— E-estamos f-ferrados. — Gaguejou Rei.

O Zeke choramingava no colo da Alice, enquanto ela chorava baixinho, Kouta e Saeko estavam andando de um lado para o outro e eu estava vendo a Saya prestes a surtar, e foi isso que aconteceu.

— Cala a boca todo mundo! Não vamos morrer se vocês me escutarem! — Ela gritou fazendo todos se sentarem e ficarem quietos — Srta. Shizuka rápido, meia volta e fique rodando em volta do recinto.

— O.K.! — Disse Srta. Shizuka virando o ônibus bruscamente.

— Rei! Tente ligar o mais rápido possível para o seu pai, e avise que nós estamos em frente da base militar nacional do Japão e queremos entrar. — Disse Saya e Rei concordou com a cabeça.

— Takashi, Saeko e Kouta, peguem suas melhores armas, subam no teto do ônibus pela saída de segurança e preparem-se para atirar naqueles desgraçados!

— O.K.! — Dissemos eu e Kouta em uníssono.

— Não sou muito boa com armas de fogo, mas vou fazer o melhor que eu posso. — Disse Saeko e Saya sorriu.

Subimos no teto do ônibus e Saya foi tentar acalmar a Alice.

— A Saya é durona, mas tem um bom coração. — Disse Saeko após acertar um zombie na cabeça.

— Verdade, e você é boa com armas de fogo também Saeko. — Eu disse.

— Obrigada.

— O que vocês acham que vai acontecer? — Perguntou Kouta abalado.

— Sinceramente Kouta.. Eu não faço a mínima ideia. — Respondi.

— Eu também não... Isso com com certeza não fazia parte dos meus planos. — Disse Saeko e eu sorri de canto.

— Pra dizer a verdade, não pensei que fosse durar tanto tempo, e isso foi graças a vocês, obrigado mesmo, acho que se eu não tivesse me juntado a vocês, teria me tornado um desses malditos naquela escola mesmo. — Eu disse e dei uma pausa antes de continuar — E pensar que eu reclamava da minha vida.

Eles sorriram para mim como se quisessem dizer o mesmo, depois ficamos em silêncio e apenas atirando.

— Takashi, Saeko e Kouta! Venham aqui, a Rei conseguiu. — Gritou Saya.

"Como ela quer que os zombies vão embora se ela fica gritando" — Pensei e revirei os olhos.

— Uhum... O.K.! — Dizia Rei no telefone — Pai, caso isso não de certo, saiba que eu te amo. — Ela disse com lágrimas nos olhos e desligou.

— Parem todos vocês de acharem que não vai dar certo! Que droga! Nossa situação já tá uma merda e vocês ainda vêm com esses pessimismos. — Disse Saya cruzando os braços e com um olhar raivoso.

— Enfim.. temos que agir rápido! Meu pai nos deu cinco minutos para despistarmos o máximo que conseguirmos de zombies para longe do portão e assim que ele abrir, teremos um minuto para entrar. Então vamos!

Eu, a Rei, o Kouta e a Saeko fomos novamente para o teto do ônibus, nossa função era atirar neles e atraí-los para o barulho do tiro, assim fazendo eles se afastarem do portão. A Srta. Shizuka dirigia e a Saya cuidava da direção onde ela deveria ir. A Alice pediu tanto uma tarefa que a Saya acabou dando a ela a tarefa do tempo, ou seja, quando passassem exatamente cinco minutos no relógio do celular, ela tinha que avisar urgentemente. E assim fomos até que chegou a hora crítica.

— Saya!! — Gritou Alice — Chegou a hora!

Nesse mesmo instante o portão começou abrir.

— Vamos! — Gritou Rei.

Descemos do ônibus com tudo que tínhamos e saímos correndo para o portão, deixamos o ônibus para trás com três granadas, porque assim, os zombies iriam ficar distraídos com o barulho do motor e iriam se aproximar dele, depois o Kouta assim que o portão estivesse fechando iria atirar com a bazuca no ônibus e iria matar no mínimo cem daqueles desgraçados com a forte explosão, e foi por essa razão que tivemos que deixar o ônibus o mais longe possível do portão da base militar.

— Vamos pessoal! Estamos quase lá! — Gritou Saya ofegante.

Estávamos todos cansados por estarmos correndo, mas ao mesmo tempo ansiosos por estarmos perto de nos salvarmos e descobrirmos como aconteceu tudo isso.

— Saya! Não deu certo o plano do ônibus! Eles desviaram e estão vindo atrás de nós! — Gritou Srta. Shizuka.

Olhamos para trás e vimos os zombies correndo a trás de nós, isso mesmo, eles estavam CORRENDO.

— Que porra é essa?! — Gritou Saya — Não é possível, como eles podem estar correndo?!?!

— Não sei! Mas o melhor que podemos fazer agora é correr! Corram pessoal! — Eu Gritei.

Estávamos quase lá, mas eu congelei após o grito de Alice e foi à partir daí que tudo virou uma merda.

— Ahhhhh!! — Viramos para trás e ela estava caída — Socorro!

— Alice!!! — Todos nós gritamos e Zeke latia desesperado do lado dela.

— Corram! Eu pego ela — Disse Kouta, mas não continuamos correndo.

Vi o Kouta pegar a Alice do chão e sussurrar alguma coisa no ouvido dela, depois disso, Alice correu em nossa direção chorando com o Zeke e o Kouta foi para o lado oposto.

— Kouta!! Onde você vai seu idiota?!?! — Gritou Saya.

— Saya!! Sei que você vai me achar um idiota por fazer isso, mas é a primeira coisa não idiota que eu vou fazer! — Gritou Kouta, depois ele pegou em sua mochila duas metralhadoras e começou a atirar em vários zombies fazendo muito barulho, assim consequentemente atraindo eles para o ônibus.

— Kouta NÃO!!! — Todos gritaram, mas ele nem ligava.

— Saya! Mesmo com todas as suas cortadas e todos os seus foras eu sempre te amei! — Gritou Kouta atraindo cada vez mais zombies para o ônibus.

— Kouta... — Murmurou Saya com lágrimas nos olhos — KOUTA VOLTE AQUI AGORA! — Ela gritou.

— Rei! Ainda bem que você finalmente enxergou o Takashi, eu estava cansado de ver ele sofrendo por você. Saeko! Você é muito foda! Srta. Shizuka! Você tem belos componentes!

''Como esse idiota brinca em uma hora como essas?! '' — Pensei com lágrimas nos olhos.

— Alice e Zeke! Eu prometi que ia cuidar de vocês e Takashi, cuide de todos! Essas foram minhas últimas palavras e agora CORRAM!

Todos estávamos de boca aberta. Ninguém nunca pensou que iria acontecer isso, nem mesmo a Saya pensou nessa hipótese.

— Vamos pessoal! — Disse Saya chorando — Não vamos deixar aquele... Idiota! Morrer em vão!

Corremos o mais rápido possível para o portão que já havia começado a fechar e com toda aquela cena, nem percebemos o tempo passar.

— Pessoal! — Gritou Kouta de longe — Eu sempre quis morrer com uma bazuca! Isso é bem melhor do que ser transformado em um deles! — Ele estava em cima do ônibus atirando em vários zombies que para tentar pegá-lo, estavam quase virando o ônibus. — Rápido Takashi, faça esse favor pra mim!

— Kouta seu idiota! — Gritei para ele e ele começou a rir, depois que acabou as munições ele entrou no ônibus.

— Takashi, por favor... — Disse Alice chorando me entregando a bazuca.

— Desculpe linda.. — Estava com lágrimas nos olhos — Não sei se consigo..

~ Enquanto isso no ônibus...

— Será que eu fiz bem? Sim eu fiz, salvei todo mundo, principalmente a Alice e a Saya. E por minha causa eles vão descobrir como tudo aconteceu e talvez achem uma solução... Bem.. No final das contas, eu fui útil, só lamento por não ter dado tempo de eu descobrir a causa de tudo. — Kouta falava consigo mesmo enquanto vários zombies lá fora tentavam derrubar o ônibus — Será que o Takashi vai conseguir? Ou eu virarei um desses monstros? Então eu não terei servido para nada.. No final das contas sou mesmo um inútil então? Não, não sou... — Ele sorriu, olhou pela janela e viu que, além dos zombies, um míssil vinha em sua direção. — Ele conseguiu... Adeus pessoal, adorei conviver neste apocalipse com vocês.

~ Voltando ao Takashi e aos outros...

Atirei e de repente só vi uma grande luz e uma forte explosão, então o portão se fechou.