Amores Distantes escrita por Karina Barbosa


Capítulo 11
Cicatrizes, sangue e sofrimento.


Notas iniciais do capítulo

Junior tá aí voltei a postar como prometi. Esse capítulo ficou... revoltante e triste. A situação da Liz não tá nada boa!



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Peguei um táxi para chegar e casa. Tirei o casaco que eu estava usando. Los Angeles não era tão frio como Buenos Aires. Fiquei olhando pela janela as casas passando, crianças na rua, entre outros. Cheguei em casa. Entreguei o dinheiro ao taxista e tirei minha bagagem do porta- malas. Apertei a campainha. A porta abriu.

- Liz! Você voltou! – disse Margaret me abraçando. – Entre logo. – Ela colocou minhas malas dentro de casa.

- Deixe-me ver seus hematomas! – ordenei.

- Como ficou sabendo disso?

- Natasha.

Ela encurtou as mangas do suéter e eu vi as manchas roxas em sua pele.

- Desculpe-me.

- Não é culpa sua!

- Por que não o denunciou?

- Ele ameaçou bater nas crianças.

- Onde estão meus filhos?

- As meninas estão na escola e Ferris está dormindo. Você o encontrou?

- Sim. – um sorriso se abriu no meu rosto. – Ele ainda me ama!

- Como ele é?

- Musculoso, moreno e muito bonito.

- Solteiro?

- Não por muito tempo.

- Como assim?

- Depois lhe conto, agora preciso ver Ferris.

Subi as escadas e entrei no quarto dele. As paredes eram azul um pouco escuro. Ele tinha muitos videogames e sua roupa suja estava espalhada pelo chão. Fui até sua cama. Pensei em acordá-lo mais ele pareceu estar cansado e com medo. Olhei os pés dele. Estavam feridos na parte de baixo, por isso ele não andava, só passava o dia inteiro deitado como Natasha disse. Aquilo foi minha culpa. Saí de lá e fui para meu quarto. Estava torcendo para Erick estar no trabalho. Não o achei. Entrei no meu closet. Ele estava lá.

- Erick. – chamei.

Ele olhou para mim. Seus olhos estavam vermelhos de raiva e ódio.

- Você voltou! – disse ele. Eu permaneci calada. – Onde esteve?

- Argentina. – falei séria.

- Foi atrás dele? – perguntou. Como ele soube que Jonas estava na Argentina? Eu não respondi. – Você o encontrou?

- Não. – menti.

- Bem feito. – ele começou a andar em minha direção. Começou a passar uma das mãos nos meus cabelos. – Senti sua falta. Será que aquele infeliz sente sua falta? Eu penso que não. Você concorda comigo? – nem mexi minha boca – Eu acho que ele deve estar apodrecendo em baixo de uma ponte enquanto eu estou aqui, numa mansão luxuosa, vivendo mais do que bem e com a mulher que ele tanto amou! Isso daria uma ótima história, não acha? – continuei calada – Responda! – sua voz ficou mais rígida.

- Por que você bateu nos nossos filhos e na Margaret? – olhei para ele. Adoraria ter visão de calor. Ele deve ter se perguntado: Como ela sabe disso? Mas, deve ter resolvido não mudar de assunto.

- Eu não bati em ninguém! – fiquei sem entender a situação. – Você bateu neles.

- O que quer dizer? - não entendi o que ele estava dizendo.

- Você fugiu e isso fez com que meus nervos batessem neles. A culpa é sua. – com ele pode ser tão sínico? – Eu não bati em ninguém! Ainda.

Ele puxou meu cabelo e me arremessou contra um espelho. Comecei a gritar e ele trancou a porta. Voltou a puxar meus cabelos e me deu um tapa na cara. Caí em cima dos pedaços de espelho quebrado. Observei sangue em cima do carpete. Olhei para minha perna esquerda. Meu jeans ficou molhado de sangue.

- Agora, vou te ensinar a não me desrespeitar! – declarou.

Socou minha barriga e meu rosto. Arremessou-me contra as portas do guarda-roupa. Foi uma sessão de tortura que nunca esquecerei. Aquela dor não era pior do que quando deixei Jonas.

- Nunca mais fuja de casa! – ordenou ele e saiu.

Fiquei no chão. Eu precisava de forças para me levantar, mas eu não conseguia. Comecei a tossir e cuspi sangue. Vi outra pessoa ser arremessada no chão do closet. Era Margaret.

- Agora, escutem aqui suas cadelas! Vocês dirão para as crianças que Liz foi sequestrada e espancada por marginais e eu paguei seu resgate. Também dirão para eles me perdoarem, pois eu tive apenas um surto de raiva. Entenderam? – perguntou Erick.

- Sim. - respondeu Margaret. Eu fiz sim com a cabeça. Ele saiu. Margaret me ajudou a ir até o banheiro. Chegando lá, observei-me no espelho. Meu olho direito estava roxo, meu nariz e meu lábio inferior estavam sangrando. Tirei minha calça pra olhar o ferimento. Eu teria de levar alguns pontos. Comecei a tomar banho tentando ignorar a dor. Margaret trouxe o kit de primeiros socorros. Ela fez meu curativo.

- Obrigado. – agradeci.

- O que será de você agora?

- Eu não sei. – Margaret sabia do contrato que meus pais assinaram. Eu não poderia me separar de Erick, a não ser que ele quisesse, mas ele não queria. Troquei de roupa, tomando cuidado com minha nova futura cicatriz. Escutei batidas vindas da porta.

- Pode entrar! – falei.

- Mamãe! – era Ferris. Ele estava engatinhando. Abracei-o.

- Senti tanto sua falta! – contei a ele tudo o que Erick me mandou dizer.

- Poxa! Ainda bem que a senhora está aqui conosco agora. Vou desculpar o papai.

As horas passaram. Minhas filhas chegaram em casa. Amanda estava com a perna engessada e Natasha com olho roxo como eu. Jantamos e as crianças perdoaram o pai pelas dores que “eu” causei. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor!