ela engolisse e quando engoliu, perguntei: - Pronto. A “aliança” agora está dentro de você. Existe casamento mais perfeito que este? Quando a gente brigar, não vai ter como você jogar a aliança em mim, até porque ela vai estar em sua barriga.

     Bella riu, provavelmente achando toda aquela explicação ridicula, assim como eu.

- Bobo! - ela sorriu e me deu um beijo rápido.

     Ficamos ali, esperando o pôr do sol. Minha cabeça deitada no colo de Bella enquanto ela fazia um cafuné. Eu estava de bruços, com meus braços em volta de seu quadril.

- Fica comigo para sempre. - ela disse, parando seus dedos em minha bochecha.

- O que?

- Isso que você pode fazer por mim, Edward. - ela respondeu e eu logo lembrei da perguntei que fiz a ela horas antes.

- Se você permitir, eu vou ficar. Que outro lugar eu posso querer além do seu lado? - levantei minha cabeça de seu colo, sentando-me ao seu lado. - Que outro lugar, Bella? - beijei sua testa.

     Ela não respondeu. Apenas olhou para baixo. Eu ri. Passei o polegar em sua bochecha.

- Vamos?

- Sim. - ela respondeu e nós levantamos.

[pov. Bella Swan]

     Andamos de mãos dadas até o carro. Ele abriu a porta para mim; eu entrei. Esperei até que ele desse a volta e entrasse no carro também.

- Foi o melhor passeio de toda a minha vida. Obrigada. - agradeci.

- Você merece...

     Provavelmente adormeci o caminho inteiro, porque quando dei conta de mim, Edward estava com os braços apoiados na janela direita - onde eu estava sentada -, me olhando. Sorri meio sem graça.

- Bella adormecida. - ele brincou e logo abriu a porta do carro.

     Eu saí e andamos até a porta da casa.

- Esme... - Edward tocou a campainha.

     Graças à porta de vidro, pudemos ver quando Esme se aproximou de nós, vindo abrir a porta.

- Bella! Quanto tempo. - Esme vibrou e eu a abracei. - Como você está querida?

- Bem...

- Fiz um pudim maravilhoso. Você aceita um pedaço? - ela perguntou.

- Hã, mãe... - Edward interveio. - Acho que Bella precisa descansar um pouco antes de sairmos de novo. Tudo bem se deixar o pudim para minutos antes da gente sair?

- Oh, tudo bem, Edward. - Esme revirou os olhos e sorriu. - Vou deixar vocês a sós e quando precisarem, estarei na sala.

- Ok.

     Edward beijou o topo de minha cabeça e subimos até seu quarto. Ele girou a chave, abrindo, assim, o quarto.

- Fique à vontade, Bella. Vou tomar um banho rápido. Já volto.

     Fiz que sim com a cabeça e me deitei na cama, ouvindo o chuveiro ligar. Ouvi um barulho na porta e logo em seguida, alguém apareceu através dela: Jasper.

- Bella, você por aqui. - ele sorriu desanimado.

- Jasper... - mexi no meu cabelo, meio desconfortável. Sentei-me na cama.

- Vocês estão juntos... Hm... Parabéns! Bom, Esme vai servir o pudim agora para mim. Se você quiser, pode ir lá embaixo também. Vai ser um prazer dividir a mesa com você.

- Obrigada, Jasper. Daqui a pouco eu desço. - agradeci.

- Bella, tem alguém aí? - Edward desligou o chuveiro e perguntou, ainda dentro do banheiro.

- Não precisa dizer que estou aqui. Pode lhe dar problemas. Tchau, Bella. - Jasper saiu e fechou a porta.

- Não, não... - respondi, estranha.

     Deitei-me novamente e fiquei esperando Edward sair do banho. O telefone tocou, mas achei melhor não atender, afinal, seria falta de educação e invasão se eu atendesse uma ligação que era para ele. Ele tocou mais algumas vezes e a secretária eletrônica se encarregou disso.

- “Oi, você ligou para o quarto de Edward Cullen. Deixe seu recado após o sinal e o mais rápido possível eu retornarei... ou não”. Edward Cullen, meu senhor... - o cara na linha sorriu - Acho que eu nunca pude dar os parabéns corretamente, não é? Aqui é Aro.

     Sentei-me na beira da cama para prestar mais atenção àquele recado.

- Parabéns pelo namoro. Só não esquece que graças a mim, vocês estão juntos. Porque tu lembra, não é? Eu que seqüestrei sua querida namoradinha pra que você, o salvador, o reeeeeei - gargalhou mais uma vez -, pudesse salvar lá a donzela. Ei, cara, só que agora vou precisar de um favorzinho teu. Quero entrar pro time de vôlei e se você não me ajudar... Hmmm... - suspirou - acho que vou ter que contar seu pequeno segredinho para Bella.

     Minha respiração ficou cada vez mais forte e as lágrimas de uma hora para outra começaram a cair. Eu não podia acreditar que Edward tinha feito isso comigo só por um capricho. Cliquei no botão de atender.

- Não precisa contar, até porque a idiota aqui já sabe. Obrigada pela ligação, Aro. - desliguei o telefone.

     Comecei a chorar, não, não podia ser verdade...

- Bella... - Ergui o rosto e vi Edward parado na porta do banheiro. - Você... ouviu?

     Levantei da cama e olhei para ele triste, mas maior do que minha tristeza naquele momento, era o nojo que eu estava sentindo dele.

- Parabéns! Você conseguiu. - as lágrimas ainda corriam por meu rosto. - Não se importaria se agora seu troféu fosse embora?

- Bella... - Edward deu um passo em minha direção.

- Não... Fique aí. - andei até a porta do quarto, por onde Jasper tinha aparecido minutos atrás. O choro alto que eu estava segurando para soltar em qualquer lugar, MENOS perto dele, não conseguiu se conter, e eu chorei. Cada palavra que Aro havia dito naquela ligação me fez ter mais raiva de mim, de Edward e até mesmo de Aro. Como eu pude ter sido tão idiota? Como eu pude achar que Edward tinha mudado? COMO?! Burra, burra! Eu sou muito burra pra ter acreditado nele. Pra acreditar que o cara mais idiota, metido, arrogante e filhinho de papai tinha mudado por mim. Virei o rosto para trás, e ele ainda estava ali, parado. Me olhando. - Adeus, Edward.

     Desci quase que correndo até a porta de saída da casa.

- Bella? - Jasper me chamou, do lado de fora, dentro do carro. Corri até ele.

- Me tira daqui, por favor. Me tira daqui agora.

     Implorei, as lágrimas cada vez mais inundando meu rosto.

- Bella, o que houve? - Jasper me olhou assustado.

- Só me tira daqui, Jasper. Por favor.

     Ele ligou o carro mais rapido que pode e acelerou o carro. Pelo retrovisor, eu pude ver Edward aparecendo na porta.

     Cobri meu rosto com as mãos. Como eu pude ter sido tão idiota?

não perguntem: http://tinyurl.com/33d989f , the end. <3