Além Das Flores escrita por ThansyS, BiaSiqueira


Capítulo 13
Escudo humano


Notas iniciais do capítulo

Gente, espero mesmo que vocês gostem!
Quem ta lendo e quiser favoritar, eu vou ficar muito feliz :)



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- Segure isso, e se apoie em mim caso queira atirar. Atire assim que perceber que estão olhando por mais de três segundos para você. – Ele disse já se abaixando para tirar do coturno, a arma que trazia presa na parte mais baixa de sua calça.

- Por questão de curiosidade apenas, por que é que eu devo atirar se me olharem por mais de três segundos, James?  - Lilly perguntou e James sorriu antes de responder e rapidamente voltar a correr com ela pelos corredores.

- Se um cara olhar para você por mais de três segundos é por que tem algum interesse em você. Ou ele quer te beijar, ou ele quer te matar, e nem um dos dois é nossa prioridade agora. Então, é só atirar e correr. Sem beijos, sem mortes.

Lilly queria responder, e de fato, ela iria, caso no instante seguinte os passos distantes não estivessem parecendo tão perto.

James apertou o passo na direção da saída mesmo que todos os seus instintos o estivessem advertindo para fazer o oposto.

- Você devia ter me ouvido e trazido o colete a prova de balas que nós deixamos na droga do carro. – James resmungou para Lilly e ela revirou os olhos mesmo que tivesse plena certeza de que James estava certo.

- E você preferia arriscar nosso disfarce? – Ela perguntou e ele acenou afirmativamente com a cabeça.

- Se isso me fizesse ter certeza de que você não estaria em perigo de morte eu preferia sim. – Ele respondeu parando bruscamente e em instantes puxando Lilly para junto de si.

- Que droga você está fazendo? – Ela perguntou ao notar que ele estava desviando do caminho da saída do hospital.

- Ande mais e pergunte menos. – Ele falou, mas ao perceber os passos mais pesados dela ele foi obrigado a se pronunciar outra vez. – Se continuarmos nessa direção vamos encontrar provavelmente uns cinco ou seis caras nos esperando. Se formos na direção da qual estão vindo os passos provavelmente encontraremos apenas uma ou duas pessoas já que o objetivo delas aqui é, simplesmente, nos fazer ir direto para a armadilha.

Lilly não teve tempo de retrucar ou perguntar de onde James havia tirado aquilo. No instante seguinte, ambos se depararam aos dois homens a quem James havia se referido antes. Eles estavam com mascaras cobrindo quase todo o rosto, mas o olhar surpreso deles foi impossível de ser escondido.

James puxou Lilly para trás de si e com um movimento rápido colou suas costas nas dela.

- Me dê cobertura e não hesite em atirar. – Ele ordenou para ela enquanto colocava a arma que tinha em aos em posição de ataque. Os dois homens fizeram o mesmo esperando que ele voltasse ao caminho anterior, mas James não o fez. Parado no local onde havia chegado foi ele quem deu o primeiro tiro.

Lilly gritou com o susto sentindo imediatamente o pequeno impacto que o corpo de James fez indo de encontro ao seu após o tiro. Eles estavam em campo aberto, frente a frente. Cada bala teria caminho certo.

James notou o colete que um dos homens usava e rapidamente atirou nos braços dele que estava desprotegidos. Não sem antes ser atingido certeiramente no peito por um tiro do segundo homem, que bufou em protesto ao notar o colete a prova de balas. O impacto, porém foi suficiente para fazer James dar três passos para trás. Ele só não caiu por estar encostado em Lilly que sustentou seu peso com o próprio corpo. O primeiro atirador largou a arma e se distanciou com o braço sangrando. Ele sabia que estava desprotegido e o rosto do rapaz Madison, estava de fato, bastante assustador. O segundo atirador foi ao chão devido ao tiro acidental disparado por James ao ser atingido. O ombro do homem estava ferido e aproveitando o momento James atirou contra a perna dele o deixando impossibilitado de se levantar.

- James! – Lilly gritou saindo de posição ao ouvir o ultimo disparo. Ela tremia como nunca antes e no momento em que James se virou para encara-la de frente, ele viu aquilo que o fez agir por impulso.

Três homens armados haviam acabado de chegar ali e vendo a posição desprevenida de Lilly um deles preparou o disparo. James não viu o momento em que ele puxou o gatilho já que no instante seguinte ele empurrou Lilly contra a parede do corredor e fez a si mesmo de escudo humano para proteger o corpo dela.

**

- Ah meu Deus! – O grito desesperado veio da mulher de meia idade que estava presa à cadeira no meio do antigo salão. Layane Andeza havia acabado de ver seu único filho ser atingido por um tiro nas costas.

- Desgraçado. Seu desgraçado, eu juro por Deus e por tudo o mais que você quiser que eu vou te matar. – Derek gritou se sacudindo aponto de tirar a cadeira do lugar.

- Calem a merda da boca para ver o filme. – O homem no canto da sala sorria macabramente enquanto saboreava os olhares de puro desespero estampado nos olhos dos quatro reféns presos ali na sua sala.

Janina chorava descontroladamente e até Andrews tinha lágrimas nos olhos. No imenso telão à frente deles estava a imagem das câmeras de segurança de um dos hospitais da cidade. Naquele momento, mostrava James servindo de escudo para Lilly e no momento após esse, eles viram outra cena. Lilly que estava completamente coberta pelo corpo de James o havia enlaçado pela cintura no momento em que ele foi atingido pelo primeiro disparo. A mão direita da garota sustentava uma arma bastante pequena, mas que foi a responsável pelo disparo que atingiu um dos atiradores em cheio o derrubando no chão, já que ele não estava protegido por um colete como os dois primeiros estavam. Layane soluçou em um misto de desespero e alivio ao notar que assim que Lilly empurrou James de encontro a parede na qual ela estava apoiada, ele demorou apenas alguns segundos para reagir e disparar rapidamente contra os outros dois atiradores que assistiam à cena quase que surpresos. Um deles disparou uma ultima vez antes de tudo acabar atingido o ombro de James que não estava devidamente protegido já que uma vez mais, ele se colocou na frente da garota.

O angulo da filmagem de repente mudou revelando o momento exato em que os dois jovens entram pelas escadas de emergência do hospital.

- Eu gostaria mesmo de saber até quando vai durar a sorte desses dois. – O senhor H. disse ao parar o vídeo. O único som que agora preenchia a sala eram os soluços das duas mulheres ali presentes. – Mas eu não vim até aqui apenas para dizer isso a vocês. Na verdade eu vim trazer uma ótima noticia para todos. Na verdade é bem mais do que uma ótima noticia.

Dizendo isso a porta do salão de repente foi aberta revelando um homem que trazia nos braços uma criança enrolada a um lençol. A garotinha dormia quase que toda coberta e ao perceberem de quem se tratava mais uma onda de lágrimas, gritos e xingamentos ecoou pela sala. Uma velha senhora trazia nos braços a pequena Alice, que com a aparência serena de um anjo, estava adormecida.

-Alice! – Janina e Andrews exclamaram ao mesmo tempo em que Layane arregalou os olhos e Derek praguejou.

- Pelo amor de Deus, ou do que quer que você ame nessa vida, não machuque a minha filha. – Janina pediu entre lágrimas e sua voz mais parecia um ganir engasgado.

- Pelo amor do que eu mais AMO? – O senhor H. riu da palavra antes de tomar a menina nos próprios braços. – Amor foi tudo o que eu não conheci de verdade, e se eu bem me lembro, isso se deve a vocês. – Ele disse enquanto sacudia a menina para fazê-la despertar. A velha senhora comprimiu os lábios em sinal de desgosto, mas era visível que nada ela podia fazer.

- Eu trouxe essa criança viva até aqui apenas para provar que se eu quisesse realmente cada um de vocês já estaria morto. Vocês acham que seria fácil assim para James e Lilly caso eu não quisesse facilitar? Aqueles homens não eram o que eu tenho planejado para eles. Aqueles homens foram apenas necessários para nos dar um pouco mais de diversão. Nesse mesmo momento, agora, eu tenho esse telefone, que assim que eu apertar o botão de “enviar” a mensagem que vai dar inicio ao verdadeiro teste vai ser lançado. – Ele falou mostrando o aparelho de celular que tinha na outra mão. Alice chorou no momento em que viu a mãe e o pai ao seu alcance enquanto ela estava nos braços daquele estranho.

Uma nova imagem apareceu no telão. Nela, Lilly e James entravam no carro alugado do lado de fora do hospital e o rosto deles estava bastante visível, mesmo na ausência de cores.

- Essa é a imagem que vai estar na mensagem que eu vou enviar. – O senhor H. sorriu ignorando o choro compulsivo da menina em seus braços. – “100.000$ para quem me trouxer a cabeça de Lilly Carter e James Madison”.

Ele leu a mensagem como quem falava sobre a previsão do tempo. O choro de Alice passou para gritos no momento em que a velha senhora a tomou de volta nos braços e a tirou da sala. A menina dizia “mamãe, papai, tia Lay, tio Deck” com o tom de voz de alguém bastante desesperado. Janina tentava tranquilizar a filha, Layane tentava conter a si mesma enquanto em um acesso de fúria e desespero, Andrews Montanova e Derek Andeza choravam.


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Notas finais do capítulo

E então?
Beijo Beijo e fiquem com Deus!



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