Depois de descobrir que aquele garoto lindo que havia me levado em casa no dia anterior estudava no meu colégio, não pude negar o quão surpresa eu estava, e depois de conversarmos bastante sobre nossos gostos musicais, filmes e etc, infelizmente o sinal bateu e eu me despedi, ele fez o mesmo e cada um foi para a sua sala, talvez nós nos encontrássemos no intervalo, ou na hora da saída.

Chegando na sala avistei a Manuela que estava apontando para uma cadeira que estava ao seu lado, logo assimilei que fosse para eu sentar ali, e foi o que eu fiz, e logo ao sentar ela já foi perguntando:

– Quem era aquela gato que você estava conversando hoje?! –perguntou a Manuela me encarando e com uma expressão curiosa.

– Não é nada do que você está pensando! Ele só me deu carona e... – antes que eu conseguisse terminar minha fala, vi o Pedro cutucar o meu ombro e sentar na cadeira que havia na minha frente, e ele foi se metendo na conversa.

O que aquele idiota, digo, aquele garoto queria com você? – Disse Pedro falando como se eu devesse alguma explicação a ele.

A Manuela estava observando toda a nossa discussão, até que a professora chega na sala, e junto com ela veio a Caroline, que acenou para o Pedro, com aquele sorrisinho irritante e foi de encontro com ele, se sentando em uma cadeira próximo a mim e ao Pedro, revirei os olhos e abaixei minha cabeça

Depois de um bom tempo em uma aula muito chata e entediante, eu estava com a cabeça sobre os meus braços em cima da minha carteira, onde eu já deveria ter dormido e acordado milhões de vezes, Pedro se virou para mim, e me cutucou.

– Ei dorminhoca acorda, me desculpe, não queria me meter na sua vida, mas então, quando nós vamos pintar e decorar o nosso quarto? – Disse ele falando baixo para que somente eu pudesse ouvir, o que não deu muito certo, pois a Caroline estava escutando toda a nossa conversa.

–Tudo bem, ér... Hoje a tarde pode ser?

–Combinado então.

Quando ele se virou, eu sorri e voltei a dormir.

***********

Já era o intervalo, eu fui para o mesmo lugar de sempre e avisei a Manuela, que estava indo comer algo e provavelmente iria falar com o Felipe, que era seu namorado, mas eles estavam passando por uma fase de crise, mas eu creio que eles se resolvam logo, pois os dois se amam, eu assenti, peguei meus fones de ouvido e fui em direção a minha árvore, como de costume não haviam muitas pessoas lá, confesso que eu gostava muito, pois assim eu poderia ficar em paz. Fechei meus olhos, coloquei os fones de ouvido e encostei minha cabeça na árvore, estava tocando Radioactive, uma das minhas músicas preferidas.

"I'm waking up to ash and dust

I wipe my brow and I sweat my rust

I'm breathing in the chemicals

I'm breaking in, shaping up

Chesking out on the prison bus

This is it, the apocalypse, whoa "

Sinto alguém se aproximar de mim, imediatamente meu corpo entra em estado de alerta, eu me assusto e me levanto, fazendo com que meus fones caíssem , e quando eu olho para o lado para ver quem tinha sido o filho da puta que havia estragado o meu sossego, vejo o Scott, lindo como sempre, com aqueles olhos verdes profundos, ele não chegava ao nível de beleza do Pedro, mas mesmo assim, eu o achava lindo de mais!

– Te assustei? – Disse ele se sentando ao meu lado

– Sim – Eu respondi rindo e enrolando meus fones em volta do meu celular, e assim que eu levanto a cabeça vejo o Pedro parado na minha frente, ele encara o Scott e vice-versa.

– Ei cara, pode dar licença? Quero falar com a Lucy – Disse Pedro expulsando o Scott dali.

– Você é cego ou o que? Não vê que estamos conversando?! Se quer falar algo, fale. – Disse Scott encarando o Pedro com raiva.

– É um assunto familiar, coisa que só deve respeito a mim e a Lucy, portanto não posso falar com você presente. – Nessa hora Pedro olhou para mim, como se estivesse pedindo para que eu mandasse o Scott sair dali, e como eu estava muito curiosa para saber o que ele queria falar, eu pedi para que o Scott nos deixasse a sós.

– Scott, por favor, nos dê licença. – Eu disse, tentando ser o mais educada possível.

– Tudo bem Lucy, até mais tarde. – Disse o Scott se levantando e passando pelo Pedro ainda o encarando com raiva.

– E então... O que quer? - Eu disse curiosa para saber o que era tão importante que ele não podia falar na frente de ninguém.

– Minha mãe acabou de me ligar avisando que o seu pai teve de viajar de última hora para Nova Iorque para resolver sei lá o que, e que ela iria junto.

– E nós? Vamos também?

– Não, temos escola esqueceu? Além disso, temos que cuidar da casa na ausência deles.

– Hã?! Dois adolescentes cuidando de um apartamento??

– Exatamente, eles deixaram um cartão de crédito caso a gente precise.

– E por quanto tempo eles vão ficar lá?

– Não sei exatamente, talvez uma ou duas semanas.

Ah que ótimo, agora vou ter que cuidar de um apartamento com um irresponsável. O sinal do fim do intervalo toca, e todos vão para suas salas, eu fui caminhando com o Pedro até a nossa sala, e no caminho damos de cara com a Caroline, que estava com seu grupinho, que ao verem o Pedro o olham como se ele fosse um pedaço de carne, eu já estava com náuseas só de ver aquela cena, então eu sai, e quando me viro vejo que o Pedro está bem atrás de mim , e a Caroline nos olhando. Ele aparentemente havia dado um pé na bunda dela.

Ao entrarmos na sala, a professora de biologia já estava escrevendo coisas no quadro, ela não perdia tempo mesmo...

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Já era a hora de voltar para casa, eu estava no estacionamento com a Manuela, até que nós avistamos o Felipe e ele vem em direção a Manuela, eles dão um selinho apaixonado e eu fico de vela, mas era bom ver que eles já tinham se acertado.

– Oi Lucy. Vamos amor? – Disse o Felipe abraçando a Manuela

– Vamos sim! Lucy, quer carona ?

– Não não Manu, valeu. – Eu não queria atrapalhar o clima de reconciliação dos dois, além do mais, eu iria exigir que o Pedro me levasse para casa, afinal o carro também era meu.

– Então ta bom, até amanhã! – Disse a Manu se despedindo.

– Até!

Depois de me despedir da Manuela e do Felipe, vou a procura do Pedro, e por sorte o encontro rapidamente, ele estava encostado na porta do carro de uma maneira muito sexy, parecia procurar alguém, e eu imaginei que fosse a Caroline, mas mesmo assim, eu iria reivindicar os meus direitos, pois além dele, eu também era dona do carro!

– Ah, aí esta você – disse ele – Então, vai comigo, ou vai pegar carona com seu namoradinho?

– Eu é que pergunto, eu vou poder ir com você hoje, ou você vai dar carona a vadiazinha, digo, a sua namoradinha? – eu disse sendo sarcástica.

– Caroline não é minha namorada.

– O Scott também não é meu namorado.

– Então pronto, vamos logo para casa que eu estou morrendo de fome!

Nós entramos no carro e ele deu partida, ele parou em uma loja que parecia uma mistura de materiais de construção com decoração..

– Fica no carro, eu já volto! – Disse ele saindo do carro.

Eu fiquei no carro sem fazer nada durante uns cinco minutos, até que finalmente ele chegou, entrou no carro e deu partida novamente. Depois de mais ou menos dez minutos, finalmente chegamos em casa, não tinha comida nenhuma pronta, eu iria ter que dar o meu jeito ou morreríamos de fome.

– E então, o que vamos almoçar? – perguntou ele colocando a mochila no sofá.

– Eu faço a comida e você lava os pratos? – sugeri, eu iria olhar alguma receita na internet.

– Combinado!

Peguei o meu notebook no quarto e procurei receitas simples, até que achei uma receita de macarronada, fui até a cozinha procurar os ingredientes, que para a minha sorte havia tudo o que eu precisava.

Comecei a prepara a macarronada enquanto o Pedro pegava os pratos e talheres.

Depois de alguns minutos, a minha macarronada estava quase pronta, coloquei um pouco de queijo para derreter em cima do macarrão, e finalmente estava pronto.

– Aí está, Macarronada a La Lucy – eu disse colocando a panela quente em cima da mesa.

– Eu sinceramente espero que esteja bom! – disse o Pedro rindo e se servindo.

Eu peguei o refrigerante na geladeira, enchi nossos copos e me servi também. Começamos a comer, eu fiquei observando a reação do Pedro ao provar minha comida, e aparentemente ele havia aprovado.

– Nossa Lucy! Está muito bom, nem parece que foi você que fez. – disse ele com um tom de deboche.

– Oh Pedro, como você é engraçado! – mas ele tinha razão, estava bom de mais, realmente não parecia que eu havia feito.

Depois de comer, e é claro, descansar um pouco, nós iríamos finalmente pintar e decorar o nosso quarto, eu estava cheia de ideias.