Fomos em silencio ate ao ginásio. Por um lado eu não queria sofrer mas por outro lado eu tinha vontade de contar sobre meu problema a ele. Não sei porque?
Fui tirada de meus desvaneios quando o Newton fez um piadinha.
-Olhem, a Swan, tentando conquistar o garoto novo. Coitadinho! A Swan virou cachorrinho para ser acompanhada pelo dino.- ele disse ironicamente.
Eu apenas virei a cara e segui me caminho com Edward ao meu lado. Percebi que depois daquela tentativa de piada Edward me olhava fixamente mas eu ignorei completamente.
Que vergonha. A culpa é minha. Se calhar, por minha causa ele também vai ser gozado por eles. Idiota, idiota, idiota.
Me apercebi que chegamos ao ginásio. Olhei para ele, murmurei um "obrigada" e entrei no balneário. Enquanto fazia isso ele me olhava com preocupação mas eu ignorei completamente. Ele não tinha que saber.
Me troquei e fiz aula de educação física. Jogamos voleibol, meu desporto preferido. Joguei com uma baixinha de cabelos curtos pretos e olhos verdes claros como os de Edward. Ela era muito simpática e faladora.
Quando a aula acabou a baixinha veio-se apresentar.
-Ola, meu nome é Alice Cullen.- disse alegre.
Não! Irmão de Edward?
-Ola, me chamo de Bella.- disse ansiosa- Irmã de Edward?
-Sim, porque?
-Ah, por nada. Apenas tive aula com ele e conversamos, nada demais.
-Ok.- disse e logo começou a falar de moda.
Depois da aula fui para a biblioteca ler meu livro e pensar um pouco mas hoje não me apetecia então fui em direção a minha pick-up. Como não sou sortuda, quando estava no corredor Mike Newton e seus amigos me agarraram no estacionamento e me levaram para as traseiras da escola.
-O q q qu...querem d.. d... de m..mi...gaguejei.
-Minha querida,- disse sarcástico- só vamos dar uma liçãozinha a cachorrinha do Cullen.
Dito isso começaram a me dar pontapés, tapas e puxarem-me os cabelos. Chamavam-me de vários nomes e me batiam. Eu apenas coloquei a mão no rosto e perguntava o porque mas não conseguia nenhuma resposta.
Porque que eles me faziam isso? Porque? Eu era assim tão horrenda? Tão inútil assim. As únicas respostas que me vinham a cabeça era: Ou eu era horrível e anormal ou eu era apenas um passatempo para eles.
Quando dei conta eles estavam a ir embora, a rir e a deixarem-me lá. Nas traseiras da escola, deitada com dores e a tremer de dor e frio.
Me levantei com dificuldade passado um longo tempo ali deitada e fui em direção a minha pick-up.
Me apercebi de outro carro no estacionamento mas não liguei. Apenas entrei na pick-up e coloquei as mãos em meus rosto e chorei. Eu estava de rasto. Já era assim a quase três anos e ainda não havia acabado.
Minha vontade era me cortar, me aliviar. Eu tinha que tirar esta dor, inutilidade, fracasso de mim. Eu tinha saudades de quando era uma criança. Uma criança que não sabia o que era sofrer bullying, uma criança que nunca imaginou parar de comer para ser magra e aceite, uma criança que nunca se imaginou a cortar a ela mesma.
Inocente, feliz, pura...
Foi então que me sobressaltei quando bateram em meu vidro e tiraram de meus desvaneios