O Plano escrita por Jo Snowy


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Leiam
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E depois digam o que acharam!



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Narcissa decidira escrever a Dumbledore a dizer que finalmente começava a ver resultados do seu plano. Naquele dia tinha chegado a resposta do velho feiticeiro.

“ Cara Narcissa,

Não tinha dúvidas de que o plano iria dar resultados, no entanto o pior ainda não começou. Eu sei que a Narcissa sabe disso tão bem ou melhor do que eu, mas acredite em mim, Miss Granger e o seu filho são mais parecidos do que pensam e eu sei que ela pode ser dura com ele por causa dos seus problemas no passado. E Draco está numa luta interior, está agora a tentar perceber se tudo o que lhe disseram sobre os que nasceram numa família muggle é verdade ou não, mas pelo que me escreveu estou a ver que ele está a mudar de ideias.

Mas ainda vai levar tempo, Miss Granger é uma rapariga extremamente racional e não irá baixar a guarda assim tão facilmente e o seu filho também não. Dê-lhes tempo e deixe as coisas acontecerem naturalmente.

Disse-me que eles já tiveram várias brigas, mas que também já se ajudaram um ao outro, isso é um sinal de evolução na relação deles.

Mantenha-se firme, quando o tempo chegar Draco não pode vê-la ir-se abaixo.

Já agora, Narcissa, a ideia da casa de banho foi de génio.

Cumprimentos,

Albus Dumbledore”

Narcissa compreendia cada palavra que Dumbledore tinha escrito, mas parecia que a confiança do velho feiticeiro no seu plano não era o suficiente para a mulher. Ela queria ver mais resultados, coisas que lhe mostrassem de facto que Draco não iria arruinar o seu futuro.

Sentou-se na cama, pensativa, tinha a carta no colo e penteava os cabelos com os dedos quando Clarisse lhe bateu à porta.

- Cissa, está aqui uma carta de Gringotts.

-Nem preciso de a ler. – Disse secamente. – Com o Lucius em Askaban vou ter de lá ir tratar passar os bens dele para o meu cofre. Ele não tem direito ao cofre enquanto estiver em Askaban, fica selado até o Draco atingir a maioridade e aí passa para o nome dele.

-Quando pensas ir tratar disso? – Perguntou a outra preocupada com a amiga. Algo parecia estar errado. – Cissa o que se passa?

Narcissa olhou a outra mulher durante algum tempo e depois pegou na carta que acabava de ler.

-Fecha a porta se faz favor. – A outra assim o fez. – Esta é a carta do Dumbledore, basicamente diz que tenho de ter calma e que tudo vai correr bem, mas que o pior ainda não começou. Eu sei que a relação deles já está diferente, mas o pior pode chegar mais depressa do que nós esperamos e se aí o plano ainda não tiver resultado? Terá sido tudo em vão e o meu filho vai ficar cego, tal como o pai.

Clarisse conseguia ouvir frustração e preocupação na voz da mulher e também ela tinha receio que aquilo que ela dizia fosse de facto acontecer, mas decidiu ser mais um pilar positivo no qual a amiga se poderia apoiar.

-Narcissa, o Dumbledore é um homem inteligente e sabe muito bem o que está a fazer. Os teus receios são mias do que compreensíveis, mas tens de acreditar no teu filho, vais ver que vai correr tudo pelo melhor.

- Obrigada. – Agradeceu Narcissa apertando a mão de Clarisse. – E quanto ao banco não te preocupes, mais tardar depois de amanhã estará tudo tratado.

- GRANGER! DEIXA-ME ENTAR! – Draco estava a bater à porta da casa de banho à quinze minutos e já não aguentava mais, precisava mesmo de entrar, mas Hermione não deixava, não tinha emitido um único som desde que o rapaz começara a bater na porta.

Bum! Bum! Bum!

O som de Draco a bater na porta ecoava na cabeça de Hermione, tinha vontade de lhe gritar para que parasse, mas sempre que abria a boca o que saía não eram palavras, mas sim o jantar do dia anterior.

Tinha passado a noite toda a correr para a casa de banho, não sabia o que era, sabia que tinha umas dores de barriga horríveis e só queria vomitar tudo o que tinha a vomitar para que estas parassem, mas Draco a bater na porta sem parar não estava a ajudar às dores de cabeça que acompanhavam as de barriga.

- SÓ PODES ESTAR A GOZAR COMIGO! GRANGER!

Foi a gota de água, Hermione segurou o vómito e esticou o braço para destrancar a porta, voltando de imediato a pôr a cabeça na sanita.

- Até que enfim, uma pessoa aqui à espe… - Draco parou de refilar quando viu Hermione de joelhos no chão com a cabeça na sanita a vomitar. – Mas o que se passa? – Correu para a rapariga e segurou-lhe o cabelo.

Draco ficou sem ouvir uma resposta durante algum tempo, até que ela parou de vomitar.

-Não sei. Passei a noite a correr para a casa de banho. Ajuda-me a levantar se faz favor. – O rapaz assim o fez e levou-a até ao lavatório, onde a rapariga lavou os dentes.

Depois Hermione começou  a andar até à cama e deitou-se, sempre com Draco ao lado dela.

Quando ela estava finalmente deitada e tapada, Draco desceu as escadas a correr, mas Clare não estava lá, recomeçou a sua corrida, mas desta vez em direcção ao quarto da mãe, onde encontrou as duas mulheres.

-Clare vais ter de fazer uma poção para a Hermione!

-Porquê?

- Ela passou a noite a vomitar e ainda não parou. Anda!

Começaram os três a dirigir-se ao quarto da rapariga, Draco um pouco mais rápido do que as mulheres.

Quando estas lá chegaram, viram Hermione na cama contorcida e agarrada à barriga. Clarisse apressou-se a ir ter com ela, porém Narcissa ficou à porta do quarto a olhar para a rapariga. Parecia que a poção que ela “acidentalmente” tinha posto no jantar da mais nova era mais forte do que ela pensara. Era suposto ela vomitar uma vez e ver se Draco ajudava, não ficar a contorcer-se com dores.

Quando mandara a carta a Dumbledore já estava à espera que ele lhe fosse dizer para ter calma, mas calma era coisa que Narcissa não tinha naquela altura e decidira dar um empurrãozinho ao filho, mas não tinha corrido como ela esperara.

- Clarisse eu sei o antídoto para essas dores! – Disse tentando consertar as coisas. – Eu já precisei antes, é uma gastroenterite, ela não vai parar de vomitar até o tomar. Anda! – Ordenou à outra mulher.

Saíram as duas, deixando Draco a olhar para uma Hermione extramente pálida.

Narcissa mexia-se na cozinha tão depressa que Clarisse quase não a conseguia acompanhar com o olhar. De vez em quando ouvi-a murmurar para si mesma “ A culpa é tua!” ou mesmo “ O teu filho não te vai perdoar!”.

-Narcissa, pára! – A outra olhou-a de olhos esbugalhados, como se só agora reparasse que Clarisse ali estava. – O que é que tu fizeste?

- Posso ter deitado uma poção no jantar da Hermione ontem. – Narcissa respondeu com cara de culpada. – Estava a ficar desesperada! – Desculpou-se.

-E esperar pela carta do Dumbledore, não? – Clarisse estava claramente irritada com Narcissa.

-Sim, podemos dizer que o Dumbledore é o melhor em muita coisa, mas o timing é algo em que ele tem de trabalhar! Para além disso, não era suposto ser tão forte!

-Narcissa, tens de te acalmar! Mais tarde falamos, agora temos de fazer o antídoto ou a Hermione vai acabar a vomitar o pequeno-almoço de à duas semanas atrás.

-Isso não faz sentido nenhum… - Disse Narcissa baixinho.

Clare olhou-a com aquele que se manda aos adolescentes quando dizem algo inapropriado e voltou-se para o caldeirão, falando apenas para pedir os ingredientes.

Hermione levantou-se a correr, Draco conseguia prever o que ia acontecer, por isso correu até à casa de banho para lhe abrir a porta.

Mal ela chegou à sanita já Draco lá estava pronto para lhe segurar o cabelo, no entanto Hermione vomitou em cima dele.

-Lin-do! – Disse ele olhado para cima.

-Desculpa! Desculpa! – A rapariga pegou no papel e deu-lho enquanto se virava para vomitar na sanita. – Desculpa! – O loiro ouviu-a soluçar, ela estava com os braços em cima da sanita e a cabeça apoiada nos mesmos, para que ele não a visse chorar.

Draco não conseguia perceber o que se estava a passar com ela e também não sabia o que fazer ou dizer para a fazer sentir-se melhor, por isso limitou-se a passar-lhe a mão pelo cabelo enquanto ela chorava.

-JÁ ESTÁ!

Mal Clarisse gritou isso, Narcissa pegou no frasco e começou a subir as escadas com o mesmo numa mão e a puxar o roupão para cima com a outra.

Entrou no quarto e verificou que Hermione já não estava na cama, quando chegou à casa de banho deu com o filho a passar a mão pelo cabelo da rapariga para a acalmar, isso fê-la sentir-se menos mal. Afinal de contas o plano tinha dado algum resultado, mas depois ouviu os soluços de Hermione e a peso da culpa voltou a esmagá-la.

- Toma! Dá-lhe isso. – Disse dando o frasco a Draco e encostou-se à parede a assistir ao que acontecia à sua frente, tentando não abrir a boca de espanto.

-Hermione. Hermione. – Draco murmurava no ouvido da rapariga. – Está aqui o antídoto.

Ela levantou a cabeça apenas um pouco, a única coisa que via eram os olhos de Draco demasiado perto dela, depois sentiu que ele lhe punha algo na mão. Era o antídoto. Ela tomou-o sem demoras.

-Agora anda. Vamos para a cama.

O rapaz puxou-a para cima e passou-lhe um braço à volta da cintura para a ajudar a andar até á cama.

-Draco, ela deve adormecer daqui a pouco. Quando acordar já deve estar melhor.

Ele acenou com a cabeça enquanto tapava Hermione com o lençol.

-Se precisares de mim… chama-me. – Narcissa deixou o quarto o mais rápido que conseguiu e encostou-se à parede enquanto fechava a porta do quarto da mais nova. Esfregou os olhos e deixou-se estar um pouco ali encostada à parede.

Sentia-se culpada por ter feito aquilo a Hermione, por estar a manipular o filho e a rapariga, porque era isso que ela estava a fazer no fundo, estava a manipulá-los. Sabia que era para o bem do filho, mas será que não havia outra maneira?

Não, não havia. Ela sabia que aquela era a única maneira!

Voltou a ir para a cozinha onde Clarisse a esperava encostada ao balcão, mal ela entrou a outra mandou-lhe um olhar de desaprovação, mas não debateu o assunto.

Draco deitou-se no sofá do quarto de Hermione depois de ela adormecer. Crookshanks saltou-lhe imediatamente para o colo e o rapaz quis afastá-lo, mas limitou-se a deixar o gato deitado no seu estômago. Não sabe quanto tempo passou, porque também ele adormeceu, mas quando acordou foi com o som de Hermione a passear pelo quarto a arrumá-lo.

-Hum… eu tenho quase a certeza de que devias estar deitada. – Ele começou com uma voz sonolenta que fez Hermione virar-se na direcção dele e logo fugir do campo de visão do rapaz.

Ele sentou-se no sofá e olhou para trás na direcção da cama dela, mas a rapariga estava escondida atrás da porta do armário. Conseguia ver por baixo da mesma que ela estava a vestir umas calças justas enquanto falava.

-Hum… desculpa o vómito há bocado. – Disse ela embaraçada o que levou Draco a olhar para a camisola e verificar que ainda a tinha vestida, despachou-se a tirá-la e a metê-la no cesto da roupa que estava na casa de banho.

-Devias estar deitada. – Nesse momento o rapaz apareceu ao lado de Hermione que parou um bocado e ficou a olhar para ele.

-Não! – Respondeu ela rapidamente, abrindo ligeiramente os olhos. – Está tudo bem! Agora podias sair? Tenho de arrumar o quarto, está uma confusão. Mas obrigada pela ajuda.

Ela quase empurrou o rapaz para a porta e ele saiu confuso e sem compreender o que tinha acabado de acontecer.

Será que ela estava tão mal que nem se lembra bem do que aconteceu? ,Foi a primeira coisa que ele pensou.

No entanto do outro lado da porta, ela lembrava-se claramente do que tinha acontecido e fora por isso que o afastara.

O que se estava a passar? O que tinha acabado de acontecer?

Ele tinha-lhe passado a mão pelo cabelo enquanto ela chorava, tinha-a aconchegado na cama, tinha tratado dela, o mais estranho foi que ela lhe vomitou em cima e ele não lhe chamou nem um nome menos bonito.

Ele preocupa-se contigo!

Não sejas parva, Hermione!

E tu gostas dele!

Mentira.

Então porque estás a agir assim?

A discussão interior continuou, apesar de Hermione a ter tentado ignorar. Era impossível! Algo estava a acontecer e ela sentia vontade de sorrir pela maneira como ele cuidara dela, mas ao mesmo tempo duvidava de tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo, preparem-se que maus tempos esperam Hermione e não apenas neste capítulo.
De qualquer maneira espero que tenham gostado e por favor deixem um comentário a dizer o que acharam. Não custa nada e eu amar-vos-ei para sempre.
Kiss kiss kiss,
Jo