Entre Diferenças: Mundos Opostos, Nova Realidade! escrita por Mister I


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Os dois novos amigos – André e Gabriela -, caminharam um pouco juntos, até que chegaram a um ponto de ônibus, onde cada um pegou um coletivo. Na viagem para casa Gabriela pensou na manhã turbulenta que vivera, ela se perguntava como aquelas pessoas podiam ser tão hipócritas e mesquinhas e falava para si mesma: “Prefiro viver honestamente, ganhando o pouco do meu sustento, do que viver encostada nas costas dos outros”. Ela estava morrendo de raiva, mas preferia guarda-la no peito, pois lança-la ao mundo não mudaria nada. Já passava das doze e quarenta quando Gabriela adentrou uma casa simples, no bairro do Pelourinho. A casa tinha a faixada pintada de verde cana, com alguns contornos em branco, a sala tinha todos os eletrônicos comuns em qualquer casa de classe baixa: Um som, uma TV, um DVD... Alguns adornos enfeitavam os cantos da casa, coisas de dona Clô, que gostava de tudo a seu modo. Clô era a mãe de Gabriela e Camila, tinha seus quarenta anos, corpo com algumas curvas e os cabelos pretos e lisos como os da suas filhas. Ao ver Gabriela, Clô foi logo perguntando:

-O  que foi isso no seu vestido?

-Nada mãe.

-Parece suco de maracujá e cheira igual a um!

-Está bem, é suco de maracujá. Eu mesma deixei cair na roupa!

-Como foi o primeiro dia de aula?

-Foi tudo muito bom, maravilhoso. – Gabriela mentia descaradamente.

-Tem certeza que foi tudo isso mesmo?

-Quantas perguntas, vou para o meu quarto! – Gabriela não queria remoer a manhã que tivera, muito menos distorcê-la.

-Gabriela? Fale a verdade, o que aconteceu no colégio? – Clô falava mais séria.

-Nada mãe, estou só com um pouco de cólica. Alguma notícia da Camila?

-Ela ligou! – Clô mudou de semblante de repente, parecia estar mais alegre.

-O que ela disse?! – A garota entusiasmou-se.

-Que está bem e que não demora a voltar.

-Onde ela está? Aquela minha irmã é muito louca.

-Ela não disse, mas pelo menos afirmou que está voltando.

-Ainda bem – e virando-se disse -, vou deitar um pouco.

-Não vai almoçar?

-Não. Ah! A propósito cadê o pai?

-Ligou, disse que chegaria mais tarde hoje, pois vai ter que cobrir um colega que fraturou a perna.

Gabriela meneou a cabeça positivamente e retirou-se da sala, indo para o seu quarto.

Carlos, esse era o nome do pai de Gabriela, era um homem de meia idade, que trabalhava em um shopping da capital como segurança. Parecia ser uma pessoa simpática e fiel, mas isso fazia parte apenas da sua aparência. Estava sempre contando mentiras para Clô e aproveitava as suas horas vagas para visitar Paula, uma prostituta muito conhecida na cidade. Paula morava em Nazaré e Carlos trabalhava na Barra, o que os tornavam praticamente vizinhos. Era uma bonita mulher, vinte e sete anos, lábios carnudos, pele bronzeada, um e oitenta de altura, seus olhos castanhos eram hipnotizantes e seu cabelo encaracolado também.

Alguém batera na porta no exato momento que Paula terminara de combinar um programa.

-Oi minha flor! – Começou Carlos.

-Não acredito que mentiu para a tonta da sua mulher de novo.

-Você sabe que eu a amo!

-Ama nada, não me atrapalhe, tenho clientes essa tarde.

-Mas nenhum dará o que eu te dou.

-E o que você me dá estrupício?

-Amor, minha rainha.

A mulher soltou uma gargalhada que o deixou envergonhado, depois tornou a conversa:

-Vamos saindo meu bem, porque eu já fui boba para cair na sua lábia. Volta para Clotilde e me esquece!

A mulher bateu a porta na cara de Carlos, que sem graça deu meia volta, seguiu pelo corredor e desceu as escadas.

As horas avançavam. Isabella morava na Pituba, um importante bairro de classe alta de Salvador. Mais cedo ela marcara com Igor e os amigos de tomar um banho de piscina na sua cobertura. Pois bem, eles haviam chegado.

Igor, Felipe e Vitor estava na água, a tarde avançava ensolarada. As meninas tomavam sol a beira da piscina.

-Como estão os rolos de vocês com os garotos? – Perguntou Isabella.

-Com o Felipe? Vai indo. – Respondeu Lua.

-Não tenho nada para falar sobre o Vitor, ele só tem olhos para mim. – Letícia sempre foi a mais convencida.   

-Fala sério amiga, não deixaria o Felipe para nada, ele é bonito, forte e tem um pai que transpira dólar.

-É, isso é mesmo verdade, sem falar que seria um importante feito para a sua família e a família dele. – Concluiu Isabella pensando nas aquisições das duas famílias.

-E eu não preciso falar, o nome “Sea Life” diz tudo!

Letícia falava sobre uma importante rede de lojas de artigos para sufistas, que pertencia a família de Vitor. A Sea Life tinha lojas por todo o litoral brasileiro, inclusive no exterior.

Enquanto as garotas falavam de dinheiro, os garotos na piscina falavam de mulher.

-Aquela Gabriela é gostosinha não é? Imagina ela sendo empregada lá em casa, toda hora eu pediria um café! – Entusiasmou-se Vitor.

-Oh, que café em meu irmão, desse eu bebia e pedia um pouco mais! (Risos) – Felipe completara a linha de raciocínio de Vitor.

Os garotos falavam baixo, todavia as garotas estavam tão compenetradas, que não ouviriam um grito ao ouvido.

-Ela é bonitinha. – Igor tentava não admitir que a garota era mesmo bonita.

-E aí bonitão, não vai encarar? – Perguntou Felipe.

-É, você é o pegador do colégio, aquele que não deixa escapar uma mina gostoso. – Vitor queria ver o circo pegar fogo.

Era verdade o que os garotos diziam a respeito de Igor, ele era muito galinha, e a Isabella não se cansava de correr atrás dele, que já traíra ela muitas vezes.

-Não, já saí dessa, não quero mais brincar com a Isabella. Nós estamos namorando sério agora!

-Ham hã, sei. – Expressou Felipe, irônico.

-Mas e se fosse uma aposta? – Igor olhou para Vitor pensativo – Se você conseguisse ficar com a tal da Gabriela, eu e o Felipe te daríamos milzinho, contudo, se você não conseguisse pegar ela, teria que pagar mil para cada um de nós. Topa?

-Gostei da aposta, espero que não pegue a garota parceiro!

-Eu aceito a proposta! Pegar a suburbana será moleza seus trouxas. – Igor olhava para os amigos confiante em si mesmo, nunca tivera tanta confiança como agora, era hora de agir.


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Notas finais do capítulo

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