Agora É Guerra! escrita por LDMRPB


Capítulo 8
Aquele das consequências.


Notas iniciais do capítulo

Eu postei rápido, hein?! Sabe a quem deve-se esse fato? Ao LINDO do Nock, que fez uma recomendação maravilhosa, que me deixou tão feliz e inspirada que esse capítulo praticamente se criou sozinho. Obrigada Nock, amei mesmo a sua recomendação, esse capítulo é para você!

Obrigada também a todos que comentaram, amo muuuito mesmo esses reviews.
Boa leitura a todos :)



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"As conseqüências dos nossos atos são sempre tão complexas, tão diversas, que predizer o futuro é uma tarefa realmente difícil"

Alvo Dumbledore

Eu imagino a reação dos meus pais ao receberam uma ligação às duas horas da manhã para avisar que a sua presença no colégio era fundamental devido ao fato do seu filho ter invadido a escola. Sinceramente, eu prefiro nem imaginar. O Sean ao meu lado batucava alegremente alguma música com os dedos esperando feliz pelo nosso destino trágico, esse garoto tem problemas, a cada minuto isso apenas se comprovava mais. Enquanto isso, eu observava atento demais os meus dedos, analisando-os, apenas para desviar os olhos da diretora que parecia ponderar algo em sua mente.

Eu gostava tanto daquela escola, realmente não queria deixar-la. Eu amava os garotos do time, eles eram grandes companheiros para mim, as garotas eram legais e claro que também tinha o David, mas acho que acima de tudo eu gostava de ser aceito. Todos sabiam dos meus pais e da minha orientação sexual, e por mais que tivesse um ou dois idiotas como o Sean, eu tinha medo de como poderia ser ainda pior em um novo colégio. Eu passei ali os vinte minutos mais agonizantes de toda a minha vida. Meu lábio superior estava inchado devido ao soco que levei, e o Sean colocara algum tipo de papel em seu nariz para impedir o sangramento.

Quando ouvi as batidas na porta respirei fundo pronto para encontrar o olhar decepcionado dos meus pais, porém encontrei-me com o olhar frio de um homem que com toda certeza era o pai do Sean, a aparência deles era bastante semelhante. Ele tinha cabelos dourados como o do filho e também era muito alto, estava um pouco acima do peso e podia-se notar uma barriga saliente por baixo da camisa social escura que vestia. Ele estava impecavelmente bem vestido e seus sapatos sócias brilhavam tanto que me fizeram questionar se ele havia engraxado apenas para vim para a escola. O Sean assim que notou o seu pai entrar no escritório da diretora ajeitou sua postura, criando uma aura tão ameaçadora quanto a do seu pai. Ele cumprimentou a diretora e sentou-se em uma cadeira ao lado do seu filho.

— O que o garoto aprontou dessa vez? — Questionou à diretora ignorando tanto a minha presença quanto a do seu filho.

— Sr. Stanford, boa noite. Peço que aguarde um momento, ainda estamos esperando a presença dos pais do amigo do seu filho. —

— Ele não é meu amigo. — O Sean rosnou, fazendo seu pai olhar-lo pela primeira vez desde que entrou na sala. As falas do Sr. Stanford, ou como eu agora o batizei, monstro pai, foram interrompidas pelas batidas na porta, que seguiram com a imagem dos meus dois pais. Eles, ao contrario do monstro pai, tinham evidentemente acabado de acordar. Os botões estavam abotoados errados, seus olhos vermelhos e cabelos bagunçados, além de que ambos tinham uma expressão bem pouco agradável em suas faces.

— Sr. Thompson, Sr. Davenport sentem-se por favor. — Sra. Ferrera cumprimentou meus pais apontando para as cadeiras ao meu lado. Pude perceber o olhar reprovador do monstro pai por alguns rápidos segundos que foram rapidamente substituídos pela sua carranca inicial. — Primeiramente gostaria de pedir desculpas por te-los incomodados em um horário tão inoportuno, mas sentir-me obrigada a chama-los hoje. Estou completamente insatisfeita e decepciona com os seus filhos. Ambos são atletas muito importantes para o nome dessa instituição, porém isso não os fará ter uma punição diferente do que eu daria para qualquer aluno meu, pois aos meus olhos todos são iguais. — Ela se pronunciou começando o discurso enquanto era ouvida atentamente pelos homens na sala. — Os dois cometeram uma infração gravíssima, invadiram a propriedade da escola. Eu ponderei bem sobre a punição dos dois, estamos no meio do primeiro semestre letivo, ambos são bons e dedicados alunos, com um histórico exemplar, e cheguei a conclusão que já que ambos apreciam tanto continuar no colégio após o horário de aula. Ambos trabalharam com serviços comunitários para a escola por um período de duas horas até o fim do ano. — Eu e o Sean arregalamos nos olhos simultaneamente. Pelo menos, ela havia ocultado o fato de como havia encontrado nós dois.

— Trabalho comunitário? Isso é um absurdo, meu filho não tem tempo para essas baboseiras. Ele precisa treinar para o campeonato e continuar a trazer troféus para essa instituição. — Monstro pai falou, sem alterar seu tom de voz.

— Tenho que concordar com o senhor Stanford. — Marco se pronunciou. — Por mais que eu entenda que uma punição é altamente imprescindível, os garotos estão no ultimo ano do colégio, têm que se dedicar às notas e as atividades extracurriculares e não à limpeza da escola. —

— Eu entendo, mas quero que vejam pelo meu lado também senhores. Eu tomei minha decisão e não pretendo muda-la. Mas caso discordem de mim, posso assinar os formulários de transferência agora mesmo. — Sorriu gentilmente. — Algum comentário adicional? -

— Claro que sim, isso é um absurdo! Os meninos invadirem o colégio só mostra o quanto a segurança dessa instituição é falha e como os nossos filhos não estão seguros aqui. Eu acho que o reitor concordaria comigo não é Sra. Ferrera? — Monstro pai ameaçou, trazendo um sádico sorriso aos lábios da diretora.

— O reitor já sabe e concorda com a minha opinião. Afinal a reitoria me promoveu, eu sou a nova reitora. Minha palavra final é esta, vocês podem concordar ou tirar os seus filhos da minha escola. Mais algum comentário? — Questionou. — Ótimo! — Respondeu assim que todos estavam em silêncio. — Eu gostaria de voltar a minha casa, e creio que os senhores também. Tomem sua decisão durante o fim de semana, e caso queiram continuar aqui, os dois — Falou referindo-se a mim e ao Sean. — Cheguem aqui uma hora antes do horário normal na segunda-feira para receberem suas devidas tarefas. — O monstro pai foi o primeiro a se retirar, sem pronunciar uma palavra e nem olhar para trás, seguido por seu filho, também em silêncio.

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— Você enlouqueceu Daniel? — Marco berrou assim que chegamos em casa, depois de uma longa, silenciosa e constrangedora viagem de volta para casa. — Como você sai de casa no estado que se encontra e ainda invade o colégio? Perdeu a cabeça? — Meu pai reclamava aos ventos, pouco se importando com o horário e que poderia acordar os vizinhos.

— Marco amor, acalme-se. Daniel vá para seu quarto, agora. - Rodrigo falou calmamente sem alterar nem um pouco seu tom de voz, era nesses momentos que eu sabia que ele estava irritado, quando ficava calmo demais.

— Acalmar? Como pode pedir isso? Ele podia ter se machucado, eu não vou perder meu filho, não vou! E sua mãe, meu Deus sua mãe vai me matar quando souber disso, ela já me acha irresponsável imagina quando souber que você fugiu no meio da madrugada! —

— Eu não to mais doente pai, me desculpa. Sério mesmo, eu sinto muito. To muito arrependido. —

—Arrependido de ter sido pego, só se for. O que eu faço com você garoto, sinceramente... — Ele andava de um lado para outro na sala, visivelmente alterado.

— Só não me tirem da escola, por favor. — Pedi com um voz chorosa.

— Ué, claro que não. Você vai continuar lá, e ainda vai fazer os tarefas que a diretora mandar. — Rodrigo se pronunciou dessa vez, recebendo um olhar incrédulo do marido. — Que foi? Ele merece ser punido, e pelo que eu conheço da senhora Ferrera ela não vai pegar leve. —

— Trabalhos comunitários? Só isso? De maneira alguma! Você está muito ferrado Daniel. Suba agora que eu vou conversar com o seu pai e depois ligar para a sua mãe, mas saiba mocinho que sua punição vai ser horrível, horrível mesmo! —

— Pai, a mamãe vai ficar uma fera, não liga para ela. - Implorei que nem uma criança pequena

— Uma fera quem está sou eu, se prepare que ela vai ser muito pior. Agora suba, foi uma ordem não um pedido. — Não esperei mais, de cabeça baixa subi as escadas lentamente.

Entrei no meu quarto fechando a porta e indo sentar na cama. O dia já começava a clarear, mas mesmo assim eu não tinha sono nenhum. Pelo menos eu continuaria no colégio, mas eu seria um mentiroso em dizer que não estava com medo. Eu estava morrendo de medo do castigo dos meus pais, principalmente quando conversassem com a minha mãe, aquela mulher era um doce, mas também uma bomba relógio, e isso com toda certeza iria fazer-la explodir.

Desde do meu acidente, que ocorrerá a um mês atrás todos estavam cuidando de mim como se eu fosse de vidro. Até mesmo o David estava mais carinhoso, sentia-o um pouco receoso de me tocar, mas mesmo assim ele sempre dava um jeito de me vê. Com ele em mente, decidir que seria uma boa ideia ligar-lo. Eu estava sem sono, com medo e precisando conversar um pouco, eu iria ligar para o meu melhor amigo, mesmo sabendo que o mesmo ficaria uma fera por ser acordado a uma hora dessas. Peguei o telefone e disquei o número que eu já conhecia de cabeça. Precisei ligar três vezes para poder ouvir sua voz irritada ao telefone:

Daniel, eu espero que seja algo realmente necessário, eu estava no meio de algo muito importante.– Sua voz estava visivelmente irritada.

— Olá para você também. Estou precisando do meu amigo. Ele pode me dar um pouco de atenção, ou tenho que me envolver em outro acidente novamente? — Eu sei, joguei baixo, mas eu podia ouvir uma outra voz que não era a dele na linha e aquilo me irritou, eram quatro da manhã e o pervertido já estava traçando alguém.

Espera! — Ouvi sua voz afastada falando com alguém. — Pronto, sou todo ouvidos. —

— Como você está? — Perguntei.

Sério, você não ligou para saber como estou. Corta o papo furado. —

— Ok, tenho uma pegunta melhor. Com quem você estar? — Indaguei curioso.

Com o Gabriel, mas isso é irrelevante. Me diga o que aconteceu logo, você está esquivando muito do assunto e isso está começando a me deixar preocupado.

— Ah, é que eu fui pro colégio e a diretora me pegou. —

Como assim te pegou?– Pude ouvir o tom sacana na voz do David.

— Meu Deus, seu pervertido! Ela me pegou invadindo a escola. Eu e o Sean, e agora eu to fudido. —

O Sean, o gigante da natação? O que você fazia com esse garoto no colégio? Ele não presta, Daniel! — Falou em tom de reprovação.

— Eca, porque todos acham que eu to pegando aquele menino? Meus padrões são melhores, fico extremamente ofendido, além de que ele não é gay. — Ressaltei.

Discordo, ele é enrustido e doido para meter nessa sua bundinha deliciosa, mas como sei que você vai negar, prossiga. O que aconteceu?

— Bom, fazia muito tempo que eu estava sem treinar, então fui até o colégio para matar a saudade, como geralmente faço. Parece que aquele idiota também faz isso, acabou que esbarramos e fomos pegos pelo zelador e a diretora ficou furiosa. Ai ela chamou nossos pais e agora a gente ta tipo tendo que escolher entre sair do colégio e virar aprendiz de zelador. —

Você não vai sair do colégio, vai? — Sentir uma preocupação exagerada em sua voz, que tenho que admitir, me deixou muito feliz.

— Claro que não! Mas o que me preocupa David, são meus pais eles estão uma fera, e cara eles querem ligar para a minha mãe. —

Caralho, tu ta fudido! Diga adeus a tudo que você gosta.

— Obrigado pelo apoio. - Ironizei. - Ah, ótimo!- Reclamei assim que comecei a ouvir aqueles sons que já me eram bastante conhecidos.

Que foi?– Indagou curioso.

— Meus pais estão sendo barulhentos novamente, e dessa vez não tenho direito de reclamar! — O David começou a a gargalhar. — Pare de rir! Olha vou desligar e aproveitar enquanto ainda tenho meu Ipod para não ouvir o gemidos deles. — Pensei alto me despedindo, aqueles dois eram coelhos por que sinceramente... — Desculpa por atrapalhar a sua foda, até segunda. —

Não se preocupe, estou sempre livre para você e eu vou voltar exatamente para onde eu estava. Beijo loirinho, até segunda. — Ouvir-lo falar na outra linha, já imaginando o seu sorriso, e em seguida ele desligou.

Então coloquei meu fones para não ouvir os sons eróticos que vinham do quarto ao lado e esperei o sono me tomar. Estranhamente a última coisa que passou na minha cabeça foi a frase do David ''ele é enrustido e doido para meter nessa sua bundinha deliciosa'', talvez por ser tão absurda ela tenha grudado na minha mente.


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Notas finais do capítulo

Olá meus amores, tem muita gente acompanhando e isso me deixa feliz, a falta de comentários que me desanima, mas fazer o que né? :'(
Esse capítulo não foi betado, sinto muito pelos inúmeros erros, mas minha beta está demorando e eu queria postar logo para presentear o Nock.
Capítulo que vem teremos personagem novo e vai começar o castigo, estou muito animada com a fic, espero que vocês também.
Beijooos e deixem sua opinião sobre o capítulo!