Amores Distantes escrita por Karina Barbosa


Capítulo 30
Sorrisos, brigas e mentiras


Notas iniciais do capítulo

Como só tenho postado capítulos fraquinhos ultimamentes, aqui vai um capítulo maior, cheio de romance, comédia e briga. eu amei escrever esse capítulo!
Espero que gostem!
Boa leitura!



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Eu estava sentada num banco de concreto na calçada. Santiago estava do meu lado.

– Liz olha que gato! – disse ele. Um homem que aparentava ter um pouco mais de vinte anos estava do outro lado da rua perto da esquina. Seu corpo era alto e atlético. Seu cabelo era castanho e estava adepto a um corte reto, social e partido para o lado. Sua pele era morena – Ele é aquele açougueiro bonitão que eu te falei por mensagem.

– Hum. – grunhi.

– Ele tem várias tatuagens! – sua voz estava animada. Seus olhos brilhavam de alegria – Ele tem uma fênix no braço esquerdo, um escorpião preto no pé e uma frase escrita perto do pulso direito: Quem te ama de verdade, te dá motivos para ser feliz, e não motivos para sofrer.

Ele suspirou.

– Santiago – comecei. Ele me olhou atencioso – você está apaixonado?

– Acho que sim. Quando ele fala comigo eu sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. E são todos os pelos mesmo. E você ainda não o viu sorrir. O nome dele é Bernardo.

– Como é o sorriso dele?

– É como o do Jonas. Encantador e sedutor.

Senti meu coração apertar, porque ele não sorriu assim para mim. Agora sorria só para a Eleonora, aquela filha da puta. Santiago escorou a cabeça no meu ombro.

– Eu sei o que é amar um homem que olha para outra! – falou.

– Como está o Nicolas? – perguntei.

– Com raiva... De você! – começou – Ele está tão – fez uma breve pausa – desanimado. Não é mais aquele garoto alegre, sorridente e engraçado de sempre. Quando eu ia falar para o Jonas que não era a Eleonora a mulher que ele amava o Nicolas me impediu. Disse que era melhor assim: o pai dele seguro aqui na Argentina e com a Eleonora. Liz, o que aconteceu?

Contei tudo ao Santiago. O namoro de Nicolas e Natasha, a paixão dele pela minha outra filha, os assassinatos, as fotos do Nicolas e do Jonas mortos, tudo.

– Liz, eu sinto muito. – ele me abraçou. Disse a mim mesma que não iria mais chorar, só que quando percebi as lágrimas já tinham decido. – Eu não sou mãe, mas deve ser muito, muito doloroso perder uma filha e as amigas de uma só vez. E inda pensar que o homem que ama está morto.

– Erick me obrigou a dizer para os meus filhos que o Nicolas era o culpado por tudo. É por isso que ele está com tanto ódio de mim. – falei com a voz chorosa.

– Com licença. – disse uma voz masculina atrás de nós. Olhamos quem era. Jonas. Ele usava roupas quentes. – Tio, eu estou indo para casa já acabou o meu horário de trabalho. – ele me olhava de forma estranha, como se eu fosse uma louca.

– Querido sobrinho, eu ia lhe pedir para ficar até um pouquinho mais tarde já que o Ramon está doente e não pode vir trabalhar hoje.

– Eu vou receber hora extra? – perguntou. O que? O Jonas nunca perguntaria uma coisa dessas ao tio que sempre o ajudou!

– Não. – respondeu Santiago calmamente.

– Vou deixar uma coisa bem clara: eu só vou trabalhar mais se eu receber mais e se o senhor quiser que eu substitua outra pessoa, fale com antecedência e com a carteira já na mão! – Jonas falou tudo de uma maneira ignorante e arrogante. Ele se foi.

Olhei incrédula para Santiago.

– Se ele ainda fosse criança eu dava umas boas tapas que o meu irmão não deu! – falou – Liz, você precisa conversar com o Nicolas. Quem sabe assim nós três fazemos com que o Jonas volte a ser o que era antes.

– Mas quando eu vou falar com o Nicolas? Se o Ferris vê-lo, ele faz um escândalo!

– Eu vou ligar para ele e aí nos três conversamos na calçada.

Entramos no restaurante. O lugar estava movimentado. Vi de longe, Ferris e Guilhermina brincando de pega-pega. Eles corriam de um lado para o outro, por entre as mesas, com sorrisos nos rostos joviais e felizes. Os clientes não pareciam se incomodar.

Santiago sentou num banco atrás do balcão da recepção. Pegou um telefone sem fio preto e discou o número. Aguardou durante um breve momento.

– Alô? – falou – Eleonora? – meu sangue ferveu – Chame o Nicolas! – ele franziu a testa – Por quê? O porquê não é da sua conta, apenas passe ara o Nicolas! – fez cara de incrédulo – Você me chamou de quê? Ora sua... Alô? Nicolas? – mudou o tom da voz – Pode vir aqui no restaurante querido? – perguntou calmamente – Eu sei que hoje é o seu dia de folga, você não vai trabalhar só que tem uma pessoa aqui que precisa lhe ver! Você vem? Que bom! Até logo.

Ele desligou.

– Do que a Eleonora te chamou? – perguntei curiosa.

– É melhor nem comentar! O local e a faixa etária de algumas pessoas aqui não permitem que eu pronuncie aquele palavrão! É bullying comigo! – disse bufando – Ei, outra coisa estranha tem acontecido com Nicolas.

– O que?

– Bom, eu durmo num quarto com a Guilhermina, o Jonas dormi em outro com a Eleonora...

– ELES DORMEM JUNTOS? – perguntei batendo a mão no balcão indignada. Alguns clientes me estranharam, mas logo voltaram a comer.

– Ah, qual é? Eles não são mais crianças e quem sou eu para impedi-los de dormirem juntos? – falou – Continuando, e o Nicolas dormi na sala, só que ele não me deixa dormir!

– Como assim?

– Ele fala, às vezes grita, enquanto dormi!

– O que ele fala?

– Amanda. Quem é essa?

– Minha filha. Eles namoraram... Acho que durante umas duas ou três horas.

Ferris e Guilhermina vieram até nos com as respirações ofegantes.

– Preciso de água! – disse Ferris com a voz cansada. Santiago deu um copo de água para eles dois. Ambos voltaram a brincar.

Santiago e eu voltamos para a calçada.

– Qual o sexo do bebê? – perguntou passando a mão na minha barriga.

– Eu não sei, mas acho que é menino! – respondi.

– Eu acho que é uma menina! – falou analisando a minha barriga como se fosse um detetive investigando um assassinato – Vamos fazer uma aposta?

– O que quer apostar?

– Se for um menino você ganha algo de mim e se for uma menina eu ganho algo de você!

– O que quer ganhar?

– Que você pague uma tatuagem que eu quero fazer! – respondeu – E você?

– Quero que você mate a Eleonora para que eu possa sambar no caixão dela! – nós dois rimos – Ok, eu quero... Depois eu penso!

Depois de cinco minutinhos, apareceu um jovem alto e moreno. Tinha um olhar cabisbaixo e triste, mas quando me viu, seu olhar foi banhado em raiva.

– O que faz aqui? – perguntou enraivecido. Ele estava para avançar em mim, mas por sorte minha Santiago se colocou entre nós dois. Recuei um pouco.

– Não faça isso rapaz! – ordenou num tom autoritário.

– Ah, corta essa tio! – disse Nicolas se afastando – Liz, por que está aqui? Veio fazer meu pai sofrer mais ainda? Por que não volta logo para os Estados Unidos e inocenta o Erick por tudo que ele faz?

– Nicolas, tente me entender... – tentei.

– Não! – gritou – Eu não tenho que entender nada!

– Nicolas senta no banco e escuta o que vamos te dizer! – falou Santiago pausadamente. Falou num tom sério. Acho que nunca tinha o visto falar daquela maneira.

Nicolas sentou no banco de concreto contra a sua vontade e cruzou os braços.

– Eu estou tão feliz em te ver, mesmo você querendo bater em mim. – desabafei – Pensei que estivesse morto.

– Eu quase fui morto! – retrucou – Eu e meu pai estávamos na pensão. Ele ainda não tinha acordado. Os capangas do corno do seu marido apareceram e nos tiraram de lá a força. Espancaram-nos num beco imundo. Implorei que nos deixassem em paz, assim nós iríamos embora e nunca voltaríamos. Tive que pagar bem caro pela minha vida e a do meu pai. Bateram fotos minha e do pai como se estivéssemos mortos. Com o dinheiro que sobrou, peguei o primeiro avião de volta para Argentina, com o pai já acordado, mas sem lembrar quase nada.

– Por que deixou o Jonas acreditar que ele ama a Eleonora? – perguntei quase chorando.

– Porque seria melhor para ele! Ela mora aqui e não é casada com um psicopata que mata a filha e a irmã! – respirou fundo – Por que não disse que foi o Erick que matou a Natasha? – lágrimas escorreram dos seus olhos castanhos escuros.

– Ele ameaçou atirar na minha barriga. Eu estava tão assustada, triste, com tanto medo do que podia acontecer que fiquei calada. Eu já perdi uma filha. Não ia aguentar perder mais um.

– Nicolas, – Santiago sentou ao seu lado – eu sei que a Eleonora é solteira e mora aqui, mas não acha que o seu pai tem o direito de saber a verdade sobre quem ele realmente ama?

Nós três ficamos calados por um breve momento.

– Como está a Amanda? – perguntou Nicolas com a voz triste.

– Ela está bem. – respondi – Há um tempo, ela tinha sonhado com você. – os olhos dele se acenderam – Ela disse que sente que você não é o assassino. Disse que o que sentiu por você foi amor à primeira vista. Ela tem um sentimento muito forte por você.

Ele quase sorriu.

– Eu também tenho sonhado com ela. – disse ele.

– E como tem sonhado! – falou Santiago ironicamente. Nicolas riu de canto.

– Liz, o que eu senti pela Natasha foi desejo e paixão! – ele se pôs de pé e me fitou com os olhos – O que eu sinto pela Amanda é amor. Só que... Como posso chegar perto de uma garota que me quer longe?

– Eu vou lhe levar para vê-la! – prometi pondo as minhas mãos nos seus ombros.

– Foi mal por ter feito meu pai pensar que ele ama a Eleonora. – disse ele. Sorrimos e nos abraçamos.

– Own, Niquinho! – disse Santiago nos abraçando – Cada vez me orgulhando mais!

– Eu mereço! – falou Nicolas. Afastamo-nos. – Agora vamos esclarecer as coisas para o pai!

– Aí eu te levo para ver minha filha. – continuei.

– E depois, contaremos à ela que foi o Erick que matou a Natasha! – disse Nicolas por fim.

Todos concordamos.

– Então foi o papai o responsável pela morte da Natasha? – perguntou uma voz infantil.

Nós três nos viramos. Ferris estava na porta do restaurante chorando enquanto Guilhermina estava ao seu lado com o rosto sério.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Será que o Santiago está mesmo apaixonado? Own, como o Nicolas é fofinho!!!
Ei, vamos fazer o movimento: #jonasdaumpénabundadaeleonora
kkkkkkkk Vou fazer o possível para postar logo, mas eu estou na semana de provas globais.
Bom, até logo!



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