Enquanto ia em direção aos monstros, notei que Remna estava preste a me seguir quando eu disse:

– Espere aqui, e não invente nada, apesar de ter o dispositivo você ainda não teve contato com seu guardião, ele provavelmente não está ai com você.

E assim que acabei de falar, sem dar tempo para qualquer retruca dela, corri em direção aquele mini exercito, pois não possuía mais do que 10 criaturas.

Foi uma sensação incrível testar aquele poder, adrenalina em alta. E sem perceber, assim que corri e cheguei ao centro do local, fui cercado por todos os lados, mas não me deixei amedrontar e parti para a briga (pode me chamar de doido mais você não faria o mesmo?). Ataquei primeiramente os cães, pois algo me dizia que teria problemas se os subestimassem, e então ataquei sem pensar em nada, apenas deixei minha mente livre de pensamentos e os ataquei instintivamente.

Dois cães pularam ao mesmo tempo na tentativa de me assustar, porem apenas pulei para cima do que estava na minha frente e lhe ataquei no torso em um movimento rápido de desembainhar e embainhar apenas uma de minhas espadas. E então saltei para o outro e fiz o mesmo, mas dessa vez com as duas espadas em um movimento em forma de “X”, e o cortei horizontalmente da boca até o rabo. Podem até querer chamar o serviço de proteção aos animais, mas eu nem sabia se eles eram deste mundo.

Mas parece que meus ataques não os intimidaram, e pelo contrario, vieram todos ao mesmo tempo e sem ter tempo para pensar, os ataquei, cortando o torso dos cães e as cabeças dos que se pareciam com pessoas. Quando percebi todos estavam no chão, porém algo me dizia que não tinha acabado. E estava certo.

Outra vez os projéteis negros vieram em minha direção, e sem saber de onde vinham, e quem os ativava, eu os rebati, pois pela primeira vez consegui enxergá-los e me senti confiante a fazê-lo. Mas acabei me distraindo e percebi que era essa a intenção deles. Algo que parecia um homem, com um brilho sinistro nos olhos e uma intenção de matar assustadora, me atacou com uma lança. E ele era diferente de todos os outros, trajava uma armadura de guerra pesada, e parecia ter uma inteligência de outro nível em relação aos outros, diria que era o comandante. E como não tinha mais tempo para reagir só podia esperar a lança me atingir.

E em meio a isso tudo ainda escutei voz de Ryujin. Em minha cabeça:

–“CUIDADO GAROTO!! PRESTE ATENÇÃO AO SEU REDOR”

Mas já era tarde demais. E surpreendentemente um pouco antes da lança me atinguir, para minha sorte ou não, um cara me atingiu com uma moto e me atirou para longe de lá, me salvando, mas também me causando muita dor. E como não tive muito tempo para descansar já que o “comandante alienígena” agora atacava o cara da moto, me levantei rapidamente, o que me causou tonteira, pois ainda sou humano, e quando recobrei a consciência, mesmo que um pouco, corri para auxiliá-lo, já que não gosto de dever nada, principalmente a um total estranho que me atropela.

E cheguei na hora certa, pois o cara acabara de pular da moto, para impedir um golpe certeiro da lança, e caiu no chão e não tinha mais tempo para escapar. E no momento exato eu interceptei o golpe que poderia ter sido a ultima coisa que ele veria. E te tudo que aconteceu eu achei aquilo o mais estranho da hora, acabará de ser salvo e salvar a mesma pessoa em menos de um minuto, algo que não poderia imaginar. E como se isso tudo não fosse estranho o suficiente, eu escutei o “comandante alienígena” falar em um tom agudo, o que foi irritante:

– Então alem de tudo você tem sorte. Poderia ter morrido ha um minuto atrás se não fosse a intromissão desse idiota.

Chutando o cara que me salvará. E em um momento de raiva fui para a lateral da lança e a acertei com as espadas, fazendo um movimento ascendente com a mão esquerda, e um movimento descendente com a direita, desarmando-o e então o encarando. E assim que me acalmei perguntei:

– quem é você? Como consegue se comunicar comigo?

E então com um sorriso irônico ele disse:

– Meu nome é Zhalar, sou o comandante designado à divisão de reconhecimento e destruição dos guardiões. Somos conhecidos por diástatikós, criaturas de outra dimensão, e queremos destroçá-los, seres inferiores.

– Por que isso? O que vocês ganham?

– Isso terá que saber outra hora, humano tolo. Não deveria deixar o inimigo livre e fazer perguntas livremente assim. Pois eles podem fugir. Adeus humano idiota.

E com essas palavras ele desapareceu em meio a uma névoa escura. E logo em seguida o motoqueiro tirou o capacete, me segurou pela gola e disse:

– Qual o seu problema? Parar em uma batalha para conhecer o inimigo? Por que não o chamou para tomar chá também? Você só pode se extremamente idiota ou o que?

Ele era loiro, parecia estar realmente irrita com aquilo, olhos azuis, mas era um pouco mais baixo que eu. Estava usando uma jaqueta de couro preta, uma camisa branca regata, jeans, uma bota e tinha uma munhequeira roxa apenas na mão direita. E Apesar de ter me salvado, segurei sua mão com força e tirei-a de minha gola, e antes que eu percebesse as espadas haviam sumido, provavelmente havia voltado ao dispositivo. E então falei:

– Você fala como se soubesse o que ocorre. Ao menos sabe o que aconteceu?

Quando voltei minha atenção para ele, ele parecia estar calmo, o que foi assustador, pois qualquer um estaria surtando agora.

– Pode ter razão sobre eu não saber o que ocorre, apenas sei que veio uma luz em minha direção, vindo daqui, e quando dei por mim tinha isto no meu bolso e sabia que deveria vir para cá.

Ele disse isso pegando o mesmo dispositivo que eu tenho, só que roxo e com um desenho de um raio na parte de trás. O que me fez lembra:

– Não tenho para isso agora, tenho que ver se Renma está bem.

E corri em direção ao jardim, e o motoqueiro, sem saber o que fazer, me seguiu a uma certa distancia. E quando cheguei lá, vi Renma que parecia estar pálida e tremendo. Mas à medida que chegava perto ela parava de tremer e começou a me encara, até que cheguei a uma distancia que ela disse com uma voz mais fria que quando a escutei da primeira vez:

– Pode até ser o primeiro a achar seu guardião, mas isso não te dá o direito de dar ordens às pessoas, você é só um idiota com sorte...

E um pouco antes de terminar o sermão vi seus olhos perderem o foco e ela continuou:

– O próximo a ser achado, se quiser continuar vivo, é o grifo.

E logo após isso ela voltou a parecer à garota com quem falei antes de ir ao campo de batalha. E com preocupação eu disse:

– Remna, me desculpe por aquilo, mas você está bem? Existe algo que você não me contou?

Ela pensou um pouco, e quase que imediatamente, percebendo a minha expressão e do homem com que permanecerá:

– Hã? Desculpe-me, mas disse algo de errado? Isso acontece logo após eu ver algum pedaço do tempo tanto do passado ou do futuro. E caso eu esteja certa, eu vi no futuro três pessoas perto de uma estátua de um grifo perto de um rio. E acho que deveríamos ir para lá. Não deve ser muito longe daqui.

– Três pessoas? Então ele virá junto?

Apontei para o cara que acabara de conhecer. E quando ele percebeu disse:

– Não decida as coisas sozinho. E a propósito tenho um nome, Dankan Kenshin.

–Dankan certo? Então, você tem noção do que está acontecendo?

Perguntei a ele com um tom irônico. E quando percebeu logo retrucou:

– Então é assim que trata quem salva sua vida? Pelo menos já sei que aquilo não foi perda de tempo, já que como você sabe de tudo, será útil. Poderia me explicar?

– Ok, posso não saber de tudo, pois ainda há lacunas a serem preenchidas, mas posso explicar de um modo rápido.

Posso ter parecido calmo, mas sabia que ignorá-lo a essa altura não seria uma boa coisa, até porque ele tinha um dos dispositivos. E, portanto só o que poderia fazer era dizer o que eu sabia:

– Então basicamente existe outra dimensão com criaturas que querem destruir a humanidade para roubar sua tecnologia e impedir seu avanço, e em contra partida existem os guardiões dimensionais, que são os nossos aliados. No total existem seis guardiões que escolheram seis humanos para que possam juntar forças para combatê-los.

Logo em seguida ele segurou o dispositivo em sua frente e começou a encará-lo no mesmo momento que dizia:

– Então quer dizer que isto é a prova que eu faço parte disso tudo? Mas por que eu fui escolhido? E aquele cara estranho com a lança? Ele também é um dos inimigos?

Eu particularmente achei estranho, pois era a primeira vez que eu percebia duvida em suas palavras e por esse motivo só consegui dizer.

– Não se preocupe. Se conseguirmos chegar aos guardiões antes deles teremos uma vantagem contra tudo isso.

E em meio a tudo isso, no momento que eu ia me esquecendo de RyuJin ele interveio na conversa:

– Vejo que este garoto tem coragem, e ele tem o símbolo dos trovões, creio que ele é o parceiro do Raijuu. E a menina, apesar da aparência e inocente ela guarda uma profunda capacidade de compreender as coisas, e possui o símbolo dos tornados, então ela é a parceira do grifo.

E nessa hora que tudo fez sentido, o fato de que teríamos de encontrar o grifo, e essa visão de Renma, algo que ainda me intrigava, começava a se encaixar em tudo, apesar de ainda não ter certeza de mais nada. Logo em seguida olhei em redor, procurando saber se não existia nenhum inimigo a estreita para nos atacar e disse:

– Então agora que já temos algumas informações estão todos de acordo em participar dessa jornada para achar os outros três escolhidos e impedir a destruição do mundo?

– Vejo que você não se surpreende fácil, devo pensar que é uma pessoa com a mente aberta ou um simples idiota? E como vamos entrar em uma aventura assim sem avisar a família? E por onde começamos? Já pensou em algo?

Disse Dankan, cortando totalmente minha empolgação com a aventura e me trazendo de volta a realidade. Mas antes que eu pensasse em algo Renma disse:

– Olha, porque não fazendo tudo que temos pendente e nos encontramos aqui em dois dias?

Pensando sobre aquilo, percebi que o sol quase se punha no horizonte e logo seria noite, um horário bastante ruim para decidir sair em uma aventura. Então decidir que isso era a melhor decisão a se tomar.

– Então iremos nos encontrar assim aqui em dois dias. Durante esse tempo inventem uma desculpa de ausência para as pessoas que lhe são importantes e não se preocupem, pois quando tudo isso acabar iremos nos encontrar novamente com elas.

Nisso percebi uma duvida vinda de ambos, Renma e Dankan, e algo nisso me preocupava. Eu sabia que meus pais não estariam de volta em menos de um mês, pois eles andavam viajando muito a negócios ultimamente, e como não sabia direito no que trabalhavam não poderia me comunicar facilmente com eles. Mas de toda forma continuei:

– Relaxem, em menos de um mês sei que isso estará acabado, não se preocupem, vamos achar os guardiões e impedir a destruição do mundo. E não se esqueçam que em dois dias nos encontraremos aqui novamente. Até Logo.

Despedindo-me enquanto caminhava para fora do jardim me encaminhando para casa. Mas enquanto me dirigia ao fim do jardim o homem que estava com Remna

(eu havia me esquecido que ele estava lá), me chamou e apontou para algo estranho que estava entre os destroços da estatua.

– Ei garoto! Emerson correto? Eu acabei de notar que isto estava jogado aqui, você sabe o que é?

No momento que olhei para aquilo, eu tive a maior das surpresas, Havia um sétimo dispositivo igual ao meu, com uma imagem de um dragão na parte de trás, onde fica o símbolo nos outros. Porem diferente do meu que era branco, ele era totalmente escuro, e tinha uma energia horrivelmente assustadora. Quando o peguei pude escutar Ryujin resmungar:

– Então ele também despertou?!