Rachel

- Então o meu tio te ligou e pediu pra você vir.

- Exatamente. – o Kurt respirou fundo e me encarou por alguns segundos – Você já superou?

- Não quero falar nisso.

- Vou considerar isso um não.

- Não enche.

- Você tem que esquecer isso Rach.

- É fácil falar.

- Você ainda tem raiva?

- Não. Mas me pergunto se não estavam certos.

Ele pegou um papel e me entregou.

- Você se lembra disso?

- Claro que lembro. – eu disse rindo – Belive in me. Nós escrevemos juntos. Foi a ultima coisa que fizemos antes de você ir embora.

- Exatamente. Lembra porque nós escrevemos?

- Aonde você quer chegar?

- Eu cheguei aqui e você tava no seu quarto, chorando, porque um garoto tinha te xingado e falado mal dos seus pais.

- Para Kurt.

- Não Rachel. Para você. Não é porque alguém fala que você é estranha que você é. Você tem que superar.

- Chega!

- Eu posso ser estranha e não ter pai ou mãe, mas eu tenho um cérebro. – ele repetiu a resposta que eu dei para um idiota uma vez – Você lembra dessa garota? Aquela que, apesar de tudo, acreditava em si mesma.

- Porque você ta me falando isso agora?

- Porque eu encontrei isso. – ele disse e jogou um pedaço de papel em mim.

Assim que olhei o papel entendi porque ele estava fazendo isso.

- Kurt, eu posso explicar.

- Você realmente pensou em se matar?

- Eu tinha treze anos. Nunca tinha conhecido minha mãe, estava fazendo oito anos que meu pai supostamente tinha morrido, o tio Will estava sempre trabalhando, o Blaine estava com raiva de mim e você tinha se mudado havia dois anos. E claro, tava sempre sendo zuada na escola. A morte não me parecia tão ruim assim.

- E como você ta agora?

- Bem melhor.

- Jura?

- Kurt, agora eu tenho meus amigos comigo. Você, a Quinn, o Blaine, a Sant, a Demi, a Britt e o Sam. Eu to melhor.

- Você não ta tão feliz quanto faz parecer.

- O que você quer com isso?

- Quero ter certeza que você ta mais feliz do que quando eu me mudei.

- Vamos dizer que eu to vivendo os melhores momentos da minha vida. – eu disse e pus a mão na barriga.

- Eu to preocupado com você Rach.

- Porque Kurt? Eu to bem.

- Rach, você pode enganar todo mundo aqui com essa história, mas eu não.

- E pelo visto nem a Quinn. – sussurrei baixo o suficiente para que ele não ouvisse, mas não funcionou.

- O que você disse?

- Você não mudou nada Kurt.

- Eu ouvi Rachel. Ela também percebeu não é? Você não pode enganar quem te conhece tão bem quanto eu Rach, e parece que sua namorada é uma dessas pessoas.

- Você sabe que nunca fui à pessoa mais feliz do mundo Kurt.

- Você nunca se esforçou Rachel. – eu ouvi alguém bater na porta.

- Essa conversa fica entre nós. – cochiche e depois virei para a porta – Entra!

- Vamos descer? – a Sant perguntou sentando na cama do meu lado.

- Não. – brinquei – Estamos bem aqui.

- Descer pra que? – o Kurt perguntou rindo.

- Achamos uma boa nos conhecermos melhor – a Sant disse – então pensamos em fazer um jogo de pergunta e respostas.

- Eu to dentro. – o Kurt falou animado.

- Pode ser legal – eu disse – Mesmo que eu já saiba tudo sobre todos vocês.

- Mentira! – o Kurt e a Santana falaram ao mesmo tempo e nós rimos.

- Da pra vocês três descerem logo? – a Demi perguntou entrando no quarto.

- Da não. – nós três dissemos juntos e rimos mais ainda.

- Vocês não tão bem não né?

- Estamos ótimos. – respondi.

- Só estamos... – a Sant começou.

- Felizes. – o Kurt completou.

- Ok. – a Demi disse e sentou do lado do Kurt – Sobre o que estavam falando?

- Eu tava chamando eles para descer.

- E então, vamos?

- To com uma preguiça. – eu disse e deitei na cama do Kurt.

- Deixa de ser preguiçosa garota! – ele disse rindo.

- Deixa de ser chato!

- To te falando como seu medico. – o que isso tinha a ver?

- E você é meu medico desde quando?

- Desde que eu voltei do Brasil só pra cuidar de você!

- Ta podendo heim Rachel. – a Demi disse rindo.

- Da pra você descerem? – a Quinn gritou da sala.

- Ela é bem prática. – a Sant disse rindo.

- Já vamos! – eu respondi e nós quatro descemos.