Sarah's Umbrella escrita por buckyonce


Capítulo 9
Sarah's Christmas.


Notas iniciais do capítulo

He-ey pessoinhas!
Gente, eu tô escrevendo demais, fala sério.
Bom, vim postar esse porque daqui á dois dias vou estar indo para o litoral!
Quem gosta de praia? Eu adoro ♥
Ah, sim. Agradecendo á linda da Biazitha pela recomendação e pelos comentários da AnnyAlmeida, Karina Maslow e Elise, no caps passado. Meninas, thank ya, babyz ♥
Nesse caps, vocês vão vomitar arco-íris com a fofura de Sandall, sério. Teremos o tão esperado beijooooooo *ooooooo*
Ai, Sandall é vida, meu ♥
Ah, e duas personagens aparecem aqui. Espero que gostem das maluquetes, porque eu amo/sou Dani e Mick (apelido delas).
Com vocês... Sarah's Umbrella *-----------------------*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/364415/chapter/9

Sarah

É hoje.

A sexta-feira chegou e hoje, finalmente, era a véspera de Natal.

E o dia do meu encontro com o Kendall.

Ok, dá pra alguém me responder porque eu estou tão nervosa? Sério, isso não é da minha natureza. Além do mais, já deve ser o nosso sexto ou sétimo encontro, eu já deveria estar acostumada, certo? CERTO?

Errado.

Suspirei e encostei a cabeça no encosto da minha cadeira, fechando os olhos por alguns segundos.

-- Sabia que eu vou morrer de saudade de você? – Uma voz familiar soou, bem na minha frente, e eu ri, mordendo o lábio.

-- Sabia. E você? Sabia que eu vou ficar desse jeito também? – Falei e a pessoa riu, sentando-se na minha mesa, bem na minha frente.

-- Sim, eu sabia também.

-- Logan, você vai pra Vegas. Não precisa mentir pra mim, ok? – Falei e abri meus olhos. Aquele sorrisinho meio safado meio fofo dele estava ali, bem na minha frente.

-- Você sabe que é minha melhor amiga. Além do mais, Vegas não é Vegas sem você. Lembra da última vez que a gente foi pra lá? – Ele falou, enquanto pegava minhas pernas e botava em cima das suas.

-- Claro, ganhamos 20 mil dólares no pôquer, graças á você!

-- Eu te falei que sabia trapacear e você nunca acreditou em mim. – Ele falou e começou a passar as mãos pelas minhas pernas.

-- Logan, se eu não te conhecesse, eu diria que está tentando me seduzir, principalmente com essa sua mão. – Falei e bati em sua mão, que voltou de novo para as minhas pernas.

-- E se eu tiver tentando, afinal?

-- O QUÊ??? – Falei e tirei minhas pernas de cima dele, que começou a rir.

-- Calma, Sars, é só uma brincadeira. Eu não quero te seduzir, calma! Além do mais, tenho um ótimo currículo do passado.

-- Está falando de quando nos conhecemos? E eu não quis nada com você?

-- Não quis nada e ficamos por 3 noites. – Ele falou, triunfante, e eu arqueei a sobrancelha.

-- Têm certeza que foi 3? Eu me lembro de 2, só. – Falei, fazendo um biquinho e ele revirou os olhos.

-- Eu contei 3, e daí? – Ele falou, e eu ri, dando um beijo na bochecha dele.

-- Calma, eu sei que foram 3 noites. Só estava brincando com você. – Falei e suspirei. – Logan, por quê as coisas não podem ser simples pra nós?

-- Como assim?

-- Você sabe, na parte do amor. Nunca vi um casal tão complicado quanto você e Hayden. E eu nunca consegui encontrar um cara decente pra mim. Parece que só atraio gente da pesada.

-- Como pode falar isso, Sars, se a única pessoa com quem já teve algo sério foi o James Blake? Além do mais, esse tal de McField parece ser um cara legal...

-- Ele é legal. E doce, e simpático, e fofo, e atencioso. Ele é perfeito, Loggie.

-- Eu sei! Por quê acha que eu estou deixando você sair com ele, sem que eu esteja vigiando? – Ele falou, fazendo uma cara de “isso é óbvio!” e eu sorri.

-- Mas, ele é perfeito demais pra mim. Eu sou cheia de defeitos, um deles é meu passado. E quando ele descobrir o que eu já fiz? E quando ele descobrir o que fui? Logan, eu acho que estou apaixonada por ele. E isso é forte demais pra mim. Se eu perdê-lo... Eu não sei, talvez seja melodrama, mas... Eu não sei se consigo mais viver sem ver aqueles olhos verdes. Aquele sorriso. Aquela aura de paz que ele me traz, sabe? É como se ele fosse uma espécie de anjo, meu anjo aqui na Terra. Depois de tanto tempo presa no inferno, ele veio e me salvou. Logan, eu não posso deixá-lo ir. Eu não vou deixa-lo ir.

-- Sarah?

-- O quê?

De repente, ele se levantou da mesa e ficou agachado bem na minha frente.

-- Sabe o que é isso que está sentindo? É amor. É se importar tanto com uma pessoa que chega a doer só de pensar na distância. É sentir o que a outra pessoa sente, é viver, não em dois corpos, mas em um só. Um que os dois construíram juntos. Se você realmente está sentindo o que acabou de me falar, eu só posso te falar uma coisa, apesar de isso poder soar meio gay. – Incrível, mesmo com a conversa séria, ele ainda conseguia me fazer rir. – Ame ele. Ame ele como se fosse a única coisa que importasse no mundo. Ame ele com todo seu corpo, com toda sua mente e com toda a sua alma. Ame ele e se ame, também. Entendeu o que disse? – Ele falou e eu olhei em seus profundos olhos castanhos.

-- Sim, eu entendi. – Disse e o abracei, bem forte. – Obrigada.

-- De nada.

-- O que seria de mim sem você, afinal? – Falei e ele riu, me dando um beijo na bochecha.

-- Provavelmente nada, porque eu sou a alma da festa. – Ele falou e eu semicerrei os olhos, e o empurrei, o que o fez cair no chão.

Levantei-me da cadeira e dei uma mão á ele, que aceitou e se levantou.

-- Que horas sai o voo de vocês? – Falei e ele olhou no relógio.

-- Daqui á cinco horas. Quer ir almoçar? – Ele falou e eu assenti, pegando minha bolsa, meu celular e as chaves da loja enquanto ele pegava os capacetes e ligava a moto. Fechei a loja e ele me deu o capacete, depois montei na moto e saímos.

Decidimos comer no apartamento dele, mesmo. Ele praticamente implorou para que eu o ajudasse a arrumar as malas e visse o que devia levar ou não. Logan é lindo, mas não sabe se arrumar. Sério, eu já vi ele com a mesma calça uma semana inteira uma vez.

Pedimos comida chinesa e eu fui em casa trocar de roupa e deixar minhas coisas. Apareci, uns 20 minutos depois, com um shorts curto jeans desfiado, uma camiseta regata roxa, descalça – nossos apartamentos são um na frente do outro – e com meu celular na mão.

-- Pra quê o celular? – Ele perguntou, pondo os pacotes de comida na nossa frente. Ele também havia banhado e estava apenas com uma calça de moletom cinza e sem camisa. Eu nem me importava. Já tinha visto ele tantas vezes sem camisa – algumas, até pelado – que eu já tinha me acostumado.

-- Não sei, talvez Kendall me ligue pra confirmar o encontro. Ele sempre liga.

-- Por quê?

-- Segundo ele, ele não quer atrapalhar minha rotina com encontros, por isso, liga pra saber se ainda estou livre.

-- Esse cara é o primeiro que eu vejo que faz isso.

-- Eu sei, não é fofo? – Falei e fui á pasta de Imagens no celular, clicando em uma. Éramos eu e ele em dos nossos encontros. Nesse, havíamos ido ao zoológico, em Manhattan. Eu estava com a zebra de pelúcia que ele comprara pra mim na loja de presentes, e ele estava ao meu lado, seu braço ao redor da minha cintura, enquanto tirava a foto.

-- Olha o rangoooooooooooooooooooo! – Ele gritou e pôs as duas latas de cerveja na mesa, junto com a comida. – Qual filme quer ver hoje?

-- Hm... Comprou algum?

-- Não. Mas eu consigo baixar o que quiser em dez minutos.

Revirei os olhos e comecei a pensar.

-- Consegue “Meu Malvado Favorito 2” ?

-- Desenho de novo, Sars?

-- Ei, eles são fofos! Além do mais, é “Meu Malvado Favorito 2”! É importante vermos ele! – Falei e ele deu língua pra mim, se levantando e pegando o notebook em cima da mesa de jantar nunca usada. Ele ligou e clicou em algumas coisas, até que sorriu.

-- Achei! Mas, vai demorar uns 10 minutos. – Ele falou.

-- Ok, a gente come e depois assiste. Com pipoca, que tal?

-- Pode ser. – Ele falou, clicando mais uma vez e pondo o computador na mesa, de novo.

Começamos a comer em silêncio. O único som era do sushi mergulhando no shoyu, nossos goles na cerveja, e a televisão que estava ligada em alguma sitcom estúpida. Terminamos de comer em menos de meia hora. Peguei a louça e levei para a cozinha, enquanto ele pegava o notebook e conectava na televisão.

Peguei o saco de pipoca de micro-ondas, pus na máquina e cronometrei o tempo, enquanto jogava os pacotes de comida e latas de cerveja no lixo, e pegava mais. O micro-ondas apitou e eu peguei o saco, quente, e pus a pipoca em um balde. Peguei as latas, também, e fui pra sala.

-- Já?

-- Pois é. O filme é em alta qualidade, não é? Se não for, você está morto. – Falei, enquanto depositava as coisas na mesinha de centro.

-- É sim. Sabe, eu ainda tenho 23 anos e quero viver mais um pouco. – Ele falou, sarcástico, e eu lancei a almofada em sua direção. – Ei, olha a agressão, sua velha!

-- Pelo menos, eu ainda estou em forma. E você, que já está começando a crescer uma pequena barriguinha aí? – Falei, e pulei em cima dele, começando a fazer cócegas.

-- Para, Sa... Sarah... Sarah, para! Revanche! – Ele falou e ficou em cima de mim, fazendo cócegas. – Eu posso até ter barriga, mas ainda continuo gostoso.

-- Com certeza. – Falei, e ele me deu língua, se sentando ao meu lado e ligando a televisão.

O filme começou normal. Se normal for um bando de minions fazendo gelatina e geléia. Sorrimos o filme todo. A Agnes continuava muito fofa e escandalosa, e apareceu um tal de Antonio. Sério, se o moleque fosse de verdade, eu pegava.

O quê? Era um lindo boneco, tá bom?

Quando vi, Logan estava dormindo ao meu lado, a cabeça em meu ombro, e a boca aberta. O bom era que ele não roncava, mas saía um som engraçado de lá. O filme terminou e eu me lembrei que tinha que ajudá-lo a arrumar a mala.

-- Loggie... Loggie...

-- Hm...

-- Logan, acorda! WINSTON, ACORDA! – Falei e empurrei ele, que caiu no chão pela segunda vez hoje.

-- O quê... Tô acordado! – Ele falou e se levantou, coçando os olhos.

-- Sua mala, idiota. A gente têm que fazer ainda! – Falei, levantando, e pondo a louça na pia.

-- Ah, é mesmo. Vamos acabar logo com isso. – Ele falou e se dirigiu ao quarto, comigo atrás.

Primeiro, pegamos algumas camisas, calças jeans e sociais, no caso de algo maior, e acessórios, como tênis, bonés – que ele insistiu em levar – e o relógio, já no braço. Foi preciso apenas uma bolsa para caber tudo. Quando terminamos, faltava cerca de 1 hora e meia pro voo dele, então, ficamos conversando mais um pouco na cozinha, sobre outros assuntos, inclusive Hayden.

-- Ela disse que de lá vai pro aeroporto?

-- É, ela disse que estava “ocupada” demais montando o guarda-roupa. Essa ocupação dela têm algo a ver com o montador, tenho certeza.

-- Por quê se importa se estão separados, então? – Perguntei e ele começou a gaguejar, coisa que acontece quando está nervoso.

--  É que... Ela... Eu... Namoro... Ah, Sarah, sei lá! Ela ainda é minha amiga, tá bom? Ou minha ex-amiga, estou confuso.

-- Olha, eu não vou dar palpite sobre esse relacionamento, sabe por quê? Porque, depois, acaba sobrando pra mim e eu é que vou estar de braços abertos e ombro disponível pra ouvir a reclamação de vocês sobre o outro, então prefiro me manter calada e ver no que vai dar.

Ele revirou os olhos e tomou mais um gole da cerveja, antes de ir ao banheiro.

*

Já eram 7 horas da noite e eu já tinha tirado cada pedaço de tecido do meu armário, mas nada combinava. Parecia que hoje meu cérebro pediu férias, porque eu não consigo pensar direito. Olhei pra pilha de roupas em cima da minha calma e respirei fundo. Olhei de novo e algo atraiu minha atenção.

Era um vestido longo vermelho. Eu havia comprado ele há menos de 2 meses e nunca havia encontrado a situação melhor para usá-lo. Bom, parece que a hora chegou. Fui correndo para o banheiro e tomei um banho com direito á tudo – banheira, velas aromáticas, sabonete com cheiro de rosas, hidratante corporal – e rumei ao quarto. Já eram 7h30. Peguei o vestido e minhas roupas intímas e fui ao banheiro, mais uma vez. Quando voltei, me olhei no espelho. O vestido, realmente, era longo. Ele também era tomara-que-caia, com uma pequena abertura bem no meio dos seios, como se fosse um pequeno decote. Pus um cinto preto logo abaixo do busto e completei o visual com minha sandália preta mais alta e minha doce jaqueta de couro, também preta. Comecei a maquiagem – lápis, delineador, sombra escura , rímel e batom vermelho – e a terminei bem na hora que a campainha tocou.

Ding Dong.

E lá se vai uma batida do coração.

Fechei os olhos e respirei fundo mais uma vez, pegando uma bolsa preta pequena, com alça fina, no monte de roupas. Pus batom, espelho, identidade, chaves e celular e corri para a porta.

-- Já vai! – Falei e a abri, um tanto desastradamente. – Oi, Kendall.

-- Oi, Sarah. – Ele falou e seus olhos me percorreram de cima a baixo. – Uau, você está linda.

-- Obrigada. Você também. – Falei. E não era mentira. Ele usava uma calça jeans escura, sapatos sociais, uma camisa social verde-escura de botões e um paletó por cima, além de um longo casaco preto de botões. Na cabeça, havia um gorro, o que quebrava a imagem formal da roupa. Cara, ele estava muito gato.

-- Vamos? – Ele falou e me estendeu o braço. Sorri e enrosquei o meu no dele.

-- Claro.

Kendall

O caminho com a Sarah até o orfanato foi muito bom. Ficamos conversando sobre a semana, o que fizemos, o que queríamos ter feito e eu não cansava de ouvir a sua risada. Era doce e divertida ao mesmo tempo, de modo que você tinha que sorrir junto.

Começamos a ir para a parte mais pobre da cidade e eu pensei que ela ia ficar assustada, mas não. Ela parecia calma, até mesmo aliviada. Seus olhos brilhavam ao passar pelas casas destruídas e ruas escuras e, por um segundo, pensei ter visto uma lágrima cair. Mas, acho que foi só impressão.

-- Chegamos. – Falei e desliguei o carro. Estávamos parados em frente á um prédio antigo, a pintura vermelha já estava desbotada e havia algumas bandeirinhas coladas nos parapeitos das janelas. Em cima da porta, havia uma inscrição em letras verdes que seria “Pensione Donatelle” mas agora só havia a palavra “pensione”.

Desci do carro e ela me acompanhou até a porta, a mão grudada na minha. Bati três vezes e olhos negros apareceram na brecha.

-- Quem é?

-- Sou eu, Kendall.

-- Kendall, mi bambino! – A porta se abriu e de lá saiu uma mulher baixa, morena, de cabelos escuros e olhos escuros. Marcella (n/a : lê-se Marchella). Ela me abraçou forte e eu retribuí o abraço, soltando-a em seguida. Ela olhou sobre meu ombro e Sarah sorriu, as bochechas corando, mesmo com o frio.

-- Ah, Marcella, essa é Sarah, uma amiga minha. Sarah, Marcella, a dona da pensione. – Apresentei as duas, que trocaram apertos de mãos amigáveis.

-- É um prazer conhecê-la, senhora Donatelle. – Sarah falou e Marcella sorriu.

-- Não se preocupe, bambina. Todo amigo de Kendall é bem-vindo á minha pensione. Vamos, entrem, está frio e as almondêgas me esperam! – Ela falou e entramos, tirando os casacos. A seguimos até a cozinha, de onde podíamos ver o quintal com várias mesas e várias crianças sentadas lá ou brincando ao redor das mesmas.

-- Precisa de ajuda? – Eu e Sarah falamos ao mesmo tempo, e Marcella sorriu.

-- Sim, claro. Sarah, querida, mexa esse molho pra mim, per favore. Kendall, vá chamar Danielle e Michelle para vir á cozinha, rápido.

-- Onde elas estão?

-- No quarto delas, terminando de se arrumar. – Ela falou e eu assenti, subindo as escadas e parando na porta com vários avisos de “Não perturbe” colados. Ignorei e abri a porta logo.

-- Marcella está chamando as duas. – Falei e Michelle apareceu atrás da porta do banheiro, o cabelo molhado.

-- Mamma mía, Kendall! Que susto! – Ela falou. – Michelle!

-- O quê? – A outra gritou, do minúsculo closet.

-- Kendall está aqui, vêm falar com ele! – A loira gritou e entrou dentro do banheiro. Michelle apareceu, usando uma calça de couro, uma camisa do AC/DC e nas mãos, as botas de salto.

-- Vem cá, você não sabe bater na porta, não?

-- Não quando esse quarto já foi meu. – Falei e ela revirou os olhos, sentando-se em uma das camas.

Michelle e Danielle são gêmeas e são umas das mais antigas do orfanato. Ambas têm 16 anos. Também são roqueiras e melhores amigas, ou seja, não mexa com uma porque a outra vai brigar com você.

-- Diz pra Mama que já estamos indo. Só falta Danielle se arrumar.

-- Ok. – Falei e desci. Marcella estava sozinha na cozinha e estava tentando levar a enorme panela cheia de macarrão. – Ei, senhorita. Cuidado com suas costas. – Falei e peguei o tacho. Ela sorriu e me deu um leve beijo na testa.

-- Obrigada, mi amore. Pode levar para fora, perto do molho, tudo bem? – Ela falou e assenti. Procurei por Sarah e ela estava encostada na parede. Fui até ela e pude notar que estava chorando.

-- Ei, o que aconteceu?

-- Essas crianças, Kendall. Elas são tão pequenas e frágeis. Como alguém é capaz de fazer isso? Eu não teria coragem nem coração.

-- Eu sei. – Falei e a abracei. – Realmente, é algo que dói no coração. Minha vontade, toda vez que venho aqui, é de adotar todas e levar pra minha casa. Mas, meu apartamento é pequeno e não tenho tanta certeza se os outros aceitariam.

-- Uma delas veio até mim e perguntou se eu podia ser a mamãe dela, Kendall. A mãe dela. Eu tive que me segurar pra falar que vim por isso e pra não chorar na frente dela. Dói muito saber que estamos impunes á isso. – Ela falou e fungou. Peguei um lenço no bolso do paletó e entreguei á ela.

-- Não fica assim. A gente vai encontrar a solução, ok? É Natal e eles precisam se divertir.

-- Você tem toda razão. Vou parar de chorar e ajudar elas. – Ela falou e enxugou ás lágrimas com o lenço. Nossos olhos se encontraram e ela se inclinou para me dar um beijo na bochecha, mas sua boca parou no canto dos meus lábios. Ela recuou, assustada, mas depois puxei-a e a beijei nos lábios.

As mãos, que antes estavam no meu rosto, desceram até meu cabelo, apertando enquanto uma das minhas estava em seu rosto e a outra, foi parar em suas costas, a puxando para mais perto de mim. Nossas línguas dançavam juntas e batalhavam por dominância, até que mordi seu lábio inferior e ela gemeu, me dando total acesso á sua boca. Quando nos separamos, estávamos ofegantes. Ela juntou nossas testas até nossa respiração normalizar e me puxou para mais um beijo, calmo dessa vez.  

Ouvimos alguém pigarrear e nos separamos. Olhei e vi que Danielle e Michelle estavam atrás de nós. Ambas usavam roupas parecidas, a diferença era que Michelle estava com a camisa do AC/DC e Danielle, do Avenged Sevenfold.

-- Hã, Sarah, essas são Danielle e Michelle. – Apontei para a respectiva. – Meninas, essa é Sarah.

-- Sua namorada? – Danielle falou e Michelle bateu nela.

-- Cala a boca, Danielle. É falta de educação falar isso!

-- Olha quem fala, a garota que arrota na mesa. – Danielle falou.

-- Eu não arroto, Danielle. Quem faz isso é o Rick, sabe muito bem disso. – Michelle falou e revirou os olhos. – Me desculpa, Sarah, a indelicadeza da minha irmã em te perguntar isso.

-- Ei, eu só estava querendo saber das novidades, ok? – Danielle retrucou e eu me meti entre as duas.

-- Calma, nada de brigas meninas! – Falei e as duas recuaram, bufando.

-- Tá. Ei, a Mama tá perguntando se a Sarah poderia ir ali, na cozinha ajudar ela. – Danielle falou.

-- Eu vou sim. Já volto, Kenny. – Ela falou e foi para a cozinha. Espera, ela me chamou de Kenny?

-- Por quê a Marcella chamou a Sarah? – Falei e as meninas se entreolharam.

-- Ela não chamou. Só queríamos que ela saísse daqui. – Michelle falou e ela e Danielle trocaram um “high-five” (o/\\o).

-- O que querem? – Falei e elas se olharam mais uma vez, pulando em cima de mim. Ok, isso foi esquisito.

-- Estamos tão felizes por você! – Michelle falou.

-- Felicidade é pouco, estamos orgulhosas! – Danielle falou e elas me soltaram. – Finalmente, uma namorada!

Revirei os olhos.

-- Quer dizer, a gente te adora, mas Michelle tinha suas dúvidas. Ela pensava que você era gay. – Danielle falou e Michelle deu um tapa no braço dela.

-- Danielle!

-- Ok, ok. Isso pode ser meia mentira, mas tá valendo.

-- Gostaram dela? – Falei.

-- Temos que saber de você. Gosta dela? – Michelle falou, arqueando a sobrancelha sobre o olho azul pintado, e eu ri.

-- Amo e estou apaixonado. – Falei e elas me abraçaram mais uma vez, aí Sarah apareceu.

-- Marcella não estava precisando de mim. – Ela falou e as meninas riram.

-- Desculpa. – As duas falaram. – Nós vamos arrumar o palco. – Danielle falou e as duas saíram, piscando para mim antes de saírem.

-- Elas têm quantos anos? – Sarah falou e se encostou do meu lado, a cabeça no meu ombro, enquanto eu pus meu braço ao redor de sua cintura.

-- 16. Estão aqui desde que tinham 3 dias de vida. – Falei e ela me olhou, chocada.

-- 3 di... 3 dias??? Kendall, eu... Nossa, como elas aguentam? – Ela falou.

-- Bom, elas não se lembram  e isso já é bom. Pra elas, Marcella já é mãe delas, então, elas nunca quiseram saber quem as havia deixado aqui também.

-- Pelo menos, elas têm uma á outra. – Ela falou.

-- É, e acho que é por isso que se amam tanto. A única família é a outra. Você nunca vai conseguir encontrar uma delas sem a outra, é quase impossível. – Falei, olhando para o palco, onde elas arrumavam os microfones e punham o violão preto na base de um dos banquinhos.

-- Você vai cantar o quê? – Ela perguntou.

-- “93 Millions Miles”, do Jason Mraz. E você vai cantar junto.

Antes que ela pudesse falar algo, Marcella anunciou a hora do jantar e começamos a distribuir os pratos para cada criança. Depois de todos servidos, o nosso foi posto e comemos na cozinha mesmo, com Danielle e Michelle.

O macarrão de Marcella e as almôndegas estavam perfeitas. Comemos tudo e ajudamos a recolher as louças. Toda hora, aqueles olhos verdes me encaravam e ela sorria. Arrumamos a louça e ela me olhou, apreensiva.

-- Kendall, eu não posso, eu...

-- Ei, você pode sim. Eu sei que você consegue. Confia em mim? – Falei e olhei em seus olhos. Ela mordeu os lábios, depois fechou os olhos e assentiu devagar. Dei um leve beijo nela e depois nos separamos.

Fomos até o palco e sentamos nos banquinhos. Peguei o violão e arrumei o microfone antes de falar.

-- Oi, gente.

“Oi, tio Kendall”, fora a resposta. Todos eles me chamavam de Tio Kendall e eu adorava o jeito que alguns falavam, ora errando, ora falando meu nome de um jeito engraçado.

-- Gente, essa é a Sarah, uma amiga minha.

-- Oi, pessoal. – Sarah falou.

“Oi, Tia Sarah”, fora a resposta. Por essa, eu não esperava. E muito menos Sarah.

-- Vamos cantar pra vocês. Quem quer ouvir? – Falei e todos levantaram as mãos, uns até começaram a pular e a gritar “eu, eu, eu!”.

93 million miles from the sun

People get ready, get ready

Cause here it comes, it's a light

A beautiful light, over the horizon

Into your eyes

Oh, my, my how beautiful

Oh, my beautiful mother

She told me, son, in life you're gonna go far

If you do it right, you'll love where you are

Just know, wherever you go

You can always come home

Eu cantei e as crianças aplaudiram. Olhei para Sarah e ela assentiu, começando a cantar.

240 thousand miles from the moon
We've come a long way to belong here
To share this view of the night
A glorious night
Over the horizon is another bright sky
Oh, my, my how beautiful
Oh, my irrefutable father
He told me, son, sometimes it may seem dark
But the absence of the light is a necessary part
Just know, you're never alone
you can always come back home

A voz dela era linda. Doce, calma, feminina. Era uma voz que eu nunca tinha ouvido e que adoraria ouvir por muito tempo. Nossos olhos se encontraram e ela piscou, começando a cantar comigo.

Home, Home

You can always come back

Every road is a slippery slope
But there is always a hand that you can hold on to
Looking deeper through the telescope
You can see that your home's inside of you

Just know, that wherever you go
No, you're never alone,
You will always get back home

Home
Home

93 million miles from the sun
People get ready, get ready
Cause here it comes, it's a light
A beautiful light, over the horizon
Into our eyes

Terminamos e todos começaram a aplaudir. De repente, todo mundo se calou e Dylan, um dos garotos, levantou a mão.

-- O que foi, Dylan?

-- Ela é a sua namorada? – Ele perguntou e as meninas começaram a conversar, enquanto os meninos faziam barulho de nojo.

-- Sim, Dylan, ela é minha namorada. – Falei e Kate, uma das meninas, se levantou e começou a gritar para que nos beijássemos.

“Beija, Beija, Beija”.

-- Vamos dar á eles o que querem, então. – Sarah falou e nos beijamos. O beijo foi parecido com o que demos há poucos minutos. Foi calmo e sereno e pude sentir ela amolecer debaixo de meus dedos.

Nos separamos e Marcella gritou.

-- É Natal, gente!

As crianças começaram a correr para dentro da casa, aonde os presentes deveriam estar e eu e e ela continuamos ali.

-- Feliz Natal, Sarah.

-- Feliz Natal, Kendall. – Ela falou e me beijou, mais uma vez.

(...)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chegaram até aqui?
Gente, esse capítulo deu exatos 4539 palavras.
O.O
O.O²
O.O³
Esse, definitivamente, é o maior capítulo já escrito por mim. Mas, também, é Sandall, dã!
Espero que tenham gostado, porque decidi detalhar bastante, para não perder nenhum momento. Eu não curto detalhes, mas sei que vocês vão adorar esses.
Ah, a música acho que sabem qual é, amo ela :3333
JASON, SEU DIVOOOOOOOOOOOO ♥
Bom, é isso. Continuem comentando e recomendando a fanfic, isso me deixa muito feliz XD
#WonderKisses wonderholics/laislovers ;***