Pokemon Journey escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 5
Chapter 5 - Little Rest


Notas iniciais do capítulo

Por estar lotado de tarefas da escola e por ter MUUITAS ideias para outras histórias, acabo não completando as que começo. Peço desculpas, mas como vi que tem gente que realmente lê e gosta, resolvi tomar vergonha na cara e respeitar quem está lendo. Mais um vez, DESCULPA.



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Quase cegos, ouvimos o trovejar da voz de Ho-Oh:

                - Parem! Parem e prestem atenção!

                No mesmo instante, todos os Pokemons lendários imobilizaram-se e olharam para o fruto de toda a luz no grande saguão. Ele continuou:

                - Vocês inferiores estão muito enganados quanto suas acusações. Recebi em meu sono a visita Cressella e Darkrai. Ambos travaram uma batalha terrível dentro de minha mente, e o resultado de tudo isso foi a seguinte visão...

                Todos nós estávamos estáticos ouvindo tudo o que o grande Pokemon lendário falava. Suas plumas douradas reluziam. Talvez as únicas coisas que brilhavam tanto quanto Ho-Oh eram os olhos de Lifa. A ave continuou:

                - A visão mostrava a vinda de dois seres estranhos para o nosso mundo, mas que guiariam a nós para salvar Lugia. Por mais que ele seja meu rival, Lugia é meu irmão. Se alguém pode vencer ele, esse sou eu.

                - Mas... – Tentei falar. – Como nós podemos ajudar?

                - Nos guie, pequenos mestres.

                Eu e Kat nos entreolhamos preocupados. Como nós seríamos mestres se mal tínhamos forças para vencer um grupo de Bidoofs?

                - Tudo bem! Nós guiaremos! Apenas precisamos uma noite para descansar e discutir nossos planos.

                Ho-Oh assentiu e ordenou que um de suas bestas lendárias nos levasse até um quarto espaçoso e decorado. Hentei nos guiou com uma seriedade e rígidez constante. Eu e Kat não falamos absolutamente nada, apenas observavamos a pelagem escura do Pokemon.

                Entramos no quarto e logo Hentei se retirou. Lifa, absorta em seus pensamentos e admirações, se dirigiu a um canto do quarto e falou:

                - Não sabia que vocês eram os escolhidos para salvar Lugia! Se soubesse teria demonstrado mais respeito...

                - Na verdade nem nós sabíamos, Lifa. – Falou Kat.

                - Mas de qualquer forma! Desculpe por ter oferecido somente minha humilde casa como descanso!

                - Não precisa se preocupar com isso! – Respondeu Kat e logo olhou para mim com divertimento. – Afinal, somos apenas um Psyduck e uma Purrloin.

                - Um Psyduck e uma Purrloin cansados. – Falei resolvendo dar um fim na conversa. Lancei um olhar de “temos que conversar depois”e me dirigi à cama.

                Lifa parecia elétrica, mas como sinal de respeito, também foi se dirigiu ao seu espaço. Alguns instantes depois, estávamos de volta ao mundo real. Em uma posição bem... constrangedora eu diria. Kat estava sentada e eu estava encostando minha cabeça em seu colo. Sua mão coincidentemente cobria meus olhos. Ela acordou e demorou alguns segundos para se situar. Olhou para mim, que também estava sonolento. Pude perceber que ela havia ficado levemente vermelha. Kat, ao contrário de sua atitude normal, levantou minha cabeça de forma lenta e a encostou de volta ao sofá. Logo depois, apaguei de sono.

                O céu já estava escuro quando acordei sentindo um cheiro de café. Kat estava fazendo café. Levantei e sorri levemente. Mas me deparei com ela cochilando aos pés do sofá, sentada e com os braços cruzados no queixo como ponto de apoio. Realmente acordando, me liguei de que o café poderia estar queimando! Corri para a cozinha e de fato estava vazando. Desliguei o fogo e limpei toda a sujeira.

                Quando voltei à sala, Kat ainda dormia. Ela provavelmente não conseguiria dormir bem na posição que estava. Levantei ela em meus braços e a carreguei em direção ao sofá. Pela primeira vez, pude perceber como ela era leve! O que ela deveria estar comendo? Kat nunca foi de se cuidar. Quando percebi que a estava segurando por tempo demais, a ajeidei de forma confortável. Ela apenas babulciara algumas palavras irreconhecíveis e dormiu profundamente.

                Durante esse meio tempo, fui à cozinha. Decidira que iria preparar algo decente para Kat comer. Procurei alguma coisa no armário, mas o encontrei quase vazio. Resolvi dar um pulo no meu apartamento e pegar algumas coisas para cozinhar. Depois de pegar os ingredientes, comecei a preparar minha especialidade: sushi. Também preparei um musse de chocolate como sobremesa. Organizei tudo na mesa principal da sala da melhor forma que pude.            

                Voltei para a sala na qual Kat estava dormindo e observei seu rosto sereno. Também era a primeira vez que via Kat dormir. Em um salto, Kat abriu os olhos.

                - O que você está fazendo? – Perguntou ela, ruborizada.

                Nunca fui bom em perceber as coisas e muito menos de entendê-las. Queria realmente saber por que Kat estava agindo diferente e se tornando um pimentão assim tão subtamente.

                - Tava esperando você acordar, ué. – Nem sei por que falei aquilo. – Mas de qualquer jeito, venha. Fiz o jantar!

                - O que? Jantar?

                Seu estômago roncou.

                - O que você andou comendo nesses últimos dias? – Perguntei.

                - Miojo, talvez...

                A encarei com um olhar de reprovação.

                - Olha! Fiz sushi, salada e uma boa sobremesa de chocolate!

                Kat observou e a mesa com admiração. Talvez ninguém nunca fizera tudo aquilo por ela. Nos conhecemos a vários anos, mas nunca entendi o que aconteceu entre ela e os pais. Não que isso importe muito para vocês, mas para mim importa.

                Ela se sentou rapidamente e comeu inúmeros sushis, como se não tivesse comido há dias.

                - Ei! Vai com calma!

                Com uma falsa desaprovação, me encarou. Da mesma forma, pude perceber no fundo de seus olhos um certo reconhecimento. Suas olheiras haviam desaparecido quase por completo. Não entendia como ninguém cuidava de Kat. Talvez pelo seu modo de agir... mas isso nem de perto era desculpa. A vó estava viajando, assim como a maior parte do tempo. Alguém precisava fazer comida de verdade.

                No fim, eu acabei quase nem comendo. Quando Kat já estava satisfeita, recolhi os pratos e lavei a louça.

                - Tava ruim, mas é melhor que miojo. – Falou.

                Apenas sorri. Aprendi como lidar com Kat. Ela falava e fazia o contrário que sentia. Era até gratificante. Foi aí que notei um cheirinho estranho...

                - Há quantos dias você não toma banho?

                Ela parecia estar enfurecida.

                - Alguns...

                Foi a minha vez de ser rígido.

                - Você precisa tomar banho! Ou quer feder ainda mais que agora? Se limpe!

                - Não tem sabonete...

                Suspirei.

                - Tudo bem, eu vou comprar.

                Quando saí do cômodo, pude ouvir algo que poderia ser chamado de riso. Novamete saí de casa para buscar alguma coisa que Kat precisava. O mercado disponibilzava vários tipos de sabonete.

                “Qual pegar? Será que ela tem alergia? Rosas? Baunilha?” – Pensei.

                Acabei escolhendo um com cheiro de pêssego.

                - Voltei! Tá aqui!

                Ela pegou com hesitação. Se dirigiu ao banheiro e trancou a porta. Eternos minutos depois, saiu do banheiro revitalizada com uma camisola branca.

                - Vou dormir, estou com sono.

                - Espere! – Falei. – Você não pode dormir com cabelo molhado.

                Peguei a toalha levemente molhada das mãos dela e comecei a secar seus cabelos. Agora Kat estava limpinha. A textura de sua pele parecia ser tão delicada quanto a de um pêssego. Quando os cabelos já estavam mais secos, falei indo em direção à porta:

                - Bom, vou indo então. – Afinal, também estava exausto.

                - Não.

                - O que?

                - Não vá.

                - Por que não?

                Ela se aproximou e me envolveu em um abraço.

                - Não me deixe sozinha.

                Aquilo foi como um meteoro caíndo em uma parede de gelo e a destruíndo por completo. Pude me sentir derretendo ali mesmo. Meus olhos adquiriram um novo tom, como se a vida inteira tivesse mudado de cor. Retribuí o abraço e falei:

                - Tudo bem, tudo bem. Meus pais não vão se importar. Eu durmo com você.

                Ela esboçou um sorriso, mas logo recolocou sua máscara habitual.

                - Mas vai dormir no sofá!

                Não era uma aventura Pokemon, mas com certeza era o começo de uma outra nova aventura.


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