Cale a Boca! escrita por Machyri


Capítulo 24
E a culpa é minha.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora de sempre ^^'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36483/chapter/24

Bêbes crescem rápido e às vezes você nem consegue notar, porque eles estão ao seu lado o tempo todo; quando os gêmeos fizeram um ano eu me senti a mulher mais velha na face da terra, era como se o mundo inteiro denunciasse para mim mesma a cada segundo de como eles estavam crescendo e mudando, e eu estava parada ali no mesmo lugar inútil de sempre, sem conseguir nada por mim mesma, isso deixa qualquer pessoa neurótica, é sério.

O colégio já tinha terminado com todas as glórias, mas eu não consegui passar em nenhuma faculdade simplesmente porque eu coloquei um curso diferente para cada faculdade que eu prestei vestibular, qualquer coisa servia, mas parece que eu não sirvo nem para qualquer coisa. Entrei para o cursinho, fiz milhares de testes vocacionais, mas não deu em nada, é minha vida é um desastre.

O Neji tentava a todo custo fazer a Tenten de "Rainha do lar" a cada tentativa ele passava de 15 a 20 dias dormindo no sofá, ainda está para nascer o homem que vai colocar ela para lavar pratos, palavras delas. Só isso mudou, o resto da minha humanidade continuava na mesma de sempre, quem passou na faculdade estava fazendo o que sempre quis, quem não (Naruto um belo exemplo de inútil... sabe quando você está na pior é bom saber que tem alguém pior que você, eleva a alto-estima, não que eu precise disso, mas...) já não era novidade.

Tudo que eu conseguia pensar era em como sair daquela casa, eu já tinha ficado louca com as loucuras daquele povo, Karin foi internada umas duas vezes por pico de pressão, e agora era viciada em antidepressivo, era só o que me faltava, Sasuke e Itachi tomando os porres habituais, a diferença é que Itachi tomou jeito e trabalhava direito agora, era quase respeitável, e Sasuke se afundava em escândalos com mulheres, isso não afetou muito a empresa em si, mas a imagem dele ficou muito manchada, quem daria credibilidade a um empresário que não sabe preservar a sua imagem? A Karin não ficava atrás, ficava correndo atrás dele a todo momento, ia em boates ia dava um show por que eles estava com outra mulher, ou outras mulheres; Isso tudo só levou com que meu dignissímo sogro fosse parar na mansão.

–COMO ISSO É POSSÍVEL? SE FOSSE O ITACHI EU ATÉ ENTENDIA POR QUE É UM PERDIDO, MAS VOCÊ? EU APOSTAVA TANTO EM VOCÊ! COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO? É A MINHA EMPRESA! O MEU NOME!

–Pai é melhor o senhor se acalmar, olha o coração.

–MEU CORAÇÃO ESTÁ ÓTIMO, OBRIGADO!

–Pai o senhor não pode falar assim com o Sasuke, a empresa não foi prejudicada em nada com a vida dele.

–CALA A BOCA ITACHI QUE A CONVERSA AINDA NÃO CHEGOU NOS ALCOÓLATRAS ANÔNIMOS!

–QUEM É DO AA AQUI? SÓ SE FOR O SENHOR! - eu dei um pulo do sofá e olhei bem na cara daquele pai escroto deles.

–VOCÊ TAMBÉM É OUTRA INÚTIL!

–INÚTIL A PUTA QUE TE PARIU! EU CRIO MEUS FILHOS MELHOR DO QUE VOCÊ CRIOU OS SEUS!

–Sakura calma querida, olha a pressão! - Karin tentava me fazer sentar de volta.

–Se vocês vão ficar aqui ouvindo esse filho da puta encher vocês de desaforo problema de vocês, eu não vou escutar nem mais um pio.

–Você vai sim, porque quem paga as suas coisas aqui sou eu, as suas e as dessa outra louca aqui, Karin você não consegue nem segurar um homem, você serve para que?

–A culpa não é minha sogro! Seu filho ingrato que nunca vem me ver, passa o tempo todo trabalhando ou com aquelas putas, sem falar com esses dois bebês zuadentos.

–Você não merece nem ser chamada de mulher! O que foi que eu fiz a Deus para merecer isso?

–Botou esses dois no mundo? - estava vestindo o casaco enquanto falava isso

–A culpa disso tudo é sua! Se você nunca tivesse conhecido o Sasuke nada disso estaria acontecendo!

–É fácil por a culpa nos outros né? Eu vou subir para pegar a Akemi e o Hideto, eu volto mais tarde viu? Fiquem ai curtindo o papai de vocês.

Subi e peguei as crianças, sai da casa ainda ouvindo todos discutindo aos berros, meu Deus em que família eu fui me meter? fui passear no shopping, nada melhor do que compras para acalmar o coração, sem falar que eles estavam precisando de umas roupinhas novas, todas as roupas estavam perdendo nos meus pequenos, não sei como se cresce em apenas um ano aquilo tudo, também quero essa fórmula mágica, acho que é leite materno, tanto faz, não vou crescer mais mesmo.

Quando eu voltei para casa estava uma paz anormal, nada de berros e barulho de coisas quebrando, muito estranho, fui na cozinha e não tinha mais nenhum empregado , eles já deviam ter ido embora, subi as escadas e botei as crianças no berço, abri a porta do quarto de Itachi, ele não estava, sexta a noite é óbvio que ele não estaria em casa, a porta do quarto do Sasuke estava trancada, e nenhum barulhinho de choro lá de dentro, muito estranho isso, entrei para o meu quarto, tomei banho, tranquei a porta e fui dormir.

Acordei com um estrondo muito alto, pulei da cama e fui correndo para o quarto dos bebês ver se eles estavam bem, o que quer que tenha sido não tinha sido nem no meu quarto e nem no das crianças, ascendi a luz do corredor enquanto voltava para o meu quarto e me deparei com Sasuke caido por cima dos cacos de um jarro carissímo da mãe dele, o vaso era enorme e pesado, deve ter sido isso o estrondo, desci as escadas correndo e fui ver como é que ele estava, tentei puxá-lo, mas fiquei com medo de que acabasse ferindo ele com os cacos do jarro, tentei acordar ele, mas estava tão bêbado que nem notou o que tinha acontecido, ele estava cheio de pequenos cortes pelo rosto, mãos e pescoço;

–Sasuke acorda! Acorda! Você quebrou o vaso da sua mãe e caiu por cima dele e tá todo machucado, Sasuke acorda! ACORDA SASUKE PELO AMOR DE DEUS!

Comecei a achar que ele tinha morrido, pelo menos estava respirando, eu não ia conseguir mover ele, era muito grande para mim, sem condições, subi para pegar meu celular para ligar para alguém vir me ajudar, mas quando desci ele estava sentado com a cabeça entre as pernas.

–Sasuke você está bem?

–Defina bem.

–Tá doendo em algum lugar? Quer alguma coisa?

–Sakura eu estou todo cortado, meu pai me afastou do cargo, eu sou casado com a mulher mais odiosa do mundo, a mulher que eu amo não me quer, eu não posso nem cuidar dos meus filhos direito, você acha que eu estou bem?

–Eu vou pegar água e um calmante para você;

–Não! Senta aqui comigo.

–Claro que não! Vou me cortar toda! E você tem que sair dai se não vai se cortar mais, vem eu te ajudo a ir para o sofá - ajudei ele a levantar e sentar no sofá

–Sakura fica aqui do meu lado, não sai não, por favor.

–O que é que você tem? Porre nunca te deixou assim.

–Sakura eu preciso de você.

–Essa ladainha de novo não!

–Mas é verdade, eu só estou assim por causa de você;

–Tá todo mundo me culpando hoje.

–Sakura se você estivesse comigo como eu queria, eu não faria nada disso, eu seria feliz com você.

–E eu ia ficar de amante? Era isso que você queria?

–Sakura procure entender, eu tive que casar, eu tive.

–Eu não vou entender, porque você não começa tentando me explicar?

–Eu não posso.

–Então eu também não posso te entender.

–Fica aqui comigo, não vai embora.

–Para mim já chega! Eu não quero mai ficar aqui com você, eu não aguento mais ficar do seu lado, você só faz as pessoas sofrerem!

–Não Sakura! Isso não é verdade! Fica aqui. Eu estou te pedindo.

–Eu disse chega.

–No dia em que eu deixei você naquela casa de campo eu não ia casar, eu voltei aqui para dar um fim nisso, mas quando eu cheguei aqui meu pai me ameaçou, disse que se eu não casasse sumia com você, as crianças, e ia falir o kakashi e o seu pai, eu não podia ser tão egoísta, eu fiquei com medo de perder você, e o único jeito de te salvar era te perdendo, eu não podia deixar ele te fazer mal.

–Como é que é? Você inventou essa história de bêbado agora foi?

–Não, eu juro que é verdade.

–Por que você não me contou isso antes?

–Eu não podia te contar antes, você podia fazer um escândalo e estragar tudo, e depois que as crianças nasceram eu fiquei com mais medo ainda de te contar, ele podia fazer qualquer coisa contra vocês.

–Eu não acredito que seu pai seria capaz disso.

–Ele é capaz de qualquer coisa pela empresa, ele ama aquilo, é a vida dele ali, ele não permitiria que ela fosse dirigida por estranhos, por causa de um "capricho infantil" meu e do Itachi.

–Eu continuo sem acreditar, eu sei que ele é duro com vocês, mas isso é chantagem! É crime!

–Eu sei, mas não posso fazer nada, é meu pai! Por pior que ele tenha sido para mim e para o Itachi, ele ainda é nosso pai.

–A gente não escolhe os pais, eu sei bem disso. Mesmo assim você devida ter me contado.

–Por favor, finja que não sabe de nada, e não faça nada! Eu tenho medo por vocês! Eu amo muito você, a Akemi e o Hideto, não posso deixar que nada de ruim aconteça com vocês.

–Eu não vou falar nada, mas também não vou ficar parada, isso interferiu na minha vida também! Ele não tinha esse direito!

–Sakura, por favor, eu realmente não sei o que você vai fazer, mas não sai do meu lado, por favor, por favor, eu preciso de você.

–Desculpa Sasuke, desculpa mesmo, mas você e eu fizemos escolhas e nós temos que arcar com a consequências delas; você se transformou num covarde, eu quero ver você voltar a ser o Sasuke corajoso que eu conheci, um homem decente, capaz de me dar orgulho ao dizer que é pai dos meus filhos, um homem que não trai, não engana e cumpri com suas responsabilidades, e infelizmente você não é esse homem nesse momento. Eu não posso mais ficar do seu lado.

Levantei e deixei Sasuke sentado sozinho no sofá, ele começou a me chamar a medida que eu me afastava, e quando eu estava no topo da escada ele já estava me gritando, ignorei tudo que ouvia, entrei no quarto da Akemi e do Hideto, dei uma última olhanda neles, na calma deles, em como eles não sabiam nada que ocorria ao redor deles, e os amei ainda mais por sempre sorrirem para mim, ainda conseguia ouvir o Sasuke berrar do sofá o meu nome, ele estava com a voz embolada, mas não parecia efeito do alcoól, parecia voz de choro, o choro de uma criança que chama a mãe, o choro que um dia meus filhos teriam, mas Sasuke não era meu filho, então ignorei, entrei no meu quarto e fechei a porta, deitei na cama, mas não conseguia dormi, tinha muitas coisas para pensar, coisas que eu não conseguiria entender por tão cedo, a única coisa clara em minha mente era como eu amava aquele homem que continuava a gritar meu nome no andar de baixo, chorando e implorando, como sempre o amaria com todo o meu corpo, alma e coração, e como me rasgava por dentro ouvir ele implorando a minha presença ao seu lado, a coisa que eu mais queria era ficar ao lado dele, quando ele pudesse voltar a ser o Sasuke que eu conheci e me apaixonei, adormeci com lágrimas no olhos, esperando que o Sol nascesse e trouxesse um amanhã melhor para mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cale a Boca!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.