— Misa... Vamos brincar?

— Como assim L?

— Brincar! Você nunca brincou de algo na vida?

— Já. Quando pequena brincava de amarelinha, jokenpô, pique - esconde...

— Ok... Ok. Mas não é desse tipo de brincadeira que eu estou falando...

Ela estava sentada na cama, toda arrumadinha. Linda. Eu me sentei ao lado dela, e mostrei a calda de chocolate que estava em minha mão.


— Pra quê você pegou isso afinal? — Ela perguntou.

— Para fazer isso...
 

Eu peguei a mão dela, pinguei a calda de chocolate nela, e beijei no mesmo lugar. Depois eu olhei em seus olhos.


— Entendeu? — Perguntei.

— Acho que sim. Sei aonde você quer chegar.

 

Ela pegou a calda da minha mão, passou um pouco no meu cangote, e o beijou.


— Assim? — Ela perguntou.

— Exatamente. E então? Vamos?

— Hum... Pode ser. Mas eu começo. — Juro que vi um sorriso safado no rosto dela.

— Claro, minha bela.

— Olha, um Sebastian (personagem de Kuroshitsuji, um anime).

— Eu tenho praticado. — Eu ri.

 

Ela me deitou na cama, pegou a calda, colocou em minha boca, e me beijou... Envolventemente. Um beijo doce, pegajoso, gostoso.


— L, se é um jogo, como se ganha?

— Bom... Ganha aquele que for mais pervertido.

— Hum... Tudo bem.  

— Ok, então vamos continuar.
 

Dessa vez, eu que a deitei. Levantei sua blusa de um jeito que desse para ver somente sua barriga, e passei a calda por cima.


— Ei... Isso é golpe baixo L.

— Se é para ganhar, vale tudo.

 

Eu comecei a beijar toda a sua barriga, fazendo-a delirar. Ela se contorcia toda, virando a cabeça para os lados, dando leves gemidos com os olhos fechados.


— L...

— Sim? — Eu continuei o que estava fazendo.

—... A-acho que já chega... — Ela falava com dificuldade.

— Mas por quê? — Eu parei.

— E-eu... Tenho medo do que pode acabar acontecendo se não pararmos.

— Como assim Misa?

— Bem... Eu não sei se ainda quero isso pra mim.

— Espera um pouco... Então você é virgem?

— S-sim... — Ela corou.

 

Eu me sentei, ela também se sentou na minha frente, com a cabeça baixa. Fiquei olhando-a. Ela estava completamente sem reação, como se não soubesse como me olhar.


— Você é tão boba.

 

Eu cheguei mais perto dela, e a abracei. Ela estava insegura.


— Misa, isso é só um jogo. Não tem com o que se preocupar. Eu não vou fazer nada além disso, está bem?

—... Tudo bem então.

 

Eu olhei para ela, e segurei o seu rosto com minhas mãos. Olhei para a sua pequena face, fofa como sempre.


— Eu te amo Misa, sabia?

— Depois a boba sou eu não é? Claro que eu sei disso, seu besta. — Ela riu.

— Eu te amo te amo te amo te amo te amo te amo!! — Eu a abracei forte.

— Assim você vai acabar me esmagando!

— Mas você é muito fofa!!

— Ah...! Claro...!

— Então... Onde paramos mesmo?

 

Eu me deitei na cama, ainda abraçando ela, e fiquei beijando o seu pescoço. Ela ficou alisando o meu cabelo com as mãos... Pude sentir também seu rosto sobre a minha cabeça. Ficamos nesta posição durante um tempo.

Eu a acho tão diferente de mim... Mas ao mesmo tempo, sinto que temos muito em comum... A começar pela beleza, claro.


— Temos tanto em comum Misa...

— Tipo...?

— Você é bonita, e eu também sou, sabe? — Eu comecei a perturbar a paz dela.

— Ah... Claro que é.

— Senti um tom de sarcasmo em sua voz agora Misa.

— Mesmo...? Desculpa então.

— Ainda estou sentindo...



— Ham... L...



— Oi?



— Isso soou meio estranho...



— Vish... Foi mal. — Eu ri, e ela também riu.

— Você não tem jeito mesmo não é L?

— “Owwwwn”... Eu também te amo. — Eu fiz cócegas na barriga dela.

— Kyaaaaaaa!! P-para L!! Vo-você sabe que eu sinto cócegas!! — Ela estava rindo como nunca.

— Exatamente por isso que eu estou fazendo cócegas, bobona.


Misa ainda é muito inocente... Quem sabe em outra ocasião futura... Mais tarde, agora não. Não quero forçá-la a fazer o que não quer. — Pensei.

 

Eu a beijei, beijei muito. Às vezes eu me sinto um pouco inseguro também. Eu sei que Misa me ama tanto quanto eu amo ela, mas e se chegar um dia em que ela não irá mais me querer? Se depender de mim, esse dia nunca vai chegar.


— Eu te amo Misa.

— Acho que você já disse isso L...

— Disse sim. E vou repetir quantas vezes for preciso, quantas vezes forem necessárias. Eu nunca irei perder você para ninguém. Sem exceções.

— Espera um pouco... Por que isso assim tão de repente?

— C-como assim?

— Ah... Já entendi... Você está com ciúmes não é? E já tenho uma idéia de quem é...

— N-não mesmo! E-eu não estou com ciúmes! E se eu estivesse com certeza não seria do Light!

— Olhe que mentir é feio...

— É-é sério! Eu não estou com ciúmes...

— Então o que é? Já que não é ciúmes.

— E-eu só tenho medo...

— Medo de quê L?

— Você ainda não entendeu? Sabe o quanto é difícil ficar expondo os meus sentimentos desse jeito??

— Ham... Não... — Ela não entendeu mesmo... Droga.

— (Suspiro) Olha, é que... Eu tenho medo de você não me querer mais, e acabar me deixando para ficar com alguém melhor, ou mais bonito que eu.

— L, em primeiro lugar, eu nunca irei te largar, eu prometo. E em segundo lugar, o que faz uma pessoa ser bonita de verdade não é a sua aparência, mas sim quem ela é por dentro, o seu caráter, seu jeito se ser. Não adianta uma pessoa ser bonita por fora, e por dentro ser uma pessoa com maldade no coração. Eu nunca vou querer me aproximar de uma pessoa assim.

—... (Eu fiquei sem reação)

— L...? Oi...?

— Eu te amo Misa, te amo muito, muito mesmo. Você não faz idéia do tamanho do amor que eu sinto por você. Pode parecer mentira, porque nós começamos a namorar faz pouco tempo... Mas eu sinto que eu te amo como eu nunca amei alguém antes. Você se tornou muito especial para mim, muito mesmo. Eu te amarei para sempre Misa.

 

Ela abaixou a cabeça. Pude ver seus sentimentos saindo pelos seus olhos, escorrendo em sua face, com uma meiguice estampada.

Sim, ela estava chorando, mas não de tristeza. E não conseguia conter suas lágrimas. Ela estava vermelha, soluçando, com suas mãos sobre sua boca. Parecia não acreditar no que eu tinha acabado de dizer, com os seus olhos arregalados.

Agora sim, foi por essa Misa que eu me apaixonei: Meiga, sensível, adorável, doce... E como se já não bastasse linda.

Acho que terei que adiar a brincadeira.