(Leviatã...o demônio? É só um sonho se acalme, você só está imaginando...Descobriu muita coisa hoje que acreditava ser impossível...É só um sonho.), ele retribuiu o olhar também com carinho.

-Lucífer, desconfia de algo? – Ele perguntou preocupado (Lucífer? É parece-me que as histórias que ouvia quando mais nova estão voltando á mente) – Sei o quanto teria problemas caso ele descobrisse. – Minha mãe se afastou um pouco

-Entenda, era para eu ser noiva “do demônio” literalmente é normal ele estar preocupado comigo –Ela olhou para ele e suspirou- Eu nunca desejei essa guerra alguns dos que são influentes no conselho também tentaram colocar juízo na cabeça de Lucífer, mas como sempre a última palavra...

De repente sinto um frio na barriga e paro de prestar atenção na conversa, sinto uma corrente elétrica passar pelo meu corpo invisível ao olhar para o céu acima de nós, vi uma figura cuja as asas eram negras e as íris dos olhos eram um vermelho vibrante e certamente sedento de sangue. Vi que ele olhava fixamente meus pais conversando, em questão de segundo seus olhos brilharam mais ameaçadores ainda [como se isso fosse possível] e ele avançou em direção aos meus paris e arrancou minha mãe do chão com um grito. (NÃOOOO) Gritei em minha mente, tentei me mover mas minhas pernas não se mexiam, virei para meu pai que estava parado fitando o céu e falou sozinho.

-Inferno! Sabia que isso iria acontecer. Se Lucífer encostar um dedo nela...Não ligarei para acordos, regras, e muito menos para a quantidade de demônios que existem no submundo irei lá e acabarei com todos! – Meu pai começou a ser tomado por uma luz intensa e de alguma forma abriu as asas vermelho escarlate e voou em direção ao céu.

Eu acordei e me sentei arfando e suando, olhei em volta e vi dois pares de olhos arregalados olhando para a minha pessoa. (Meu pai... um anjo de asas vermelhas...Deixe de ser besta Marrie era só um sonho mais nada)

Algo que encostou na minha perna e eu virei o rosto curiosa, vi que minha mãe ainda se encontrava desacordada, passei minha mão de leve por seu rosto e lembrei do sonho (Leviatã...Se anjos existem porque não existiria demônios também, mas se ela é realmente uma porque não nos defendeu dos Hunters em vez de aceitar fugir pela janela?) olhei pra Bill (Se ele soube-se teria me contado não teria? Calma só foi um sonho se acalme)

-Marrie...- Fitei o anjo que havia se pronunciado – Hum...Acho melhor você comer um pouco- olhei para o céu (Escuro e sem estrelas) voltei meu olhar para o que ele estendia para mim, tive uma pequena surpresa

-Onde vocês acharam bolachas? – Percebi que Bill olhava para a mochila (Como pode esta mochila ainda estar inteira?).

Analisei bem os dois, percebi que só o anjo estava com sinais de que fora atacado pois sua camiseta estava rasgada em algumas partes já meu tio estava praticamente do modo que estava antes, sujo de terra devido ao tombo que nós levamos durante a transformação, me virei para ver o estado físico de minha mãe, (Como eu pensei só eu e o anjo fomos atacados pelo gato...afinal ele era uma arma Hunter caçar anjos é sua função)

- Estão amaçadas e meio murchas, espero que não se importe – Falou Bill meio cansado, ele se deitou e me olhou pelo canto do olho – Se um de nós fosse procurar comida ou abrigo e o outro ficasse para vigiar vocês iriamos ficar mais “indefesos” por assim dizer então achamos melhor esperar vocês acordarem- Ele se virou para mim e para o anjo -  mas agora...eu lamento estou com sono e já sou velho...bom um pouco, vou dormir Felipe aproveite a noite e ensine a ela o que o pai não pode ou seja a controlar corretamente seu poderes – Bill lançou um olhar mortal – Se tentar ensinar mais algo para ela que não seja isso – Bill passou a mão pela katana que estava ao seu lado e completou a frase com os olhos brilhando mais ameaçadores ainda – Eu e minha amiga aqui voltaremos aos velhos hábitos.

Eu corei instantânea mente, ri nervosa e por dentro lá no fundo do meu coração mole algo doeu (Pois é parece-me que meu tio tomou o lugar de alguém que eu nunca achei que fosse possível), olhei para o anjo (Então o nome desta “coisa” é Felipe) tive que segurar a risada. Ele estava com a cara de quem não entendeu nada, após um tempo ele bufou, eu não aguentei e comecei a rir junto com o meu tio (Será que ele só tem a aparência de um adolescente?)

- Parece que não tenho com o que me preocupar – Bill disse e se revirou no chão – Boa noite Marrie – Eu sorri mas ele não percebeu (Boa noite tio...)

Um vento fraco passou e eu fechei os olhos para escutar o barulho das arvores balançando (Esse barulho transmite calma e sossego duas coisas que eu não tenho desde hoje de manhã) ri baixinho mas ao que parece o anjo escutou e me encarou estranhando.

- Algum problema? – Ele perguntou desinteressado (Se não quer saber não pergunta, caramba!)

- Não nenhum – Abri o pacote de bolacha e coloquei uma na boca. – Então Felipe...O que aconteceu enquanto eu estava desmaiada? – Vi os olhos dele brilharam como se tivessem percebido algo, ele se levantou e se espreguiçou, me peguei fitando seu tórax através dos rasgos na camiseta, desviei o olhar corada ( Pois é prefiro que ele ria de mim porque estou corada ao invés de me chamar de pervertida), ele começou a andar em minha direção – Vai aonde? Pensei que Bill tinha dito para me ensinar a controlar meus poderes.

- EU não vou, NÓS vamos! – Eu o encarei (Quem disse que você manda em mim, anjo de meia tigela?) provavelmente meu rosto estava engraçado porque ele riu – Eu irei te ensinar, por isso precisamos nos afastar deles – Ele se aproximou de mim, me ajudando a levantar e falou baixo o suficiente para que só eu escutasse – Seu tio pode ser bem...Perigoso...Quando quer – Ele desviou os olhos sarcásticos para a Katana (Então ele entendeu e estava se fazendo de idiota?) percebendo uma mudança em minha expressão falou – Sim eu percebi! Mas te treinar não é o único motivo de eu querer me afastar daqui – Continuou o anjo com a voz baixa (Epa, não estou gostando do rumo desta conversa...) – tenho umas perguntas que precisam ser respondidas e algumas respostas para as suas perguntas então prefiro que eles não escutem...Para seu próprio bem.

Felipe terminou de falar e passou por mim, olhando para as duas pessoas no chão escuto ele se afastar devagar (Perguntas e respostas...O sonho!) Olho para minha mãe, (Por favor não sei o que aconteceu com a senhora, mas tomara que esteja bem.) me virei e fui na direção que anjo havia tomado (Que perguntas será que ele quer me fazer?). Após um bom tempo caminhando encontrei ele sentado no pé de uma árvore

- Finalmente, achei que tivesse decidido não confiar no seu protetor, ou quem sabe você vinha atrás de mim mas se perdeu no caminho e ficou desesperada! - Estava escuro e aos poucos minha visão ia se adaptando, mas eu podia jurar que ele havia sorrido como se essa ideia o divertisse

- É mas isso não aconteceu - Disse eu “contendo a hostilidade” - O que realmente uma pena! - Ele certamente estranhou meu comentário - Se isso tivesse acontecido, aposto que Bill iria voltar aos “velhos hábitos” -Vi o sorriso dele sumir por uns segundos - Gostaria muito de ver esta cena- O seu sorriso voltou

-parece-me que eu tinha razão - Franzi o rosto - Você realmente é sádica!

- Certo PERIQUITO, era só isso que você queria? - Não sei quando e nem como mas ele se levanto rápido e falou no meu ouvido .

-Quem diria, minha protegida é sadomasoquista! - ele riu e se afastou encostando na arvore onde segundos antes estava sentado (Eu te mato galinha)

Eu levantei minha perna com intenção de chuta-lo na lateral de seu corpo, mas senti aquele familiar peso e olhei para minha perna já em movimento (NÃO), ela estava envolta da mesma luz que minha mão estava quando desferi o soco no gato (Merda!), tentei parar meu movimento com medo do que aconteceria caso acertasse o anjo mas só consegui fazer com que ela ficasse mais lenta. Senti ela bater em algo duro e cheio de pontas, (Ufa! Ele desviou e eu atingi a arvore) olhei para o anjo esperando sem saber ao certo sua reação, ele estranhamente me parecia pensativo e aliviado

-Agora entendo como matou o gato!

MARRIE OFF

QUEBRA NO TEMPO

CAIO ON

Ia começar a ir em direção á eles mas Matheus me segurou, olhei para ele indignado mas sabia exatamente o que ele iria falar.

- Não podemos, o dia para os Hunter termina assim que o sol começa a se por, caso o contrario as armas não funcionam direito nem mesmo a Katana! -  Eu olhei para ele com raiva (Malditas leis Hunters! ) mas não podia discordar afinal para completar a minha missão de levar a garota ao submundo eu precisava da ajuda dos "caçadores" - Não olhe assim para mim garoto! sei como você se sente também não gosto dessas leis e queria assim como você poder ir lá e terminar este trabalho agora, mas parece que temos um extra no nosso trabalho - Ele apontou para um menino sentado e eu percebi o que ele queria dizer ( AH MERDA!!! Agora sim vejo que meu pai tinha razão e os anjos realmente sabem da existência dela!) - Isso mesmo, precisamos relatar isto agora para a cede. Fique tranquilo amanhã ao nascer do sol nós voltamos atrás deles!

Matheus não esperou minha resposta apertou meu pulso e foi me arrastando para dentro do carro não me importei muito com isso (Quanto mais rápido eu chegar em casa mais rapido aviso o meu pai do "pequeno" contratempo. Entramos no carro sem cerimonia e fomos em direção ao hotel , entregamos a chave para o manobrista e logo em seguida fui cercado um monte de garotas histéricas pedindo autógrafos (Maldito disfarce Hunter...Porque na minha vida eu fui aceitar uma missão que precisava de tanto trabalho! Pai eu te juro que assim que nós vencermos a guerra eu vou estar mais forte que você e não mais precisar dessas missõezinhas bestas)

"AAAAAHHHH CAIOOOOO "

"ME DÁ UM AOTOGRAFO"

"AAAHHHH VOCÊ É MAIS BONITO PESSOALMENTE QUE NAS REVISTAS!!!!!"

Senti varias mãos tentando puxar minha camiseta e me arranhando nos braços, (Droga preciso sair daqui!)

-Desculpem meninas mas o meu cliente precisa descansar muito esta noite - ( Bom de vez em quando o Matheus até que serve para algumas coisa...) ele me tirou do amontoado de meninas e me levou em direção ao elevador, assim que a porta fechou ele começou a rir - Quando eu fico com raiva de você me lembro dessas cenas onde você o "pobre e coitado" modelo juvenil Caio não pode fazer nada e fico com muita pena - ele riu mais ainda (TSC...Ria mesmo enquanto pode...) sorri com esse pensamento . O elevador abriu e fomos em direção aos quartos - Você pode descansar e tudo mais hoje é meu dia de fazer aquele maldito relatório

Assenti com a cabeça e me virei em direção ao quarto, (Farei questão de trancar a porta assim não corro risco de ninguém me atrapalhar.) ao entrar no aposento tranquei a porta e joguei minhas coisas em cima da cama estendi uma mão e uma pequena luz apareceu no centro e com a outra mão esmaguei a luz formando uma pequena explosão . A explosão abriu um pequeno "buraco" no ar me permitindo ver meu mundo natal e uma pessoa que eu certamente não esperava ver

- Hora veja só se não é o pequeno Proibido!