She Is... Everything escrita por Whimsy


Capítulo 3
Chapter Three


Notas iniciais do capítulo

Chapter Three, também conhecido como "Que diabos, Janett?"



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–Droga, Zac! Abaixa essa bosta! –A voz feminina pedia.

A garota que estava na cozinha tinha longos cabelos cor de fogo presos em uma trança grossa e com uma fita verde de veludo. Ela usava um suéter branco que combinava com os olhos cinzentos e, por cima, um casaco pequeno feito de um tecido estranho e grosso. Ela já havia me explicado o nome... Algo que começa com cashm... Ah, que seja. As calças jeans eram bastante apertadas mostrando perfeitamente a silhueta de suas pernas sobre o tecido deixando pouco para a imaginação. Esta era Janett, infelizmente a nossa guia.

–Mas que diabos está fazendo aqui? –Eu berrei, balançando o canivete.

Ela riu, uma risada suave enquanto se aproximava, os olhos cinzas estreitados. Ela estava me provocando, claro, mas eu não seria tão fácil. Aquela era minha casa, meus pais dormindo no segundo andar e ela era Janett. Nada contra ela, mas eu a veria todos dias na ilha e, ah, eu já contei essa história.

Mas quando ela passou as mãos pelo meu pescoço senti um desejo quase irresistível me invadiu. Eu segurei automaticamente sua cintura a puxando para mim e deslizando minha mão para...

–Zac?! Ah, garanhão, rawr...

A voz de Cole cortou o ar, muito alta e exagerada terminando no que deveria ser um rugido gay. Eu revirei os olhos descansando as costas contra uma parede e soltando Janett, quem bufou.

–Dá para ser menos discreto? –Ela murmurou enquanto ouvíamos os passos de meus pais descendo as escadas em direção à nós.

–Não, mulher. Eu não sou sua, sou do Zac e nós duas sabemos muito bem disso. –Cole fez um biquinho e me abraçou pelo pescoço imitando Janett. Eu ri alto. Ele era alto com sardas, tinha o cabelo loiro repicado e olhos verdes estranhos, mas que de alguma maneira agradavam as garotas.

Se eu não conhecesse Cole teria certeza que era gay, mas aquela “bicha” era muito mais homem do que metade das pessoas que encontrávamos por aí e que tinham uma dúzia de tatuagens. Ele havia ficado com mais da metade das garotas da escola e agora namorava firme com uma garota chamada Kathlyn, embora sempre estivesse de olho em Janett.

–Panaca... –Murmurou Janett, corando. Eu ri mais alto e abracei a baixinha por trás.

–Seu panaca, querida. –Ele murmurou indo até ela.

Minha mãe e meu pai surgiram no portal e esta deu um beliscão no braço de meu pai para obriga-lo a forçar um sorriso para os meus “coleguinhas”.

–Ah, oi queridos. O que fazem aqui tão cedo? Zac, já tomou banho? Ah, que cabelo horrível, querido. –Minha mãe disse, me fazendo olhar para o teto e suspirar.

–Já, mãe. –Disse ao mesmo tempo que Janett engasgava:

–Ah, Sra. Parker, eu e o Cole estávamos passando aqui para conferir se Zac estava pronto e para avisá-lo de que o barco saíra mais cedo assim temos menos chances de pegar um mau tempo. –Ela disse, sorrindo.

–Ah, sim querida. Sabia que você é uma garota muito responsável? -Disse meu pai. -Ah, e Zac tem mesmo muita sorte de ter alguém como você.

Eu corei imediatamente colocando toda a minha atenção, antes dispersa, no rosto roliço e rosado de meu pai.

–Ela não é minha namorada, pai! -Eu quase gritei.

–Mas deveria, embora você com certeza não tenha iniciativa. -Minha mãe murmurou, rindo.

–Ah, senhora e senhor, mas com todo respeito o seu filho já pertence à mim. -Disse Cole, bastante sério, fazendo com que todos começássemos a rir.

–Ah, amor, você sabe que você é meu tudo... -Eu imitei uma voz bem fina e quando Cole sorriu docemente para mim eu dei um soco bem forte em seu ombro. -Essa gayzisse foi suficiente para toda a semana agora, Cole.

–Ah, que pena. -Ele fingiu-se de magoado e minha mãe começou a rir. Meus pais já estavam acostumados com Cole e com suas brincadeiras estranhas, mas pude ver que Janett estranhou nossos atos extremamente familiares. Eu mordi as bochechas por dentro me preocupando com a possibilidade de ela achar que éramos gays, parecia que éramos isso?, e segurei discretamente sua mão. Ela abriu um sorriso radiante que quase parecia tirar toda a atenção das pessoas de seus olhos cinzas para os dentes brancos em contraste com os cabelos cor de fogo.

Eu sorri, satisfeito comigo mesmo e agradecendo mentalmente aos céus pelos meus pais não terem falado nada quando perceberam nossas mãos dadas e olharam descaradamente. Eu estralei o pescoço rindo enquanto dizia que iria buscar minha mala e subia as escadas.

Quando cheguei ao meu quarto senti um pouco de tontura, como se prestes a desmaiar. A mala no chão estava rasgada no centro com letras firmes e pintadas de vermelho escuro contra o tecido de couro tingido de verde.

"Não vai. Vai acontecer uma coisa. Não vai"


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