Entre Diferenças: Mundos Opostos, Nova Realidade! escrita por Mister I


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Não demorei para postar, mas agora é sério, o próximo capítulo eu não sei quando sairá.
Boa leitura.



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Gabriela – dezessete anos – curtiu o final de semana, o último antes da volta as aulas. Ela se mudara recentemente para a capital baiana, deixou seus amigos e familiares do extremo sul da Bahia para ir morar com os pais em Salvador. Não estava sozinha, além de seus pais, morava lá também seu tio Jonatas, homem trambiqueiro e que se deve preservar certa desconfiança. Era sete da manhã e ela estava no coletivo indo em direção a Barra, saíra as seis de casa, lá no bairro do Bonfim. Aquela hora o trânsito estava pegando fogo na grande cidade.

Por outro lado, Igor ainda dormia profundamente na sua grande suíte, na Mansão Margarida Costa Pinto, maior prédio residencial do Brasil. A governanta da família adentrou o seu quarto usando a chave mestra, mas tomou um susto deixando escapar um grito, o garoto estava pelado.

–O que foi Maria? – Perguntou Igor se fazendo de desentendido.

–Se arrume meu filho, hoje é o seu primeiro dia de aula. – Respondeu a mulher de meia idade, se recompondo.

–Até parece que nunca me viu assim, você trocou minhas fraudas! – Argumentou o garoto que tinha acabado de se cobrir com o lençol.

Maria saiu do quarto depressa, enquanto Igor dirigia-se para o banho. O apartamento da família Bittencourt ficava na Vitória, a poucos minutos da Barra, onde localizava-se o grande Colégio Abrantes.

Igor tinha apenas dezoito anos e perdera de ano, acabando por repetir o terceiro ano. Quem mais gostou desta situação foi Isabella que passaria a estudar na mesma sala do seu amado.

Alguns minutos mais se passaram e Gabriela caminhava pelas ruas da Barra, de longe ela avistou um grande prédio histórico, com mais de dois andares, a faixada era imponente e lembrava o tempo do Brasil colônia. Ela achou tudo maravilhoso, estudar em um colégio como aquele era o seu sonho, afinal o Abrantes era o colégio particular mais importante de Salvador.

Aos poucos a frente do colégio era tomada por jovens que tinham de quinze a dezoito anos. Aquele era o prédio principal, núcleo do ensino médio do Abrantes que tinha outros dois prédios ali mesmo, na Barra, um para ensino infantil e outro para o fundamental. Os portões foram abertos as sete e meia da manhã e uma multidão de alunos ainda nostálgicos das férias, adentraram o colégio, cada um procurando a sua sala. Gabriela ainda se aproximava da estrutura.

Dentro do colégio os alunos tinham a visão de um largo e extenso corredor, decorado com adornos tipicamente portugueses. Um pátio com área aberta ficava mais ao fundo, várias árvores davam um tom de verde ao local, que possuía bancos e gramados onde os jovens poderiam acomodar-se facilmente. Em um dos lados destacava-se uma cantina, que no intervalo vivia sempre cheia. Os alunos conversavam nos corredores, outros no pátio, alguns nas escadas que levavam aos pisos superiores. Isabella, Igor e o seu grupinho matavam a saudade lá fora, na área verde. Gabriela passou pelo corredor e percebeu que todos olhavam para ela, estava vestida com uma roupa simples, vestido e sapatilhas, o cabelo estava solto. E como era bonito o seu cabelo, lisos ondulados. Ela seguiu pelo corredor e chegou ao pátio, fitando a paisagem verde e linda, mas Lua, amiga de Isabella fez um comentário:

–Chegou outra pé rapada!

–O ano começou bem, mal! – Disse Isabella, olhando de cima a baixo a garota que estava a poucos metros de distância.

–Deixa a garota, ela é economicamente pobre! – Comentou Felipe, um dos amigos de Igor, rindo.

Gabriela estava ouvindo tudo, mas ficou quieta, para as coisas não perderem o rumo. Isabella abrira a boca, mas o som do alto-falante não deixou que ela terminasse de falar.

–Alunos, bem vindos ao nosso ano letivo, sou a diretora Siára e peço que vocês caminhem até o auditório. Para aqueles que ainda não sabem, fica no terceiro andar.

A diretora Siára era uma mulher simpática e bonita, tinha apenas vinte e oito anos, mas já era dona do Abrantes, herança deixada por seu pai, que morreu em um acidente de carro há alguns anos. Todos começaram a caminhar em direção ao auditório e uma garota aproximou-se de Gabriela, falando:

–Oi, eu vi o que fizeram com vocês, não liga, esse pessoal daqui é meio chato só porque pensa que pobre é burro. Sou nova também, me chamo Marta. Qual o seu nome?

–Gabriela, você também passou na prova?

–Sim, foi um alívio quando recebi a carta de aprovação.

–Pelo menos tenho você aqui, não conheço absolutamente ninguém deste colégio.

–Nem eu! – Brincou Marta, as duas caminhavam rumo ao terceiro andar.

Nas escadas reinavam um certo empurra, empurra, mas logo todos conseguiram chegar ao auditório, que ficava no último andar do prédio. Siára e uma bateria de professores esperavam os alunos no grande salão de palestras. A diretora deu as boas vindas:

–Bem vindos novamente alunos. – Todos retribuíram as boas vindas com um simples obrigado, mas Isabella fez diferente.

–Bem vindos, alunos de classe e todos os suburbanos!

–O que é isso Isabella, você já vai começar a implicar com os novatos? – Indagou Siára.

–Pode continuar, já fiz as honras da casa. – Falou sínica e sorridente.

Igor puxou Isabella belo braço, fazendo-a sentar.

–Alunos, desejo a vocês um bom ano letivo, que esse como todos os outros seja produtivo e alegre e que não haja brigas. Alunos veteranos, deem as boas vindas aos novatos, por favor.

As honras foram feitas e em seguida Siára novamente comandou:

–Agora apresento a vocês os três alunos que se destacaram nas provas para as vagas de bolsistas. Marta Santos, André Palhares e Gabriela Mendes, levantem-se por favor!

Os três alunos levantaram, Marta estava ao lado de Gabriela na primeira fileira do lado direito, André estava um pouco mais atrás. Isabella e Igor estavam na primeira fileira também, porém sentados no lado esquerdo do auditório.

–Esses são os novos limpa chão? – Perguntou Letícia, do grupo de Isabella.

–Arrasou amiga! – Exclamou Isabella.

–Limpa chão?! – Perguntou Marta, aquilo a deixou pirada. Mas Gabriela apertou o seu braço, em sinal para ficar quieta.

–Parem com isso, todos os anos vocês implicam com os alunos bolsistas, mas se eles estão aqui é porque fizeram por merecer! – Siára estava começando a se alterar.

–Não tenho nada contra a inteligência deles, mas não acha que esse tipo de "coisa" pode passar doenças para agente? Quem sabe onde esses "esquisitos" andam? – Indagou Isabella, no fundo ela estava sendo sarcástica.

–Isabella, isso que você acabou de dizer é um absurdo!

–Que não encostem em mim! – Declarou Lua.

Do outro lado do salão, Gabriela não aguentou e disse:

–Nós somos pobres sim, com orgulho e sem preconceito, não somos burros e muito menos "coisas" e "esquisitos" e se vocês não sabem reconhecer isso é porque são dignos da ignorância!

Isabella não gostou da atitude de Gabriela, para ela aquilo fora uma grande petulância.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Contem, comentem! Abraços e obrigado!
Isabella:
http://www.universovip.net/wp-content/uploads/2012/04/Fotos-de-Fakes-loiras-9.jpg
André:
http://1.bp.blogspot.com/_H0YpcblBsCI/TJ1i2VrwzYI/AAAAAAAAASY/zIi-BOvVc74/s1600/Federico+Devito.jpg