Stay escrita por Chubby


Capítulo 3
Capítulo 3




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Passei pelo escritório uma última vez  guardei  as pastas  nas gavetas, e tranquei todas elas. Por que mesmo com toda a segurança do prédio, não podíamos arriscar perder nenhum daqueles documentos, se eles fossem furtados, a agência seria exposta. E isso significaria a ruína.

Tranquei as portas com meu cartão e o deixei com Jasmine. Meu turno havia terminado fazia algumas horas, aquele lugar poderia realmente parecer sinistro a noite, corredores vazios e somente algumas luzes das salas dos que trabalhavam no período noturno, como os investigadores.

Naquele horário, tudo era calmo. Ao contrário de algumas horas atrás, pessoas apressadas, televisões ligadas para o acompanhamento das missões, homens de preto planejando táticas em grandes salas de reunião.

O reflexo nas paredes do elevador, revelava uma jovem magra de cabelos castanhos compridos presos em um rabo-de cavalo , olhos cor de mel cansados.

Não parecia a garota que entrara na organização a cinco anos, aquela era  a mulher que  havia se tornado. Apesar de seu trabalho a impossibilitar de ter qualquer tipo de vida social, Suzannah gostava de seu emprego, estar sempre em uma nova aventura fazia a adrenalina  dominar seu corpo a cada perseguição, ou pista encontrada. Ela amava isso.

Atravessou o térreo a passos leves, trabalhar tanto também tinha alguns benefícios, um belo carro em sua vaga  no  estacionamento. Apesar de ter dinheiro o suficiente para comprar uma  cobertura em um prédio de elite, morava em um apartamento bonito, mas não muito grande. Suze passava pouco tempo em casa, as vezes – só as vezes – desejava ter escolhido uma profissão “ normal” ter sido médica, veterinária, professora, qualquer coisa. Fazia alguns meses que ela não saia com ninguém, todas as  vezes que chegavam a um relacionamento estável vinham as perguntas “ Onde é que você trabalha?” , “Por que não me conta que faculdade fez?” , “ O que esconde de mim Suze?”.

E simplesmente acabava. Uma vez  apaixonou-se verdadeiramente por um homem, Joshua. Loiro de olhos verdes, simpático e meigo. Suzannah estava disposta  a largar seu trabalho por ele. Mas em uma noite de julho, voltou para casa e o viu com outra no sofá. Não era apenas outra mulher, era Amber, sua melhor amiga.

Então  desde aquele dia  houveram muitos casos curtos, paixões passageiras, mas nenhum amor.

Colocou as chaves no vaso de cerâmica como de costume, tirou seus sapatos, desfez o rabo de cavalo, deixando cair sobre os ombros o cabelo castanho. Caminhou em silêncio até o quarto , despiu-se  e entrou na banheira cheia de sais e espuma. Aquele era o único momento que não precisava estar alerta, estava sozinha com seus pensamentos. A água morna não lavava apenas seu corpo, mas também sua alma.

Depois de seus dedos começarem a “murchar’, devido ao longo tempo que se passara, enrolou-se na toalha, abriu o guarda roupa e escolheu um pijama qualquer. Descansou a cabeça no travesseiro, puxou as cobertas e apagou.

Em poucos instantes  estava tendo um sonho, o mesmo de sempre.

-ANNE! ANNE! Onde está você?- gritava pela sala escura.

-ANNE RESPONDA!- implorava.

De repente uma forte luz  faz seus olhos doerem, Suze cai de  joelhos.Após recuperar sua visão, ela não precisa mais chamar o nome da amiga. Ela está lá, jogada no chão, sangue por toda parte.Anne tem um bilhete em mãos, quando se aproxima para ler o que estava escrito. Acorda.

Assustada e suando, sentou na cama e colocou o rosto entre as mãos.

-Ah!Eu sinto tanto sua falta...- soluçou.

Ainda eram 02:40 da manhã, ela precisava dormir. Apesar da inquietação conseguiu dormir razoavelmente bem em relação as outras noites. Pela manhã, iniciou  sua rotina: tomar banho, vestir o uniforme, comer e ir trabalhar.

Porém, nos últimos dias esteve tão ocupada com “ grandes coisas”- problemas no trabalho- que se  esqueceu completamente das pequenas. Assim que abriu o armário de comidas, não encontrou nada além de torradas vencidas e uma garrafa se suco pela metade. A melhor – e mais rápida- decisão foi ir a uma cafeteria no meio do caminho. O que os outros clientes pensariam  uma jovem vestida com um uniforme totalmente preto e uma arma pesa em seu cinto comendo cupcakes ?Teria que disfarçar. Colocou um casaco vermelho, uma toca combinando e seus tênis.

- 10 minutos atrasada.

- Eu sei, desculpe, vou para...

- Sala do Sr. Ramires.

-Não, por favor Jasmine. Enrole um pouco, diga que fiquei doente ou...-fui interrompida.

- Não posso amiga.

Suze bufou. Passou voando pelos corredores, quase tropeçando no estagiário Austin.

-Chefe?

-Sim? Ah.. é você. Sente-se.

-Sr.Ramires se estou aqui pelo soco que dei na cara do Tom, quero esclarecer que não foi culpa minha e...

-Não Suzannah, não é por isso que te chamei aqui.- com um sorriso nos lábios prosseguiu- Apesar de que, socar um membro da sua própria equipe não é exatamente um exemplo de auto controle da sua parte.

Ela estava envergonhada. Na hora pareceu mais do que justo, enfiar a mão na cara daquele idiota por tê-la chamado de amadora. Mas neste momento, sentia-se pequena.

-Então...qual o motivo?

-Você tem se mostrado extremamente eficiente nos últimos 9 meses,pensa e age. Precisamos de pessoas assim para comandar. Te darei a oportunidade de liderar investigações.

-Eu? Liderar? – mesmo que incrédula, quase não conseguia conter sua alegria.

-Sim, decidimos que está pronta para isso.

-Decidimos?

-Eu e minha filha,Meg.

A porta se abre, e de trás dela sai uma garota de cabelos curtos e negros, que deveria ter a mesma idade que ela.\fumando um cigarro com uma mão e com a outra segurando a bolsa da Louis Vuitton, ao contrário do pai, parecia esnobe e tinha uma pinta embaixo do nariz, que a fazia parecer uma meretriz.

-Ai está ela! – exclamou orgulhoso – Meg, está é Suzannah Colins.

Deu um aperto de mão e sorriu – nunca tinha visto sorriso mais falso.

-Você pode ir agora.

-Obrigada Sr.Ramirez, não o desapontarei.

-Eu sei.

Antes de me retirar, olhei Meg mais uma vez, e recebi uma expressão de nojo. Tenho a impressão de que ela ainda vai me incomodar muito.

Já na minha própria sala...alguém bate a porta.

-Entre.

-Olá Suze.

-Jack? Quanto tempo...

-É,, realmente faz um tempo que não passo por este lado do prédio – respondeu irônico- Só passei aqui para dar uma conferida em como a Jas está...

-Hm. Vocês dois hein...

-Pois é.- o sorriso no rosto de Jack ficou mais largo, até que pareceu lembrar de algo.- Ah, vim entregar um bilhete pra você.

-Pra mim?

-Sim, é do John. Ele acha que só por que sou o cara da correspondência. Que preciso entregar bilhetes de amor...vê se pode!- falou provocando-me.

-Me dê logo a maldita mensagem!-resmunguei.

-Dê uma chance a ele.

-Jack.

-O que ?

-Vá trabalhar e pare de encher o saco.

-Okay.- disse rindo. Mas é sério dê uma chance...uma só...

-VÁ!- exclamei.

Esse cara me fazia rir mesmo, não é a toa que Jasmine volta tão feliz dos encontroas que tem com ele.

Abri o envelope.

 Suze,

Descobri algumas coisas  que podem te interessar. Me encontre no Restaurante 12:05, contarei os detalhes. E ... a propósito...bela roupa.

Abraços,John.

-Bela roupa? – olhei para meu reflexo no espelho da parde. Ainda estava com a roupa que fui tomar café da manhã, havia esquecido de colocar o uniforme. Sorri.

Espere...eu sorri com um elogio do John?! – só posso estar ficando louca.


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