Pokemon Journey escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 3
Chapter 3 - Bandits!


Notas iniciais do capítulo

Devido a problemas pessoais e a escola, tive esse atraso imenso para postar o próximo capítulo, mas aqui está!



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Acordei relativamente cedo para um dia de verão. Por mais que eu tenha passado a noite em claro, não estava tão cansado. Entrar no mundo Pokemon parecia ser a mesma coisa que dormir. Saí do quarto e me dirigi para a sala para ver quem estava acordado. Todos ainda estavam dormindo.

Precisava caminhar um pouco. Peguei meu celular, troquei de roupa e desci os três andares até chegar na rua. Comecei a ouvir um pouco de música e a andar distraídamente, como um Psyduck em busca de um Lugia. Claro, claro, péssima analogia. Precisava de um tempo para relacionar tudo que estava acontecendo. Como será que um ser humano pode entrar em um jogo e se transformar em um Pokemon? Mistérios da vida...

Algo interrompeu minha linha de pensamento filosófico. Olhei para trás, mas não vi nada. Tinha a impressão de que estava sendo observado. Continuei meu trajeto, até que algo me acertou em cheio na nuca. O que ela pensa que está fazendo?

– Ei! Idiota! Aonde pensa que vai fugindo assim? Temos que entrar no jogo!

– Calma, Kat. - Falei com meu desânimo natural da manhã. - Pensei que você tinha dito para voltar só a noite...

– Eu sei! Mudei de ideia! Quero voltar para aquele mundo agora.

Pela primeira vez percebi que suas olheiras não estavam tão acentuadas. Parece que entrar no mundo Pokemon realmente não o deixa cansado.

– Temos uma vida aqui, sabia?

– Seu... - Falou com irritação. - Quem é você para me dar sermão?

Nunca entendi essa menina. Não sei porque ela me trata dessa forma, mas já estou acostumado. Sei que tudo que ela fala não é tudo o que ela sente. As vezes até gosto do jeito que ela me trata. Não sou masoquista, mas é divertido.

– Venha, vamos caminhar um pouco. Depois a gente vê essa coisa do jogo.

Ela bufou e seguiu alguns passos a frente. Alguns podem me chamar de gay por isso, mas uma coisa que me chama muito atenção é o cabelo das meninas. Já devo ter falado antes, mas os cabelos dela são perfeitamente arrumados, mesmo Kat nunca tendo que arrumar. O vento de verão batia em seus cabelos, fazendo-os esvoaçar.

– Vamos tomar café lá na confeitaria. – Ouvi ela dizer.

Continuamos a caminhar até o estabelecimento e pedimos uma torta especial junto com um café expresso.

– Quem dera que você seria uma Purrloin, Kat!

Ela segurou o riso com um "hmpf".

– Pelo menos não sou um Psyduck! Mas me conte... você não tem dor de cabeça não?

– Isso é mentira do desenho da televisão. É muito tranquilo ser um Psyduck. Estou ansioso pra ver quais são os meus poderes especiais.

– Com certeza você vai saber usar Rock Smash. – Brincou.

Terminamos de comer e voltamos para o prédio. Era incrível como eu conseguia me dar bem com alguém tão complicada quanto ela. Subimos até nosso andar e ao invés de voltarmos para nossos respectivos apartamentos, ela disse para que eu buscasse o jogo. Eu estava animado, mas ela parecia ainda mais animada do que eu. Busquei correndo e entrei na casa dela. Pelo visto sua avó estava viajando pela terceira vez aquele mês.

– Isso vai ser divertido... – Falou Kat vagamente. Ela repreende muitas coisas que eu faço, mas não tem noção nenhuma de responsabilidade. Se eu deixasse ela ficaria dias e dias jogando.

Dessa vez, ela segurou no meu braço e apertou play. Tudo ficou escuro, como esperado, mas alguns segundos depois acordamos no mundo Pokemon. Lifa entrou de repente no quarto, gritando:

– Que susto! Vocês não acordavam mais! Recebemos uma pista de onde Lugia foi avistado!

Eu pulei da cama e coloquei minhas mãozinhas na cabeça.

– O que? Isso é sério?

Kat, claramente animada, estava lambendo as patas com seu olhar sedutor de Purrloin tão usual.

– Então nos conte, Lifa.

– Meu informante contou que o mestre Lugia foi avistado não muito longe daqui. Uns 20 quilômetros, talvez! Temos que nos certificar de que é verdade e destruir seus captores antes que seja tarde!

Sem mais conversa, comemos algumas maças doces e seguimos Lifa, que avançava com passos rápidos. Um pequeno grupo de Pokemons curiosos cercava a entrada para o caminho que levava até o topo de uma montanha. Discutiam quem subiria a montanha para libertar Lugia.

Lifa abriu caminho entre a multidão enquanto eu e Kat trocávamos olhares animados, mas hesitantes.

– Vamos! Por aqui! Temos que salvá-lo!

Outro pequeno grupo de cinco Pokemons, vendo nossa iniciativa, resolveu tomar coragem e subiu junto com nós. Alguns minutos depois, conseguimos alcançar a área mais alta. Chegando lá, contemplamos o grandioso Pokemon.

Não era tão grande quanto eu e Kat imaginávamos que seria, mas era lindo. Seus olhos emitiam uma frieza ameaçadora e ele batia suas asas em direção ao céu para tentar se libertar. Mas havia algo muito errado... Kat comentou:

– Olhe quem está lá na frente. São Bidoofs! Nunca que um Bidoof ia conseguir capturar o Lugia!

Então ele começou a brilhar. A luz que emitia conseguiu cegar a todos nós, menos os Bidoofs que usavam óculos escuros. Os oito Pokemons suspeitos começaram a gargalhar e a nos cercar. O brilho cessou e enfim conseguimos ver. Lugia sumira e quem o substituiu foi um Ditto!

– Enfim vocês caíram na minha armadilha! – Falou o Ditto gargalhando. – Passem todos os seus pertences e meus amáveis filhotes vão deixar vocês partirem.

Os Bidoofs se entreolharam e concordaram. Três dos outros cinco que vieram junto com a nossa equipe estavam apavorados. Eram dois Kricketots.

Os inimigos atacaram simultaneamente e nocautearam quatro dos cinco acompanhantes. Tentaram acertar Kat, mas inconscientemente, me movi para aparar o golpe.

– Seu idiota! – Ouvi ela gritar. – Sei cuidar de mim mesma! E olha que eu sou um Purrloin, sou mais forte que você!

O último Kricketot que sobrou avançou com uma Bug Bite em um dos Bidoofs. O inimigo ficou atordoado. Kat atacou com Fury Swipes, acertando três inimigos consecutivamente. Lifa, por sua vez, atacou com Razor Leaf, levando dois ao mesmo tempo. E eu, sem saber o que fazer, ataquei com Headbutt, nocauteando dois, para a minha surpresa. Mesmo sendo um vídeo game, senti o XP subindo em mim. Estava me sentindo mais forte.

O Ditto olhava com surpresa. Sem aviso, um Pokemon vestido de policial apareceu em cima de um Dragonite.

Prendendo Ditto com uma coleira, saiu voando enquanto carregava a gosma infratora. Enquanto tomava distância, gritava:

– Tudo teria dado certo se não fosse essas crianças enxeridas!

Não me pergunte como ele fez uma analogia a Scooby-Doo...

– Está bem, cabeçudo? – Kat perguntou para mim.

– Parece que minha cabeça é mais dura do que parece. – Falei rindo como pude naquele corpo de pato. – E você? Curti aqueles golpes triplos que você deu.

– Acho que pela primeira vez está bom.

Lifa interveio na conversa falando:

– Ainda temos muito trabalho a fazer. Temos que encontrar Lugia! Mas por enquanto, vamos voltar para casa.

Caminhamos sem pressa de volta para casa e demos a desculpa para Lifa de que estávamos muito cansados e precisávamos dormir. Ela concordou e confessou que também estava cansada. Pouco antes de irmos para o quarto, a Purrloin falou:

– Olha! Seu número aumentou! Agora você é level oito!

– Nossa! É verdade...

– Qual é o meu?

Sem nenhuma vontade de responder por já saber o que me esperaria depois, falei do mesmo jeito:

– Nove...

– Ahá! Sou um level a mais que você! Parece que estou me saindo melhor no jogo.

Sem replicar, fui dormir. Acordei um pouco antes que Kat no mundo real. Ela estava babando por todo sofá.

“Bem típico dela.” Pensei com divertimento.

Ela acordou lentamente e olhou para mim com uma cara emburrada.

– O que você está olhando, idiota?

– Para sua cara feia! – Respondi, fingindo mau humor e esperando que ela me xingasse mais.

Ela não me xingou. Fez algo que eu não esperava. Cerrou o punho e bateu de leve no meu braço.

– Parece que conseguimos, idiota. Foi divertido trabalhar com você.

Concordei com um sorriso. Não pude deixar de notar outra coisa... Pela primeira vez em meses, Kat sorria.


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