Amores Distantes escrita por Karina Barbosa


Capítulo 17
Romeu e Julieta


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é bem diferente dos outros! O foco não vai ser da Liz, mas será narrado por ela.
Eu tirei as falas da peça de um livro meu. William Shakespeare é um grande escritor!



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Mais semanas se passaram. Natasha e Nicolas completaram um mês de namoro. Amanda se dedicava todo o seu tempo a peça em que ela pegou o papel principal. Ferris estava como sempre: dando cantadas em garotas que ele sabe que não vão querê-lo. Erick estava investindo cada vez mais na empresa dele. Eu continuava só comendo e comendo. Eu estava tomando banho. A água escorria por todo o meu corpo. Minha ferida na perna já estava cicatrizada. Depois do banho troquei de roupa. Eu já estava descendo as escadas, mas parei no topo e fiquei sentada num dos degraus observando de longe Amanda interpretando Julieta. Ela estava usando uma saia jeans muito curta, uma camisa listrada azul e preta e meias sete oitavos pretas. Estava descalça. Ela estava ensaiando as falas da cena da morte. Ela interpretava bem. A campainha toca. Amanda correu para atendê-la, saindo do personagem. Ela voltou e Nicolas veio atrás.

- Natasha está no quarto, se arrumando. – falou Amanda.

- Tudo bem. Eu espero. – disse ele – O que está fazendo?

- Ensaiando para uma peça da escola.

- Sobre o que fala?

- É a história de Romeu e Julieta. Eu faço a Julieta.

- UAU! Você deve ser muito boa atriz.

- Nem tanto. – ela sempre achava que poderia fazer melhor do que ela já faz.

- Não vou te atrapalhar. Continue.

- Na verdade, eu só estou ensaiando as falas da cena da morte.

- Eu quero ver a sua atuação.

Ela estranhou um pouco. Por que ele estava tão interessado?

- Eu precisaria que o garoto que faz o Romeu estivesse aqui para me acompanhar.

- Posso substituí-lo! – declarou ele. Ela deve ter ficado surpresa, mas também deve ter concordado com a ideia. A cena era assim: Amanda ficaria deitada, “morta” pelo efeito do frasco que ela tomou e Nicolas chegaria tomaria o veneno e deitaria ao lado dela esperando a morte. Depois, Amanda se mataria com um punhal.

Amanda ficou deitada no chão em cima do tapete, fingindo de morta. Nicolas chegou e ficou observando a. Só que Nicolas a olhou de um jeito diferente. Ele estava com os papéis dela na mão.

- Ah, querida esposa, por que ainda és tão formosa? – começou ele – Pensar devo que a morte insubstancial se apaixonasse de ti e que esse monstro magro e horrível para amante nas trevas te conserve? – ele não era tão bom ator assim – Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo! Vem, meu guia de gosto repugnante! Ó tu, piloto desesperado! lança de um só golpe contra a rocha escarpada teu barquinho tão cansado da viagem trabalhosa. Eis para meu amor. – bebe o veneno – Ó boticário veraz e honesto! Tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida. – nessa hora o Romeu beija a Julieta, mas Amanda não iria querer de jeito nenhum beijar o namorado da irmã. Então, Nicolas não a beijaria. Ele apenas olhou para ela, só que de uma maneira diferente. Ele a olhou com delicadeza. Aproximou seu rosto ao dela. Ela permaneceu morta para não sair do personagem. Ele começou a olha-la como Romeu olhou para Julieta quando a conheceu no baile. Ele se aproximou cada vez mais. Sua respiração ficou um pouco ofegante. Ele arregalou os olhos. Jonas ficou do mesmo jeito quando dêmos nosso primeiro beijo. Deitou ao lado dela.

- Que vejo aqui? – começou ela – Um copo bem fechado na mão de meu amor? Certo: veneno foi seu fim prematuro. Oh! Que sovina! Bebeste tudo, sem que me deixasses uma só gota amiga, para alivio. Vou beijar esses lábios; é possível que algum veneno ainda se ache neles, para me dar alento e dar a morte. – ela não o beijou. Como ficou de costas para mim, não pude ver a expressão de seu rosto - Teus lábios estão quentes. – ela agiu como se ouvisse um som vindo de longe - Ouço barulho. Preciso andar depressa. Oh! Sê bem-vindo, punhal! – ela pega um punhal invisível - Tua bainha é aqui. Repousa ai bem quieto e deixa-me morrer. – ela enfia o punhal em seu coração. Até eu senti a dor. Ela deitou abraçada sobre o corpo do Nicolas. Eles ficaram calados por uns 30 segundos. Nicolas se sentou no chão e ela também.

- Você não é uma boa atriz! – declarou ele.

- Como é? – perguntou surpresa.

- Você é uma excelente atriz! Seus pais devem sentir orgulho de você! – isso deve ter deixado Amanda pra baixo. Erick não está nem para a escola de artes. Levantei-me e desci as escadas.

- Oi Nicolas. – disse chegando.

- Oi Liz! – respondeu ele que rapidamente se pôs de pé. Minha filha fez o mesmo.

- Nicolas é você que está aí embaixo? – perguntou Natasha de longe.

- Sim. – respondeu ele. Natasha desceu as escadas usando um short branco e uma blusa rosa bebê. Ela pulou no pescoço dele e o beijou. Amanda ficou observando. – Não vou trazê-la muito tarde Liz. – prometeu.

- Tudo bem. Aonde vocês vão? – perguntei.

- Cinema. – respondeu Natasha – Assistir um filme de romance, né amor? – ele fez sim com a cabeça – Vamos nos beijar muito!

- Acho que não! – disse ele ironicamente. Ela lhe deu um selinho.

- E agora? – perguntou ela.

- É, vamos nos beijar muito! – disse ele.

- Tchau mãe! – falou Natasha – Tchau Amanda.

- Tchau irmã. – respondeu Amanda.

- Tchau filha. – falei.

- Tchau sogrinha. – disse Nicolas.

- Tchau Niquinho. – falei sorrindo. Ele deve ter lembrado de Santiago. Ele olhou para Amanda e disse:

- Tchau... Julieta!

Ela ficou corada.

- Tchau! – respondeu ela. Acho que ela não o chamou de Romeu por causa da Natasha. Essa pareceu não entender o porquê do Nicolas ter chamado a Amanda de Julieta, mas preferiu não perguntar. Os dois saíram. Fitei Amanda com os olhos. – Que foi? – perguntou.

 - Nada – comecei segurando o riso – Julieta.

- Foi só uma cena!

- Não estou dizendo nada.

- Vou terminar de ensaiar no meu quarto.

- Tá!

Ela subiu as escadas. Essa cena mexeu com ela. E com ele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu achei super fofo.
Comentem por favor!



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