Memórias - ABANDONADA escrita por Bibelo


Capítulo 16
Ato II - Sentimentos - 5º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite amores.

Desculpem a demora, mas eu não queria quebrar o capítulo em dois, por isso as 7.000 palavras.

Se o final ficou meio brochante foi por causa de um problema que tive, meu cachorrinho morreu quinta feira e eu estava escrevendo esse caps e perdi toda a vontade e escrever bem sabe, tentei e fiz o meu máximo, então espero que gostem!

Como o capitulo é de comédia, não é pesado para ler, é leve e descontrai. Não deixem de ler só porque é grande, por favorzinho Ç.Ç

Agradeço a todos os comentários fofos que recebi, adoro vocês :3

Sem mais.

Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362184/chapter/16

~Ato II - Sentimentos - 5º Capítulo


"O vídeo se iniciou com a imagem do corredor ao lado de fora do auditório. Desde as árvores às salas, tudo era idêntico a dois anos atrás. Exceto por um rapaz que se encontrava sentado na mureta que separava o corredor do jardim. Continha curtos cabelos ruivos, com uniforme da escola e um celular em uma das mãos. Desatento e entediado, nem percebeu a aproximação da câmera em si:

–Sasori! - gritou o rapaz que segurava a câmera o fazendo pular no lugar pelo susto. Inspirou fundo encarando a câmera com um olhar raivoso:

–Deidara, seu filho da puta. - cuspiu o ruivo passando a mão pelos cabelos.

–Nossa quanto amor. - disse cinicamente o rapaz do outro lado da câmera.

–Meu único amor é o Naruto. - zombou sorridente Sasori tirando um gostoso riso do rapaz.

–Tinha me esquecido do seu amante. - afirmou ele mexendo um pouco a câmera deixando a imagem tremida.

–E - começou Sasori: - o que você esta fazendo com essa porcaria? Não desgruda mais dela? - comentou zombeteiro tateando o visor.

–Tira a pata. - advertiu Deidara mexendo a câmera pro lado filmando o teto por rápidos segundos: - Essa é minha preciosidade. Um dia ainda serei um diretor de cinema famoso. - disse com a voz gritada.

Um riso escapou pela boca do ruivo:

–Pelo menos não é dominação do mundo igual o Naruto. - resmungou.

–Ele deve ter algum problema. - comentou o rapaz sorrindo.

–Pra namorar a Sakura, só pode mesmo ter algum problema. - emendou Sasori rindo junto de Deidara.

–Ah - exclamou: - Falando em Sakura, ela está te chamando lá no auditório. - disse apontando com a câmera as duas portas abertas que davam para a sala de audições voltando a imagem rapidamente ao ruivo:

–Pra que? Eu não tentei nenhum papel. - admitiu se levantando da mureta.

–Ela está comandando geral no palco. - afirmou ele fazendo o Sasori arquear a sobrancelha.

–Como assim?

–Ela começou a dizer: "Quem manda saporra sou eu, e quem escolhe os papéis de cada um sou eu." - disse Deidara imitando a voz de Sakura, ou melhor, tentando.

O Akasuna suspirou pesado.

–Melhor eu ir lá. - disse caminhando com Deidara a seu lado.

–Concordo plenamente, meu amigo. - assim, ambos entraram no auditório todo estofado de vermelho.

Tinham várias pessoas ao redor do palco, a maioria compunha o primeiro ano, mais necessariamente o primeiro A. Em cima do palco, cerca de dez pessoas esperavam pelo termino de um pequena discussão que ecoava por todo o auditório; algumas em pé, outras sentadas, assistiam ao massacre.

Aproximando-se da escada que possibilitada a subida no palco - encontrada na parte da frente - uma garota vestida com uma saia vermelha, camisa de marinheira com detalhes avermelhados e curtas madeixas rosas caindo em seu ombro, batia os pés com força apoiando as mãos na cintura.

–Eu já disse e irei repetir, senhorita Matsuri. - disse a rosada: - Não importa quantas vezes você atuou, ou se seus pais são atores, pouco me fodo pra isso. Eu vou escolher as pessoas de cada papel que eu achar importante. - grunhiu ela com ar de superior. Por estar meio longe, a voz saia baixa e fina pela câmera.

–Mesmo assim, Senpai. - continuou Matsuri: - Todos temos o direito de tentar pelo menos o papel que queremos. - advertiu a morena segurando firme em mãos o papel das audições.

–Cala a boca, cabelo de espantalho. - zombou a de cabelos róseos: - Eu escolho, eu mando, e vocês obedecem. - assim ela se virou para a porta de entrada dando de cara com Deidara e Sasori. Um lindo e radiante sorriso brotou em seus lábios.

–Sasori, meu amor. - gritou ela correndo e pulando em seu colo distribuindo beijos por todo seu rosto.

–Quando amor, minha deusa. - zombou Sasori segurando em sua fina cintura, enquanto essa se mantinha no ar agarrando seu pescoço.

–Ui, vou contar pro Naruto. - ameaçou Deidara tirando um riso abafado dela.

–Ele não tem ciúmes de mim. - afirmou ela dando um longo beijo no rosto de Sasori estalando.

–De você talvez não, Sakura, mas do Sasori ele tem. - criticou tirando vários risos do auditório criando ecos.

–Ele tem razão, não posso trair o meu homem. - ralhou Sasori colocando-a no chão.

–Nem vem, eu te conheci primeiro. - disse pegando em sua mão e na de Deidara: - venham, tenho papéis para vocês. - Antes mesmo que eles pudessem retrucar, ela os havia puxado.

Subindo no palco, os três encararam Matsuri e outras garotas que fulminavam irritadas:

–Bom, - começou Sakura: - distribuirei os papéis. - Assim, colocando uma das mãos no queixo pensador, ela continuou: - A Alice será a Yuki. - disse tirando um "Yes" da boca da garota de cabelos azuis.

–A irmã da Alice será a Matsuri. - afirmou ela com um sorriso maléfico, provavelmente a fim de provocá-la. A morena bufou: - O Gato será... - ela parou, encarando o arredor pensando em quem se encaixaria no papel.

–Tente o Suiguetsu. - propôs Sasori com os braços cruzados no tórax. Sakura estalou os dedos.

–Ótima ideia, meu amor. - ela disse: - Suiguetsu, tu serás a estrela dessa peça, depois de mim, óbvio. - ela riu de si mesma tirando algumas risadas das pessoas ali presentes: - Pode fazer, né? - pediu ela fazendo biquinho. O rapaz de madeixas acinzentadas sorriu.

–Lógico, Cerejinha. - afirmou ele dando-lhe um dedo positivo em sinal.

–Eba! - exclamou ela batendo palmas: - Bom, o chapeleiro será, ninguém mais ninguém menos do que o meu lindo e Sexy, Naruto. - falou ela se virando para ver a face do rapaz sentado no centro do palco.

Estava com perna de índio, um sorriso largo e radiante. Cabelos curtos loiros desdenhados, olhos azuis turquesa e três risquinhos - provavelmente de cicatriz - em cada bochecha.

–Claro, meu amor. - afirmou ele: - seu desejo é uma ordem. - Ela sorriu com isso retornando o olhar para frente.

–Pois bem. O gêmeos gordinhos serão... - ela parou. Não havia ninguém realmente que se encaixasse no papel: - Sério, porque o cabelo de todos tem cores variadas? Poxa. - Zombou tirando gargalhadas das pessoas.

–Falou a rata cor de rosa. - cutucou Hidan fazendo-a rir do comentário.

–Rata não. - disse Naruto se levantando e abraçando-a pelas costas: - É minha manga rosa. - disse beijando-lhe o pescoço a fazendo sorrir envergonhada.

–Fala sério. - murmurou Sasori enquanto a câmera se mexia muito em meio à crise de riso que Deidara estava tendo: - Desgruda criatura. - disse ele separando o casalsinho pelas cabeças.

–Ora, ora. - começou Sakura: - pare com esse ciúmes bobo. - pediu cruzando os braços fingindo estar brava.

–Vamos voltar ao papéis? Temos aula. - disse Suna, uma garota de cabelos loiros.m

–Claro, claro. - afirmou Sakura: - Bom, para gêmeos, vou precisar de duas pessoas que se conheçam bem, como unha e carne, sabe - pausou ela abraçando Sasori: - Como eu e o Saso-kun.

–Bom - Matsuri tomou a palavra: - Talvez a Karin e a Tayuya. - propôs a morena.

–Gostei da ideia. Ma-chan. - disse: - Bom, vocês duas serão as Gêmeas, darei uma mudada no roteiro caso seja melhor para minhas duas ruivinhas. - emendou a rosada.

Karin estava sentada em um dos bancos do auditório com Tayuya a seu lado. Ambas grunhiram.

–Era só o que me faltava - começou Karin: - Ser uma gêmea gorda. Mais uma de suas idiotices, Sakura-Senpai. - terminou ela cruzando os braços.

Naruto tossiu forçado:

–Ora, você vai ficar linda no palco, não se preocupe, eu arrumo uma linda fantasia para as duas. - disse ele piscando pra ruiva de óculos. Ela desviou o olhar.

–Ok, nii-sama. - ela cedeu dando continuação a distribuição dos papéis.

–Deidara - disse ela se virando para a câmera que centralizou em seu rosto: - Será o nosso cameraman. Filmará nossa peça, e os bastidores. Pois isto ficará marcado por toda a eternidade. - afirmou apontando o dedo indicador ao teto: - Aceita?

Deidara riu abafado mexendo a câmera pra cima e para baixo aceitando:

–Lógico, Sakurinha. - disse balançando um pouco a câmera por ter soltado uma das mãos dela.

–A Rainha de copas, obviamente, serei eu. - se vangloriou dando uma voltinha no lugar estendendo os braços: - O meu rei será o goxtoso do Saso-kun - apontou ela aplaudindo logo em seguida.

–Quem irá narrar será o Hidan. - disse recebendo um aceno do rapaz.

–E, os soldados, serão o resto. - ela terminou se preparando para sair, mas Matsuri a chama:

–E o coelho? - perguntou ele fazendo Sakura parar no lugar.

–Puts - urrou ela: - tinha me esquecido dele. - Ela voltou eu olhar pelas pessoas no salão até parar numa cabeleira laranja: - Tu, Yahiko, serás o nosso coelho. - ela propôs fazendo todos olhá-lo (principalmente a câmera) no fundo do salão. Ele sorriu. Estava abraçado com Konan.

–Claro, não será nada demais. - afirmou ele dando de ombros.

–PRONTO! - gritou Sakura antes da câmera retornar a ela: - Agora, vamos ensaiar.

–Beleza, vou me ajeitar. - disse Deidara começando a mexer a câmera.

–Nananinanão. - advertiu Sakura: - Essa peça será uma revolução, prefiro que o ensaio não seja filmado. - Ela disse descendo as escadas do centro e parando em frente a câmera: -Amores que verão isso no futuro - começou mexendo as mãos: - aguardem pela nossa peça revolucionária.

Assim, o vídeo parou por alguns segundos"

Sakura olhava a tela catatônica juntamente de seus amigos. Ela não sabia que tinha um namorado, muito menos aquela intimidade toda com Sasori. Ela lembrava vagamente a Temari, mandona e respeitada.

Era estranho se ver na tela. Não se lembrava daquela peça, nem das pessoas, nem de nada. As lágrimas ainda estavam alojadas em seus olhos; aquilo era muito para se descobrir. Ela era diferente de antes, muito diferente mesmo.

''O vídeo começou a fazer barulho voltando a passar as imagens. Agora, o auditório que antes estava vazio, possuía várias pessoas sentadas nas cadeiras estofadas. Estando totalmente lotado, algumas pessoas se encontravam sentadas em frente ao palco, outras no corredor de passagem, a fim de assistir a peça da tão falada Haruno.

As luzes se apagaram deixando só os holofotes iluminando o palco. A cortina vermelha ainda se mantinha fechada. No canto esquerdo, numa mesa fina e alta, onde Hidan se encontrava com alguns papéis em mãos. Pigarreou, e começou sua fala:

–Essa história fala sobre uma jovem moça, destemida e curiosa, que encontra um novo mundo cheio de borboletas e purpurina. Unicórnios eram alados, e coelhos falavam com seus relógios de bolso. Se ela era esquizofrênica? Possivelmente. - dizia ele tirando risos da plateia: - Ela deixou um diário, contando todas as suas histórias, e nelas se encontra a Wonderland: O País das maravilhas.

Assim, as cortinas se abriram, onde apareceu uma arvore alta. Em cima dos galhos estava uma garota de cabelos loiros e um vestido de maid azul. Sentada no chão, uma garota morena com um livro em mãos.

–Ali - começou Hidan: - Se encontram duas jovens irmãs desocupadas e sem visão da vida. Folgadas e sonolentas, lendo um livro de histórias infantis. - falava ele com um sorrisinho no rosto: - Em cima da árvore, nossa protagonista Alice, que se esforça para não cair da árvore e mostrar sua calcinha dos ursinhos carinhosos. - zombava ele, Yuki mostrou-lhe a língua.

–No chão, espantando as formigas, a irmã de Alice que não tem nome. Tadinha, inutilidade tem limite. - continuou ele: - vamos chamar ela de número 1. Lendo uma de suas historias prediletas que a aventura começa.

A narração se encerrou começando a atuação de ambas:

–Irmã, estou com sono. - disse Alice esfregando os olhos com as mãos fechadas.

–Calma, já esta chegando na parte boa. - respondeu Matsuri virando a página do livro.

–Você disse isso a meia hora atrás. - advertiu a garota.

–Erro de calculo.

–Numero 1 continuou a ler. - disse Hidan: - enquanto Alice começava, aos poucos, a fechar os olhos. Em segundos, ainda se segurando pra não cair da árvore de papel mache - zombou: - Ela adormeceu. Nisso, sua irmã foi cagar e deixou-a sozinha pro lobo meu lhe pegar.

–História errada. - falou alguém atrás das cortinas pretas. Todos da plateia riram.

–Ah, tá. - ele pigarreia: - quero dizer, ela a deixa sozinha para... Agora melou minha rima. - murmurou ele no microfone para a pessoa que havia o advertido.

–Cala a boca e narra. - gritou novamente a voz.

–Bom, - ele recomeçou: - Passando-se alguns minutos, Alice acordou e resolveu descer da árvore e - ele parou encarando Yuki que descia:- Falei que era dos ursinhos carinhosos. - zombou a fazendo se virar segurando a barra do vestido.

–Cala a boca e narra. - ameaçou ela tirando risos da plateia.

–Não, agora é a sua atuação. - ele relembrou-a. Yuki corou. Pigarreando, ela começou a falar:

–Irmã? - chamou ela encarando os lados: - Pra onde você foi? - insistiu colocando a mão em cima dos olhos para facilitar a visão.

Do corredor do auditório, um rapaz de cabelos alaranjados, roupa de mordomo e orelhas de coelho praticamente corria até o palco parando em frente a ela se assustando. Se encararam por alguns segundos antes dele fugir dela.

–Espere - gritou Yuki correndo atrás dele dando voltas na árvore enquanto ele dizia:

–É tarde é tarde, é muito tarde. - falou Yahiko correndo e pulando do chão do palco para os bastidores.

–ESPERA! - gritou mais alto pulando também. A cortina se fechou por breves momentos a fim de arrumar o cenário.

–Ela pulou dentro de um buraco de coelho por seguir um. Sério, essa menina está precisando de uma surra. - narrava Hidan mexendo nos papéis. Todos riam. Estava demorando um pouco a arrumação, logo Hidan aproveitou o momento: - Que demora, a Alice deve ter entalado no buraco. Ela está precisando emagrecer um pouquinho. - disse ele recebendo em seguida um tapa vindo do pano preto. Os risos foram gerais.

As cortinas se abriram dando lugar a uma sala com várias portas e uma enorme mesa. Do lado esquerdo do palco, saindo dos bastidores, Alice caiu - foi empurrada - no chão fazendo um alto barulho. Ela gemeu se levantando e deixando a peruca loira cair. Ela deu um gritinho esganiçado colocando-a de novo.

–Ih, é loira falsa. - disse Hidan. Yuki mostrou-lhe o dedo do meio o fazendo rir: - Que Alice sem educação.

Ela se levantou caminhando e encarando o arredor.

–Coelho. - chamou: - Coelhinho? - chamou mais uma vez encarando as altas portas de madeira. - Que casa grande. Meio exagerada para um coelho. - disse coçando a cabeça.

Caminhou até a enorme mesa encarando ao chão uma caixinha de música e, ao seu lado, uma garrafa de leite. Em cada um deles tinha uma etiqueta, na caixinha um coma-me com um biscoito dentro; no leite um beba-me. Ela se ajoelhou em frente a eles pegando o biscoito dando uma mordida.

–Quando se come um dos biscoitos: - começou Hidan: - seu corpo cresce, de modo inexplicável. Essa solução seria bem útil para os anõesinhos de plantão. - comentou: - Agora, isso de comer um negocio escrito coma-me é suspeito demais. Essa menina realmente precisa de uma surra. - disse ele encarando novamente a peça, mas não se aguentou e começou a rir.

Yuki devorava o pãozinho e, em seguida, bebia do líquido. Nem se importou se deveria ou não comê-los.

–Era só uma mordida. - gritou alguém dos bastidores.

–Mas eu gosto desse biscoito. - afirmou ela limpando a boca dando outra mordida na comida.

–Hey, Alice - chamou Hidan: - Volta pro papel. - reclamou ele a fazendo se virar.

–Ok, ok. - resmungou ela deixando o biscoito no lugar. Começou a caminhar pelo arredor do palco, passando a mão pelas diversas portas. Nenhuma delas possuía maçaneta, ou, sequer algo que a ajudasse a puxar e abrir. Somente uma, pequenina e com dois grandes olhos em sua maçaneta.

Ao tentar puxá-la, saiu um grito de dor por detrás da porta assustando tanto Yuki quanto todos da plateia.

–Não faça isso, dói. - gritou ele a fazendo se afastar. Aparentemente era um fantoche.

–Sim, ela era esquizofrênica. - concluiu Hidan ao ver a maçaneta falar.

–Quieto. - falou Yuki.

–Quem é você? - perguntou ele curioso.

–Sou Alice. - respondeu ela ainda agachada.

–Muito prazer pequenina. - disse ele: - O que quer?

–Quero passar por você? - pediu pronta para puxar a maçaneta novamente, mas esta desviou.

–Você é enorme, nem que encolhesse a barriga passaria por aqui. - respondeu a porta tirando uma risada abafada de Hidan.

–Ah, fala sério. - gritou Yuki: - eu estou gorda? - perguntou ela se levantando à plateia.

–Sim. - responderam todos em uníssono. Ela bufou.

–Vou comer o biscoito. - disse por fim se dirigindo à caixinha.

–Eu disse que você está enorme e ainda vai comer o biscoito? Essa tem auto confiança. - disse ele tirando risos da plateia. Ela se enfezou se virando e dando um chute na maçaneta fazendo a marionete cair para dentro.

–A gorda aqui vai passar. - Assim, ela destruiu a porta de papel mache e se arrastou por ela saindo do outro lado.

Mais uma vez foram fechadas as cortinas vermelhas para uma troca de cenário. Hidan pigarreou e continuou sua narração:

–Aquela era a passagem para a dita Wonderland. - começou ele: - Passando pela porta falante, que é bem arrogante por sinal, ela entraria em um mundo perigoso. O porque de ser considerado perigoso um mundo das maravilhas? Simples, tem uma lunática como rainha, a nossa diva manga rosa: A Rainha de Copas. Mas antes de irmos até ela - emendou: - vamos ver se nossa Alice passa pelo teste de paciência. Quem quer chá?

As cortinas se abriram novamente e, no centro do palco, havia uma enorme mesa com xícaras, pratinhos, bules, biscoitos, açúcares, talheres, enfim, uma bagunça só. Várias cadeiras espalhadas pelo local e, sentando-se em uma das pontas, um rapaz de cabelos loiros, chapéu alto e meio rasgado, roupas coloridas e um sorriso amarelo tomava uma xícara de chá.

Do lado oposto, apareceu Alice, caminhando curiosa e pensativa.

–Olha só quem está atrasada para o chá. - gritou o Chapeleiro com uma risada psicótica.

–Que chá? - perguntou Alice curiosa.

–Esse chá - disse o coelho aparecendo atrás dela e caminhando apressado até uma das cadeiras: -É tarde, é muito tarde. - disse ele pegando uma xícara e enchendo com chá.

–Sente-se Alice, aproveite os biscoitos. - disse o Chapeleiro enfiando alguns em sua boca e mastigando, ou melhor, ruminando.

–Não quero, obrigada.

–Ela percebeu que está gorda. - disse um rapaz de cabelos brancos, orelhas roxas de gato e um sorriso medonho. Estava preso em cordas que o sustentavam no ar, nisso, ficava deitado balançando seu rabo listrado.

–E quem é você? - perguntou Alice irritada.

–Sou o Gato de Cheshire, muito prazer menina. - disse ele se afastando dela e se aproximando do Chapeleiro: - Olha só, se não é meu louquinho favorito.

–Ui, vai me tentar assim gato? Não tenho medo de cometer Zoofilia. - zombou o Chapeleiro lambendo os lábios de forma provocativa.

–Chega de Gayzisse. - narrou Hidan: - seu marido ainda não entrou Chapeleiro. Vou dedar. - provocou com um risinho maroto. Naruto gargalhou de forma medonha tirando risos da plateia.

–Cale a boca que é hora do chá. - falou ele pegando uma xícara e enchendo-a, mas, como o fundo estava quebrado, acabou caindo tudo na mesa: - agora dois cubinhos de açúcar - disse ele jogando-os na xícara quebrada. Pegou uma colher mexeu e começou a beber.

–Não tem nada na xícara. - disse irritada Alice.

–Fique quieta. - gritou ele tacando-lhe a xícara, mas ela conseguiu desviar na hora. Ele gargalhou - SENTA! - gritou ele assustando-a. Ela correu e se sentou.

–Coelho, leve o chá pra ela. - pediu o Chapeleiro.

–Não, não, não, não - falou ele: - Estou atrasado é tarde, muito tarde. - respondeu se levantando e correndo para o outro lado onde também há os bastidores.

–Espere coelho. - gritou ela seguindo-o, mas é parada por um dos pés do Chapeleiro a levando de cara no chão.

–Você não tomou o chá. - disse ele pegando em seus pés e a arrastando de volta à mesa: - Nossa, calcinha dos ursinhos carinhosos, quem diria. - zombou ele a fazendo se espernear a fim de acertar um chute na sua cara: - kuku, errou. - disse gargalhando.

Puxou-a pelas pernas erguendo no ar deixando sua calcinha à mostra. Ela apoiou as mãos no chão, chutando-o e dando um mortal ficando em pé.

–HÁ! - trovejou: - quem aqui e a gorda? - exibiu-se Alice.

–Só porque você deu um mortal não quer dizer que não seja obesa. - afirmou o gato colocando as mãos no queixo e olhando-a com um sorriso amarelo no rosto.

–Qual o problema de vocês? Eu quero passar. - disse ela se virando e andando calmamente até os bastidores. O Chapeleiro a olhou com um sorriso amarelo caminhando na ponta dos pés atrás dela. Ela se virou rapidamente e o mesmo parou encarando a plateia e mandando beijos a uma das garotas sentadas nas primeiras fileiras.

Rolando os olhos, ela continuou seu caminho entrando nos bastidores. Sorrindo sapeca, o Chapeleiro e o Gato a seguiram; em seguida, as cortinas foram fechadas para mais uma troca de cenário.

–Ela passou pelo teste de paciência? Não, a paciência dela nem foi testada ainda. - afirmou Hidan: - Aquela foi a entrada, agora, o prato principal está sendo preparado. Com aquele Chapeleiro eu espero qualquer coisa. - disse ele mexendo em alguns papéis. Ele fez uma careta: - Vish, agora a coisa fica preta, ou melhor, vermelha.

As cortinas se abriram, onde apareceram duas garotas sentadas em cima de uma pedra. Com camisetas listradas em vermelho e branco, calças com suspensório também vermelhas e curtas que iam até a canela. Ambas de óculos vermelhos e cabelos de mesma cor, conversavam e riam entre si, com cochichos e murmúrios.

Alice apareceu segundos depois procurando por todos os lugares o coelho que aparecia e desaparecia numa rapidez que só. Passando pelas gêmeas, elas encararam-na curiosas.

–Alto lá. - falaram ambas em uníssono. Alice parou encarando-as.

–Quem são vocês?

–Eu sou Sat. - disse Karin.

–Eu sou a Suki. - disse Tayuya.

–Somos as irmãs Satsuki. - falaram ainda juntas e sincronizadas. Alice rolou os olhos.

–Sou a Alice. Vocês viram um coelho passar por aqui? - perguntou ela. Ambas se entreolharam e cochicharam entre sim antes de voltar a ela.

–Sim. - disseram juntas novamente.

–Onde ele foi?

–Por ali. - falaram juntas novamente, mas apontando para lados opostos. Elas se entreolharam e trocaram de lado: - Por lá. - disseram novamente continuando a apontar para lados opostos. Alice suspirou.

–Eu preciso achar ele. - disse por fim. As irmãs se olharam.

–Pra que? - perguntou Suki.

–Porque... - ela parou pensando: - ...Olha, nem sei, só quero achar ele. - admitiu dando de ombros. As irmãs se entreolharam.

–Daqui você não passa. - disseram descendo da pedra.

–Para passar - disse Sat.

–Tem de nos fazer - emendou Suki.

–Gargalhar - disseram em uníssono.

Yuki as encarou sem entender.

–Isso não estava no roteiro. - lembrou.

–Nós estamos improvisando. - disseram ambas causando certa irritação em Alice.

–Ok. - suspirou derrotada: - Piada? - perguntou ela. As duas assentiram.

–hm... - murmurou ela colocando uma das mãos no queixo pensador: - Toque, toque?

As irmãs rolaram os olhos.

–Nossa, essa? - perguntou Hidan ao microfone: - Tem uma melhor não?

–mas eu nem comecei.

–Todas que começam com Toque, Toque - disse Sat.

–São ruins - complementou Suki.

–Vão deixar eu terminar? - perguntou irritada Alice. Ambas ficaram mudas: - Toque, toque?

–Quem bate? - falaram ambas em uníssono.

–Eu.

–Eu quem? - disseram novamente.

–Eu estou caindo fora. -assim ela correu para os bastidores com as duas atrás dela.

–Volte - ordenou Sat.

–Aqui - Terminou Suki.

Elas correram em círculo por alguns segundos antes do Gato, ainda suspenso em cordas, aparecer segurando o Chapeleiro pelos pés o deixando de ponta cabeça. Esticando os braços, agarrou os de Alice a lançando aos bastidores. Pode-se ouvir o barulho de coisas se quebrando com o impacto.

–uuuh - gemeu Hidan: - Essa doeu. - terminou pigarreando.

–Bye - disse Sat.

–Bye - falou Suki.

–Alice - terminaram os quatro em uníssono com a cortina se fechando. Todos gargalhavam e aplaudiam.

–Ora, acharam isso bom? Esperem pela Manga rosa. - admitiu Hidan: - Depois de passar pelos gêmeos, Alice tem um ultimo teste antes de ter sua audição com a Rainha. Esse teste é arriscado, pois necessita de lógica e a santa paciência. - disse com a voz de locutor: - Enfrentando o terror da Lagarta e do Gato Cheshire.

As cortinas se abriram novamente. Todo o palco estava tomado por uma neblina colorida. Atrás de toda ela, uma figura grande se encontrava sentada em uma pedra, e suspenso no céu brincando com sua calda, o gato aguardava a chegada de Alice.

Saindo dos bastidores com cabelos azuis caindo para fora da peruca, vestido amarrotado e com a cara amarrada, chegou em frente a eles tossindo em meio a fumaça.

–Quem és tu? - perguntou a sombra soltando mais fumaça. Uma voz feminina foi ouvida pelo recinto.

–Uma lagarta fêmea? Mas ele é macho. - resmungou Alice batendo o pé.

–Se lembraram da lagarta a cinco minutos, só tinha eu nos bastidores. - admitiu a mulher tirando alguns risinhos das pessoas.

–Você quem? - perguntou ela. A fumaça se dissipou, lê-se ventilador, dando a imagem de uma mulher alta, voluptuosa, cabelos azuis curtos, vestindo um vestido azul sereia e com algo se assemelhando ao narguile - isso se não fosse mesmo o dito cujo -, Konan.

–Eu sou a lagarta. - disse ela inalando a fumaça e, em seguida falando: - Quem és tu? - pausadamente soprou em forma de aros a fumaça colorida na cara de Alice que tossiu forte.

–Eu sou a Alice. - respondeu afastando a fumaça de si.

–Que Alice? - perguntou novamente ela mudando de posição e inalando novamente a fumaça colorida.

–Eu. Não vê? - afirmou ela dando uma voltinha.

–Eu nada vejo. - insistiu ela cruzando as pernas de modo provocativo.

–É cega por acaso? - cuspiu Alice irritada cruzando os braços. A lagarta olhou-a desinteressada soltando outros aros de fumaça de seus lábios.

–Cega eu não sou.

–Então porque diz: "Eu nada Vejo"? - indagou batendo o pé firme no chão.

–Pois nada é o que você é. - ralhou Konan com um sorrisinho provocador.

–Tanto faz. - disse ela bufando: - Só quero achar o coelho.

–Que coelho? - perguntou.

–O coelho com um relógio. - respondeu aguardando a resposta da lagarta. A mesma inalou novamente a fumaça soprando agora algumas formas desconexas.

Se virando de costas, permaneceu-se em silêncio.

–Sabe onde ele está?

–Ele quem? - perguntou Konan com a voz ainda mansa.

–O coelho. - resmungou.

–Que coelho? - perguntou novamente a Lagarta.

–Ah, mas que porra, eu já disse pra você. Vai me responder? - gritou Alice a plenos pulmões, aparentemente Yuki estava irritando-se de verdade. A lagarta se virou a ela.

–Quem és tu? - indagou mais uma vez. Alice gritou de raiva.

–Ah, mais que saco. - replicou ela encarando o teto: - E você, Gato Cherie, me leve até aquele puto do coelho. - ordenou Alice recebendo um olhar estranho do gato.

–Eu não me chamo Cherie, muito menos recebo ordens de gordas mórbidas. - cuspiu Cheshire rodopiando no ar abanando o rato de um lado para o outro.

–Olha aqui... - começou: - minha paciência tem limite e te garanto que ele já está no fim. -ameaçou ela cerrando os punhos.

–Não tenho medo de você. - resmungou ele.

–Tive aulas de luta com a Manga rosa. - resmungou ela cruzando os braços. Um silêncio curto se instalou no palco antes de Konan e Suiguetsu se entreolharem.

–Vou te levar até o coelho. - assim ele saiu para os bastidores sendo seguido por Alice que pisava forte ao chão. Konan soprou um pouco de fumaça nela antes da mesma desaparecer e as cortinas serem fechadas novamente.

Tsunade apareceu ao lado de Hidan lhe cochichando ao ouvido tampando o microfone com a palma da mão:

–Aquilo era Narguile? - perguntou de modo irritado a mais velha fazendo o albino engolir em seco.

–Claro que não, Dona Tsunade. É uma fumaça colorida que a Sakura arrumou. - admitiu ele tentando ser o mais convincente possível (sim, era Narguile).

–Bom mesmo. - assim ela desceu do palco. Hidan pigarreou ao microfone:

–Sua próxima parada será em um jardim, onde nosso amado coelho-mordomo estará. Quanta merda nossa protagonista irá fazer? - perguntou ele ao vento: - Muitas. Estamos chegando ao desfeche, aguardem pela reabertura das cortinas. - encerrou ele de forma irritada, Tsunade havia lhe tirado toda a vontade de narrar aquele conto.

Novamente as cortinas foram abertas dando espaço a um muro de folhas e uma árvore no centro com grandes flores brancas, provavelmente rosas, destacando a paisagem. Em cima de uma escada pintando a dita árvore, um homem com roupa de carta de copas segurava um balde e um pincel. Já ao chão, o coelho encarava o relógio dizendo:

–Ande com isso, está tarde, muito tarde. - ordenou batendo o pé freneticamente no chão.

Aparecendo dos bastidores, Cheshire e Alice caminham pelo palco negro até o coelho.

–Olha. - gritou de modo exagerado a garota fazendo o homem em cima da escada se assustar derrubando o balde de tinta na cabeça do coelho. O rapaz grunhiu de ódio expressando um "isso não estava nos planos".

–Desculpe Coelho-sama. - pediu o homem com as mãos juntas em suplica.

–Tanto faz, só desapareça. - cuspiu o coelho tentando tirar o excesso de tinta vermelha de seus cabelos murmurando um "Tomara que não seja permanente", provavelmente falando da roupa alugada.

–Eae, Coelho? - comentou o Gato: - Esta bonito hoje. - falou ele rosnando de modo provocador. Yahiko rolou os olhos.

–Finalmente eu te achei coelho disgramento. - rosnou a garota se aproximando dele.

–Você de novo? O que quer? - indagou com a voz grossa.

–Ih ele está irritadinho. - narrou Hidan: - Quer uma cenoura? - zombou ele recebendo um gélido olhar do ruivo.

–O que eu quero? Que pergunta mais boba. - balbuciou ela dando de ombros como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–Fala logo, ninguém sabe porque você é imbecil o suficiente para entrar em um buraco de coelho. - incentivou Cheshire do modo mais amargo. Ela colocou uma das mãos no queixo pensador:

–Eu queria saber que horas eram. - admitiu criando um Capot's geral na plateia. Alguns até xingaram Yuki de estúpida - para não mencionar os piores.

–Só isso? - perguntou o Coelho pasmo. Cheshire não estava diferente.

–É. Que que tem? - comentou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

–Nada Alice, você só precisa de uma boa surra. - narrou Hidan surpreso. Ninguém a não ser o próprio ator sabe o desfecho da trama inventada por Sakura. Foi surpresa geral.

–Surra nada. Eu queria saber as horas e como ele fugiu eu tive de ir atrás. - afirmou ela cruzando os braços frente ao tórax.

–Ok. - suspirou derrotado o Coelho: - A magia da Wonderland morreu depois dessa. - comentou dando de ombros.

–Agora pode ir embora Alice. - disse por fim o Gato irritado. Ela deu de ombros.

–ok. - assim ela se virou aos bastidores caminhando a passos leves batendo de forma brusca em uma forma peculiar.

Indo de encontro ao chão, Alice segurou sua peruca e olhou para cima fitando duas orbes esmeraldinhas. Ela engole em seco.

–Quem é você, menina? - gritou a mulher de dentro dos bastidores caminhando lentamente até ela.

Vestindo um vestido metade preto e metade vermelho indo até metade da coxa, possuía detalhes em forma de cartas de copa, babado em toda seu contorno, desde a saia até o decote em V que definia o busto médio da rosada. Um coroa enorme na cabeça em leque na mão direita, a Rainha de Copas deu as caras.

–Olha a nossa manga Rosa entrando em cena. - narrou Hidan: - Esta divando. - zombou ele. Sakura piscou a ele com resposta. Vários assobios preencheram a plateia com sua entrada.

–Quem é você? - perguntou Alice irritada pelo tombo.

–Eu perguntei primeiro menina mau-educada. Ta querendo uma surra? - ameaçou ela levantando o punho frente ao corpo.

–Por que todo mundo quer me dar uma surra? - perguntou abismada Yuki.

–Por que você é irritante. - respondeu o Coelho, ou melhor, cuspiu ele.

–Gente, não pode tratar pessoas Esquizofrênicas assim, eles são doentinhos. - bronqueou Hidan com um sorriso sapeca no rosto.

–NÃO SOU ESQUIZOFRÊNICA. - Vociferou Alice a plenos pulmões fazendo Sakura fechar os olhos e tapando os ouvidos com uma das mãos.

–Ta garota, pare de escândalo. - ordenou: - Me dê seu passaporte. - avisou ela dando um ponto de interrogação da "loira".

–Que passaporte? - indagou ela curiosa.

–Não tem passaporte? - insistiu recebendo um aceno negativo da rainha: - Uma imigrante ilegal. - gritou ela: - Peguem-na guardas. - trovejou Sakura.

Vários soldados idênticos aquele que pintava a árvore apareceram pegando Yuki pelos braços e pernas a sustentando no ar.

–Levem-na até meu palácio. AGORA! - ordenou com um sorriso macabro a rainha.

Gritando e esperneando, Alice acabou sendo arrastada para os bastidores, assim, a cortina novamente foi fechada.

–Agora o ultimo Ato: A Rainha de Copa e o Rei Sem Nome. - disse ele com voz de locutor: - Será que vão cortar sua cabeça? Quem é o rei? Onde diabos foi parar o idiota do Chapeleiro? Será que a tinta vai sair da roupa alugada do Coelho? Tudo isso você encontra hoje, no Jornal Senkō. - zombou ele com voz de jornalista. A plateia riu.

As cortinas novamente se abriram aparecendo dois tronos, um grande e majestoso, e outro um pouco menor e com menos 'purpurina'. Sentando no menos chamativo, um rapaz de madeixas ruivas, olhos avelã, e vestido um conjunto calça e camiseta oscilando entre o preto e vermelho (igualmente do da Rainha) com desenhos de cartas; uma coroa na cabeça e um cetro nas mãos; o Rei.

Na história de Wonderland, o Rei não exerce um papel digno de tal, e sim como um subalterno. Veremos o quão prestigiado poderá ser nosso Rei. Saindo dos bastidores gritando e esperneando, Alice é arrastada pelas pernas, estando de bruços, cuspindo mil e um xingamentos que deveriam ser banidos da face da Terra.

Sendo jogada, literalmente, em frente ao Rei, a garota grunhi irritada.

–Não sabem ser delicados com damas? - cuspiu Alice se levantando e arrumando, ou melhor tentando, o vestido amarrotado e sujo. O Rei levantou o olhar:

–A senhorita, quem é? - perguntou na maior educação que pode.

–Finalmente alguém educado. - disse ela: - Sou Alice. Vim aqui atrás do coelho e acabei sendo arrastada feio saco de batata por ordem de uma lunática de cabelo rosa. - desabafou ela resfolegando duas vezes por ter dito tudo de forma rápida.

–A Rainha te mandou aqui? - retrocedeu ele a fim de confirmar o que ela disse.

–Sim. - afirmou de vez. O ruivo suspirou pesado.

Saindo dos bastidores, Sakura entra saltitando com um sorriso de orelha a orelha, segurando na barra do vestido pelas mãos girando-os em torno de si. Num rodopio rápido, caiu sentada em seu trono pelo braço direito ficando de forma deitada e despojada na cadeira enfeitada. Sasori rolou os olhos.

–Aqui está a nossa imigrante ilegal. - disse apontando com o dedo indicador: - Vamos deportá-la? - pediu olhando para o rapaz de soslaio. Ele suspirou.

–Não, pra que isso? - perguntou com a voz arrastada, como se aquilo fosse o mais comum do mundo.

–Então posso cortar-lhe a cabeça? - continuou ela fazendo Alice engolir no seco.

–Faça o que achar melhor. - disse por fim Sasori. Os olhos dela brilharam instantaneamente.

–CORTEM LHE A CABEÇA! - vociferou a ordem em tom firme saindo dos bastidores quatro soldados com lanças o que fez a loira se encolher.

–Ó, e agora, quem poderá me defender? - falou ela de modo fino e irritante com uma das mãos encostada em sua testa.

–Eu! - gritou Naruto entrando com sua mesma roupa de Chapeleiro, mas com uma antena e a marreta características do herói mexicano. Alice abriu a boca em sinal de surpresa:

–O Chapolin Colorado. - falou ela enquanto Naruto se mantinha na pose heróica.

–Errado. - falou ele desmanchando sua posição e girando a marreta entre os dedos: - Sou o Chapeleiro Maluco, amante da Rainha. - disse colocando as mãos na cintura e encarando o teto.

–Amante? - disseram Alice e o Rei em uníssono.

–Droga, Chapeleiro.- grunhiu Sakura: - Melou todo o meu esquema. - sussurrou a mulher sentando normal e cruzando as pernas.

–Engraçado isso, me traindo com um chapeleiro - falava ele: - E ainda com apelido de Maluco. - a voz alterada lhe dava um ar ciumento medonho. Alice segurou o riso.

–Calma meu amor, só tenho olhos para ti. - admitiu ela passando os dedos pelo rosto alvo do rapaz. Este rola os olhos.

–Enfim - começou o Chapeleiro: - Eu vim aqui saber o que fará com nossa rata obesa. - disse ele jogando a marreta ao longe: - se me permitem, um leitão a pururuca ficaria ôh! perfeito. - zombou recebendo um lindo sinal com os dedos de Alice.

–Ok, ok. - irritou-se a Rainha: - Posso cortar as cabeças agora? - perguntou entediada.

–ESPERE! - gritou a loira caminhando até a Rainha: - De quem você gosta mais, do Chapeleiro ou do Rei? - indagou Alice ateando fogo no palheiro. Ela sorriu nervosa.

–Bo-Bom... - gaguejou passando as mãos pelo pescoço tencionado em sinal de ansiedade.

–Provavelmente o seu Rei. - começou Sasori: - Estou com ela a mais tempo. - admitiu.

–Para ela ter recorrido à mim, significa que sou bem melhor na cama. - replicou Naruto.

A Plateia disse um "uh" estendido em coro junto de Hidan que se rachava de rir.

–Eu não deixava - complementou Alice encarando o Rei que fulminava.

–É só ele continuar a falar assim pra ver quem vai mandar lhe cortar a cabeça. - ameaçou apoiando a bochecha em sua mão.

–Ownt - falou a Rainha: - dois lindos brigando por mim. - afirmou ela: - Orgasmo múltiplo. - zombou abanando o rosto com a mão direita.

–Por que você não fica quieta? - rosnou o Chapeleiro aparentemente irritado com a situação.

–Não me mande ficar quieta, seu escroto. - cuspiu Sakura se levantando da cadeira.

–Ah, agora você ficou irritada. Traíra. - trovejou Sasori se levantando também. Alice sorriu zombeteira caminhando até os bastidores a fim de sair da baderna.

–Quem aqui é traíra senhor coadjuvante? - replicou ela com as mãos em sua cintura.

–Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher - falou Alice puxando o Chapeleiro pelo braço esquerdo o fazendo se virar para os bastidores.

–Voltem aqui, onde pensam que vão? - gritou ela: - PEGUEM - ordenou os fazendo retornar ao centro do palco, já que os bastidores estavam bloqueados por cinco soldados cada.

–Tentando fugir no sapatinho. - disse balançando a cabeça negativamente: - que covardia.

–Pois bem - falou Sakura: -, vamos ao que interessa - virando-se para Alice, ela continuou: - Quem é você?

Yuki quase caiu com essa pergunta. Tão irritante quanto qualquer outra coisa. Num grunhido, enchendo os pulmões de ar, gritou:

–ALICE, SOU A ALICE QUE ENTROU NUM MALDITO BURACO DE COELHO PRA SABER AS HORAS. - resfolegando ela continuou: - ACHEI COISAS BIZARRAS, FUI CHAMADA DE ESQUIZOFRÊNICA, DE GORDA, DE RATA, AGREDITA VERBAL E FISICAMENTE E... - abaixando o tom de sua voz e suspirando fundo, continuou: - agora cá estou em, falando com uma Rainha palerma, um Rei corno e um Chapeleiro que de maluco não tem anda e pra que? Pra porra nenhuma.

Terminando ela cruzou os braços na altura de seu peitoral emburrando a cara. Os três ficaram boquiabertos, tão qual Hidan levantando mais um "Uh" na plateia. Naruto a encarava de modo sério:

–Caraca Alice, tem mais atitude que a minha Manga Rosa. - disse ele se aproximando dela: - Amo mulheres com atitudes. - provocou ele afastando o cabelo barra peruca de seu ombro beijando-o provocativamente. A mesma rolou os olhos mordendo o lábio inferior.

Tsunade deu uma tocinha forçada fazendo Hidan engolir em seco.

–Gente, ajuda ai - suplicou ele fora do microfone, Sakura e Sasori gargalharam.

Pigarreando alto, a Rainha se levantou:

–Está me traindo? - gritou ela irritada.

–Que moral você tem pra falar isso, Manga Rosa? - ridicularizou o Rei com a voz grossa.

–Nossa, é assim que você pensa de mim? - fez-se de vítima usando o tom de voz fino e abismado.

–Depois de hoje, quero divórcio. - admitiu ele tirando risos da plateia.

–Divorcio? Como assim? Ninguém me recusa, eu sou a Rainha de Copas - gritou embasbacada.

Naruto e Yuki sorriram enquanto trocavam carícias mais ousadas, enquanto Hidan estava entrando em colapso com o olhar fumegante da diretora em seu cangote.

–Não venha me fazer de corno, sua rata de laboratório. - advertiu o Rei irritado.

–Rata... de... - falava ela pausadamente: - Laboratório? LABORATÓRIO? - gritou irritada quase avançando em seu pescoço.

–Isso mesmo.

–Bom, sozinha eu não vou ficar, não é Chapeleiro? - falou ela de modo sedutor, mas não se conteve de ira com o beijo travesso entre os dois.

Naruto havia pego-a de surpresa já que isso não estava no Script. Na verdade o que estava no Script? Sakura arregalou os olhos e abriu a boca embasbacada.

–Tome. - disse Sasori dando de ombros e se dirigindo aos bastidores.

–Espere. - gritou ela pulando em seu pescoço e lhe tascando um beijo ousado.

–Hey, isso é o que? Do script ou vingança? - perguntou ele curioso: - Pra quem não sabe o Chapeleiro namora a manga rosa, e a Alice é a girlfriend do Rei. - encerrou ele tirando risadas das pessoas.

Alguém na plateia gritou: "É puro ciúmes" causando mais risos. Encerrando o beijo entre Yuki e Naruto, o loirinho encarou a Rainha assustado. Ciúmes? Talvez.

Afastando-se do Rei, ainda de olhos fechados, ela sorriu.

–Perdoada. - zombou ele roçando seu nariz ao dela.

–Assim vou ficar enciumado. - afirmou ele tirando um risinho dos dois.

–Calma ai que já to chegando meu baby. - aproximando-se dele de forma sagaz, beijou-o de forma latente grudando seus corpos ignorando as leis da física e a Diretora.

Terminando o beijo, a Rainha começou:

–Seu lindo... - disse: - Mas vou ter de cortar-lhe a cabeça por me dedar. - assim eles se separam.

–Espera ai. - disse o rapaz ao cair a ficha.

–PEGUEM-NOS. - gritou ela.

Naruto saiu correndo para os bastidores pegando Yuki e jogando-a no ombro - a qual perdeu sua peruca no caminho - e entrou nos bastidores com quase vinte guardas correndo atrás deles.

Sakura e Sasori deram as mãos e se curvaram. Ar cotinas se fecharam e o publico se levantou aplaudindo de pé.

(...)

Os bastidores estavam lotados de roupas e figurinos de todos os tipos, fora as pessoas fantasiadas como tal.

–Cara, foi um máximo. - gritou Sakura entrando e arrancando o que podia da fantasia.

–Hey, você não tem de devolver a fantasia não? - perguntou Deidara que movimentava a câmera (as da peça eram fixas).

–Não, eu quis comprar ela. Tão linda. - afirmou tirando a coroa da cabeça e soltando os cabelos.

–Esses beijos no final fizeram a siliconada lá fora derreter minha roupa de tanto que me encarava. - zombou Hidan ao entrar colocando uma das mãos na nuca.

–Mals. - desculpou-se Naruto enquanto Yuki tirava a maquiagem de seu rosto.

–Cara, vocês gostam mesmo de momentos gays, não? - ralhou Yahiko enquanto se abraçava com Konan.

–Talvez. - zombou Sasori ao lado de Naruto.

–Hey, olha aqui. - pediu Naruto enquanto se aproximava do rosto do ruivo quase colando seus lábios, mas é impedido pelo próprio que o empurra a metros.

–Cara, você estava próximo demais. - assustou-se Sasori saindo da frente da câmera enquanto Deidara se rachava.

–Poxa, quero um momento lésbica também. - gritou Sakura olhando Yuki de soslaio.

–SAI PRA LÁ. - esgoelou a azulada correndo: - VOCÊ E O NARUTO BEIJAM DE VERDADE. - gritou ao longe.

–poxa, volta aqui, não tenho herpes. - gritou a rosada correndo atrás da outra.

–Essa não tem salvação. - resmungou Deidara filmando Sasori e Yahiko que conversavam.

–Hey - falou o ruivo: - Porque não vamos numa casa noturna hoje? Seria interessante comemorarmos o desenrolar da nossa peça! - disse ele.

Naquele momento Sakura entrou que nem um furacão.

–To dentro. - disse levantando a mão como se fosse chamada de escola: - Vocês também né? - chamou ela encarando Naruto, Sasori e Yuki.

–Mals, tenho de cuidar do caçula. - afirmou a garota dando de ombros.

–Minha avó está doente, vou cuidar dela. - disse Sasori.

–A Chiyo-baa ta mal? - perguntou Naruto preocupado. O ruivo assentiu.

–Quer que a gente fique com você? - perguntou Sakura. Sasori somente negou com a cabeça.

–Vão se divertir. - pediu ele radiante: - mas nada de beber demais em, caso isso aconteça me liguem que busco vocês. - advertiu recebendo um "Hai" de ambos.

Assim, o vídeo se desligou com um pequeno chiado incômodo."

O projetor foi desligado ao mesmo tempo em que o telão retornou ao teto.

Sakura se mantinha catatônica com o que vira. Ela era muito, mas muito diferente antigamente, e isso foi o que mais a assustou.

Yuki secava as lágrimas com a palma da mão. Sasori lhe sorriu radiante ao ver a emoção que ela demonstrava para com os amigos.

Se levantando de modo abrupto, Sakura subiu as escadas do teatro fazendo algo que assustou a todos, inclusive Yuki. Abraçou-a enquanto caia em prantos.

–Desculpe.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Muitos erros?

Muito pesado? Cansativo? Esse é o único assim, qualquer outro nessa quantidade será no Ato III.

enfim, aqui tem VÁRIOS SPOILERS sobre o passado da Sakura, é so ligarem alguns pontos. Aos pouco revelarei mais e o NARUTO FINALMENTE APARECEU.

todo mundo me cobrava ele, mas não estava na hora dele ainda u.u

obrigada por lerem

beijos e mordidas