8-Fuga

Pov Sophia

Voltei da caçada com Selene, encontramos dois turistas bêbados nas vielas de Volterra. Eu não prestei muita atenção, só segui meus instintos de predadora. Estava inerte a tudo que Selene dizia, acenava e sorria quando era necessário.

Ainda não tinha tirado o beijo da minha cabeça, aquela cena passava na minha cabeça várias vezes.

Eu queria tomar uma decisão, eu devo tomar uma decisão para o meu próprio bem. Para começar eu nunca quis ter me tornado vampira, só o fiz por Selene, ela sempre teve medo da morte. E fui eu quem tive a estúpida ideia de vim para Volterra, terrível hora que decidi isso.

Estou pensando seriamente em ir embora de Volterra. Sei que se eu fugir eles vão vim atrás de mim, sei também que podem machucar minha amiga por essa atitude minha.

Isso não seria uma atitude impensada, estou pensando nisso a um bom tempo.

Mas para onde eu poderia ir? Estou com saudades da minha mãe adotiva, ela deve está preocupada, era para eu voltar de viagem há dois dias.

Eu não posso voltar ao Brasil, não posso a por em perigo. Acho melhor a fazer sofrer com a preocupação, do que vê-la morrendo pelas mãos de um vampiro.

Falando em vampiro, o que Demetri tinha na cabeça quando me agarrou e me beijo? Sim, beijou!

Agora eu estou aqui confusa, como estou com raiva dele!

Esse não é o motivo pelo qual vou embora, mas já está decidido.

Tomei um banho, vesti uma roupa confortável.

Peguei uma mochila com algumas roupas.

Look Sophia (fuga)

http://www.polyvore.com/look_sophia_fuga/set?id=87967019

Botei meu celular e meu dinheiro no bolso.

Fui até a cabeceira da cama, arranquei uma folha do meu bloquinho e escrevi um bilhete para minha amiga.

Sai do meu quarto, e por sorte não havia ninguém no corredor do meu quarto e de alguns outros guardas.

Corri, em busca da minha liberdade.

Eu só não contava com o que vi perto dos portões de Volterra, Demetri estava fazendo a guarda cidade.

Sai de Volterra, e entrei na floresta em direção ao aeroporto. Percebi que ele estava me seguindo.

–Onde pensa que vai?-perguntou sarcástico

Ele estava quase me alcançando, aumentei a velocidade.

–Te interessa?-perguntei, ao invés de responder sua pergunta.

–Se não interessasse não estaria perguntando!

–Se interessasse já teria respondido!-rebati no mesmo tom estressado

–Já falei que você me deve respeito!
–Vai se ferrar!

Disparei a toda velocidade deixando Demetri para trás.

Mesmo sendo rastreador ele parou e fez o seu caminho de volta ao castelo.

Provavelmente iria contar a Aro sobre minha fuga, o que diminuiria minhas chances.

Cheguei ao aeroporto, e fui direto ao guichê.

–Olá, em que posso ajudar?-perguntou a atendente com um sorriso forçado.

–Quero um jatinho particular imediatamente.

–Sem agendamento... É meio difícil.

–Dinheiro não é problema-disse mostrando uma boa quantidade de notas de 500 euros.

Ela sorriu e fez um telefonema.

Estão te aguardando no portão 17.

–Obrigada-sorri

Caminhei até o portão 17, quando cheguei lá havia um jatinho, um piloto e um co-piloto.

–A senhorita que pediu um voo urgente?-Falou o que parecia ser o piloto

–Sim, quanto vai me custar?

–150 euros.

Abri a carteira e entreguei a ele 200 euros.

–Divida o troco com o seu companheiro.

–Obrigada! Qual o destino?-Falou muito agradecido

Não sabia para onde ir, alguma coisa me dizia que deveria ir para América do Norte.

–Para Idaho, por favor.

Ele fez um gesto para que eu entrasse no jatinho.

–Boa viagem, disse o co-piloto.

Subi no jatinho sem nenhuma dificuldade

Idaho me aguarde.

Pov Narrador

Demetri entrou no castelo e foi direto na direção ao quarto de Sophia, chegando lá encontrou um bilhete na porta.

‘Selene, desculpa não me despedir. Era necessário. Não sei que consequências minhas atitudes trarão, mas quero que saiba que pensei muito antes. Vou sentir saudades, não tenho dúvidas. Sim, estou partindo. Volterra não é o meu lugar, pelo menos não nesse momento. Não escrevi para onde vou por motivos óbvios, e também porque ainda não me decidi. Não se preocupe, estarei bem. Se possível mandarei notícias. Se tivesse lágrimas elas estariam caindo no papel neste exato momento. Cuide-se amiga. Beijos. Saiba que eu sempre te amei, e sempre te amarei, minha melhor amiga, minha irmã. Até... ’

Assim que terminou de ler olhou para o lado e viu Selene entrando no corredor.

–O que você está fazendo aqui?-perguntou pegando o bilhete

Selene leu o bilhete rapidamente e olhou para Demetri com cara de poucos amigos.

–A culpa é toda sua!-Usou seu dom e o jogou longe.

O impacto de Demetri batendo na parede fez um barulho estrondoso.

Selene correu em direção ao salão principal, as portas estavam fechadas então ela resolveu bater.

Nada, bateu com mais força já perdendo a paciência.

–O que foi minha querida?-perguntou Aro aparecendo atrás dela com seu sorriso falso

–A Sophia foi embora-falou triste

–Como assim foi embora?!-Aro perguntou confuso

–Ela partiu... Ela foi embora...

–Como assim? Você tem certeza disso?

Selene deu o bilhete para Aro que o leu atentamente, e fez uma expressão séria.

–Reúna os principais guarda e traga-os até mim, é urgente.

–Sim mestre.

Selene saiu pelos corredores do castelo procurando os guardas.