Prova De Amor escrita por Pear Phone


Capítulo 21
Capítulo 21 - Último


Notas iniciais do capítulo

Não tenho muito a dizer... apenas leiam *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362594/chapter/21

[...]

Quando ouviu sua voz, Carly não aguentou-se por um segundo. Queria poder dizê-lo tudo que queria, abraçá-lo, e lhe dar a certeza de que sem ele, ela nunca seria feliz como antes. Mas, não teve a oportunidade porque... abriu seus olhos e acordou. Ela faria, sem pensar duas vezes, se tudo não passasse de um sonho. Angustiada, subiu até o antigo estúdio, que continuava lá, apesar de não mais ser usado. Daquela grande janela, percebeu que o sol já houvera deixado de estar atrás das nuvens. Tudo que ela desejou quando olhou para os céus, fora ter o seu irmão de volta...

Não sabia se era por acaso, ou pelo seu pedido, mas nas calçadas da esquina vira um homem que se assemelhava tanto a Spencer, que se estivesse vivo, não haveriam dúvidas. Tirou uma de suas madeixas negras de seus olhos e fitou o mesmo com muita atenção. Era alto, magro, em seus olhos havia medo, de longe percebia-se. Sem premeditar nada, correu ao encontro dele, antes que fosse tarde.

Dizem que o Universo conspira em negação, quando alguém pensa negativo. Outros dizem que o Universo só conspira de acordo com nossas atitudes. Dizem que o Universo conspira à favor, quando há alguém que queira muito, alguém que acredita, que se mantém fiel e não deixa de guardar sua fé. Dizem que sempre haverá algo lhe retribuindo no futuro, esperando por você. Naquele dia, quando disse tudo aquilo para seu irmão, Carly pensou apenas em si. Mas, quando o perdeu, se pôs a ir em seu lugar, pois reconheceu o que fez. Ela apenas reconheceu que estava errada.

E se naquela noite, sua irmã não o tivesse lhe dito estas coisas, ele não houvesse se sentido culpado, não estivesse sentindo fome, se aquele bar de esquina estivesse fechado, se aquele caminhoneiro não houvesse recebido uma entrega e saísse exatas uma hora antes, se ele não houvesse perdido o controle de sua própria mente e jogado-se para cima do caminhão, se não houvesse desviado certamente na última hora sem que o caminhão te acertasse, provocando um dos maiores erros de sua vida, se não houvesse se arrependido, Spencer morreria naquela noite e não provocaria a morte de outro homem. Mas sabe-se-lá por qual razão... Ele não morreu.

–Spencer? - Carly o chamou.

–Carly...

–É-é você mesmo? - incrédula, deixou uma lágrima cair.

–Sim - respondeu um pouco incomodado.

–Vo-você, você não morreu? - o olhou de cima à baixo, depois, avançou certa distância e o abraçou.

–Na verdade não. Todos pensam que eu não existo, que naquela noite o caminhão havia batido em meu carro... mas, eu pensava que você ao menos saberia - separaram-se.

–Co-como assim? O que deveria saber?

–Naquela noite eu realmente tentei me suicidar. A pista estava vazia, joguei meu carro à frente do caminhão, mas... desisti. Desviei antes que fosse tarde, porém havia outro carro logo atrás de mim. Logo descobri quem conduzia-o. Era um homem, Kleber Simon, e cheguei a conhecê-lo na tarde seguinte, no hospital em que fomos internados. Fui internado porque ainda não conseguia digerir tudo que houvera feito, e estava com ferimentos leves. Ma-mas... ele, ele não estava. O seu problema era grave, sua intenção era apenas parabenizar sua filha no dia de seu aniversário quando chegasse em casa, no dia seguinte, após voltar de seu trabalho. Eu ainda lembro de quando ele me contou que iria entregá-la um presente. Então, de certa forma, quis ajudá-lo. Era impossível que o homem sobrevivesse, sua filha tinha apenas doze anos em pleno dia de seu aniversário. Troquei nossos documentos e dados, e para todos os jornais se deu a minha morte, e não a dele. Porém quem morreu de fato nunca fui eu. Só queia prezar aquela menina do que poderia ter sofrido no dia que comemorava mais um ano de vida - dos olhos de Spencer esvaíam-se lágrimas. - Sabe Carly, quando quis lhe prezar a morte de nosso avô, era apenas porquê não queria lhe ver sofrer. A mesma coisa que fiz para que essa menina não sofresse, eu fiz com você. Quando lhe vi deitada naquela maca, em pânico... e-eu desejei não ter existido. Então eu queria dar adeus ao mundo, só para que sua vida fosse mais longa do que a minha, que hoje não mereço nada mais além da morte.

–Spencer? - Carly segurou a sua mão. - Eu te amo. Te amo mais do que qualquer irmã ama seu irmão, e te quero vivo comigo. Pra sempre. Enquanto estiver ao meu lado, não terei razões para ir. Foi você, apenas você, que me ensinou a ser forte.

–Jura que não está chateada? - levantou a cabeça, a olhando.

–Se estivesse chateada, te diria que quero que volte para o nosso apartamento?

–Não.

–É isso que digo agora.

Assim, subiram para o 8C.

.

.

.

–Você sabe que temos que fazer isso... - Freddie a olhava pensativo.

–Não quero correr mais riscos. Eu não posso. Tem mínima noção de quantas pessoas já morreram depois de denunciá-los?

Sam estava insegura. Sabia que devia dar o que eles mereciam e confessar tudo que sabia, só dessa forma a justiça seria feita. Finalmente pagariam por o que haviam feito com sua mãe... para ela era apenas uma tentação. Havia algo que a fazia esconder tudo, sabia que denunciá-los traria consequências.

–Venha aqui e olhe nos meus olhos. Me diga a verdade... por que não pode fazer isso? - quando ela firmou seus olhares nos dele, não conseguia mentir.

–Eu o matei.

–Quem você matou?

–O filho... do Pierre - um silêncio se formou entre os dois, e ela acrescentou. - Não foi minha culpa eu... só queria matá-lo. Queria matar Pierre, e fazê-lo pagar caro. Mas eu descobri que havia feito outra coisa, eu havia matado seu filho... quando descobri isso, era tarde. A dor que senti naquela noite em que vi minha própria mãe morta era maior do que qualquer... coisa. E além disso, ele nem sequer se importava com nada, mas, eu o conheço e sei que amava o seu filho. Meses depois, ele deu-se por conta de que esse ato só pudera vir de mim, e me ameaçou. Ele te sequestrou por isso, e eu pensava que ele iria te matar, assim como fiz com o filho dele. Toda vez que lembro do que fiz, tenho vergonha de mim mesma. Não sei se tenho coragem o suficiente para denunciá-lo, sabendo que viverei com essa dívida da mesma forma que ele vive com a dívida do que fez com Pamella. Ele é perigoso Freddie, nunca deixará de ser... nem que esteja atrás das grades.

–Você nunca havia me contado isso. Não podemos deixar que ele consiga o que quer.

–Como assim?

–Você acha justo que ele tenha feito isso com a sua mãe, por dinheiro, levanto em conta de que não é só você que está sofrendo? Quantas pessoas você acha que esse homem está enganando? Nada vai parar até que ele mesmo pare.

–E o que quer que eu faça? - o olhou de maneira interrogativa.

–Ligue a televisão.

'Na madrugada anterior, na área de Seattle, uma denúncia anônima foi passada aos policiais da região, de que Benjamin Clark Miller, conhecido ilegalmente como Pierre Franks, o tão antigo assassino e traficante de drogas mais procurado dos últimos quinze anos, estava há meses escondido em um casebre no ponto norte da cidade. E o progresso foi concluído com êxito. A polícia apreendeu...' – ouviu-se a voz do locutor.

–Você o denunciou...? A-antes que eu soubesse? Mas como você descobriu quem ele era se eu... - dizia apavorada.

–Você nunca me contou, mas eu disse a você que iria descobrir tudo. O que eu digo, eu cumpro. Nada adiantou... porque mesmo sabendo que sua mãe havia morrido, que o mesmo homem que assassinou a sua mãe fora o assassino de meu pai há dezoito anos, mesmo sabendo que você matou o filho dele, mesmo sabendo que antes disso você já havia tentado o matar, que sua mãe o namorava, que tudo que ele queria na verdade era o seu dinheiro, que já tentou te seduzir mas você não falou nada disso a Pamella para que a mesma não se magoasse... mesmo sabendo de tudo isso, e que você não iria me contar porque não confiava em mim o bastante, eu não te deixei.

–Só não entendi uma coisa... Por que não me deixou?

–Eu não te deixei porque nada mudaria o meu propósito, que era provar a única coisa que valeu à pena, mesmo que acontecesse tudo isso... nada é mais importante que uma prova de amor. E eu queria te provar que, mesmo que tudo acontecesse, ia continuar te amando da mesma forma... você nunca teve razões para omitir nada.

–Me desculpa. E-eu não sei o que dizer. Tudo isso que você disse é tão poético.

–Vou resumir: eu quero que você seja minha mulher, para sempre. Você aceita?

–Só se você aceitar ser meu.

–Eu já sou seu há muito tempo... - ele sorriu.

–Agora é oficial... - já estavam se aproximando, quando... a tradicional Carly bate na na porta.

–Se acostumar com ela outra vez não será tão fácil - Sam disse e vestiu alguma coisa.

–Saaaam! - a morena grita sem perceber que a porta já estivera aberta.

–Não adianta trancar a porta, não é? - revira os olhos rindo.

–Me-me desculpa... - Carly sente seu rosto corar, assim que percebe que a amiga estava ocupada.

–Você não tem culpa, nem sabia que ele já havia sido liberado do sequestro... mas... o que quer?

–O Spencer voltou.


E se Pamella não houvesse morrido naquela noite, Sam não se traumatizaria, ela e Freddie não se aproximariam, e ela não o iria querer por perto em sua vingança... talvez não aguentando o que a esperava, Carly não se sentiria só sem seus amigos, não entenderia Spencer, não reataria com Brad, estaria sozinha e morreria em uma de suas recaídas mentais por não largar a bebida. Se Freddie não fosse sequestrado, não colocaria Pierre atrás da grades e não estariam todos juntos outra vez. Se Sam não aceitasse ser noiva de Freddie ou não se arrependesse, nada disso se resumiria em uma Prova de Amor.




"Você nunca vai perder definitivamente aquele que você ama..."




Fim?

 

 

 

 

 



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam que ainda tem o epílogo... e os agradecimentos.

Mereço reviews?