She Is... Everything escrita por Whimsy


Capítulo 5
Chapter Five


Notas iniciais do capítulo

Não vou mentir, não postei ontem porque tinha retorno a tarde toda e de noite estava com muita cólica mesmo, então saiu hoje. Desculpem-me queridos e deixem reviews.



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Limpei rapidamente as lágrimas com um dedo, estava feliz, se não radiante. Me joguei ao assento de trás do Volkswagen de Cole e ele e Janett se sentavam na frente, como sempre. O carro tinha um cheiro parecido com de madeira e eu tinha de admitir que isso nunca enjoava. Cole deu a partida e logo o carro deslizava pela pista lisa e molhada como um gelo enquanto os raios solares batiam nas janelas fazendo dali uma pequena estufa particular, o que logo impedimos de continuar abrindo os vidros das janelas. O vento parecia estapear meu rosto, embora fosse muito refrescante, e minha face parecia congelada em meros segundos. Alguém ligou o rádio e uma música lenta começou a tocar neste. Eu não conhecia e Cole provavelmente também não porque não começou a cantar como fazia sempre que conhecia a letra. Já Janett cantarolava baixo a música e esta me parecia bastante fúnebre. Eu não queria pensar em nada desanimador enquanto viajávamos para Undone e a música não parecia levantar o astral de ninguém dentro do carro. O Sol parecia refletir sua luz diretamente em meus olhos e eu tive que implorar para Cole que ele me desse seu boné, o qual eu logo ajeitei sobre meu cabelo. Segurei com força minha mala junto ao corpo enquanto o carro todo pulava ao entrarmos em uma estradinha de terra que nos levaria ao porto e Janett xingou alto quando seus Ray-Ban caíram de seu rosto enquanto Cole se mantinha mordendo o lábio no volante para conter o riso alto que soltaria. Chegamos ao porto vinte minutos depois, mas eu já via o mar verde-azulado desde dez minutos antes. As ondas eram enormes e quebravam à três metros da estrada, enfurecidas. Lembrei-me de duas semanas antes, quando fora surfar com Cole e acabara desmaiando sob a superfície. O mar amava nos pregar peças. Lampejos de imagens da superfície vista por mim através da água, ao longe e inalcançável, tremeluziam em minha visão me causando um bolo na garganta. A sensação já era tão real que eu sentia a corda que me ligava à prancha se desprendendo suavemente de meu tornozelo enquanto eu afundava mais.

A mão de Janett em meu ombro me sacudindo para que me virasse para ela me fez saltar e arregalar os olhos antes de voltar à realidade. Felizmente, ela não percebeu porque também estava hipnotizada pelas ondas. Saímos do carro devagar e sendo envolvidos subitamente pelo ar quente ao redor do mar.

Encarei pela primeira vez o veleiro em que iríamos. Ele era razoável em tamanho e tinha uma local coberto tirando a parte das cabines sob o convés. O casco não tinha pintura e sim a cor natural da madeira. As velas brancas e enormes tremiam devagar e preguiçosamente. Janett encarava o veleiro como se fosse um velho amigo enquanto Cole estreitava os olhos para o mesmo. Subimos à bordo de acordo com as instruções de Janett e a ajudamos à arrumar as velas nas direções certas e limpar o convés. Depois de terminarmos o trabalho fomos tirar as malas do carro e as arrastamos para o veleiro. Ao tocar no couro verde da mala minhas mãos tremeram subitamente e eu demorei um pouco para me convencer de que nada havia realmente acontecido e de que fora apenas assolado por nervosismo anteriormente. Arrumamos as coisas nas cabines enquanto Janett soltava as cordas do veleiro com uma faca e este logo estava deslizando assustadoramente rápido pelas águas gélidas e  que iam ficando cada vez mais esverdeadas. 

O veleiro balançava de um modo tranquilizante. Um cheiro estranho invadia o ar, como um veneno inebriante, uma droga. Fora a primeira e talvez última vez em que me senti em total e completa paz comigo mesmo.


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