Agora É Guerra! escrita por LDMRPB


Capítulo 4
Aquele da minha festa favorita.


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem chegou (: Boa leitura pessoas ^^



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Capítulo 4

Aquele da minha festa favorita.

Dois anos e alguns meses, não sei ao certo quantos haviam se passado. De fato, muitas coisas mudaram nesse curto período de tempo. Pode não parecer surpresa para você, mas para mim havia sido, após tentar a seleção eu tinha sido aceito no time de basquete. Apesar de não ter me tornado titular do time no primeiro ano, pois me faltava inúmeros conhecimentos técnicos que não seriam compensados apenas pelo talento nato. Falando em talento nato, o David se tornou o primeiro titular da escola com apenas doze anos. Sua habilidade para o esporte, conhecimento de técnicas e esforço era algo estonteaste e o seu desempenho surpreendia cada dia mais. A aprovação do time junto ao moreno foi a chance perfeita para nos aproximar e hoje em dia ele já era o meu amigo mais próximo. Para minha infelicidade, apenas amigos, como o Rodrigo costumava dizer “unha e carne”.

Nesse momento o David dormia sereno respirando tranquilamente ao meu lado da cama. Era isso uma das inúmeras coisas que eu adorava no David, mesmo sendo hétero ele nunca teve problema em dividir a cama comigo, um homossexual assumido. Um costume um tanto quanto autodestrutivo que eu desenvolvi ao longo dos anos, após as festas de comemoração pela vitoria da equipe nós sempre acabávamos assim, dormindo juntos. Apoiei o corpo em meu cotovelo para poder admirar melhor a figura magnifica adormecida ao meu lado. Seu cabelo negro caia sobre sua face e seus lábios entreabertos pareciam convidativos demais.

Apesar de crescer em um lar onde eu claramente não sofreria preconceito, revelar a minha sexualidade não foi algo fácil. A ideia de se assumir é assustadora, além de parecer desnecessária. Meus amigos héteros não precisam afirmar aos pais sua condição sexual. Por que eu deveria? Mesmo assim, foi um momento importante e de aproximação com meus amigos e minha família. No colégio eu também não fazia questão de esconder quem eu era e apesar de ainda encontrar muitas pessoas preconceituosas a grande maioria me aceitava. Talvez pela minha forte amizade com o David, o garoto mais popular da escola, ou talvez simplesmente por ninguém se importar por quem um garoto como eu beijava nas festas. Apesar de conhecer alguns rapazes legais, as coisas nunca iam além de alguns beijos, de alguma forma não tão inconsciente assim, eu gostava de imaginar que estava me guardando para alguém especial. Para ser mais especifico, o meu hétero especial. Entretanto, depois da festa de ontem eu não poderia deixar de questionar se o David era realmente hétero, como afirmava ser.

Me deixei levar por meus próprios pensamentos, enquanto observava aquele tronco repleto de músculos descer e subir num movimento viciante para os meus olhos. Lembrando tão vividamente do dia anterior...

— Droga, nada fica bom em mim! — Reclamei na cabine de provar roupas. Ouvindo a risada do David em resposta, aquela risada tão bela que parecia competir com a mais bela das músicas já que nenhum som se comparava com aquele viciante timbre.

— Para com isso Dani, você está excelente. — David elogiou após a risada maldosa. Me olhei no espelho descrente, analisando se concordava com a sua afirmação. Eu definitivamente não estava excelente, ele devia apenas estar cansado de me ver provar inúmeras roupas. Estava me sentindo ridículo naquelas roupas, a camiseta branca definia a minha cintura e a calça estupidamente apertada marcava mais do que o necessário a minha bunda, que com os cabelos grandes que eu ainda mantinha, eu certamente poderia ser confundido com uma garota.

— Não, não estou! — Bufei irritado o encarando com a mão na cintura. — Eu nunca vou ficar bonito. — Falei com um ar deprimente.

— Para com isso, Dani. Você está ótimo, agora troca de roupa e compra essa mesmo. — Mandou.

— De maneira alguma eu irei para a festa assim! O Rafael estará lá, eu simplesmente não posso ir assim. Não sou como você, senhor perfeito, que fica bem até fantasiado de mendigo! — Reclamei com falsa indignação.

— Sério que toda essa preocupação é por causa do Rafael? — O David indagou revirando o olhos. Seria por sua causa, se você não estivesse comendo uma patricinha com TPM eterna que você insiste em chamar de namorada, idiota. Respondi mentalmente.

— Ele é muito gato e eu estou parecendo uma vareta atrofiada. — Foi o que decidi falar.

— Gato? Não sei o que aquele brasileiro tem de gato. E você está uma delícia, sua bunda ficou tão redondinha. Eu comeria! —

— David, você come qualquer coisa que se mexa, isso não é elogio vindo de você. E só para constar, o Rafael é quase um deus com aquela pele bronzeada e aqueles braços fortes, ele parece um Aquiles latino. — Suspirei depressivo voltando a me olhar no espelho. Acho que o problema é o meu cabelo, mesmo estando mais forte devido ao treino aquele cabelo longo de alguma forma ainda me deixa feminino demais já que as feições do meu rosto eram delicadas.

— David, o que você acha se eu cortar o cabelo? —Perguntei incerto, passando a mão pelas mechas quase brancas,

— Cortar? Quanto? —

— Muito, uma mudança radical. — Ele me encarou pensativo como se tentasse me imaginar com cabelos curtos. — Deixa, é uma ideia estupida, vamos sair daqui logo. — Acelerei a resposta com medo da opinião do moreno ser negativa.

— Sabe... — Falou se levantando do puff em que estava sentado e aproximando-se de mim. — Seu rosto é lindo, acho que ele merece ser destacado.— Falou enquanto acariciava o meu rosto com as costas da mão muito próximo de mim.

Se tinha algo que eu detestava no David era esses momentos, esses momentos em que ele alimentava as minha esperanças. E, como qualquer apaixonado iludido, fechei os olhos deixando-me ser acariciado, afundando meu rosto naquelas mãos gentis. Suas mãos pararam subitamente obrigando a abrir meus olhos, encontrando-o me encarando, com seus olhos fixos em meus lábios. Puta que pariu! O David ia me beijar. Fiquei nervoso e meu corpo tremia enquanto ele se aproximava cada segundo mais do meu rosto, chego a pensar que até fiz um biquinho vergonhoso, mas pouco importava, afinal o David ia me beijar.

Ia... Ah, malditas conjugações de verbo. Ele não me beijou, graças à maldita vendedora que chegou nesse momento inoportuno fazendo o David pular para longe de mim como se eu tivesse radiação em meu corpo e fosse contamina-lo.

— Vou levar só as calças.— Falei para a vendedora. Afinal se o David gostou da minha bunda naquela calça, ela precisava estar no meu guarda roupa de qualquer maneira.

— Loirinho, vou indo. Só faltam três horas para a festa, preciso me arrumar. Nos encontramos lá. — David avisou despedindo-se de mim.

— Ok, até mais.— Falei acenando com a cabeça.

— Ah, avise ao Marcão que dormirei lá, eu sei como ele vai amar a notícia. — Falou sorrindo maroto antes de se afastar definitivamente. Ah, meu pai com toda certeza odiaria a notícia, afinal está para nascer alguém que odeie mais o David do que o meu pai, mas ele tinha os seus motivos, já que o David amava provoca-lo.

Comprei a calça e fiquei vagando pelo shopping, esperando ver algo que me atraísse em alguma vitrine, quando passei em frente a um salão de beleza. Toquei os meus cabelos longos, é já estava na hora de corta-los. Entrei no salão recebendo olhares curiosos das senhoritas que ali estavam. Aproximei-me do balcão encontrando uma mulher com o cabelo maravilhoso, sorrindo largo para mim.

— Posso ajudar, gracinha? — Perguntou educadamente.

— Gostaria de cortar o cabelo. — Afirmei.

— Qual a hora? —

— Hora? — Indaguei confuso.

— Sim, a hora da sua reserva. — Sorriu forçado.

— Eu não fiz uma reserva. — Respondi constrangido já sentindo arrependimento de estar ali.

— Ah, querido, estamos lotados. Estamos sempre lotados, só trabalhamos com reserva. Você pode fazer uma reserva, temos vaga para daqui a duas semanas.— Sorriu com uma falsa gentileza. Mas qual seria o sentido de cortar daqui a semanas? Eu queria estar lindo hoje à noite, parece que mais uma noite eu serei ofuscado pelo brilho do David, adeus Rafael. Sorri desanimado para a mulher.

— Não será necessário, obrigado. — Agradeci já virando-me para sair do local.

— AÍ MEU DEUS DO CÉU! — Ouvi uma voz escandalosa vindo em minha direção, fazendo-me olhar assustado para a figura de um homem magro com pele negra e cabelos encaracolados descoloridos sorrindo em minha direção. — Para tu-do, seu cabelo é di-vi-no! — Falou mexendo em meus cabelos loiros.

— Er, obrigado.— Falei já sentindo as maçãs do meu rosto esquentar. Ele podia ser exagerado, e estupidamente mais velho, uns trinta anos aproximadamente, mas ainda assim era um homem atraente me elogiando.

— Ain que gracinha, ele ta corando! Você veio aqui com a sua mãe, anjinho?—

— Não, eu vim aqui cortar o cabelo, mas não tenho reserva e vocês estão lotados então já estou de saída. — Expliquei rapidamente desejando voltar para casa o quanto antes.

— Ah, mas de jeito nenhum que eu vou deixa-lo fazer isso. Jéssica, — Falou olhando para a mulher do balcão. — Cancele o meu próximo compromisso, seria um pecado deixar outra pessoa que não seja eu, o magnifico Alexandre, tocar nesses cabelos. — Sorri envergonhado enquanto ele me guiava para uma das cadeiras. — E então anjinho, o que vai ser? Um corte nos ombros, uma repicada leve? Estou ao seu dispor. —

— Eu queria deixar curto, não sei, ficar bem diferente, quero surpreender alguém. — Afirmei.

— Ain, que gracinha, tão jovem e já apaixonado. Querido não se preocupe depois que eu fizer a minha mágica, ela vai se apaixonar. —

— Obrigado, mas não sou tão jovem assim, tenho 14 anos. — Respondi levemente ofendido por ser tratado como uma criança.

— Quatorze? Mesmo? Não te daria mais de doze, mas de qualquer maneira, vamos à magia! —

O tempo passou demorado e eu já estava entediado, além de que o Alexandre proibiu-me de espiar o espelho, de maneira que eu só ficava assustado com a quantidade de cabelo que abandonava a minha cabeça. Eu com certeza ficarei careca!

— Terminei. Você está adorável! A pobre garota que se cuide, porque com toda certeza ela vai se apaixonar. — Quando ele virou a cadeira de maneira que eu pude me olhar no espelho, eu fiquei assustado. Aquela pessoa com meu rosto não parecia eu, ele era tão... Lindo e másculo. — E então, gostou? — O Alexandre perguntou com a voz carregada de expectativa.

— Eu adorei! Muito, muito obrigado! — Agradeci ainda abobado pela diferença absurda que um corte de cabelo poderia fazer.

— Não tem de quê. Você pode acertar com a Jessica. E venha quando quiser, será uma honra cuidar desses seus cabelos lindos.—

Depois disso, sai do salão e comprei uma camisa que havia em uma vitrine, sentia-me extremamente confiante e ansioso para essa festa.

xXx

Já em casa, tomei um longo banho e vesti a roupa, já era a hora da festa. Analisei-me no espelho mais uma vez. Usava a calça escura que o David elogiou, uma camisa azul turquesa com manga compridas e botões abertos que deixavam parte do meu peito exposto. Ajeitei um pouco os meus cabelos com a mão deixando arrumados de maneira despojada. Desci correndo as escadas encontrando meus pais no sofá assistindo a algum jogo na televisão.

— Vamos?— Perguntei animado.

— Meu Deus Gabriel, você cortou o cabelo! — Rodrigo falou.

— Gostaram? — Indaguei confiante fazendo pose.

— Está muito bonito filho, mas para que toda essa arrumação? — Questionou Marco de maneira desconfortável.

— A festa pai, eu avisei. Por falar nisso já está na hora, quem vai me levar?—

— Eu levo, seu pai quer terminar de assistir ao jogo, por mais que seja óbvio que o time dele vai perder. — Rodrigo comentou, provocando.

— Ok, vamos logo. Ah, pai, o David vem dormir aqui depois da festa, ok?—

— Deixa, eu levo. — Marco falou instantaneamente.

— Ok, vamos todos. — Rodrigo comentou e fomos os três em direção ao carro. Ao chegar à festa o Marco queria descer para xeretar, mas o Rodrigo, graças a Deus, tem bom senso e não deixou.

— Venho buscar vocês às uma da manhã, divirta-se e juízo.— Assim que o Rodrigo falou eu pulei do carro. Várias pessoas me encaravam, todas arregalando os olhos analisando-me. Ao entrar no time de basquete eu ganhei certa popularidade. Caminhava em direção a casa, assim que entrei notei o David no meio da pista dançando com uma menina que não era a sua namorada. Caminhei em direção a eles e cutuquei David nos ombros interrompendo sua dança.

— Oi, pensei que ia se atrasar como sempre. — Falei.

— Nossa, cortou o cabelo? — Perguntou arregalando os olhos ao me ver.

— Sim, ficou legal?— Indaguei com certa insegurança.

— Muito, você está lindo. — Sorri agradecendo e fui dançar próximo a eles, como era uma musica agitada eu não ficava sobrando. Após alguns minutos alguém chegou perto de mim.

— Quase não o reconheci. — Era o Rafael e ele estava lindo. Usava uma blusa branca com uma gola em V que contrastava com a sua pele morena e um jeans surrado. A beleza do moreno era simples e genuína, ele não era um garoto vaidoso, mas isso não o tornava menos atraente.

— Cortou o cabelos? — Perguntou chegando mais próximo e mexendo nos fios agora curtos.

— Não, ele tirou para lavar. — O David respondeu por mim com uma voz irônica e desagradável. O Rafael estava fazendo intercâmbio na nossa escola. Ele era naturalmente brasileiro e cursava o terceiro ano, sendo dois anos mais velho que nós, assumidamente gay e detestado pelo David que não gostava da atenção que o moreno chamava..

— Olá, David. — Rafael o cumprimentou, ignorando a infantilidade do mais novo. — Vamos conversar em um lugar mais reservado, Daniel? — Perguntou a mim com seu sotaque sedutor.

— Claro. — Acenei para o David e me distanciei com o Rafael. Nada de extraordinário aconteceu entre nós, a gente só dançava e trocava alguns beijos. Até que as horas foram passando e os adolescentes indo embora, a maioria bêbados. Analisando bem, acho que tirando eu e o Rafael, todos os outros estavam bêbados. O brasileiro não gostava do sabor do álcool e como estávamos trocando afetos acabei por não beber também. Quando o relógio bateu duas horas da manhã restavam poucas pessoas. O DJ já havia partido e as oito pessoas que sobraram sentaram no chão formando um circulo para jogar o jogo da garrafa.

— Eu giro primeiro. — Falou Marcela que era a dona da festa. Já visivelmente bêbada, assim como os demais. Ela girou a garrafa e a ponta parou em um brutamontes que os pais batizaram de Sean. Eles se beijaram. Depois o Sean beijou a Maria, a Maria beijou a Ana, a Ana beijou o David, o David beijou a Paula, a Paula beijou o Rafael, e quando o Rafael girou a garrafa caiu em mim.

— Eca, gira essa merda de novo. Não quero ver dois viados se beijando. — O Sean comentou.

— Repete isso, otário! — O David falou raivosamente. O David sempre foi assim, mesmo antes de nos tonarmos amigos, ele sempre me protegia dos idiotas preconceituosos que tentavam implicar comigo.

— Vai defender o amiguinho viado? Aposto que tu curte a fruta também! —

— Tenho certeza que se alguém curte alguma coisa aqui é você, eu já vi como você olha para o Daniel. — O David falou aumentando o tom de voz. E o Sean já bufava irritado ficando vermelho de ódio. — E quer saber? Aposto que só ta com inveja porque quem vai beijar ele não é você! — Após dizer isso, o David que estava ao meu lado me beijou, e não foi qualquer beijo, foi o beijo. Ele colocou a sua mão em meus cabelos e puxou-me para si com vontade, dando-me um beijo voraz, deixando todos, inclusive o Rafael, que parecia meio perdido na conversa, boquiabertos.

— Eu sabia que você era viado. — O Sean falou assim que o David me soltou, deixando-me tonto.

— Não sou eu que estou de pau duro .— David provocou e o Sean avançou para cima dele dando um murro na boca do David, assim começando uma briga feia, que só foi separada depois de alguns minutos e muito força de vontade do Rafael, que conseguiu separar aqueles dois garotos, que mais pareciam animais selvagens disputando um pedaço de carne.

— Daniel eu tenho que ir, a minha host family, não vai gostar se eu chegar assim tão tarde. — O Rafael comentou após a briga. O Sean havia ido embora com o olho roxo, e o David com o lábio cortado estava sentado no sofá acompanhado de mim e do Rafa. Parei por um momento de colocar gelo na boca ferida do David.

— Ok, te vejo amanhã .— Me despedi dando-o um breve beijo nos lábios.

— Eu me diverti muito. Eu sempre me divirto com você, Daniel. — Ele se aproximou novamente, prendendo-me em seus braços e beijando-me por longos minutos. — Amanhã eu quero conversar com você, algo sério. Boa noite, príncipe. — Ele virou e foi embora.

— Aposto que ele vai te pedir em namoro. — Virei para o David que ainda estava sentado no sofá colocando um saco com gelo nos lábios.

— Que ideia, David. Até parece que ele iria querer namorar comigo... Mas por falar em namoro, cadê a sua namorada? Porque você estava beijando a Anne?— Indaguei curioso.

— Eu já disse que ela não é a minha namorada. — Revirou os olhos. — Seu celular está tocando.— Alertou.

Ah, o David e a sua mania de não namorar, acho que ele era alérgico a relacionamentos sérios, coitadas das iludidas que achavam que um dia teriam o jogador só para elas.

Tirei o celular do bolso e atendi.

— Alô? —

— Filho estamos aqui na frente, desculpe o atraso, mas nós pegamos trânsito.— Ouvi a voz do Rodrigo no outro lado da linha.

— Ok, estamos indo. — Respondi e desliguei. — Vamos David, eles chegaram. —

— Já são três da manhã, por que eles demoraram tanto? —

— O trânsito. Vamos logo, o Marco odeia esperar. — Ele se levantou e caminhou comigo até a porta.

— Trânsito às três da manhã? — Comentou rindo, eu dei de ombros. Assim que entramos no carro o David cumprimentou os meus pais, respondendo o olá caloroso do Rodrigo, e um indiferente do Marco.

— Nossa, Marco! Como sua cara está estranha e você está todo suado, parece que tava se exercitando. Aposto que foi o trânsito... — O David comentou ironicamente, recebendo uma risada do Rodrigo e deixando o Marco corado. Era por isso que o Marco o odiava, ele o achava extremamente inconveniente e desrespeitoso.

Já em casa, eu e o o David fomos direto até o meu quarto, ele foi tomar banho enquanto eu ajeitava a cama.

— Nossa, como eu estou cansado. — Falou após sair do banheiro, vestindo apenas a calça do seu pijama deixando o seu tronco definido a mostra.

— Nem me fale, meus pés estão doloridos, acho que dancei demais. — Reclamei fazendo uma careta de dor,

— Dançou demais com aquele brasileiro. — O David falou se aproximando. — Mas agora eu entendo porque ele grudou em você. A sua boca é viciante. — Ele se aproximou mais e colou o nossos lábios por alguns segundos. Em seguida, foi até a cama dormindo quase que instantaneamente, me deixando paralisado ali, por um bom tempo tentando entender o que diabos tinha acontecido.


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Notas finais do capítulo

O capítulo demorou, mas saiu grandão né? *u* A fic já tá ficando próxima do presente, nesse cap o Dani ta com 14 anos, "atualmente" ele tem 17. Então daqui a pouco a estoria começa de verdade *uu* Criticas, sugestões, elogios... Eles são bem vindos viu? E podem me mandar msg também, eu adoro quando vocês fazem isso (:Alguém ai fez ENEM? Espero que tenha se dado bem (: Eu achei beeem dificilzinho T_T Bju ^^
*Host Family, é a família que a pessoa mora junto quando faz intercambio.