Susurros.

                - Elesis.... Elesis...................... Elesis.............. Elesis Sieghart. – Uma voz me chamava a longa distância, roca e suave, mas eu não conseguia reconhecer seu dono, mesmo me levantando e olhando ao redor.

                - Elesis. –  Jin atraiu minha atenção ao tocar meu ombro.

                -Jin ? – Estranhei o garoto

                - Quem mais seria? – Ele arqueou uma sobrancelha confuso.

                - Eu não sei. – Admiti. – Tem sido uma noite longa eu devo estar cansada imaginando coisas.

                - Você sabe que não precisa passar por isso sizinha. – Ele está errado, esse é meu fardo como a mais velha e a mais forte.

                - Eu sou uma Elesis Sieghart. – Pronunciei meu nome cheia de orgulho.

                - Você não precisa ser como seu irmão. – Seu olhar era muito sério, mas ele se enganava, todos nascido na minha familia são fortes, eu não sou uma exceção.

                - Jin a nossa força não está em não ter medo, os Sieghart são fortes por que eles enfrentam seu medo, essas foram às palavras do meu irmão. – A pessoa mais arrogante que eu já conheci. – Eu sou uma Sieghart.

                - Está bem. Mas eu estarei aqui para o que você precisar. – Ele me deu um sorriso gentil apesar de sua aparencia cansada. – Estaremos esperando no corredor. – Ele me garantiu antes de sair do banheiro.

                Vi-me sozinha no cômodo com cheiro de hospital, o pai do Jin era médico então isso justificava, o banheiro era bem grande com uma hidro no fundo, a pia possuia 3 torneiras douradas ,uma para cada temperatura de água, pelos ornamentos devem ter sido objetos caros de se adquirir, acima um espelho com bordas da mesma cor, a iluminação era feita por luminárias espalhadas por toda a parede, no chão haviam confortáveis tapetes vermelhos próxima a hidro havia um armário de vidro com suportes dourados onde se encontravam vários equipamentos médicos e remédio, no momento não haviam nenhuma utilidade, mas era bom saber onde encontrar. Levantei-me encarando minha face no espelho.

                - patético Elesis.- Disse para mim mesma.

                - Patético Elesis. – A mesma voz que eu achei ter imaginado suou atrás de mim.

                - Quem é?- Me virei assutada, mas não vi niguém. – Estou agindo tanto como uma gatinha assutada que estou imaginando coisas...

                Girei a torneira d’áugua fria e enfiei toda minha cabeça La, so retirei após gelar o bastante para acalmar o resto do meu corpo, não me importei com meu cabelo molhado, assim era melhor já que os fios gelados me manteriam resfriada ao toque. Apesar do meu coração ainda bater rápido eu conseguia controlar meu corpo melhor,  assim sendo eu segui em frente e, sai do banheiro indo direto para o lado dos meus companheiros.

                - Desculpem a demora. – Forcei um sorriso para eles.

                - Então o que vamos fazer?-  Ronan me perguntou .

                - Jin desculpe. – Melhor pedir isso agora. – Vamos arrombar a porta, vamos sair dessa casa já.

                - Não se preocupe. – Ele pareceu gostar da ídeia.

                - Isso parece um trabalho para os homens. – Ronan também ficou animado se pondo a frente.

                - Como assim os “homens” – Por um momento esqueci meu fardo ao me irritar com ele.

                - Finamente vai acabar. – Lin estava esperançosa.

                - Gente, onde está a Holy? – Arme comentou atraindo atenção de todos.

                Imediatamente cada um procurou a menina com o olhar e quando tivemos certeza que ela não estava no corredor onde eu mesma a deixei, um arrepio pecorreu meu corpo ao mesmo tempo em que um péssimo pressentimento latejava minha cabeça.

                - Temos que achar ela. – Tenho certeza que suou deseperado, mas eu estava e não fiz questão de esconder, sai correndo para fora do corredor.

                Não olhei para trás, apenas corri em frente entrando em cada porta que vinha pela frente gritando nome da holy, a cada decepção meu desespero aumentava. Ao ver uma sombra se movendo na sala de estar eu corri para mesma, mas para minha suspresa estava vazia. Tive que parar um pouco para recuperar o ar.

                - Onde a gatinha se escondeu. -  A mesma voz de outrora, me virei irritada.

                - QUEM É VOCÊ. – Gritei assustando a Lin que subtamente apareceu.

                - Eu sou Lin Agnecia. -  Me respondeu ela com um olhar assustado que me fez sentir culpada.

                -Me desculpe Lin eu não tinha a intenção. – Afaguei os cabelos dela de forma carinhosa como sempre fazia.

                - Todos estão alterados devido a situação, não é culpa sua Elesis. – Sua voz gentil e seu rosto corado me fizeram me sentir um monstro despreszivel.

                - Ela não está em lugar algum. – Declara Jin com raiva entrando na sala ofegante sendo seguido pelos outros.

                - Tem um lugar que não olhamos. – Ronan lembrou.

                - Aquele lugar é irrelevante. – Disse eu ao mesmo tempo em que o ruivo.

                - Por quê? O que tem naquele quarto? – O estrangeiro não aceitou essa explicação simples.

                - Aquele quarto não é aberto, não existe nem mais chaves para ele. – Jin explicou da forma mais fácil que conseguiu.

                - Mas não é exatamente por ele não ser aberto que é o lugar perfeito para se esconder? – Arme deduziu.

                - Por que aquele quarto não possui uma chave?- Questionou Lass, eu quase esqueci que ele ainda estava aqui, ele é um homem de pouca presença.

                - É o quarto da minha falecida irmã. – Jin confessou.

                - Alguém poderia tirar proveito da situação sabendo que você não entraria no quarto. – Deduziu Ronan.

                - Se vocês insistem tanto... vão lá, tentem abrir a porta!  – Explodiu o ruivo irritado saindo do cômodo. Arme foi logo atrás dele.

                - Vamos tentar. – Ronan foi seguido por Lass e Lin, eu fiquei novamente sozinha.

                Cansada e sem rumo eu me deitei no sofá vinho, fechei os olhos me lembrando de um campo florido, uma grande macieira, o Jin com seus 7 anos fazendos suas figurinhas de ação voarem e atrás dele uma garota, forcei minha memória, porém não consegui lembrar o rosto da minha preciosa amiga, estava tudo branco, mas eu sabia que ela estava sorrindo para mim.

                - Sem tempo para nostalgia Elesis.-  Levantei exaltada e novamente não vi ninguém.

                - Eu estou precisando dormir. – Deduzi cansada até que vi uma sombra vinda do corredor. – ESPERE!

                Correndo atrás da sombra acabei entrando em mais um corredor, no final dele uma única porta vermelha, a sombra se movia atrás dela, eu via pela luz produzida nas fendas da porta.  Movi a maçaneta prateada e abri determinada. Apesar da bagunça é uma cozinha bem grande, logo no seu centro tem uma mesa, esta estava entupida de farinha, tigelas, pipoca, copos, doces, papel, potes, e alguns pratos, na parede havia um longo armário branco com uma pia novamente com uma linda torneira dourada ornamentada em cima, e a geladeira branca possuia 3 portas, com um terminal para água na direita e outro para gelo no meio, o fogão possuia 6 bocas e ficava ao lado oposto, uma tv de plasma estava bem a vista sobre a pia, mas como da última vez um desapontamento, não havia nada exceto a cozinha.

                 - Talvez seja hora de tomar alguns comprimidos, ou talvez... – Mergulhada em meus pensamentos estava prestes a me retirar quando percebi algo peculiar, a pia estava cheia de congelados, aquilo não deveria estar ali, pela tanto de água que havia não fazia muito tempo também, automaticamente fui até a geladeira e toquei a porta da esquerda, está é o freezer. Respirei fundo abrindo-a apenas para encontra o desespero.

                A menina perdida não estava mais perdida, seu corpo agora quase congelado dentro do freezer de forma bizarra, os membros contorcidos, pregos nos olhos e um tipo de virga negra cheia de espinhos enfiada na sua boca, seu pesoço foi dilacerado por dentro, os espinhos saim de sua carne até seu estômago. Tornei a fechar a porta.

                Quando a cor deixou meu rosto, meu coração bateu muito além de sua capacidade e meus membros trêmulos ameaçavam me trair. Eu senti indiferença, eu estava triste claro, mas eu não tinha mais vontade de chorar ou muito menos desfalecer no chão invés disso tudo que restou em mim foi o desabrochar da flor chamada medo, eu poderia ser a próxima, pela primeira vez naquela noite a ídeia que eu morreria passou pela minha cabeça, precisei usar toda minha força de vontade para não me entregar ao pânico.