O segundo ano de faculdade termina, e um peso sai de suas costas. Você está feliz quando encontra seus amigos no café, naquela noite, e por um tempo tudo está bem.

Até você o ver. Os dedos tremem, ele está mais pálido que o normal, o sorriso não chega aos olhos e suas olheiras estão muito profundas. Faz uma semana que ele parou de beber. Ele não olha na sua direção, e quando você senta ao lado dele, ele faz um barulho irritado.

–Vai embora, Enjolras. Eu não quero que você me veja nesse estado.

–Eu estou orgulhoso de você. – Você se escuta dizendo.

Ele olha pra você, incrédulo, e, de repente, os lábios dele estão nos seus. Apenas um segundo depois, ele se afasta, pedindo desculpas e dizendo que é a abstinência.

Foda-se isso, você decide, puxando-o pra perto de você novamente, e dessa vez é um beijo de verdade.

Você escuta um gritinho afetado (Cosette, provavelmente, mas você não se surpreenderia se fosse Courfeyrac). Bahorel berra um “finalmente” do outro lado do café, Jehan canta a música tema de Titanic e Éponine anuncia que tirou fotos e elas definitivamente vão ser publicadas. Então Grantaire se afasta, apenas tempo o suficiente pra levantar o dedo do meio para os amigos e voltar a beijar você. Claro, pouco tempo depois ele tem que se afastar e correr para o banheiro, parecendo enjoado, e quando ele volta, se recusa fazer mais do que segurar sua mão pelo resto da noite. Mas, pelo menos dessa vez, você sabe que tudo está exatamente como devia estar.