Harry’s P.O.V

– Ah mas já começaram a festa sem mim?

Nunca me senti tão feliz por ver meu irmão, eu sabia que ele seria de grande ajuda, já que era um guerreiro melhor do que eu.

Enviei uma mensagem mentalmente com todo o plano que consegui fazer nos 30 segundos que se passaram.

Emily correu para ajudar Nora com Patch. Mason atacou Arrow pelo flanco direito, ele estava catatônico demais para reagir. Enquanto isso, invadi sua mente, era complicado, como um labirinto sem saída mas não impossível de resolver.

Enquanto ele lutava com Mason, eu lhe causava dor mentalmente, fazia ele ver miragens e imaginar coisas irreais. Ao mesmo tempo, mandava tudo que ele pretendia fazer para Mason.

Depois de algum tempo, tornou-se um jogo fácil. Arrow estava cansado, tanto fisicamente quanto mentalmente, então Mason só precisou chutá-lo na barriga e o derrubar no chão. Arrow estava derrotado.

Usamos as próprias correntes que ele havia usado para prender Nora. Assim que acordasse, estaria preso.

Entretanto, Nora estava preocupada. Era a primeira vez que Patch desmaiava em uma briga, então Nora pediu para eu entrar na cabeça dele e o acordá-lo. Perguntei porque ela mesma não o fazia, ela disse que estava esgotada demais. Não contestei.

A mente de Patch era ilusória. Era como caminhar dentro de uma nuvem, você não enxergava nada e quando mais andasse mais perdido ficava . Entrei tanto em sua mente, que vi coisas realmente horríveis, que eu nunca iria querer ver. Não demorou muito e consegui acordá-lo.

– O que fazemos com ele agora? – Perguntou Mason pra um Patch meio grogue.

– Interrogamos da forma necessária. – Respondeu , olhando para Arrow com raiva. Eu entendia o porquê.

Enquanto Arrow não acordava, jogamos papo fora. Questionamos como Mason fugiu e o porquê de Emily estar ali. Eles explicaram como Emily havia posto fogo nas asas de sua tia e na de Louis e como salvara Mason, voando com ele até nós.

– Não sei como lhe agradecer, querida.- Nora tinha lágrimas nos olhos. – Você ajudou muito nossa família. Se pudermos fazer qualquer coisa para ajudá-la ,nós faremos. – Ela disse enquanto apertava as mãos de Emily, em sinal de solidariedade.

– Nora está certa. – Afirmou Patch. – Mason tem sorte de tê-la como namorada. – Patch sorriu para o outro filho, enquanto dava tapinhas nas costas de Mason. Emily corou e Mason ficou branco igual papel.

– Pai, ela não é minha namorada. – Mason disse desgostoso. – Marie é minha namorada. – Não me senti bem ao ouvir aquilo. Principalmente, porque Mason dava ênfase nas palavras para me provocar.

Antes que a situação piorasse, ouvimos Arrow gemer.

– Tirem-me daqui. – Ele gritava.

– Mas é claro... – Patch deu um sorrisinho maldoso. – que não. Agora, você responde tudo que nós queremos saber e, talvez, não te matamos.

– E se eu não cooperar? – Perguntou um Arrow arrogante.

– Ai, com toda certeza, nós te matamos. – Respondeu Mason.

– O que querem saber? – Cedeu.

– Os arcanjos sabem de nossa existência? – Eu sabia a resposta, mas queria ter toda a certeza.

– Sim.

– O serafim pode mesmo nos matar?- Foi a vez de Mason perguntar. Emily estremeceu com a palavra serafim.

– Não sei a resposta para essa perguntar, mas creio que sim. O serafim nunca precisou matar seres como vocês. – Ele disse com nojo no tom de voz. – Mas como ele pode matar qualquer um, se esse for o seu propósito então creio que sim.

– Onde podemos encontrar o serafim? – Emily perguntou.

– Ah, entendo o seu interesse nele. Ouvi falar de você, querida. Se me permite dizer , é mais bonita que sua mãe. Bom, ele está constantemente mudando de lugar. Da última vez que o vi, ele estava em Nova York, mas já faz um bom tempo.

– Acho que isso é tudo que ele pode nos dizer. – Disse Nora.

– Certo, agora me tirem daqui. – Arrow exigiu. Todos sabíamos que não iríamos soltá-lo mas eu não tinha certeza se queria o matar.

– Não precisa fazer se não o quer, Harry. – Disse Patch. – Mason, isso é mais a sua cara, quer fazer as honras?

– Claro, pai. – Mason sorriu ao ver que , pelo menos em uma coisa, era reconhecido.

– Posso ajudar? – Pediu Emily. Todos se assustaram com o pedido, até mesmo eu, mas por um lado entendia o porquê. Ela também viu os pensamentos daquele cara.

Nora e eu nos retiramos da casa. Eu não sabia como iram mata-lo. Ele não era um anjo para morrer com as asas queimadas, além do mais, não tínhamos uma pena dele para acorrentá-lo no inferno.

– Ah, querido. Arrow é muito esperto, talvez não tenha reparado quando entrou na mente dele mas, ele esconde sua pena dentro do próprio corpo.

– Como assim? – Isso estava me aterrorizando.

– Ele injetou a pena dentro do próprio corpo, não me pergunte como. – Nora disse tão aterrorizada quanto eu. Nós conseguíamos ouvir os gritos de Arrow pedindo por misericórdia.

– Então...

– Sim, vão queimar o corpo dele vivo.

Aquilo era horrível mas eu sabia que se não o fizessem seria ele ou eu.

Logo, estávamos todos nós voltando para ColdWater. Emily seguiu seu caminho, não sabia para onde ela iria mas ela me prometeu que a veríamos em breve.

Mason não quis puxar assunto e foi direto para seu quarto. Eu inventei uma história para nossa vó, contando como foi a viagem de negócios e como aprendemos muitas coisas com o “papai”. Ela pareceu acreditar.

– Ah, querido. Antes que vá dormir, uma mocinha muito bonita chamada Marie esteve aqui procurando por vocês. Ela é sua namorada, querido? – Ela dizia com um grande sorriso.

– Ah, não vovó. Somos só amigos.

Tranquei-me em meu quarto e fiquei pensando no que fazer. Eu sabia que era errado, muito errado mas eu tinha que fazer aquilo. Ou nunca me perdoaria por não ter tentado. Eu tinha que fazer algo e tinha que fazer agora. Eu já havia tomado minha decisão. Era tudo ou nada. Agora ou nunca.

Não pensei duas vezes antes de por uma jaqueta, calça jeans, pular a janela e começar a trilhar o caminho que me levaria até a casa de Marie.