Rachel

- Você ta legal? – perguntei para a Sant, depois de um tempo deitadas na cama do quarto dela, encarando o teto.

- É um peso tirado das minhas costas. – ela sorriu – E eu amo isso.

- Meninas. – meu pai disse entrando no quarto – Achei.

- Seja lá o que é isso, você demorou. – a Santana riu.

- Pai, eu... Quero te devolver isso. – murmurei tirando a corrente do pescoço – Juro que só li o diário da mãe.

- Eu quero que fique com isso Rachel. Na verdade, o que eu fui procurar foi isso – ele estendeu uma corrente com um pingente igual ao meu e entregou para a Santana – Tem exatamente as mesmas coisas.

- Pai...

- Ouçam. Tudo o que esta ai, vocês tem mais do que o direito de saber. E eu sei que vocês já estão com as musicas da sua mãe. – ele sorriu – Sei que vocês têm uma gravada e quero ouvir. – ele sorriu – Ela iria adorar isso.

Ele nos olhou, sorriu, e, literalmente, pulou entre nós duas.

- Estou esperando.

- Não sei se é uma boa idéia. – murmurei.

- Discordo. – a Santana disse, foi até o radio e deu play.

- Por que isso tava ai?

- Boa pergunta. – ela sorriu.

Aos poucos as notas foram soando e eu respirei fundo. Seria estranho me ouvir em um CD.

O espaço entre nós

Começa a parecer que o mundo está se partindo

Como se eu estivesse enlouquecendo

E você diz que está chovendo no seu coração

Você está me dizendo que ninguém está lá

Para tentar e voar

Oh, mas isso é loucura

Porque querido, eu te disse, estou aqui de uma vez

Minha voz soou no radio e eu suspirei. Pelo canto do olho vi meu pai ficar... Surpreso?

Meu amor é como uma estrela, sim

Você pode não me ver sempre

Mas sabe que sempre estou lá

Quando você ainda estiver sem brilho

Tome o meu

E lembre-se que eu estou sempre perto

Se você ver um cometa

Querido, eu estou nele

Fazendo meu caminho de volta

Apenas siga o brilho, yeah

Isso não vai ser longo

Apenas saiba que você não está sozinho

A minha voz, misturada a da Santana, fez meu pai chorar.

Nós o abraçamos, e ficamos ali, deitados os três, até a musica acabar.

Eu tentei construir as paredes

Para manter você seguro quando eu não estiver por perto

Mas assim que eu estou longe de você

Você diz que elas roem

Mas isso não é sobre o tempo

Que nós não conseguimos passar juntos

É sobre o quão forte o nosso amor é

Quando eu vou e isso parece uma eternidade

Meu pai suspirou e eu sorri, sentindo como se algo me preenche-se. Assim como quando eu cantei a musica. Todas as vezes que cantei ela.

Meu amor é como uma estrela, sim

Você pode não me ver sempre

Mas sabe que sempre estou lá

Quando você ainda estiver sem brilho

Tome o meu

E lembre-se que eu estou sempre perto

Se você ver um cometa

Querido, eu estou nele

Fazendo meu caminho de volta

Apenas siga o brilho, yeah

Isso não vai ser longo

Apenas saiba que você não está sozinho

Você diz que o tempo distante faz seu coração crescer

Mas eu posso ficar só para provar que você está errado

Oh olhe para onde nós chegamos

Você não sabe?

Você não sabe que é o único?

Meu amor é como uma estrela, sim

Você pode não me ver sempre

Mas sabe que sempre estou lá

Quando você ainda estiver sem brilho

Tome o meu

E lembre-se que eu estou sempre perto

Se você ver um cometa

Querido, eu estou nele

Fazendo meu caminho de volta

Apenas siga o brilho, yeah

Isso não vai ser longo

Apenas saiba que você não está sozinho

A musica acabou e o silencio preencheu o quarto por um segundo.

- Vocês sabiam que essa musica foi feita pra vocês? – meu pai disse e nós o encaramos.

- Pra gente? – a Sant perguntou.

- Eu lembro do dia que ela escreveu. – ele sorriu – Foi um mês antes de vocês nascerem. Foi a ultima musica que ela escreveu. E cantou para mim. Eu lembro de disser que não entendi o que ela quis dizer em boa parte da musica. Não a musica sendo pra vocês. Ela sorriu e me respondeu “um dia você vai entender. Um dia, eu vou sentar em frente a um piano com elas, vou cantar, e explicar cada verso. Cada palavra. E ai, são elas quem vão te explicar.”

- Ela nunca teve essa chance. – murmurei.

- Não. – ele suspirou – Sabe, eu sinto que, seja lá onde ela esteja, ela esta feliz agora. Nos vendo aqui.

- Eu queria que ela estivesse aqui. – eu disse.

- Nós queríamos. – a Sant disse e meu pai sorriu.

- Com certeza queríamos.

- Obrigada pelo colar. – Santana sorriu.

- Use como uma lembrança minha. – ele sorriu.

- Você fala como se fosse sumir de novo. – eu murmurei.

- Um dia eu não vou estar mais aqui.

- Não quero pensar nisso antes do tempo.

- Não pense. Eu amo vocês.

- Eu também te amo. – eu e Santana dissemos juntas e sorrimos.

Minha família estava junta de novo. E sem nenhum assassino psicopata tentando nos atrapalhar dessa vez.