Além Das Flores escrita por ThansyS, BiaSiqueira


Capítulo 23
Recomeço




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/364427/chapter/23

27 dias depois

– Atenção passageiros do voo 263. O avião partirá em 15 minutos.

A voz mecânica dizia em alto e bom som para ser escutada pelas milhares de pessoas que circulavam pelo enorme aeroporto. Um rapaz de cabelos castanhos e olhar resignado se apoiava discretamente na moça ruiva ao seu lado. Ao lado deles vinha um casal, a mulher carregava uma pequena mala enquanto o homem levava nos braços uma criança adormecida de rosto coberto para protegê-la do frio. Havia ainda um outro casal. A diferença de estatura entre dois notável. O homem carregava algumas malas em quanto apertava com força uma das mãos da mulher ao seu lado.

Andeza’s e Montanova’s passeavam por entre cidadãos como se não apresentassem ameaça. Ninguém notaria que, de fato, aquelas pessoas estavam no radar do governo, procurados por uma serie de crimes até o momento sem solução. Dezenas de assassinatos, perseguições e uma trilha de sangue e mistério rodeavam os donos de uma mansão escondida na zona rural da cidade. Em chamas, a casa que era evidencia da vida das duas famílias foi ao chão. Horas antes, outras duas passageiras já haviam passado pelo mesmo aeroporto. As matriarcas de ambas as famílias já não pisavam mais em solo canadense.

– Levante-se mamãe, hora de irmos para casa! – Uma voz serena fez com que a mãe de Derek Andeza saísse do estupor causado pelos remédios que vinha recebendo há dias.

– Apresse-se Derek, temos menos de quinze minutos! – um sussurro exasperado vindo de Andrews fez Derek se apressar para tirar daquela cama de hospital sua mãe. A senhora Montanova estava ainda desacordada em uma cadeira de rodas.

Derek estremecia ao lembrar do arriscado momento em que ele e Andrews, em pessoa, tiraram do hospital com vigilância policial as duas senhoras. Mas nada fazia o coração de Derek perder completamente a vontade de bater como os dias que se seguiram à sua liberdade do cativeiro. Os dias em que, impotente, ele pode apenas se sentar e esperar, pedindo aos céus por misericórdia que nenhum deles merecia, para que seu único filho se salvasse.

– Lilly, você precisa descansar! – Janina dizia a filha que desde o primeiro momento em que eles haviam chegado àquele hotel, não havia saído do quarto de James. Eles demoraram sete dias para que estivessem todos reunidos no mesmo hotel. Caso chegassem juntos, levantariam suspeitas. Há sete dias James jazia numa cama comum, sem amparo médico, depois de ter recebido na ambulância da própria fuga os cuidados mais arriscados,esperando que seu corpo sozinho fosse capaz de se curar. Há sete dias Lilly se recusava a falar.

– Lilly, vá se trocar, tome um banho, você precisa se alimentar! – Andrew se intrometeu ao ver a inércia da filha diante das palavras da mãe. E ouvir a voz do homem que ela por toda a vida havia chamado de pai fez com que a jovem finalmente levantasse o olhar.

– Escute o seu pai filha... – Janina pediu e Lilly finalmente se pronunciou.

– Ele não é o meu pai... – O sussurro da garota foi como um tapa direto no coração de Andrew.

– Diga que sou uma marginal Lilly, diga que sequestrei sua mãe. Diga que sou um sadista, alguém que não merece viver. Diga que eu fiz tudo errado, mas tenha certeza que nunca você irá me ouvir dizer que se alguma das malditas coisas que fiz me trouxeram vocês não valeu à pena. – Andrew respondeu n o mesmo tom de voz usado pela filha. – Diga ainda Lilly que não foi por meus esforços que você foi concebida, mas nunca, nunca mais repita essa maldita frase e diga que eu não sou o seu pai. Eu mergulhei fundo de mais para resgatar minha alma e não vou abrir mão dela agora. Você e sua mãe foram a minha salvação mesmo quando eu esperava ser apenas a maldição da de vocês. E eu amo você filha, como amo a sua irmã. Só de um jeitinho um pouco diferente de como você ama o James...

– Fico feliz de não sermos primos... - Um terceiro sussurro se fez ouvir e com lágrimas nos olhos Lilly viu seu mundo inteiro se reconstruir outra vez.

– Atenção passageiros, ultima chamada par ao voo 263 com destino Rio de Janeiro, Brasil.

A voz mecânica voltou a soar e minutos depois aquelas sete pessoa embarcavam em um novo destino para suas vidas. E o fim deu inicio a um recomeço. Na terra onde o sol impera, eles voltariam a fazer morada. E Andeza’s e Montanova’s encarariam agora o lugar onde tudo começou. Eles estavam voltando.

Para evitar que um atentado como o ultimo voltasse a ocorrer, unidos, como a família que sempre foram eles estavam retornando ao Brasil para atar de uma vez por todas, toda e qualquer ponta solta. E se uma nova ameaça outra vez viesse, desta vez, eles estavam preparados. Juntos. Por que assim como os preciosos lírios tiram a melhor parte do lodo para si, eles se ergueriam. Agora já atentos ao fato de que mesmo a mais bela flor acaba suja pela podridão que a cerca, mas ainda assim, sua beleza é sempre a que se sobressai. Eles pisavam em solo brasileiro então, com a certeza que há muito mais na vida, além das flores.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E para Além da flores, é então, o fim!
Obrigada Deus por ter me ajudado até aqui, e obrigada a todos vocês pelo carinho!
Mil e dois beijos e fiquem com Deus!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além Das Flores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.