Nossos Demônios escrita por Victoria Perfetto


Capítulo 1
Capítulo 1 ∞ Pesadelos na noite em que te vi


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Essa é a primeira história que escrevo que já tenho tudo em mente do que vai acontecer. Obrigada por lerem! Comentem!!!!



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“Talvez não sejam os laços de sangue que formam uma família;

Talvez sejam as pessoas que saibam nossos segredos.

Mas nos amam mesmo assim. Para que possamos ser, nós mesmos.”

Cecily von Ziegesar




“Não! Por favor, não...” minha voz falha enquanto as lágrimas escorrem rapidamente pelo meu rosto.

“Cale a boca vadia! Eu sei que você gosta. Ai! Isso!” ele geme de prazer enquanto joga a cabeça para trás. O que eu fiz para merecer isso? Minha dor de cabeça aumenta. Levanto meus braços e tento empurrar o seu corpo para longe de mim, mas ele é muito pesado e forte. “Não está gostando princesa?” ele levanta sua mão rapidamente e me da um tapa na cara. Eu grito de dor. Não aguento mais isso. Mais lágrimas rolam pelo meu rosto. “Você tem sido uma garota muito má ultimamente. Gostava mais de você quando criança. Ficava quieta. Agora virou esta adolescente insuportável.”

Fecho os olhos. Ele para com a tortura e o sinto se levantar da cama. Cubro meus olhos com as mãos enquanto soluço e perco o ritmo da respiração. Que vergonha. Porque? Porque?

“Isso vai fazer você ficar parada.” Ele diz novamente ao meu lado. Arregalo os olhos quando o sinto chicotear a minha barriga com uma corda. Jogo a cabeça para trás e arranho o lençol para tentar controlar a dor.

“Sai de perto de mim... Por favor. Eu não aguento mais.” Digo entre os soluços. Uma pressão em meu peito cresce. O desespero.

Ele me ignora e com agressividade agarra os meus baços e os segura atrás da minha cabeça, juntando os meus pulsos. Tento me soltar em vão. Com a corda ele prende as minhas mãos no ferro da cama.

“E isso vai fazer você ficar calada.” Ele me mostra uma fita isolante cinza. Puxa a ponta até chegar ao tamanho desejado e a corta com os dentes.

“Não! Eu imploro.” Grito enquanto ele se aproxima. “Não! Não! Hum! Hum!” Seu sorriso maldoso aumenta enquanto ele cola a fita sobre a minha boca. Fecho os olhos. Eu conheço bem tudo isso, não há mais o que fazer.

“Rebecca!” escuto uma voz distante e acolhedora. “Acorde Rebecca!”

Acordo num sobressalto, com o coração disparado.

“O que foi?” pergunto observando com os olhos arregalados o ambiente a minha volta. Meu quarto. Andrea está sentada na beirada da cama, enquanto me olha assustada. Ela é minha melhor amiga desde que eu me conheço por gente. Estudamos na mesma escola e fizemos a mesma faculdade. Após alguns acontecimentos em sua família, ela veio morar comigo.

“Você estava tendo um pesadelo. Quase me matou de susto. Eu estava escolhendo a roupa de hoje a noite quando escutei os seus gritos. Está tudo bem?” pergunta preocupada.

“Sim. Só estou com um pouco de dor de cabeça.” Coloco as mãos na testa e faço cara de dor. O que está acontecendo? Este sonho...

“Fique aqui. Vou buscar um copo d’água para você.” Andrea diz levantando rapidamente já saindo pela porta.

“Não precisa! Eu pego.” Grito me sentando na cama. Mais um sonho com ele em menos de uma semana. Eu não entendo. Pensei que todas as terapias que já fiz tivessem me ajudado a controlar meus sentimentos em relação a isso.

Me levanto e me arrasto até a cozinha. Olho no relógio da parede. Oito e meia da noite. Preciso me arrumar logo. Pego um copo e encho de água. Dou goles barulhentos e nada femininos ainda me lembrando do pesadelo. Desisto de tentar me entender e vou tomar banho.



Como prometido a Andrea no dia anterior, nos jogamos na balada como se nunca tivéssemos feito isso antes. Eu e ela circulamos por todos os clubes noturnos do Upper West Side até o Tribeca, jogando dinheiro fora. Estávamos ainda comemorando nossa formatura na faculdade. Dancei até meus pés quase não me aguentarem mais, mesmo assim me segurei firme.

“Rebecca preciso de chinelos.” Diz Andrea fazendo manha enquanto me puxa pelos braços para fora de um clube que toca tecnopop. Rio da cena enquanto sou levada por ela até a calçada. Já são meia noite e a cidade está mais agitada do que nunca. A fumaça dos carros e táxis amarelos continuam mesmo de noite, junto do cheiro de cachorro quente e pizza que saem de pequenos restaurantes do outro lado da rua. Pequenas iluminarias na rua iluminam a fachada dos prédios antigos que devem existir desde 1940. E enormes grupos de pessoas se juntam a cada quarteirão aproveitando as pequenas coisas que a cidade pode proporcionar. Um típico sábado a noite.

Olhamos para os dois lados e atravessamos a rua até a CVS do outro lado.

“Ai, como os meus pés doem.” Ela reclama enquanto ri.

Coloco a mão na porta de vidro da farmácia quando somos abordadas.

“Este é um ótimo lugar pra você descansar um pouco os pés.” Um homem sugere com um sorriso forçado enquanto estende um cartão para mim.

O pego desconfiada e leio conteúdo. Zax. Hum. Já ouvi falar deste lugar antes. Celebridades vão lá quando estão de passagem por Nova York. Lanço um olhar curioso para o homem, que me parece ser um empresário.

“Sócio?” pergunto.

“Promotor.” Ele responde rapidamente. Um pouco impaciente.

“Não tenho dinheiro para isso.” Lhe estendo o cartão de volta.

“Não! Como assim não tem dinheiro? Seu pai é um dos maiores advogados da cidade!” grita Andrea arrancando o cartão de minha mão. Ela espreme os olhos para ler o que estava escrito, pois havia bebido alguns drinques a mais do que eu. “Parece ser muito legal! Vamos lá. Depois a gente se vira com a conta.” Este sempre foi o problema de Andrea, ela não entendia que o dinheiro era do meu pai, não meu. Tudo bem que eu tenho parte na herança, mas mesmo assim... Ela não percebeu que isso é uma desculpa para não ir a lugar nenhum, estou cansada.

“Mostre este cartão na entrada.” instruiu o promotor. “Assim eles não cobram a consumação.”

“Legal!” Andrea dá pulinhos de comemoração, mas controlados por causa da dor em seu pé. “Obrigada.” Diz ao homem enquanto me puxa em direção a boate que fica no East Village, a alguns quarteirões daqui. A sigo, tentando me equilibrar no salto.

“E os chinelos?” pergunto.

“Esqueça deles, me animei agora.” Ela agarra a minha mão e começa a correr. “Vamos lá! Em um lugar estiloso como este podemos encontrar um cara que valha a pena.”



Meus pés estão me matando por causa da corrida de quarteirões até o Zax. Estamos na enorme fila na entrada que ia até a esquina. A voz de Matthew Dear cantando Send You Back escapa pela porta aberta , assim como alguns clientes bem vestidos que saem com um sorriso no rosto.

Como o promotor havia dito, este cartão de visita nos garante a entrada gratuita e imediata. Somos levadas por uma das várias hostess ao andar de cima, um bar VIP, menos movimentado, com vista para a pista de dança. Nos sentamos em uma das mesas perto dos sofás de veludo em forma de U onde casais se beijam.

A hostess abre o menu de bebidas no centro na mesa e anuncia: “Seus drinques são por conta da casa. Tenham uma boa noite.”

“Nossa!” Andrea lançou um sorriso bobo para mim. “A gente se deu bem.”

“Boa noite, sou Kate. Vou servir vocês esta noite. O que vão querer beber?” diz uma loira, tanto quanto eu, provavelmente tintura, olhando para nós com um sorriso prestativo enquanto tira um bloco de notas e uma caneta de seu bolso.

“Eu vou querer uma Stoli Elite de cramberry, por favor.” Digo a loira.

“Eu também quero uma Stoli, mas de suco de laranja.” Diz Andrea sorrindo para a garçonete, que anota nossos pedidos rapidamente.

“Ok, já trago as bebidas.” Diz a loira se retirando.

“Vodca só para variar.” Ri Andrea virando seu olhar para mim.

“Stoli Elite só para variar.” Retribuo o sorriso. Essa marca de vodca sempre foi nossa marca registrada desde o primeiro colegial, onde começamos a beber em festas open bar feitas pelos nossos amigos de classe.

Olho em volta. Incrível como este lugar me fez recuperar as energias em poucos segundos.

“E ai? Conseguiu convencer o seu pai sobre o fato de querer trabalhar com ele?” gritou para mim curiosa, tentando fazer com que sua ficasse mais alta do que a música.

“Eu não te contei?”

“Não, mesmo morando comigo desde a faculdade você não me conta as coisas.”

“Deixa de ser mentirosa! Eu te conto tudo! Só me esqueci de comentar isso.” Bato em seu braço, ela ri.

“Brincadeira! Mas e ai? Como foi?”

“Consegui o emprego!”

“Ai meu Deus! Que ótimo!” ela me abraça. E a aperto forte. Queria muito este emprego, e ele era meu. “Qual é mesmo o nome da advocacia?”

“Hilbert & Waldorf.” Respondo quando nossas bebidas chegam. Dou um gole através de um canudo preto. Está maravilhoso.

Andrea vira o copo rapidamente e se levanta.

“Vamos queimar algumas calorias.” Coloca a mão na cintura fazendo pose.

“Tudo bem.”

Ela me pega pela mão, e a sigo até a pista de dança.

A música que está tocando agora é The Way I Are, em um ritmo de batidas graves no início. A pista esvaziou um pouco agora fazendo com que tenhamos espaço a mais. Andrea como sempre ocupa muito espaço enquanto está dançando. Ela se movimenta para todos os lados. Danço me entregando a batida.

“I like you just the way you are.” Aponto os meus dois indicadores para ela enquanto sorrio.

“I ain’t got no Visa. I ain’t got no Red American Express” ela faz sinais negativos com a mão enquanto canta.

A pista está começando a encher novamente. Nós duas somos forçadas a ficarmos mais próximas. Mas mesmo com o espaço reduzido, Andrea continua a ocupar um grande espaço. As pessoas atrás de mim começam a me apertar contra ela. Merda! Isso não vai acabar bem.

De repente duas mão estão na minha cintura. Elas descem para apertar a minha bunda, retornando em seguida para a minha cintura. Me viro para trás exalando raiva.

Vejo um homem alto e forte, que aparenta ter vinte e oito anos. Seus cabelos de um preto vivo emolduram o seu rosto. Sua estrutura óssea é perfeita marcando seus maxilares, sua boca com contornos firmes e seu nariz retilíneo prendem o meu olhar. Sinto meu coração acelerar. Acho que nunca vi um homem tão lindo. Mas não posso me distrair, não gostei do que ele fez independente dele ser lindo ou não.

“Tire as mãos de mim!” berro mais alto que a música.

Os outros homens que o acompanham riem da cena.

“Que isso, só estamos nos divertindo.” Diz, fazendo sinal em me agarrar de novo.

“Não se atreva a tocar em mim.” Digo batendo em seu braço. Ele sorri.

“Eu não estou me sentido bem.” Andrea reclama atrás de mim. Me viro. Ela está franzindo a testa e colocando a mão no rosto. Antes que eu possa fazer qualquer coisa, ou perguntar o que ela estava sentindo, seu corpo desaba no chão.

A multidão ao perceber se afasta de seu corpo. Em sinal de reflexo me ajoelho ao seu lado e começo a mexer em seus ombros e a chamar pelo seu nome tentando acordá-la. Mas nada. Sabia que ela tinha bebido demais.

Percebo um corpo de ajoelhar ao meu lado, olho e vejo que é o tarado de olhos azuis.

“O que você quer?” pergunto tanto irritada com ele, quanto com a minha amiga que sempre me faz pagar micos deste tipo.

“Ajudar.” Diz pegando Andrea no colo. “Vem.” Mesmo relutante o sigo. Estamos nos afastando das pessoas e indo para uma área mais afastada da boate. Subimos uma escada e entramos numa sala que tem uma vista panorâmica da pista lá em baixo.

O lugar é lindo. É um escritório enorme com sofás de couro pretos e uma mesa grande de vidro no centro com um iMac em cima. No canto há um bar com decanters de cristal, as únicas coisas que destoavam do ambiente composto de branco e preto.

O moreno a coloca deitada em um dos sofás.

“Quem é você?” pergunto enquanto o observo andar até o outro lado da sala para abrir um armário.

“Sou Logan, o dono.” Responde calmamente.

O dono? O dono apertando a bunda de suas clientes?

“Não acha que o seu comportamento de agora pouco pode atrapalhar o crescimento de seus clientes?” pergunto me sentando ao lado de Andrea enquanto cruzo as pernas.

“Não. Você foi a primeira a não gostar.” Ele dá uma pausa. “Ou pelo menos a primeira a fingir que não gostou.” Diz dando de ombros.

Quem ele pensa que é?

“Então, Logan, você não me conhece. Não sabe se eu gosto desde tipo de brincadeira ou não.”

Ele abre um armário enquanto ri. Vira o seu olhar para mim com uma das sobrancelhas arqueadas.

“Não me diga que você é lésbica. E que esta mulher ai é sua amiguinha colorida.” Aponta para Andrea.

Franzo o cenho. Ele está me irritando.

“Não, não somos lésbicas. E mesmo se fossemos não seria da sua conta.” Respondo me levantando e arrumando minha saia preta de paetê. Jogo meus cabelos loiros para trás. Eu preciso ir embora por causa de Andrea. Ele tira um frasco de vidro e dentro do armário, e o fecha silenciosamente.

“Então se você gosta de homens, isso significa um ponto positivo para mim.” Se aproxima rapidamente deixando o frasco em cima da mesa e encostando suas pernas nas minhas. Dou um passo para trás, para avaliar melhor o rumo que os acontecimentos tinham tomado.

“Não estou nem um pouco a fim deste tipo de conversa.” Inclino a cabeça para trás para olhar diretamente em seus olhos. Azul com azul. Como céu e mar conseguia ver o reflexo de meu rosto em sua íris. Ai meu deus!

“Posso deixar você afim.” Diz se aproximando mais e aumentando a intensidade do seu olhar. Ele pega os meus pulsos e me empurra contra a parede me prendendo com o seu corpo.

Seu rosto de aproxima do meu e vai em direção ao meu pescoço. Jogo minha cabeça para trás lhe dando passagem. Seus cabelos fazem cócegas em minha bochecha quando sinto seus lábios tocarem minha pele. O que você está fazendo Rebecca? Não posso deixar ele fazer isso! Eu conheço homens como ele, e sei que isso não vale a pena. Eu já passei por isso.

“Minha bolsa.” Digo baixinho jogando-a no chão, para interromper toda esta cena.

“Eu pego.” Ele se abaixa em um movimento rápido. Ótimo, distância. Olho para baixo e vejo que meu Amex e meu celular saíram da bolsa na queda. Ele pega o meu celular sem analisar e o guarda, mas segura meu cartão lendo as informações nele escritas.

“Ei!” reclamo.

“Rebecca Leaman Waldorf.” Ele levanta enquanto pronuncia o meu nome como uma poesia. Ele lança seu olhar mais uma vez para mim.

“Você pode me devolver logo?” estendo a minha mão para pegar a bolsa. “Obrigada.” Agradeço secamente quando ele me devolve. Não posso ser a fácil. “Tem como você me chamar um táxi?”

Ele recua e vai até a sua mesa.

“Não é necessário. Eu peço para o meu motorista levar vocês para onde quiserem.” Responde pegando mais uma vez o frasco. “Isso vai fazê-la se sentir melhor amanhã.”

Estendo o braço e pego o vidro. Há uma etiqueta escrita Cura ressaca. Isso é algum tipo de piada?

“Ervas, veneno, água benta...” digo tentando adivinhar o conteúdo com um sorriso de canto.

Ao perceber minha expressão ele sorri também.

“Apenas álcool.”

“Álcool? Sério mesmo? Você quer que eu acredite nisso?”

“Por incrível que pareça sim. Ajuda, você vai ver.”

O encaro tentando achar algo que o entregue dizendo que isso é uma mentira, mas nada. Sua expressão continua a mesma.

“Tudo bem.” Suspiro aceitando a derrota.

Ele abre um sorriso maior ainda enquanto vai até o sofá e pega Andrea no colo. Tudo isso aconteceu e ela nem sabe. Tinha até esquecido de sua presença.

Logan me leva até a entrada da boate, na calçada há um Mercedes estacionado. O motorista salta do carro ao perceber sua presença, e abre a porta traseira.

Logan coloca Andrea sentada no banco com a cabeça apoiada no vidro. Me viro para ele apreciando pela última vez sua beleza.

“Mesmo depois de tudo, obrigada.”

“Não há de que. Já passei por isso antes, sei como é.” Diz me olhando nos olhos, tocando a minha mão. Recuo.

“Bem... Hmm... Eu tenho que ir.” Entro no carro rapidamente e fecho a porta. A minha janela está aberta. Logan se inclina para apoiar o braço na porta.

“Boa noite Rebecca.”

“Boa noite Logan.”

O carro arranca lentamente da guia fazendo com que Logan tenha que se afastar do veículo. A velocidade vai aumentando e a distância entre nós dois também. Viro a cabeça para trás e vejo seu olhar cruzar com o meu. Ele ainda está de pé na calçada olhando para mim.

Me viro para frente e fecho vidro, o que foi isso tudo? Vários homens já haviam me tratado desta maneira, mas por que com ele foi diferente? Será que eu estava idealizando um príncipe encantado atrás daquelas íris azuis?

“Para onde a senhorita gostaria de ir?” pergunta o motorista me olhando através do retrovisor, interrompendo os meus pensamentos.

“Para a Quinta Avenida. Te aviso onde parar.”

Olho para a janela. Ainda está cedo, uma e meia da manhã? Suspiro fundo. Por que me senti tão desconfortável agora antes de entrar no carro? Por que o meu passado estava me atormentando novamente? Depois de tantos tratamentos, viver uma vida comum não estava sendo complicada, pelo menos não até a alguns minutos atrás. Eu tenho plena noção de que quando se vai a uma boate há uma grande probabilidade de alguém te encoxar, mas... O que está acontecendo? Eu o quero? De alguma maneira sim. Com aquele rosto e corpo, qualquer um em plena consciência o desejaria. Mas não posso. No final você sempre acaba na cama dele, sem valor algum. Uma qualquer.

Vejo que estamos nos aproximando do meu destino, bem em frente ao Central Park.

“Pode parar aqui.” Peço fazendo sinal para que o motorista encoste na calçada. “Obrigada” agradeço quanto ele desliga o carro. Quando ele faz menção em me ajudar a carregar Andrea para o apartamento nego a ajuda e agradeço.

“Eu chamo o segurança do prédio, não é necessário. Não quero incomodar mais do que já estou.” Digo abrindo a porta.

“Eu cumpro ordens senhora. Sr. Hilbert é bem específico sobre ajudar os clientes quando necessário.”

Hilbert? O nome do sócio do meu pai é Hilbert... Bem, é um nome comum, não?

“Eu insisto.” Ele intensifica sua palavra, e sedo.

Ele me ajuda a retirar Andrea do carro e a carrega até a entrada do apartamento. Tento pegá-la no colo, mas ela é muito pesada para mim. A coloco no chão e pego seus braços, a puxando pelo corredor até seu quarto. Com muito dificuldade a coloco na cama.

Vou para o meu quarto e fecho a porta. Coloco as mãos na cabeça enquanto me dirijo ao meu banheiro. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito e coloco uma tiara para afastar o resto dos fios do meu rosto. Pego um algodão e o molho com demaquilante. Começo a limpar o meu rosto e tirar toda a maquiagem. Quando termino vou até o closet pegar uma calça de pijama e uma camiseta que faz conjunto. Os coloco e vou deitar, ainda pensando em tudo.






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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Posto logo o próximo capítulo. Bjos!



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