Merlin - 6ª Temporada escrita por Lamia Riley


Capítulo 25
Capítulo 25 - FINAL


Notas iniciais do capítulo

Esse é o capítulo final dessa fanfiction que comecei algum tempo atrás quando a série que eu mais amei acabou. A tristeza de perde essa série fez com que eu criasse uma espécie de continuação dessa linda história de amizade, amor, lutas e muita magia.
Então para aqueles que leram agradeço de coração, pois foram seus comentários que me fizeram continuar a escrever não só essa fanfiction como me inspiraram a escrever uma história original que logo será publicada. Por isso MUITO OBRIGADA e espero que gostem desse último capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362155/chapter/25

Após semanas de conversas e trocas de conhecimentos dentro de uma caverna no interior de uma floresta em Londres, Robert descobre que todo esse tempo ele se encontrava dentro do que seria o berço da antiga magia. Essa informação o tinha deixado assustado.

Robert – Senhor Merlin. Como isso pode ser?

Merlin – Eu não estou entendendo o porquê do espanto. O berço da magia era localizado dentro de uma caverna e como uma caverna não pode ser mudada de lugar. Ela continua no mesmo espaço.

Robert – Tudo bem, eu me expressei mal. Eu queria dizer, como a magia ainda pode existir depois de tanto tempo?

Merlin – Existe sim, mas não é poderosa como antes. Não pode mais fazer as grandiosidade de outra época. Estamos em um momento no qual não se acredita mais nisso. Tudo em volta da magia mudou. A natureza, as pessoas.... tudo isso influenciou na diminuição de seu poder.

Robert – Isso quer dizer que o fantasma de Taliesin vive aqui?

Merlin – Mais respeito com Taliesin. Ele foi um grande mago. Agora o que me intriga é por que você não sentiu isso logo que chegou aqui.

Robert – Eu não entendo. Eu deveria sentir algo? Pessoas comuns pode sentir o poder da magia?

Merlin – Não, só algumas pessoas. Mas sua geração é bem distante da geração que teve contato com a magia, talvez seja por isso que não tenha sentido sua presença.

Robert – Por favor, seja mais especifico. Eu realmente não estou lhe entendendo. O que minha geração tem com a magia?

Merlin – O que você sabe sobre a origem de sua família?

Robert – O que eu sei que meu avô, pai do meu pai, cresceu em um bairro pequeno de Londres e conheceu minha avó durante a segunda guerra. Ela era francesa e servia como enfermeira. Os dois se apaixonaram e com o fim da guerra meu avô voltou para casa com a noiva e os dois se casaram tiveram um filho, o meu pai. Minha avó morreu quando eu ainda era criança em um acidente e meu avô, que não casou de novo, morreu dez anos depois com um problema de coração. Meu pai conheceu minha mãe quando fazia um curso na Alemanha. Os dois se apaixonaram e tiveram dois filhos, eu e minha irmã, quando minha avó morreu, meu pai veio para Londres para cuidar do pai dele. Desde então eu vivo aqui.

Merlin – Foi uma perda triste a da sua avó. Lembro-me bem daquele dia. Seu avô ficou arrasado. Eu e os outros funcionários cuidamos de tudo até a chegada do seu pai. Lembro que você tinha uns cinco anos e ficou muito assustado. Você e sua irmã ficaram no quarto quase o tempo todo.

Robert – Como assim? Como você sabe disso. Você conhecia meus avós?

Merlin – Eu conheço sua família já algum tempo. Desde de meus 16 anos.

Robert estava confuso. Ele estava sentado paralisado na cadeira. Ele começou a pensar em todas as coisas que aconteceram na sua vida até ali. Sua mente vagava com tudo que tinha sido dito até aquele momento. Como ele poderia ter parentesco com o grande rei Arthur. Uma pessoa que até algumas semanas atrás ele se quer sabia que existia.

Merlin – Você parece assustado.

Robert – Como o senhor acha que eu deveria estar? Acabo de saber que tenho parentesco com o Rei Arthur.

Merlin – Sim. Depois de tantos anos eu não consigo mais saber qual seria seu grau de parentesco, mas sim você pertence a dinástica dos Pendragons.

Robert estava sem fala. Desde criança ele sempre gostou das histórias medievais principalmente das lendas que cercava o nome Rei Arthur. Sentando ainda na cadeira ele passava a mão nos cabelos tentando se lembra de algum momento que ele tenha percebido tal coisa. Mas nada vinha em sua mente.

Robert – Por que eu nunca encontrei nada que ligasse a minha família com o rei? Durante a faculdade eu escrevi sobre a história da minha família e lembro-me bem e em nenhum momento encontrei nada que me levasse a crer que tínhamos ligações com Camelot.

Merlin – Não iria mesmo. Como eu disse Arthur e sua irmã, Ygraine, trocaram de nome quando se casaram. Eles continuaram a viver no mesmo lugar até a morte, porém seus netos não. Os netos de Arthur e Ygraine saíram da região em busca de progresso. Alguns anos depois grandes partes dos seus descendentes vieram a falecer com a Peste Negra. Nessa época consegui salvar três membros de sua família. Lembre-me bem deles. Eram bem parecidos com Gwen. Estaturas baixas cabelos cacheados, mas tinham os olhos azuis e ávidos de Arthur. Eu fingia ser um médico na época e com isso conseguir salvar algumas vidas inclusive a de Anna, Peter e o jovem bravo Liam eles eram primos. Anna era uma jovem enfermeira idealista e foi a mais difícil tirar do centro de Londres, mas consegui convencê-la a ir para a Irlanda. Anos depois foi à vez dos irmãos Peter e Liam. Esses eu os levei como meus ajudantes para a Escócia. Foi bem difícil mantê-los a salvo e ao mesmo tempo não dizer nada a eles sobre quem eram.

Robert – E de qual deles eu vim?

Merlin – Seu avô era neto de Anna. Os descendentes de Peter morreram durante a guerra civil entre a Irlanda e o Reino Unido. E os de Liam ainda sobrevieram por mais tempo, porém, o último morreu na Guerra do Golfo. Todos os Pendragon tem um dom para ficar próximos de batalhas.

Robert – Menos o meu pai ou eu.

Merlin – Mas sua irmã está nas forças armadas?!

Robert – É ela sempre gostou muito das história do meu avô sobre a guerra. Eu por outro lado sempre gostei mais de escrever sobre elas.

Merlin sorriu para o rapaz enquanto engolia um pouco mais do seu chá.

Robert – Então você está próximo de minha família todos esses anos?

Merlin – Eu fiz uma promessa para Arthur e depois para Gwen. Eu prometi cuidar dos filhos deles. Quando Arthur e Ygraine morreram eu renovei minha promessa com eles de cuidar de seus filhos e assim em diante.

Robert – E ninguém nunca soube nada sobre isso?

Merlin – Não, mas isso quase aconteceu quando um jovem historiador, Richard, filho de Liam estava pesquisando sobre a origem de sua família e percebeu que um homem que aparecia em um das fotos de sua tataravó era parecido com o homem que cuida do jardim de sua casa. Lembro que eu tive que inventar uma grande história para ele acreditar em mim e para de me fazer perguntas.

Robert – É claro, você era o jardineiro do meu avô. Eu lembro vagamente disso. Quando chegamos a casa tudo estava uma loucura por causa da morte da vovó. Foi você que me levou e minha irmã para a cozinha e nos deu biscoito e leite.

Merlin – Sim. Vocês eram muito novos para tudo que estava acontecendo.

Robert – Eu não consigo acreditar nisso. É tudo tão louco. Katy não vai acreditar em tudo isso.

Merlin – Você não pode contar para ela.

Robert – Por que não?

Merlin – Não, por favor. Depois do que passei alguns anos atrás, não era para você saber.

Robert – O que aconteceu?

Merlin - O neto de Richard conseguiu fazer as ligações e eu não tive escolha e lhe contei a verdade. Algumas semanas depois ele começou com umas ideias estranhas sobre usar a magia para consegui coisas para ele e sua família. No inicio eu aceitei, ele estava preste a seguir para a Guerra do Golfo e eu só queria que ele se sentisse um pouco melhor, mas depois de um tempo ele queria mais e mais. Sua ambição ficou sem medidas a ponto de querer vir até aqui e vender o que tem dentro da caverna.

Robert – Como assim?

Merlin – Taylor queria enriquecer a qualquer custo e colocou na cabeça que os cristais que existem lá em baixo valeriam muito dinheiro. Eu precisei usar uma boa dose de magia para fazê-lo esquecer do que ele tinha descoberto.

Robert – Cristais?

Merlin – A força da magia vem de cristais, por isso o nome Caverna de Cristal. Que parece nesse mundo vale alguns milhões em dinheiro.

Robert – Nós dois nos encontramos em um museu. Então aquilo não foi coincidência?

Merlin – Não. Eu sabia onde lhe encontrar.

Robert – E por que você não contou para a minha irmã?

Merlin – Sua irmã não acredita em magia. Ela surtaria ao saber a verdade. Foi por isso que passei a acompanha-lo.

Robert – Todos esses anos. Toda essa dedicação por pessoas que não sabiam que você exista.

Merlin – Sim, tudo por causa de uma amizade que nem mesmo o tempo e morte poderiam destruir.

Robert – Eu não sei ao certo o que dizer. Não sei se agradeço ou se simplesmente o abraço.

Merlin sorriu e, naquele momento percebeu o quanto Robert parecia com Gwen.

Merlin – Não precisa nada disso. Além do mais seu avó, se podemos chamar assim não gostava muito de abraços. Mas tome quero que fique com isso.

Robert – O anel com o brasão do dragão. No dia em que te conheci foi uma das primeiras coisas que reparei no senhor. Além do fato do senhor estar fedendo bastante.

Merlin soltou uma grande gargalhada.

Merlin – Como eu disse naquele dia isso não é um anel é um selo real.

Robert – Com isso posso me tornar rei da Inglaterra?

Merlin novamente sorriu ele gostava do espírito divertido de Robert.

Merlin – Acredito-me que não. Um tal de Guilherme o Conquistador se declarou rei após anos de batalha entre vários reinos que existiam nessas terras.

Robert – Uma coisa que não entendo. Por que me procurou naquele museu? Por que me trouxe para cá e contou tudo isso?

Merlin – Eu sempre acompanhei os seus passo e o de sua irmã, mas vi que em você eu poderia confiar. Confiar toda a minha trajetória até aqui e assim deixar algo que outros possam ler e ouvir.

Robert – Por quê? Você quer que todos saibam o que de fato aconteceu? Que Camelot realmente existiu? Acho que as pessoas não irão acreditar muito, mesmo que eu mostre esse selo. Você sabia que existe um museu em Londres com várias relíquias daquela época? Maximo as pessoas vão pensar que eu o roubei.

Merlin – Eu não me importo se as pessoas irão acreditar ou não eu me importo apenas que os descendentes dos Pendragon. Eu gostaria muito que os seus descendentes soubessem quais foram às pessoas os trouxeram até aqui.

Robert – Isso não será um problema. Com certeza você poderá ter essa conversa com os meus filhos se eu os tiver um dia. Ou com a minha sobrinha que ainda é pequena, mas que vai amar cada história contada.

Merlin ficou pensativo. Nesse momento, o mago respirou fundo e entrelaçou seus dedos e pôs em cima da mesa e com um olhar um pouco triste encarou o jovem escritor.

Merlin – Eu sinto em lhe dizer que não haverá uma nova história. Pelo menos não contada por mim.

Robert – Como assim, você pensa em morar aqui para sempre? Não precisa. Você pode vir morar comigo. Meu apartamento é um pouco pequeno, mas podemos nos arranjar. Eu digo aos vizinhos que você é um parente distante. Minha irmã com certeza vai ser fácil de convencer já que ela acredita que temos vários parentes espalhados pelo mundo.

Merlin – Sinto, mas meu tempo nesse mundo em fim chegou ao fim.

Robert ficou olhando para Merlin. As últimas palavras ditas pelo mago era algo que ele não esperava mesmo depois de tudo que ouviu naqueles dias.

Robert – Como assim? Você não é imortal?

Merlin – Nada é imortal jovem. Todos nós temos um limite de tempo nesse mundo. Alguns duram mais que outros, mas todos têm um limite e o meu chegou ao fim. Eu não posso mais prolongar isso.

Robert – Como assim?

Merlin – Com a diminuição da força da magia minhas forças também estão diminuindo. Foi por isso que vim morar aqui depois de um tempo. Só assim eu conseguiria prolongar um pouco mais minha estadia nessa terra.

Robert – Mas não existe nada que podemos fazer? Alguma coisa, qualquer coisa?

Merlin – Infelizmente não. Mas não se preocupe, eu não irei necessariamente morrer, mas dormi. Não sei por quanto tempo.

Robert – Dormi?

Merlin – Os magos das antigas religiões não morriam totalmente. Eles se transformavam em outras coisas.

Robert – Então vai acontecer com você o que aconteceu com Taliesin?

Merlin – Não. Na época que Taliesin viveu aqui a magia era forte o suficiente para mantê-lo em contato com tudo que estivesse em volta desse lugar, mas comigo isso não vai acontecer, pois a magia que ainda existe só me manterá adormecido.

Robert – Você irá acordar?

Merlin – Não sei, mas não se preocupe é menos um velho nesse mundo.

Robert - E menos um membro de minha família.

Merlin – Sua família?

Robert – Eu não tive muito contato com os meus avós e meus pais morreram. Hoje sou e minha irmã que quase não vejo. Devo dizer que independente de tudo que me disse hoje, esses dias aqui com você foram o mais perto que pude chegar de um relacionamento familiar.

Após as palavras de Robert um silêncio dominou aquele recinto. Os dois homens continuaram sentados sob a mesa absorvendo tudo que tinha sido dito até ali.

Merlin pareceu sentir de verdade o que o rapaz estava dizendo. Ele também sentiu isso. No primeiro momento ele só queria alguém para contar sua história, mas com o passar dos dias e semanas sua relação com Robert fez o retonar para época de Camelot em um momento que ele vivia rodeado de pessoas familiares que ele ama e que o amavam também.

Robert levantou e começou a caminha pela sala e tocar cada objeto que até aquele momento eram apenas relíquias de pessoas de outra época e que agora ele tocava como se estivesse esperando por aquilo durante tanto tempo.

Robert – Quando o senhor irá.. dormi?

Merlin – Era para ter acontecido já algum tempo. A cada dia sinto minhas forças diminuindo.

Robert – Por isso que esses dias o senhor tem ficando tanto tempo dentro da caverna?!

Merlin – Sim. Minhas forças e a força da magia estão tão fracas que eu não posso ficar a dez passos da caverna que eu não conseguiria ficar de pé.

Robert – Então precisamos agir logo então. O que o senhor quer que eu faça?

Merlin – Primeiro não fique triste por mim e me perdoa por não continuar cumprindo com a promessa que fiz aos seus antepassados.

Robert – Acho que eu é que devo agradecer. Se não fosse por sua dedicação a minha família talvez hoje eu não estaria aqui. E quanto a ficar triste é quase impossível. O senhor teria tanto para contribuir com a sociedade com toda a experiência que tem.

Merlin – Quanto a tudo que lhe contei espero que você faça um bom uso dessas informações e de tudo que está nessa caverna.

Robert – Tudo isso aqui é meu?

Merlin – Na verdade seu e de sua irmã tudo que eu consegui salvar do legado de seu reino Camelot.

Robert com a imagem em óleo da rainha Gwen nas mãos ele a tocou com suavidade tentando inconscientemente procurar traços dela nele.

Merlin levantou com muita dificuldade e caminhou até o rapaz.

Merlin – Uma das coisas que sempre encontrei em todos os seus descendentes foi sua bondade e clareza sobre as coisas. Com exceção talvez do Taylor que parecia mais com o Uther.

Os dois riram e Merlin segurou no braço de Robert.

Merlin – Sinto por não ter salvado todos eles, mas como eu disse os Pendragon sempre foram apaixonados por lutas e batalhas e sempre foi muito difícil para eu mantê-los longe. Agora precisamos arrumar tudo. Quero que cuide desse lugar. Não vou obrigar a você a fazer nada, mas gostaria muito que tudo aqui permanecesse do jeito que está. Se quiser pode levar as imagens menos essa. Essa irá comigo.

Merlin pegou a imagem de Morgana e a enrolou deixando em formato de um canudo.

Robert – Não se preocupe senhor Merlin. Não pretendo tirar nada daqui.

Merlin – Então vamos. Preciso de sua ajuda para chegar até os cristais.

Os dois amigos caminharam de vagar até o final da caverna e começaram a descer em um caminho bem estreito usando uma lanterna. Depois de alguns minutos de caminhada Robert viu uma passagem do qual saia uma grande luz que fez-ló desligar a lanterna que segurava.

Dali o mago começou a caminhar sozinho e seguiu a luz entrando em outra caverna. Os dois chegaram a um grande espaço completamente tomado por cristais que brilhavam muito.

Merlin – Robert lhe apresento o berço de toda a magia antiga.

Robert ficou maravilhado com o que via. Ele estava encantado com tudo. O local não era úmido como a parte de cima e o ar era tão fresco e o cheiro era de um suave perfume de rosas que ele adorava.

O jovem escritor caminhou até um amontoado de cristais que estavam em uma parede.

Robert – Posso tocá-lo?

Merlin consistiu com a cabeça e o jovem escritor tocou o cristal que pareceu iluminar com mais força.

Merlin – Os cristais sentem sua real natureza. E acreditam que eles sentem bondade em você.

Robert – Posso pegar um?

Merlin – Não aconselho a fazer isso. Lembre-se a parte da história que os cristais tendem a lhe mostrar o seu futuro e eu não sei se você gostaria de saber sobre ele.

Robert – Depois de tudo que descobrir acho que não irá fazer nenhum mal.

Merlin então pegou um pequeno cristal que tinha no chão e colocou nas mãos de Robert e esse em segundo pode ver seu futuro e lagrimas começaram a rolar de seu rosto.

Merlin – Espero que sejam lagrimas de felicidade meu jovem rapaz.

Robert - Sim senhor Merlin, são. Tudo que eu vi será real?

Merlin - Sim. Mesmo que você tente mudar acabará se tornando real.

Robert – Eu serei o homem mais feliz do mundo. Posso lhe contar?

Merlin – Não creio que eu tenha mais tempo para mais uma história. Mas fico feliz em saber que tudo dará certo para você.

Robert se recompôs de sua emoção ao ver seu futuro e começou a ajudar Merlin apesar de não fazer ideia do que era para ser feito. Merlin caminhou para um canto da sala que tinha uma maior concentração de cristais começou a arrumar o solo como se de fato estivesse arrumando uma cama.

Robert – O senhor irá deitar ai?

Merlin – Sim meu rapaz. É aqui que irei passar o resto dos meus dias.

Robert – Eu não acho isso justo. Depois de tudo que o senhor fez, depois de todas as suas aventuras terminar dormindo em uma caverna não é justo.

Merlin – Nada nessa vida é justa meu jovem. Eu vivi tudo que eu quis viver. Agora é hora de ir. E eu não acho que deitar aqui seja tão diferente do que as pessoas de hoje fazem com seus mortos. Essa coisa de cavar um buraco no chão e enterrar o ente querido não me parece muito bom.

Robert – Queimar os seus corpos também não era uma coisa muito boa.

Merlin – Era uma honraria que poucos conseguiam meu rapaz. Agora pare de falar tanto e me ajude a deitar.

Robert ainda incrédulo no que estava fazendo, ajudou Merlin a se deitar. Deitado, Merlin arrumou a imagem de Morgana em cima de seu peito como se fosse um manto e antes de fechar seus olhos pela ultima vez, ele olhou para o rosto assustado do Robert.

Merlin – Não se preocupe comigo. Estarei bem. Só não se esqueça de mim e de todos que fazem parte de sua história. Lembre-se que mesmo não podendo provar, você é um Pendragon.

Após isso Robert apenas baixou a cabeça em sinal de respeito. O rapaz olhou em volta e percebeu que os cristais começaram a brilhar com mais força emitindo uma luz que fez Robert voltar para a entrada da caverna. Nesse instante ele olhou para o canto onde Merlin estava deitado e percebeu que uma neblina começou a se criar em cima do mago. Nesse instante o instinto de Robert foi de ir até lá e retirar o seu amigo dali ele querendo ou não, mas ao dar um passo em direção ao mago um velho amigo de Merlin apareceu diante de Robert.

Taliesin – Olá jovem Pendragon.

Robert – Quem é você?

Taliesin – Sou um velho guardião desse lugar.

Robert – Taliesin.

Taliesin – Sim. Sei o que está pensando, mas não se preocupe. Esse lugar vem esperando pelo Merlin há tempos e chegou a hora dele descansar.

Robert aceitou o que estava sendo dito. Ele tinha escutado muitas coisas aquele dia e ainda estava diante de um fantasma de mais de cinco mil anos. Logo, ele não queria mais discutir nada apenas voltou a ficar perto da porta de entrada.

Robert – Eu só não entendo por que dormi.

Taliesin – Por mais que Merlin não admita essa é a forma de ele voltar caso seja necessário.

Robert – Voltar? Isso quer dizer que ele pode voltar? Quando?

Taliesin – Quando for necessário. Quando a magia voltar a ser tão forte quanto antes. Mas por agora, acho que está na hora de você ir meu rapaz. A missão de Merlin com os Pendragon precisa ser um descanso.

Robert – Esse sono que ele irá entrar. Será que ele sonhará com tudo que viveu? Taliesin – Talvez. Mas você realmente precisa ir. Eu preciso certificar de que ninguém atrapalhar o seu sono.

Robert deu um passo para trás e com o movimento das mãos Taliesin, de dentro da caverna, fez cair um amontoado de terra e pedras na porta de entrada fazendo Robert ficar apavorado.

Robert – Senhor o que está fazendo?

Taliesin entrou na cabeça de Robert e disse: Vá meu rapaz e viva o seu destino.

Robert tentou se despedir do seu amigo, mas mais pedras começaram a cair e ele precisou fazer todo o trajeto de volta correndo. De volta a entrada principal no qual era a casa de Merlin, o jovem escritor parou um pouco e tentou se concentrar em tudo que tinha visto e ouvido naquele dia. Ele olhou em volta e encontrou seu gravador.

Ele ligou e começou a ouvir toda a conversa que tivera com Merlin desde o dia que chegou naquela caverna e à medida que ouvia cada palavra ele ia olhando em volta e meio que se despedindo de cada parte daquela caverna que a pesar de não ter nenhum conforto do mundo moderno foi o melhor lugar que Robert tinha estado em toda a sua vida. Ele nunca sentiu tanto calor naquele lugar úmido.

Um sentimento de perda começou a tomar conta do rapaz que sentou em uma das cadeiras e começou a passar as mãos na cabeça em estado de desespero. Por alguns minutos Robert chorou não só pelo que ele tinha vivido naquele dia, mas por tudo que viveu até ali. Era como se a dor de todos os Pendragons tivesse dominando seu corpo.

Após algum tempo, ele se levantou e começou a arrumar a caverna. Ele começou a limpar tudo, arrumar as roupas que estavam espalhadas. Arrumou as peças antigas que estavam em cima da mesa. Fechou a pequena entrada de água potável que tinha dentro da caverna. Depois pegou suas coisas e estava caminhando em direção à porta quando se lembrou das imagens. Ele voltou para elas e pegou a imagem de Gwen e Arthur e levou com ele além do selo real que estava em seu bolso.

Na saída da caverna Robert percebeu que qualquer pessoa poderia encontrar aquele lugar e achar o corpo do amigo. Assim, ele resolveu lacrar a entrada como o Taliesin tinha feito e com isso ele subiu até o topo da caverna e com a ajudar de um machado começou a derrubar arvores e pedras para frente da entrada da caverna. Ele queria ter certeza que seu amigo não seria incomodado.

De volta para o carro que permaneceu todo esse tempo em uma pequena clareira próximo ao local da caverna, Robert olhou para trás e sorriu ao lembrar do amigo que fez em tão poucas semanas. Dentro do carro ele respirou fundo ao olhar a imagem da foto de Gwen e Arthur.

Robert – Não se preocupe vovô e vovó não pretendo desonrar o nome dos Pendragons. E de acordo com aquele cristal acho que terei um amor tão forte quanto o que vocês tiveram. Só espero encontrar um amigo que me apoie e cuide de mim como o seu amigo Merlin fez.

Robert ligou o carro e seguiu de volta para Londres decidido a cumprir seu destino de ser feliz em um mundo onde magia existia, mas não tão forte como antes.

PRÓLOGO

Enquanto Robert dirigia de volta para Londres com o pensamento de publicar toda aquela história mesmo sabendo que muitos o leriam apenas como um romance. Dentro da caverna de cristal no fundo dela. Taliesin resolveu dar um presente ao grande Emrys que estava deitado cercado por cristais que brilhavam com toda a força. Taliesin deu ao mago que salvou tantas vidas e mudou história de um reino um sono incomum.

Taliesin – Meu amigo você merece mais do que apenas um simples sono. Merece uma nova chance de ser feliz.

Nesse instante Taliesin passou a mão na cabeça de Merlin e com isso provocou na mente do mago uma realidade que o mago sempre quis. Nele Merlin voltava a ser jovem de novo e voltava para Camelot e lá encontrava todos os seus amigos.

Na sala do trono do grande castelo, Merlin era cumprimentado por seus amigos Percival, Elyan, Leon e Sefa, Gwayne e a jovem Irys, Gaious ao lado de sua mãe Hunith. Merlin ia caminhando e abraçando e sendo abraçado por cada até chegar perto do trono no qual estava seu velho amigo e sua amada esposa. Com um grande sorriso no rosto Gwen o abraçou.

Gwen – Obrigada por cuidar de todos os meus filhos e netos. Eu sabia que podia contar com você.

Merlin nada disse, sua felicidade em abraçar novamente a rainha era mais forte do que a surpresa de encontra lá. Logo depois foi abraçado pelo rei e amigo Arthur.

Arthur – Olá velho amigo. Encontramos-nos de novo. Que tal mais uma aventura?

Os dois sorriam e se abraçaram novamente. O abraço só terminou quando Merlin olhou para o meio da multidão e de lá saiu a jovem e linda sacerdotisa Morgana. Merlin correu pra abraça lá.

Merlin – Morgana. Eu sinto muito eu menti para você. Nós não tivemos o nosso filho.

Morgana sorriu e abraçou o marido o mais forte que pode.

Morgana – Não precisa se desculpar estamos juntos de novo e isso que importa.

Depois de um longo abraço Merlin se virou para todos e deu um grande sorriso. E todos gritaram seja bem vindo Merlin.

O jovem mago, em meio a lagrima e um grande sorriso no rosto, mencionou suas ultimas palavras.

Merlin – Obrigado Taliesin.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Merlin - 6ª Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.