Pov Beatriz

Os feixes de luz dourado passavam entre as árvores da floresta,fechei os olhos e respirei o ar fresco,era simplesmente magnífico para mim ficar na floresta,tão familiar que eu conhecia parte dela como a palma da minha mão,exceto o território que era dominado pelas as trevas.Me chamo Beatriz Hosken ,prendi meus cabelos da cor de prata em um rabo de cavalo,chequei as armadilhas que eu fizera na noite anterior,nenhuma caça.Frustrada fui para o riacho mais próximo,o que eu costumava ir com meu avô quando tinha 10 anos,ele sempre me contava da história de como as trevas chegaram ao reino do Norte e que um dia elas iriam ser detidas.Pena que não pude ouvir mais as histórias,já que na mesma época ele foi dominado pelas as sombras.Meu pai e Paul,meu irmão,não gostavam muito de falar disso,e com o passar do tempo fui aprendendo a não mencionar o ocorrido com eles.Crack,olhei para trás mais vi que não era nada,dei de ombros e voltei a observar o lago quando ouvi um novo crack.Me levantei,peguei meu arco e preparei a flecha,silenciosamente e entre a folhagem fui em direção ao som,não era novidade as trevas invadirem o nosso território,já encontrara com algumas criaturas quando costumava fugir quando era mais nova.Foi quando vi um pelo castanho claro,um sorriso se formou em meus lábios,era Lupa,uma loba de porte médio que eu havia encontrado alguns anos atrás,quando fugia costumava conversar com os animais,as vezes os achava mais humanos do que os próprios humanos.
Acariciei o pelo de lupa,para mim os animais mais caçadores que eu conhecia eram os lobos,”Sem piedade” era esse o lema de cada alcatéia,achava fascinante a maneira que eles se relacionava.Já havia descansado demais e se eu queria ao menos uma chance para destruir as trevas tinha que treinar,me despedi de Lupa,e entrei mais afundo da floresta,foi quando vi um cervo.Preparei a flecha no arco,suspirei lentamente sentindo o próprio arco e lancei a flecha que atingiu o coração dele.Me aproximei,cantei uma pequena cantiga que meu avô me ensinara quando tiramos a vida de um ser puro, ”Que a floresta Elya proteja seu espírito,obrigada querido amigo,mais saiba que as trevas um dia irá debandar”.Tirei a flecha peguei o cervo e fui em direção a vila,foi quando uma flecha de fogo passou assoviando perto de meu ouvido e ficando presa a um carvalho a poucos de distancia,surpresa olhei para as árvores para ver que havia atirado,mas só consegui distinguir uma silhueta feminina,e cabelos negros,deduzi que devia ser Aria.Era tida como uma das guardiãs da vila,apesar da pouca idade a garota era considerada como uma Sarcedotisa,embora não gostasse do termo e dizia que era igual a qualquer um.me aproximei do carvalho,foi quando vi uma mensagem em letras garrafais.

“Beatriz Hosken,filha de Nero e Melissa Hosken,venho acompanhando você a muito tempo,e como seu avô previra você vai poder uma mudança em todos os reinos nos seu 17 anos basta você fazer a escolha certa.Se quer por um fim a invasão das trevas venha até a cabana da Saline,a aguardo. “

Li surpresa, e estremeci ao ver o nome de minha mãe ela nos abandonara quando eu era um bebê. Como essa pessoa sabia de segredos que só eu e meu avô sabíamos. Mais o que me deixou surpresa foi o local de encontro. Saline era uma das poucas estrangeiras (se não a única) vinda do reino do centro que foi bem aceita em nosso reino, ela fazia a prática da agia das visões, e foi ela que disse que meu destino era uma rebelião e que eu era um dos dez. Ainda hoje aquelas lembranças me deixavam assustada. Mais eu queria uma mudança, e essa era minha chance. Passe no pequeno casebre que morava, pus a caça sobre a mesa. Meu pai havia saído e meu irmão devia está dormindo, tomei um banho rápido, vesti um short preto, com a minha blusa verde favorita, com um pequeno decote e um par de botas. Peguei meu arco e fui para o coração da vila, com o papel amassado entre meus dedos,que suavam,estava nervosa só não sabia o motivo.

Pov Alex

Estava andando por uma floresta, o vento soprava forte fazendo com que meus cabelos flutuassem em várias camadas negras azuladas. Foi quando vi, uma garota ela usava um vestido branco, seus cabelos negros vinham até a cintura, os olhos verdes faziam belo contraste com a pele morena. Ela tinha quase a minha idade, e algo me dizia que eu a reconhecia, só não lembrava onde.
-Sua missão se aproxima. -ela disse. -Seu caminho com mais nove jovens se cruzarão, a luta com as trevas está mais próximo. E todas suas duvidas sobre si mesma serão respondida.
-Quem é você?-pergunto. Ela apenas sorriu e desaparecera, e eu acordei!
Sentei na cama ainda confusa, com o que acabar de sonhar, parecia tão real. Os raios de sol já invadiam o quarto, tinha muito que fazer. Sou Alex Darker,alguns anos atrás eu morava com meus pais e meu irmão,em uma aldeia no inicio da floresta de Elya,mais as trevas conseguiram dominar tudo,eu consegui escapar com a ajuda de alguns guerreiros,mais minha família não teve tanta sorte,eu culpava a mim mesma por isso,afinal eu deveria ter feito algo para ajudá-los.Mas se tinha algo que eu prometera desde aquele dia seria treinar até vingar a morte deles.Desde então treinava todos os dias na floresta e em outras regiões da vila,mas alguns acontecimentos recentes me deixaram sobressaltada.Fui a campina que eu treinava todas as manhãs,estava com uma katana na minha mão,fechei os olhos sentindo a natureza,e senti o vento rodopiando ao meu redor,comecei a sorrir,parecia que o vento dançava comigo,era uma sensação muito boa e inexplicável,a forma que eu conseguia e conectar com a natureza,como se eu fosse parte dos elementos e pudesse controlá-los.Parei de imediato ao perceber que não fora só o vento que eu “brincara”,mais uma pequena chama incendiava a campina,apaguei rapidamente e me certifiquei de que ninguém havia me seguido ou me observava.
Quando criança minha mãe sempre dizia que não deveria ficar exibindo meus dons para as pessoas, ela disse que nem todos compreenderiam. E sempre quis saber quais eram esses dons? Será que era mais que uma garota com uma ligação com a natureza e seus elementos?Nunca tive as respostas para essas perguntas, então buscava dar um passo de cada vez, e talvez um dia eu encontrasse as respostas. Me sentei a sombra de uma árvore e comecei a cantarolar uma das poucas canções antigas de nosso reino sobre a floresta e seus elementos que eu costumava dormir a escutando.Foi quando o barulho de uma flecha me chamou atenção,a flecha era vermelha,e estava com um papel preso entre a ponta e a árvore.Me surpreendi ao ver meu nome naquela caligrafia.

“Alex Darker,estou dando-lhe uma escolha de mudar as coisas ou permanecer do jeito que estamos em nosso reino.Há segredos sobre si que nem mesmo você sabe,mas está destinada a isso.Vá para a cabana da velha Saline.”

Ao terminar de ler, fiquei surpresa, será que o que eu havia sonhado era verdade, que eu seria importante para finalmente derrotar as trevas do Reino Norte, talvez eu tivesse minha vingança e o sentimento de culpa parasse de me sufocar.Sentia saudades de minha família mas do que gostava de admitir.Quando ia com meu pai caçar,o cheira de canela de minha mãe quando me colocava para dormir,ou o meu irmão puxando minhas tranças e eu o ameaçando.Pareciam lembranças mais distantes do que realmente era,como se aquele fosse um sonho bom que eu estava assistindo,antes de ser acordada para a realidade.Pensei mais um pouco,e decidi que não ficaria parada iria ajudar.Fui até minha casa,preparei minhas coisas na mochila.E fui em direção ao local mais distante do reino.Avistei ao longe a cabana de onde o papel informava,suspirei fundo,e fui em direção a ela. Era pequena e bem humilde ,havia cheiros de ervas e outro adocicado que eu não reconhecera.Havia enumeras histórias sobre a senhora ,uns diziam que ela tinha magia já que vinha do centro,outros contavam que ela havia pirado de vez.Suspirei e bati na porta,escutando em resposta um fraco entre.
-Dios mio, não acredito que estou viva para ver que realmente é verdade. -diz ao me ver.
-Foi o que eu tentei dizer. -diz uma segunda voz e eu reconheço, era uma das garotas da vila, os cabelos brancos estavam presos o que acentuavam os olhos verdes.
-O que está acontecendo?-perguntei à senhora que me olhava com curiosidade.
-Onde estão os outros?-perguntou Saline mais para si mesma do que para nós duas.
-Devem está a caminho. -responde Beatriz olhando pela a janela.
-Quem está a caminho?
-As outras encarnações do reino Norte, têm uma história para contar a vocês. -diz nos observando, seus olhos pareciam bem inteligentes e algo dentro de mim dizia que estava no caminho certo.