Sentimentos Adormecidos escrita por kstewfan


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, gente por favor comentem... Sem comentários, os escritores podem parar de escrever :(
Boa leitura!



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Acordei com o sol batendo em meu rosto. Olhei para o relógio na cabeceira, eram sete e meia da manhã. Como pude dormir tudo isso. Por mais que eu ainda esteja com sono, tenho certeza que dormi demais. 

Foi aí que me lembrei que não estava em casa, eram férias de verão e eu estava na fazenda de meus avós. Não me lembro o horário em que eles acordavam, mas era cedo, isso eu sabia. Tomei coragem e levantei da cama, no banheiro, lavei meu rosto e fiz minha higiene da manhã. Havia dormido com a roupa do dia passado e esquecido de desfazer as malas. Fui me trocar, coloquei uma calça estilo "pescador", camisa xadrez e tenis. Nunca fui estilosa, jeans e um all star sempre foram o meu tipo. Portanto, no cabelo fiz apenas uma trança básica.

Desci para tomar o café da manhã, se é que ainda estava na mesa. Encontrei minha avó sentada em sua cadeira de balanço na varanda da casa.

- Bom dia vovó. - Disse.

- Bom dia Samantha, dormiu bem? Ontem não quis te acordar para o jantar, você estava dormindo feito um anjo e resolvi te deixar lá. - Disse minha avó.

- Não tem problema senhora Christina, eu realmente precisava de um descanso como esse. Com fome estou sim, já tomou o café? - Perguntei á ela.

- Que bom então. Já, com seu avô, nós costumamos acordar cedo, principalmente Richard, na sua rotina: acordar, lavar o rosto e os dentes, tomar café e ir deitar novamente. - Riu.

- Então, vovô ainda está dormindo?                                                               

- Ah não. Ele foi á cidade comprar algumas coisas para os animais e resolver um compromisso. Ele vem para o almoço. - Respondeu ela - Mas venha querida, vou preparar alguns ovos frescos com suco para você, seu favorito.

Entramos em casa e fomos á cozinha, sentei-me á mesa e vaguei olhando para os enfeites nas paredes e para a antiga geladeira amarelo queimada, que deveria ser mais velha que minha mãe. Então, numa olhada rápida pela janela, avistei ao longe uma casa. Não parecia tão grande, era parcial a casa de minha avó.

- Vovó, de quem é aquela casa?

- Aquela casa é de Alexander Thomas, pai de Anthony, o garoto que está trabalhando para seu avô. - Respondeu minha avó

- Ah, sim. Não sabia que ele morava por aqui.

- Anthony perdeu a mãe, quando era apenas uma criança. Ajudei a cuidar muito dele, quando Alexander ficou sozinho, ele não teve mais forças para nada. Até que, uns tres anos atrás, conheceu uma mulher e se apaixonou novamente. Hoje eles estão casados. Mas Anthony não gosta da madrasta, diz que ela só está com seu pai, pelo dinheiro.

- Mas, se ele tem tanto dinheiro, por que Anthony trabalha aqui com vovô, não com o pai em alguma cidade grande, ou sei lá?

- Anthony gosta da fazenda, prefere ficar por aqui, cuidando dos cavalos, alimentando-os. - Contou vovó - Mas Alexander não, ele só vem de vez em quando, geralmente vai viajar com Grace, sua mulher e deixa Anthony aqui, comigo e com seu avô. 

- Mas ele está aqui agora por causa das férias de verão? - Perguntei.

- Sim, dessa vez vai ficar por algumas semanas. Mas gosto de ter a companhia de Anthony, é um bom rapaz. E trata Richard como um pai.

- E o que aconteceu com a mulher de Alexander? - Questionei-a, curiosa.

- Ela sofreu um acidente de carro.

- Anthony sabe sobre ela? Ou lembra dela?

- Anthony? Ás vezes ele me pergunta coisas sobre ela, quando vem aqui em casa. Sempre me ajuda com as compras, com as coisas da casa. Então eu o recompenso, com um café e uma conversa.

- A senhora fala sobre a mãe para ele? 

- Ás vezes. Não muito, isso o deixa chateado. - Respondeu ela, olhando para a casa - Mas chega de perguntas, seu café está pronto querida. 

Minha avó colocou os ovos sobre a mesa e um copo de suco de laranja. Tomei o café da manhã e lembrei das malas que tinha que desfazer.

- Muito obrigada pelos ovos vovó, estavam maravilhosos. - Dei um beijo em sua testa e subi para meu quarto.

Lá, arrumei todas as minhas coisas no armário rústico e novamente, olhei pela janela. Vi algo correndo rápido em direção ao galinheiro. A coisa estava chegando mais perto e percebi que era Anthony cavalgando para ir tratar das galinhas. Meu quarto já estava arrumado, minhas malas vazias guardadas. Então resolvi ler meu livro lá fora, na grama, perto das árvores. Perto de Anthony.

Desci com minha versão original de Romeu e Julieta e deitei na grama. Li algumas páginas e observei o galinheiro, Anthony estava tentando alimentar as galinhas e pegar os ovos, mas precisava de ajuda. Fui. Entrei no galinheiro e ele me viu.

- Oi, bom dia. Passou bem a noite? - Perguntou Anthony.

- Olá. Sim, foi muito bem. - Olhei para ele, logo em seguida para suas mãos, que estavam segurando uma cesta com poucos ovos.

- Que bom. - Riu.

- Precisa de ajuda? - Perguntei, esperançosa.

- Se quiser pegar essa cesta ali no chão que já possui alguns ovos e ir procurando mais alguns, pode me ajudar. - Ele disse.

Peguei a cesta e fomos, um para cada lado á procura dos ovos. Mas, eu não tinha experiência com galinhas e no momento em que fui pegar um ovo que estava na palha, uma galinha me atacou. Derrubei a cesta cheia de ovos, várias galinhas começaram a pular  em cima de mim e Anthony tentou me ajudar correndo atrás delas. Ele caiu ao meu lado e começamos a rir, quando algumas galinhas nos atacaram novamente e pisaram em todos os ovos já quebrados. O galinheiro virou uma lambança total. Havia penas de galinha por todos os lados. Mas eu ri, com Anthony. Ele se levantou, e pegou em minha mão para me ajudar a levantar também. Saímos do lugar todo sujo e sentamos na grama. Depois de mais alguns minutos rindo. Nos acalmamos.

- Onde você mora? - Perguntou Anthony.

- Em Seattle. Uma grande cidade no estado de Washington. - Respondi.

- Ah, sei. Gosta de lá?

- Sim, é uma cidade muito bonita...

- E aqui, já tinha vindo para o Tennessee?

- Meus avós sempre moraram aqui, então eu venho desde criança. - Olhei para o horizonte.

- Vai ficar por quanto tempo? - Perguntou ele novamente.

- Três semanas. Mas, e você Anthony, já saiu do Tennessee?

- Você vai fazer as perguntas agora? -  Brincou Anthony.

- Minha vez. - Respondi. - Mas e aí, não respondeu minha pergunta.

- Nunca saí do estado. Meu pai quer que eu vá estudar em Harvard, Massachusetts. Mas não sei se estou interessado.

- Por que não? Soube que eles tem um ensino ótimo, seria bom pra você.

- Não estou acostumado com essas coisas, cresci aqui, na fazenda. Nesse pequeno estado, no interior. Sempre estudei em escolas pequenas, e também, não quero deixar os animais e ir para um lugar cheio de prédios e carros. - Disse um pouco chateado, mas com um sorriso torto lindo que me fez perder o fôlego.

- Até que entendo, ou não. - Ri com ele. - Sempre morei em cidade grande, com "muitos prédios e carros."

Ficamos em silêncio por um minuto. Ele olhava para o céu, para as árvores. Como ele era lindo. Com estes olhos hipnotizantes, e um sorriso tão sincero e verdadeiro. Isso me faz acreditar que não há coisa mais linda na Terra. Eu não poderia estar sentindo algo por ele, é claro que não. Nunca fui de me apaixonar, nunca namorei, mas não me importo. Isso não é importante. Chega.

Então me lembrei que estava toda lambuzada de ovo e penas de galinha.

- Então Anthony, acho que preciso subir. Tomar um banho e descansar de nossa "brincadeira" com as galinhas - Ri.

- Ah, é claro. 

- Depois eu volto para arrumar o galinheiro, meu avô não vai gostar de chegar e ve-lo assim.

- Não tem problema nenhum, pode deixar que eu ajeito as coisas lá. Fique tranquila. - Ele disse, com um sorriso.

- Anthony, faço questão de vir te ajudar. Como você vai limpar tudo sozinho? - Falei.

- Muito bem então, Samantha. Até mais tarde.

Subi novamente. Fui para meu quarto e deitei na cama. Olhei para o relógio, ainda era cedo, só havia se passado uma hora.

Tomei um banho demorado, desta vez de banheira com espumas. Pensei na "jornada com as galinhas" que eu e Anthony havíamos passado. E principalmente, fiquei pensando naquele sorriso. Liguei o radinho antigo que ficava no banheiro e relaxei ali, por algum tempo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi um pouco maior (: espero que tenham gostado.
Por favor comentem! Vou ter mais estímulo para postar se souber que vocês estão gostando!



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