The Scarlet Scarf escrita por Anastasia


Capítulo 1
Reliquary


Notas iniciais do capítulo

- Totalmente original,
— um local diferente, onde Greg encontrará seu refugio.
— feito 04/05/13 e 05/05/13
— autora > Ana C. Araújo



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Em uma noite de outono, como sempre, lá estava eu, lendo um livro sobre coisas desinteressantes, tomando um chá totalmente sem gosto, num quarto calmo e escuro, apenas luzes do abajur iluminava meu livro. Depois de 18 anos tendo uma vida amarga, eu teria a esperança de recomeçá-la daqui a um mês e meio. Todos esses anos me serviram como descoberta de quem realmente sou, em setembro, entrarei na universidade e tudo mudará. Não tive uma adolescência comum, nunca namorei, na verdade nunca tive vontade, levei a vida inteiramente aos estudos, não sei realmente o que eu quero, mas tenho muito medo, medo de que a minha escolha, independente de qual seja, não agrade a todos. Por mas que eu queira ser uma pessoa clara, e que não se importa com o que os outros dirão, eu não sou. Não quero mas ser um solitário, sem saber o que fazer, sem nem saber qual a sua real opção, eu apenas não quero mas enganar-me. Eu já aceitei que não sou “normal”, foi difícil, mas eu aceitei. Essa descoberta veio aos 13 anos, quando eu dei o meu primeiro beijo, foi por pura pressão, não senti desejo algum. Aquilo mexeu comigo, eu não me via sendo um namorado, acariciando alguma garota ou coisas do tipo. Eu entrei em depressão, não tinha maturidade para aceitar que eu posso vir a ser homossexual, na verdade, nenhum garoto de 13 anos consegui lidar com tamanho “problema”, eu nunca contei pra ninguém, eu sentia nojo de mim mesmo por isso. Com 14 anos eu resolvi levar a minha vida de outra forma, eu comecei a ler livros totalmente fúteis, com esperança de que o tempo passasse mais depressa, tentava achar histórias mais “idiotas” que a minha vida, eu passei a gostar mas da noite, a lua me fazia bem, as estrelas me davam força, e por algumas horas, eu não me sentia só, a escuridão era o meu único amigo.

Depois de uma noite extremamente mal dormida, como todas as outras nos últimos 5 anos, levantei-me. Não aguentava mas, fingir ser quem não era. Resolvi colocar uma roupa comum, tirar o pijama, coisa que eu não fazia desde o começo das férias, meus pais estavam fora viajando, como em todo o verão, mas não fui com eles e minha irmã de apenas 4 anos, pensar é o melhor descanso que eu posso ter. Estudar, a desculpa que eu dei para ficar, a desculpa que tenho usado em tudo na minha vida. Depois de colocar a roupa, fui passear, coisa que me dava medo, as pessoas me davam medo, ver aquelas pessoas me julgando com os olhos é terrível, como se eu tivesse algo a esconder, pois é, e eu tenho. Mas ficar naquele apartamento parecia um presídio, peguei o meu telefone-celular, chave,carteira e saí. Ao pagar o elevador, com uma senhora muito sorridente, que foi extremamente educada e meu deu um belo “bom dia”, não sei o porquê, mas isso me fez bem. Ao fechar o portão do prédio e pisar na calçada, me senti livre, e pela primeira vez, não senti olhares estranhos em minha volta, apenas aproveitei a ventania e o frio daquela manhã de outono. Depois de andar 3 quadras, vi um lugarzinho muito rústico, que me chamou a atenção, ele aderia o nome de “Reliquary”, atravessei a pista e entrei, havia varias pessoas procurando coisas antigas em prateleiras empoeiradas, livros, discos etc. Fui até a recepção perguntar sobre o local, o homem que me atendeu tinha uma aparência um tanto diferente, tatuagens, barbas grandes, e cheiro de charuto, perguntei-o.

– Ei! Moço, o que este lugar guarda?

– Aqui encontrasse coisas jamais vistas, DVDs autógrafos no lago direito, discos e álbuns do lado esquerdo, e esta enorme prateleira com livros preciosos. Algo mas a pergunta?

– Não, não, muito obrigado.

Era um lugar muito diferente, lá eu me senti realmente a vontade. Em um canto, na última prateleira, havia uma caixa, não resistir em ver o que nela tinha, puxei-a e à abrir, quando vejo varias revistas de bandas de rock. Depois de olhar quase todas as revistas empoeiradas, encontrei uma, que com a capa preta e branca, letras grandes em negrito dizia “Homosexuality is not a crime”, definitivamente, este assunto mexia comigo, de diferentes formas, mas mexia, eu me sentia tão mal por isso, mas não me deixa abater, muito envergonhado e com as bochechas avermelhadas, fui até a recepção novamente, aquele rapaz não estava mas lá, era um mulher ruiva e com olhos verdes muito claros, perguntei-a.

– O homem tatuador já se foi?

– Sim,ele acabou de sair, ele só pega o turno da manhã, e já são 12:30h, mas eu posso ajudar ?

– Sim, quero levar esta revista aqui, quanto custa?

–Custa US$ 1,99, este é o preço de qualquer produto, essas coisas são doadas por antigos fãs, o dinheiro é dado a uma instituição de câncer, se seu pai ou mãe tiver algo antigo que não mas use, e puder doar, ficaremos gratos.

– Eu vou levar, e voltarei sempre.

– Obrigado, e tenha uma boa tarde.

– De nada.

Só após sair daquela “loja”, notei que teria ficado lá por bastante tempo, já era de tarde e eu não havia comido nada, além de um pouco de cereal que joguei na boca antes de sair. Com muita fome e sem almoço em casa, resolvi ir a algum restaurante próximo. Depois de andar mas 3 quadras, com muita sede, parei, e comprei uma garrafa d’água, fui atendido por um senhor muito sorridente, igual a senhora do elevador, e depois de meses sem dá um sorrido sincero, eu dei naquele momento. Continuei a procurar um local para almoçar, não conhecia aquele lado da cidade, pois havia me mudado à apenas dois meses, e neste tempo, não saí de casa um si quer dia. Depois de andar mas, cheguei a estação de trem, pensei em pegar um trem para o leste da cidade, lá encontrava-se os melhores e mas caros restaurantes. Esse lado da cidade eu conhecia muito bem. Pois era lá que morava o meu melhor de infância, nos separamos aos 14 anos, quando eu resolvi me isolar do mundo, fiz meus pais se mudarem para outra cidade e só voltei este ano. Ao chegar lá vi um restaurante chamado “Upper East Side Crown”, ele era luxuoso, mas eu estava com tanta fome que nem ao menos escolhi.


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Notas finais do capítulo

- A história não se passa no Brasil.
— Haverá palavras em outra língua.
— Não recomendada para menores de 13 anos.



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