MARRIE ON
 
Eu ainda fitava o anjo, que desviou o olhar da árvore para encontrar o meu, passei o olho pela extensão de seu corpo para ver se tinha algum indicio que eu o havia acertado (Isso é meio hipócrita da minha parte, afinal eu queria mesmo acerta-lo, mas não queria que ele perdesse uma perna ou que acontecesse coisa pior), Felipe se aproximou um pouco mais de mim.
 
-Como você exatamente matou a arma? - Havia algo nos olhos do anjo que eu não conseguia decifrar talvez fosse só curiosidade, (Eu deveria estar nervosa, não deveria? No final de tudo eu não sei. Só matei um animal que queria muito me machucar, qualquer um teria feito isso não teria? Sim, eles teriam. Mas não com um soco) - Você não quer me contar? - Ele ainda me olhava nos olhos e deu mais um paço para frente ficando a alguns centímetros de mim, recuei desconfortável com a aproximação. - Está nervosa? - Fiz que não com a cabeça - Posso te ensinar um truque para você mostrar ás pessoas aquilo que não quer contar! - Olhei com uma mistura de raiva e indignação, eu entendia que ele queria me ajudar mas por quê insistir tanto? 

- Por que quer tanto saber como eu matei aquele gato? - Parei de recuar e vi sua expressão ficar confusa com a minha pergunta - Responda-me! - Ele sorriu inocentemente (Esse cara é bipolar?)

-Não tem com o que se preocupar - Disse ele acabando de novo com a distancia que eu havia criado, Felipe ao se aproximar colocou uma mão sobre a minha testa, estranhei a atitude do garoto mas não recuei com o toque, sabia que ele não iria me machucar. - Lamento se minhas perguntas a incomodam! - (Não incomodam! Só não sei como responder) - Mas eu TENHO que saber o que aconteceu para poder tirar as suas duvidas e as minhas, e também eu tenho que ter certeza do tipo de poder você descobriu e utilizou - Nós ainda nos olhávamos nos olhos mas ele quebrou o contato visual olhando para baixo, senti sua mão ficar tensa na minha testa (E agora o que eu faço?)

Ele se distanciou de mim e parou um pouco mais afastado, vi-o juntar suas mãos afastadas do corpo e pronunciar algo que não consegui compreender. Um calafrio me atinge, percebo que as mãos do anjo estão brilhando e a nossa volta o vento se torna frio e forte , ele me olha e depois seu olhar se volta para as mãos que se abrem aos poucos revelando uma forte luz no centro que foi aumentando no decorrer do movimento.

O vento sessou e eu me aproximo da luz que agora era um pouco maior que uma bola de basquete. Estendo a mão para tentar toca-la e quando meu dedo encostou na luz sinto uma corrente de energia se soltar dela e passar para mim.  Minhas pernas perdem a força e eu sinto o chão tocar-me nas costas e o negro me domina por completo.

 PODER 1 ON

Abro os olhos e não enxergo nada a não ser branco (Outro sonho isso só pode ser brincadeira! Eu ainda nem me recuperei do ultimo que tive!) olho para o meu corpo e ele está "aparecendo" por completo, levanto minha cabeça e olho novamente para os lados e ainda não vejo nada.

-Tem alguém ai? - Grito (Isso não é muito inteligente mas....) só escuto os ecos produzidos por minha voz -  Olá? - Novamente só escuto os ecos.

Começo a andar no meio do nada ouvindo meus paços, não sei quanto tempo se passou desde que eu começara a andar mas já estava ficando cansada e não me contive comecei a gritar e a correr para todos os lados (No que isso vai te ajudar? Só vai fazer você ficar mais cansada), deitei-me no "chão". Sinto um ventinho em meu rosto e fecho os olhos me sentindo estranhamente calma (Pelo visto terei de me acostumar com esses sonhos doidos ou irei ficar doida.). Sinto algo se aproximando de mim e me sento olhando envolta, (está tudo em branco não tem nada mas...De onde veio o vento?) uma kunai passa pelo meu rosto com poucos centímetros de distancia e se finca ao meu lado, congelo no lugar ainda processando o que acabara de acontecer.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? -  Grito novamente e me levanto preparando-me para o pior - QUEM ESTÁ AI?

 Como resposta á minha pergunta vejo mais duas kunais [Não sei se é assim que se escreve ok] se aproximando rapidamente do lugar onde eu me encontrava, investi contra o chão esperando escapar das armas, o que funcionou, mas infelizmente quem estava atirando essas malditas parecia ter um estoque bem grande porque logo depois mais quatro kunais vieram em minha direção e mesmo se eu voasse não seria rápida o baste para escapar delas (Infelizmente eu tenho uma ideia mas é meio idiota e perigosa...EDAÍ a ultima que eu tive também era e por causa dela eu ainda estou viva).

Me jogo em direção á uma kunai que se encontrava jogada no chão rezando para ser rápida o suficiente e para o meu plano dar certo, agarro a kunai com uma mão e me levanto pronta para por o plano em pratica. Mas não havia sido veloz o suficiente, ao me por completamente de pé para desviar as armas a kunai que estava á frente das outras conseguira perfurar a minha perna esquerda causando-me uma dor intensamente forte (ARGH) sem ter tempo para pensar ou tentar ver o tamanho do ferimento comecei desesperadamente a desviar das outras três armas que vinham em minha direção, tentando a qualquer custo me mante viva.

Quando a primeira kunai me acertou não tive tempo para pensar em mais nada pois quando me dei conta a segunda arma esta quase entrando em minha barriga, segurei com mais força a arma que estava em minha mão e tentei ignorar a dor que estava sentindo, movi o braço que segurava a arma com agilidade e rapidez, senti baque das kunais tremular pelo meu braço e ouvi o ruído metálico provocado pelo choque das armas, vi pelo canto dos olhos, a arma que estava prestes a me dar outro ferimento voar para algum canto. A dor em minha perna aumentou e mordi os lábios tentando inutilmente esquecer a dor, senti um liquido quente e meio viscoso descer em grande quantidade por onde a kunai havia me acertado.

Sem tirar os olhos e a atenção das duas ultimas armas que vinham em minha direção, em uma velocidade muito maior comparada com a das outras e para completar a minha felicidade elas estavam lado á lado. Outra ideia me vem a mente e eu piso rapidamente em uma kunai que estava caída no chão á minha frente, fazendo com que ela "voe" eu a peguei com a mão esquerda sinto que a dor em minha perna estava abrandando e isso era o suficiente para que minha atenção se voltasse cerca de noventa por cento ás armas que vinham em minha direção ( Se eu não conseguir me defender destas duas armas, não terei que me importar com minha perna machucada ) Penso amargamente.

Movo meus braços em uma velocidade impressionante e sinto novamente o raspar de metais, fiz com que meus braços de alguma forma conduzissem as kunais  fazendo com que elas girassem e se atirassem para o local de onde vieram. Apesar de não ver não ver mais armas se aproximando fiquei tensa e segurei as duas armas em minha mãos fortemente

Após um tempo mesmo ainda desconfiada solto a arma que estava em minha mão esquerda fazendo com que ela fosse ao chão, movi a mão livre em direção ao cabo da kunai em minha perna e o arranquei sem dó, senti uma dor muito mais forte do que quando a arma perfurou minha pele e músculos, vi o sangue agora escorrer livremente por minha pernas (Ótimo! Se antes já estava sangrando muito agora eu estou morta de vez! Isso não deveria estar acontecendo é só um sonho) eu já havia deixado de acreditar que isto era um sonho á muito tempo. Volto meu olhar para os todos os lados e ele continuavam branco e agora sem movimentos.

-QUEM É VOCÊ GAROTA? - Escuto uma voz gritar ela estava claramente irritada mas eu só fora perceber isto mais tarde pois tentava controlar as batidas de meu coração, que estava acelerado devido ao susto que eu tomara (Cuidado! tenha calma esta voz deve pertencer a pessoa que me atirou as kunais) eu comecei a olhar para os lados procurando a origem da voz - VOCÊ NÃO IRÁ ME VER A NÃO SER QUE EU QUEIRA APARECER AGORA ME RESPODA GAROTA!- Perdi a calma (AH QUER SABER DANE-SE! não tenho que ficar calma para evitar algum acidente afinal esse maldito já me tacou sete kunais para me matar mesmo, e uma quase conseguiu completar o trabalho!)

-EU NÃO LHE DEVO RESPOSTAS CRETINO - Senti uma leve dor na perna, foi fácil ignora-la segurei a kunai que ainda se encontrava em minha mão direita com mais força fazendo com que os nós dos meus dedos ficassem brancos - VOCÊ ATIROU EM MIM SETE, SETE KUNAIS PARA ME MATAR MAS APENAS UMA QUASE CONCLUIU O SERVISSO! AGORA ACHA QUE TEM DIREITO DE EXIGIR RESPOSTAS? - Parei rapidamente para pegar um pouco de ar e continuei - SE QUISER SABER MEU NOME, VAI TER QUE VIR AQUI ME ENCARAR CARA Á CARA, PARA DEIXAR DE SER BUNDÃO, E ME FALAR SEU MALDITO NOME E O PORQUE DE VERDADE QUE VOCÊ ATIROU EM MIM!

Um vento forte começou a surgir de todas as direções possíveis me empurrando bruscamente para os lados. Me agachei para tentar ficar "firme" no chão, o vento começou a se tornar uma parede que me impedia de ver ou escutar qualquer coisa. Os meus olhos ardiam devido o vento e meus ouvidos zuniam alto e este barulho encobria qualquer outro. O vento cessou e eu escutei passos se aproximando.

-Vejo que agora demostra respeito! - Escutei a voz falar novamente em uma forma debochada, seguro a kunai e me levanto rapidamente olhando para a minha perna machucada, que já parara de alguma maneira de sangrar (tenho que arrumar um jeito rápido de cuidar dela...) - Sabe que fez coisa errada e agora sente vergonha ? - A raiva que sinto ao escutar essas palavra me enchem e eu grito

-EU FIZ COISA ERRADA? QUANDO? PELO QUE EU ME LEMBRE NÃO SAI ATIRANDO ARMAS MORTAIS NOS OUSTROS SEM MOTIVO SEU... - Seguro a kunai e olho par o ser em minha frente. Novamente vejo uma aparência humanoide com asas acopladas nas costas.

- Calma! Educação é boa sabia... - Ele se aproxima mais de mim e o vejo melhor. Era um anjo disto eu não podia discordar, aprendi da pior maneira que a aparência dos anjos é encantadora... O ser aparentava ter entre 20 e 25 anos, seus cabelos eram loiros, bem arrumados, seus olhos eram também de um tom amarelado mas não tão chamativo. Ele vestia uma calça de moletom e infelizmente estava sem camiseta...Senti minha face corar ao olhar seu peitoral bem definido e me forcei a desviar o olhar. Suas asas eram de um tom prateado e brilhavam. - Meu nome é Phinon, eu sou um dos três poderes celestes utilizados em situações desesperadas, como a que você passou quando matou aquela curiosa arma e desviando das kunais que eu lhe atirei. Precisava saber se você era esperta o suficiente. - Tentando sair do transe que sua aparência me induzia e ignorando a sua ultima frase falei

- Educação é boa...situações desesperadas... - De alguma forma consegui "ligar os pontinhos" - PODERES! VOCÊ ATIROU AQUELAS MALDITAS ARMAS EM MIM PARA ME TESTAR ? - Ele me olhou de uma forma indiferente (Nisso ele é diferente de Felipe)

- Lamento por sua perna e pela dor que você passou. Sim eu testei você, precisava saber se você conseguiria pensar e agir rapidamente em novas situações assim. Creio que você deve estar pensando "se precisa mesmo eu ser testada para te usar...como consegui usar lhe quando matei a arma?" - (Pois é isso nem passou pela minha cabeça) - Apesar de todos os que me usarem precisar passar por um teste meu, eu resido em suas essências angelicais, vocês conseguem me controlar sem os testes e sem minha permissão...mas isso acaba acarretando alguns problemas...Será que você poderia se sentar? - Olhei para ele desconfiada mas sentei-me no "chão" ele se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado.

- Quais problemas? Eu usei-lhe sem ter passado por este teste quando matei o gato e até agora não vi nenhum problema! - Ele esticou a mão e colocou-a sobre a ferida da perna esquerda, sua mão brilhou em uma luz branca que se dissipou rapidamente, quando retirou sua mão a minha perna estava como sempre fora sem nem uma marca ou cicatriz da "facada" que eu havia levado.

- Você não deve ter percebido mas olhe com muita atenção para as sua mãos. - Eu as olhei e me surpreendi um pouco ao ver as marcas em forma de caracóis que rodeavam minha peles em uma cor meio acinzentada - Esse é o problema, quando se usa muito o meu poder sem a minha "permissão" as marcas vão ficando mais aparentes, quando elas estiverem negras você não poderá mais me usar. Mas não tem com que se preocupar pois você passou no meu teste e logo estas marcas irão sumir. - Ele olhou fundo nos meus olhos e falou - Eu sei o que você é! Assim como é evidente para qualquer um que tem alguém muito....importante atrás de você...Boa sorte! - (Mas o que?) ele assoprou meu rosto e novamente ficou tudo negro.

PODER 1 OFF