É possível acordar da pior forma possível?

Sim.

É.

Alguém puxando seu pé.

Eu tinha acabado de cair de cima da caixa da água que estava há 3 metros do chão. Um zumbi estava prestes a morder minha perna.

–Por que dorme numa hora dessas? - Um pouco depois de ouvir isso a cabeça do ser estourou, e atrás dele tinha um garoto segurando uma pistola. - Tem certeza que a manter no grupo vai ser boa idéia ? - Espere um minuto, eu nem ao menos conheço ele?!? e como assim grupo?.

–Ela é minha amiga, e me ajudou, e estamos aqui primeiro. - Ah sim, essa voz eu reconheci, Will, eu olhei para cima e ele pulou de lá e caiu em pé. - Se não esta satisfeito peço que se retire.

–...- O garoto deu de ombros, eu não sabia quem era, devia ser do último ano, era mais alto que will, se é que isso era possível, afinal, Will tinha 1,85. Esse garoto era forte, mas nem tanto, tinha um cabelo ruivo escuro e olhos cinzas.

–Vamos - Uma garota surgiu segurando uma mochila escolar, e tinha cerca de 1,78 de altura, era bem mais alta que eu. Tinha o cabelo loiro feito em uma trança, e tinha olhos escuros, estava séria - Mas antes... como vamos atravessar 4 andares cercados desses seres..

–Zumbis - Will fala

–Tanto faz - Ela rebate

–Devem ter pelo menos uns 800 espalhados pela escola - Eu disse, era o número aproximado de estudantes do turno. - Mas, se eles estão mortos, como podem nos achar?... eles não tem raciocinio...

–Quer dizer que eles podem ter somente os sentidos?...

–Não sei, precisamos descobrir.

–Seria muito perigoso.

–Eu posso ir - De novo, a garota tomou a frente e foi para a quadra, tinha cerca de 20 zumbis espalhados por ali, ela andou ate o centro da quadra ela andou entre eles e nada, um chegou a parar mais nada fez.

Então eles não podem ver e sentir o cheiro também.

Ela pegou a mochila e arremessou para a direita.

Todos eles voltaram para aquela direção.

–Então eles apenas escutam. - Eu falei baixo para não atrapalhar tudo, voltamos para quadra e tiramos aos poucos devagar as coisas que continuavam a bloquear nossa passagem, já que os zumbis tinham conseguido invadir o ginásio e derrubar as coisas em frente a porta.

A garota e o garoto seguiram na nossa frente

–Will, como eles chegaram ate nós ?..

–Quando estivermos em um lugar seguro eu explico. - Descemos as rampas devagar. Atentos a não fazer barulho e chamar a atenção deles.

Finalmente chegamos aos portões... trancados.

–Só pode ser brincadeira - Will falou. -Certo, podemos pular o muro.

–Tem 3 metros. Vai ser um pouco difícil - Falei lembrando de uma coisa, na mochila que eu carregava tinha uma corda, mas ate eu falar, a loira já estava no ombro de will pulando o muro.-Ah sim claro..

Ela conseguiu em seguida o outro garoto pulou.

–Ok, então lá vamos nós. - Ele se abaixou para que eu pudesse subir em seu ombro, demorei um pouco mas acabei caindo do outro lado de cara no chão.

Eles riram.

Will por fim escalou a parede e pulou.

–Vamos? Anne e Nathan? - Eles estavam correndo na nossa frente, quando vimos ja tinham se distanciado.

–Ah... ok então - Will me ajudou a levantar.

–O que faremos agora ? - Disse levantando a manga da minha blusa do uniforme ate o cotovelo. Meus joelhos estavam feridos, nada demais, apenas o impacto que eu tive ao cair na calçada. - Vamos procurar nossas famílias?

–Não vai dar certo os procurar.

–Como assim will?

–Já devem ter fugido se não viraram zumbis. - Eram cerca de 20 horas da noite, não tínhamos direção, a rua estava repleta de carros pegando fogo, poças de sangue ao todo redor, corpos e zumbis no chão. - Vamos encontrar um lugar seguro... pera, esta ferida?

–N-não, apenas ralei meu joelho.

–Vamos ate a farmácia. - Ele me puxou pelo pulso e corremos, corremos o mais rápido que podíamos por 3 quadras, ate chegarmos a avenida da farmácia mais próxima que conhecíamos.

Começamos a nos esconder entre os carros. Tinha um grupo de zumbis vindo em nossa direção.

Will abriu a porta do carro no banco de trás e me jogou lá, e se sentou no banco da frente. Os zumbis passaram pelo carro e continuaram correndo... sim correndo.

Eu passei para o banco da frente. E abri a mochila na esperança de encontrar algo...

–Acho que eu joguei alguns remédios aqui... - E foi ai que encontrei a pomada. - Achei!. - Abri a tampa.

–Deixa isso comigo... - Will tirou da minha mão o pote.

–Como?, deixa eu aplicar...

–Fica quieta Ká, - Era como ele costumava a me chamar. Ele afundou o dedo no pote e pegou com o indicador a pomada e passou sobre o meu joelho.

–C-como você acha que isso aconteceu?

–Um vírus talvez que se espalhou pior que a peste negra...vamos tentar descobrir mais depois, ok? - Ele parecia tão calmo, ainda mais naquela situação.

–hum.. e como aqueles dois nós encontraram?

–Eles já estavam na quadra quando chegamos no telhado.. uma hora depois que você dormiu os zumbis invadiram, eles saíram do vestiário e então ficaram aonde estávamos.

–H-hum.. mas Hyu...

–Não gosto que me chame assim - Era o sobrenome Will Hyung, então eu abreviava para Hyu, era o nome do pai dele que tinha feito muitas coisas - ruins - para a família dele, e por essas e outras ele veio para o Brasil.

–Desculpa... - Tomei o pote da mão dele e guardei na minha mochila, estava um pouquinho melhor e doia menos.

–Se sente melhor?.

–Sim, um pouco. -Mas, eu continuava a pensar na minha mãe, nos meus dois irmãos, eu tinha que os encontrar, eles ainda poderiam estar vivos. Inclinei o banco para trás e deitei Hyu fez o mesmo.

Eu comecei a chorar.

–Ká? .. mas?

–Prometa uma coisa.

–O quê?

–Que nós vamos sobreviver.

–Nós vamos sobreviver! – Ele falou sério. Se aproximou de mim e empurrou minha cabeça para seu ombro, e me abraçou com força. - Sabe que eu não volto atrás com uma promessa.

Eu sorri.