Como Se Explica O Amor? escrita por yumesangai


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Faz algum tempo, ne? Mas antes tarde do que nunca!



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O evento estava marcado para começar à noite, mas o sol ainda estava alto e Minako corria com saltos de um lado para o outro no apartamento de Michiru, esta apenas se divertia com a cena enquanto se ocupava confortavelmente sobre a cama enquanto Makoto pintava suas unhas dos pés.

"Michiru são 14h!" Minako disse pela enésima vez. "Eu não sei o que usar!" Gritou saindo do closet e jogando mais outros 2 pares de vestidos sobre a cama que já comportava pelo menos uns 27 pares.

"Eu disse que nós deveríamos ter começado isso às 11h". Makoto debochou.

"Não tem graça! Realmente não tem graça!" Minako gritou. "Michiiiiiru". Choramingou.

A anfitriã girou os olhos. "Mako". A chamou e a amiga parou o trabalho em suas unhas. Ela se levantou e entrou no closet. Minako ficou braços cruzados não acreditando que ela acharia algo que ela já não tivesse visto ou usado.

Michiru voltou com uma caixa. Minako franziu o cenho, ela não tinha visto nada do gênero lá dentro e mesmo se tivesse provavelmente não abriria, mas iria perguntar, porque era uma daquelas caixas enormes e lindas.

"Se você não gostar desse, desista". Deixou a caixa na cama e voltou a se sentar.

Minako tirou a tampa com extremo cuidado, parecia que tudo era feito de ouro. Ela nem precisou erguer o vestido para vê-lo por completo para saber que iria amá-lo. Seus olhos se encheram d'água, era perfeito.

"V-você... onde...como....?" Ela murmurou sentindo as lágrimas caírem.

"Amarelo é a sua cor favorita e você adora esse tipo de evento e sempre quis usar algo que tivesse saído de um conto de fadas, mas sem parecer um bolo gigante". Michiru disse com um sorriso no rosto. "E você desenhou esse vestido quando pensou em entrar na faculdade de Moda".

Makoto sorria cúmplice.

Minako pulou na cama. "Michiru! Obrigada!" E voou em cima dela para abraça-la. "Mako também, eu sei que você está envolvida".

"Eu apenas peguei o desenho da sua pasta, mas a Michiru já estava com essa ideia". Makoto admitiu.

"Mas esse é o seu evento, por que um vestido tão especial para mim?" A loira perguntou confusa.

"Os meus eventos são os seus eventos". Disse tomando as mãos dela. "Você adora aquela galeria. Poderia trabalhar em qualquer lugar, mas continua lá. Eu quero que seja tudo tão perfeito quanto você planeja". Minako tentava segurar as lágrimas, mas parecia ser em vão. "Mako também". Disse olhando para a amiga. "Você não precisa continuar nesses bicos e muito menos fazê-los lá na galeria".

Makoto sorriu com o rosto ligeiramente corado. "Eu gosto de visitar vários lugares e conhecer diferentes pessoas, eu sei que existem outras profissões que me fariam ser capaz disso, mas..." Deu de ombros ainda meio sem jeito. "Sinceramente, estou satisfeita com o que faço. E ver você na galeria, quase que do mesmo jeito que nos conhecemos, é o melhor".

"Vocês duas... O que seria de mim sem vocês?"

Minako e Makoto trocaram um sorriso alegre.

"Obrigada". E puxou o rosto de Minako e a beijou nos lábios, antes que a loira reagisse, Michiru se afastou e fez o mesmo com Makoto.

"Kya! Eu fui beijada pela Michiru Kaiou!" Minako gritou e rolou pela cama, sacudindo os pés e parecendo completamente eufórica.

"Se eu soubesse que você estava interessada, nós poderíamos ter um começo completamente diferente". Michiru brincou. Makoto riu da amiga. "O mesmo pra você". Se voltou para a morena.

Makoto girou os olhos. Michiru sabia dizer coisas que deixariam qualquer um em dúvida da própria sexualidade. Mas ela também conhecia Michiru muito bem e sabia que isso era apenas uma arma. A verdadeira Michiru era muito mais sensível.

"Nos seus sonhos". Brincou.

"Oh, acho que em um deles começou com algo parecido". Rebateu.

–/-

"Então, você vai comprar quadros?" Usagi perguntou confusa.

Haruka riu. "Claro que não odango, apenas fiquei curiosa". Disse enquanto mexia no café.

"Sei..." A loira respondeu desacreditada. "Isso não é um daqueles surtos onde as pessoas começam a fazer coisas das quais elas realmente não se interessam só para uma mudança de ares não é?"

Haruka teria cuspido o café se estivesse bebendo. Céus, Usagi precisava largar as revistas.

"Não é". A garantiu.

"Porque isso parece o tipo de evento em que a Setsuna iria".

Haruka abriu a boca para dizer algo grosseiro, mas a verdade é que a loira tinha razão. Exposição de quadros era o tipo de passeio que Setsuna a convidaria, mas os verdadeiros motivos para ir em tal evento ainda eram desconhecidos por Usagi e agora ela a olhava com os olhos sérios. Olhos de uma amiga que estava pronta para ajudar no que quer que fosse necessário.

"Odango, quando você se tornou uma especialista em relacionamentos?" Decidiu se esquivar.

Pareceu funcionar. Usagi abriu um largo sorriso. "Anos de experiência".

Haruka concordou com a cabeça. Usagi namorava com Mamoru desde que ela era uma simples colegial.

"Se você for comigo pode ser um encontro". Piscou para a loira.

Usagi sabia que era brincadeira e sinceramente, já deveria ter se acostumado, mas ainda sim seu rosto aquecia com a ideia.

"Eu não posso, vou sair com o Mamo-chan". Respondeu, apesar de tudo, parecendo realmente chateada por não ser capaz de desfazer o próprio compromisso.

Haruka sorriu compadecente, ela era muito sortuda por ter a amizade dela.

"Você merece e ele também".

Usagi sorriu toda boba. "Eu gostaria que as férias dele pudessem ser junto das minhas". Suspirou. "Mas! Como o mundo não é perfeito, vamos fazer compras!" Pulou da cadeira toda radiante, segurando o copo de café gelado que ainda não havia terminado.

"C-compras?" Haruka sorriu sem graça. Isso não fora combinado.

"Sim, compras! Você vai numa bela exposição, daquela Michiru Kaiou, não é? Ela vai se apresentar, certo? Eu vi no cartaz".

Haruka franziu o cenho. "Você a conhece?" O mundo não poderia ser tão pequeno assim, embora o Japão fosse se comparado a muitos lugares...

"Claro que eu não a conheço, mas o Mamoru escuta as músicas dela, acho que alguma vez fui num concerto em que ela se apresentou, mas não me lembro ao certo... todas as músicas clássicas são meio iguais..." Haruka riu. "Ei! Você sabe que é verdade!"

E Haruka sabia que o dia seria incrível, mesmo fazendo compras. Usagi era mágica.

–/-

As luzes coloridas na entrada da galeria davam vida à entrada branca. O lugar tinha um aspecto colonial francês com uma escadaria de mármore e colunas, sem falar no gigante arco que ia do primeiro ao segundo andar contornando a sacada principal. O prédio de dois andares se destacava por si só, um tanto incomum às galerias suntuosas e modernas do Japão, a grande maioria parecendo mais edifícios de luxo, talvez a única exceção fosse o Museu Mitsubishi Ichigokan¹ no distrito de Marunouchi com um estilo ocidental, mas não falavam da mesma época.

Um grande banner na porta indicava a exposição de Michiru Kaiou, o mesmo que estava espalhado pela cidade já fazia algum tempo. Minako não poderia estar mais nervosa, além de ganhar o vestido dos sonhos, ela era a organizadora do evento, missão incumbida pela própria Michiru.

Makoto também estava roendo as unhas na cozinha. Ela era chefe da equipe. Não havia entendido bem como havia acabado com o cargo, já que não era exatamente uma empregada fixa do local, mas certamente Michiru havia se envolvido.

Ela sempre se envolvia e não adiantava discutir, porque uma vez que ela via potencial, ela o fazia vir a tona. Talvez fosse isso que a fazia tão atraente, em sua música ou arte ela dava tudo de si. Com seus amigos não poderia ser diferente.

O local estava cheio de frequentadores VIPs, algumas celebridades e moradores que gostavam de passar o tempo em eventos onde tinham a oportunidade de se vestir e comer bem.

Haruka passou de moto em frente a galeria, os estacionamentos mais próximos estavam com filas horríveis. Acabou por deixar a moto num serviço de valet que lhe doeu o bolso. Ajeitou o terno e a gravata e seguiu para uma espécie de auditório onde já havia começado a apresentação.

Dizer que Michiru estava linda seria apenas bondade. Ela estava fabulosa. Usava um vestido longo, branco com luvas que iam até a altura dos cotovelos, e ainda se equilibrava num scarpin de salto 15 e tocava violino.

Quando sua apresentação terminou todos aplaudiram de pé. Haruka não era uma especialista em música clássica, mas aquilo havia soado incrivelmente bem.

Ela esperou gentilmente que os aplausos cessassem para falar ao microfone que havia sido colocado logo ao final da apresentação por uma loira sorridente que parecia tão encantada quanto todos os presentes.

"Muito obrigada". Ela agradeceu num tom calmo. "Por favor, aproveitem a exposição, ela é unicamente para vocês".

Haruka sorriu. Ela falava de uma forma bem diferente da Michiru que havia conhecido. Certamente todos tem seus diferentes lados.

–/-

"Quem ele pensa que é para estar aqui!?" A voz furiosa vinha da loira que pisava forte e andava de um lado para o outro no camarim.

Michiru terminava de tirar as luvas.

"Ele tem todo o direito, não temos nenhuma forma de barrá-lo". Retrucou se virando para a amiga. "Você não deveria estar recepcionando os convidados?" Arqueou a sobrancelha.

"Não! Aquele traidor vai vir direto falar comigo e eu sei que vou matá-lo na frente de todo mundo!" Bufou.

Michiru riu. Ela definitivamente poderia contar com a lealdade de Minako para o resto da vida.

"Talvez ele não seja tão presunçoso de esperar que você lhe de atenção. Se o fizer, mostre todo o nosso belíssimo acervo e certifique-se de que ele compre o maior quadro de todos".

Minako abriu um largo sorriso. "Eu vou fazer isso! Ele vai ver só!" E saiu de lá ainda falando alto.

Michiru voltou a olhar para o espelho. Ela deveria trocar de roupa, mas agora quem iria ajudá-la com o maldito vestido? Antes que pudesse pensar ou fazer qualquer coisa, o som de uma mensagem chamou sua atenção.

Não poderia ser Minako pois a mesma havia acabado de sair, talvez Mako também já tivesse esbarrado com Taiki no salão.

— Estou num mar de pessoas e quadros, mas não sei se consigo entender a mensagem por trás de todos. Se importa de ajudar?

"Ora, ora... " Um sorriso divertido se formou nos lábios de Michiru ao ler a mensagem inesperada.

— Não me importo, mas antes preciso de um favor. Venha até o meu camarim, fica na passagem do auditório.

— Devo me preocupar com algum tipo de segurança?

— Não vai acontecer~

E realmente não aconteceu. Ninguém perguntou nada, os funcionários estavam muito ocupados para se importar se alguém estava adentrando uma área restrita. Ou talvez não fosse o caso, não era comum receber visitas no camarim...?

Ela bateu na porta duas vezes antes de ouvir a voz de Michiru indicando que ela poderia entrar. Haruka teve que controlar o sorriso para não parecer tão abobalhada quanto estava se sentindo. E de repente se sentiu desconfortável por não estar usando uma roupa no mesmo nível dela.

Embora tivesse quase certeza de que não poderia pagar...

"Você está muito elegante".

"Você está linda-".

As duas disseram ao mesmo tempo. E riram logo em seguida. Michiru fez sinal para que Haruka falasse.

Ela sorriu com o rosto ligeiramente corado. "Você está linda". Repetiu. "É a primeira vez que te vejo tocar". Admitiu, embora tivesse certeza que ela sabia disso. Sequer havia procurado por algo na internet ou buscado por cds em lojas.

"Obrigada". Sorriu agradecida, mas tinha algo de automático na forma como ela fazia isso que indicava que ela ainda estava sendo a Michiru-pública.

"Hm..." Coçou a nuca meio sem jeito, essa Michiru parecia ainda mais difícil do que a misteriosa e provocante. Porque elas não tinham nada em comum. "Me desculpe por aquele dia". Disse de repente. "Eu estava no meio de uma coisa... e..." Seria errado dizer que havia terminado um relacionamento?

Pareceria errado ter aceitado todas aquelas provocações e ter chamado uma completa estranha para sua casa quando ainda estava num relacionamento? Michiru pensaria diferente dela se soubesse disso...?

"Você estava ocupada, eu entendo". Deu de ombros. "Quer dizer, não é como se você tivesse que atender um pedido meu, ainda mais um tão egoísta". Disse calma, olhando para baixo.

Haruka estranhou.

Michiru andou até ela e ajeitou sua gravata. Assim, sem dizer nada.

"V-você pode fazer um pedido agora. Se eu puder atendê-lo". Disse olhando para ela, mais especificamente para as mãos dela que agora brincavam com a ponta da gravata.

Ela ergueu o olhar e sorriu. Um sorriso nada tímido.

Ah sim, essa era a Michiru que ela conhecia. Mas ela apenas se virou de costas e ergueu o cabelo que antes estava caído.

"Pode me ajudar com o zíper?" Perguntou olhando de esguelha.

Haruka engoliu em seco. Michiru continuou lindamente de costas com as mãos segurando o cabelo. O tecido não era fino, não marcava absolutamente nada, mas era justo e defina bem seu corpo.

Ela puxou o zíper devagar. Michiru usava um sutiã tomara que caia igualmente branco. O zíper ia até o quadril. Seria mentira dizer que a mão de Haruka não tremeu. E que ela não se aproveitou daquele momento para olhar mais uma vez para um corpo tão belo.

"Pronto".

Michiru puxou o vestido todo para baixo. E ainda de costas abriu o sutiã e o deixou se juntar ao vestido no chão. Os olhos de Haruka acompanharam todo o movimento.

"Pode pegar pra mim o que está pendurado?" Perguntou sem indicar nada.

Haruka ergueu os olhos da única lingerie que ainda estava no corpo dela para saber do que diabos ela estava falando. E foi naquele singelo erguer de olhar que percebeu um pequeno detalhe.

Michiru estava de frente ao espelho. Os olhares delas se cruzaram. Michiru estava com uma expressão divertida, a sobrancelha erguida ainda esperando que seu pedido fosse atendido. Haruka se xingou mentalmente.

O vestido era outro longo, mas dessa vez num tom de verde acqua. O decote era generoso. Ela também mudou de calçado. Haruka só se virou quando teve certeza de que poderia. E foi pega de surpresa. Michiru era uma dessas pessoas que mesmo no dia em que estivesse mais desarrumada ainda estaria linda e hoje, certamente, ela estava digna dessas modelos de revista.

Mas Haruka sentia que não precisava elogiá-la. Ela claramente sabia o efeito que causava. As palavras não interessavam para Michiru.

"Como você anda num salto desses? Parece incômodo". Haruka disse ao perceber que ela trocou um salto 15 por outro do mesmo tamanho.

Michiru olhou para o calçado como se não fosse nada.

"É costume, eu acho". Sorriu dando de ombros. "Já fiz muitas coisas usando só um salto". Piscou.

Haruka olhou para o teto. E pediu clemência, um escudo, qualquer coisa que a fizesse aguentar a noite.

"Agora eu vou realizar o seu pedido". A voz da outra fez com que Haruka voltasse a si.

"Hn?" Mas sequer tinha ideia do que ela estava falando. Desde que entrara no camarim havia feitos vários pedidos e não se lembrava de ter dito nenhum em voz alta. Ou ao menos esperava que não.

Michiru estendeu o celular.

"Os meus quadros, você não disse que queria entendê-los?" Perguntou a encarando. Se perguntando se aquela curiosidade era sincera ou apenas uma desculpa.

Ela, é claro, detestaria que a segunda fosse verdade.

Haruka sorriu. Ah sim, ela queria saber um pouco mais sobre Michiru. Queria entender a profundidade daquelas pinturas. Não queria e explicação de um pedaço de papel ou de um dito entendido de arte, queria ouvir da própria.

–/-

É claro que Michiru não conseguiu dar um passo sem ser interrompida por alguém e novamente, Haruka a viu colocar a máscara. Talvez fosse uma coisa natural para quem vivia naquele mundo.

Por fim ficou um pouco afastada, observando as pinturas sozinha, as vezes ela lhe lançava um olhar ao longe como quem pedia desculpas por não estar cumprindo a promessa, mas não havia o que questionar. Era o evento dela. Todos queriam falar com ela. Todos queriam um minuto de sua atenção e Haruka já havia conseguido bem mais do que isso.

E provavelmente seria assim pelo resto da noite. Mas de alguma forma Haruka não se importava.

Estar ligeiramente afastada a permitia observar as pessoas. Mas quem acabou se destacando era uma garota que servia champagne, ela olhava para Michiru de uma forma encantada e orgulhosa.

Michiru se aproximou dela, elas falaram baixo, no pé do ouvido. Haruka se mexeu desconfortavelmente. Qual a relação entre elas? E não ajudou quando viu Michiru passar a mão no rosto da morena e piscar.

Michiru era a rainha do flerte.

E Haruka começava a se perguntar o que estava fazendo ali. O que estava esperando. Michiru claramente não era o tipo de pessoa que mantinha relacionamentos longos. E Haruka acreditava em romance. Então, por que gastar tanta energia com alguém que joga? Joga sensualmente, com olhares, com palavras e com precisão.

Haruka poderia virar as costas agora e não voltar nunca mais. Elas certamente não frequentavam os mesmos lugares e provavelmente não iriam se esbarrar novamente. Michiru claramente não gostava de ser contrariada e não iria procurar por ela. O incidente do carro havia deixado bem claro que ela não estava acostumada a não ser a prioridade de alguém.

Ela era uma Ojou-Sama. E Haruka não tinha certeza se conseguia dançar aquela valsa. Que talvez fosse mais um tango, era sensual e cheia de insinuações, mas qual era o prêmio ao final?

Uma noite? Um beijo?

Haruka não iria se satisfazer com isso, mas e Michiru? Pensando assim, realmente não sabia nada sobre ela. Seus amigos, seus relacionamentos passados. Era uma figura misteriosa.

"Você gosta desse?" Uma voz alegre soou quebrando completamente seus pensamentos.

Ao se virar na direção da voz, viu a loira que estivera no palco junto de Michiru. Ela tinha o cabelo tão comprido e no mesmo tom de Usagi, até os olhos eram da mesma cor.

Finalmente olhou para frente para entender do que ela falava. Era uma pintura, até pequena se comparada as outras. Era uma concha ondulada, imperfeita e que parecia um pequeno espelho de bolso.

"Por que uma concha?" Perguntou sem responder a pergunta da loira.

"Essa concha produz uma pérola". Ela contou com um sorriso doce e seu olhar se direcionou para onde Michiru estava. "Uma pérola pequena que tem uma camada protetora bem forte ao seu redor. É o meu trabalho favorito da Michiru". Sorriu abertamente. "Você gosta?" Repetiu.

E Haruka teve que sorrir. "Sim, eu gosto". Ela captou o olhar da loira.

De alguma forma todos eram atraídos por Michiru. Sim, de fato tinha algo nela que não tinha nada a ver com sua beleza. Haruka se lembrou do dia da chuva, de como ela parecia pequena, chorando desamparada no meio da praça.

E Haruka sabia porque iria ficar. Ela queria aquela pérola embaixo de todas as camadas protetoras.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Como já deixei claro, não sou entendedora das localidades do Japão, mas... ao pesquisar por galerias e alguns museus, achei curioso que todos são uns prédios gigantes e super luxuosos e não prédios históricos.
O Museu Mitsubishi Ichigokan¹ (citado no capítulo) é o único com uma aparência mais clássica (reconstruído em 2009 e projetado por um britânico a convite do governo japonês após a abertura do Japão para o Ocidente, concluído originalmente em 1894) e imita uma arquitetura ocidental do século 19.
O Museu se encontra numa parte nobre de Toquio.