Merlin - 6ª Temporada escrita por Lamia Riley


Capítulo 24
Capítulo 24 - Reta final


Notas iniciais do capítulo

A partir de agora é a reta final dessa história que começou há quase um ano.



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As semanas se passavam lentamente em uma floresta do interior de Londres. Os dois homens de épocas diferentes que se encontraram e estavam alguns dias compartilhando histórias e emoções de acontecimentos que tinham ocorrido anos atrás.

Depois de um bom almoço os dois estavam sentados à mesa em uma pequena sala da caverna. Merlin com um ar de tristeza compartilhava suas trajetória até aquele momento e Robert como um escritor escutava tudo com muita atenção parando em alguns momento para fazer alguns anotações para seu futuro livro.

Robert – Então, o senhor ficou na vila?

Merlin – Por um tempo sim. No início tudo foi muito difícil. Tentei ajudar com a adaptação das crianças. Sefa fazia de tudo, mas a dor era nítida nos olhos deles. E para piorar as coisas a morte rondou Eldor novamente.

Merlin levantou de sua cadeira e caminhou até o seu fogão de lenha para se servir de um pouco mais de chá e voltou ao local onde estava sentado ao lado de Robert. Sua respiração era forte e profunda o que mostrava que sua mente se esforçava para lembrar de algo que ele não gostava muito de falar.

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Tinha se passado alguns meses desde a destruição de Camelot. A morte de Gwen, Gwayne e sua amada Lyris e o guerreiro Percival.

O feitiço feito por Merlin para proteger Eldor, só funcionava para os soldados ou qualquer pessoa que pudesse representar algum perigo para os jovens príncipes. Para os viajantes que seguiam em paz Eldor estava sempre aberta e era assim que os moradores da vila conseguiam noticias de outros lugares.

Em uma dessas noticias, dava-se conta de que Teneram, que já governava o reino de Odin e o da Mithia, agora tinha se declarado rei de Camelot. Com o comando do exercito desses três reinos, ele declarou guerra aos outros reinos.

Todos os lugares conhecidos estavam em iminência de uma guerra, enquanto Eldor tinha seus próprios sofrimentos para lidar.

Mesmo depois de Merlin ter garantido que ninguém nunca invadiria a vila. Sir Leon criou um grupo de soldados para defender o local. Todos os moradores que tinham condições de erguer uma espada participavam do treinamento todos os dias após as tarefas diárias.

E o que chamava mais atenção de Merlin era o jovem Arthur, com seus 13 anos estava sempre ao lado de Sir Leon empunhando, com uma certa dificuldade, a espada que anteriormente foi usada por sua mãe, por seu pai e por seu avô. O menino mal conseguia levantá-la, mas sempre era o primeiro a aparecer ao local de treinamento e se posicionava ao lado de Sir Leon. Ygraine também participava. Ela usava uma pequena espada que fora feita a pedido de Sefa.

Os meses que se seguiram a derrota de Camelot foram tensos para os moradores. Eles tinham medo que após a perda de seu protetor eles estivessem a mercê de um rei sanguinário. Porém, em uma assembleia Merlin conseguiu confortá-los sem precisar revelar sua magia.

Com a convicção de Merlin e os treinamentos dos moradores, Eldor, depois de alguns meses começou a entrar em sua rotina. Sefa e Leon comemoraram o nascimento do quarto filhos que recebeu o nome de Percival. E agora em casa eles tinham seis crianças: Elyan, Lancelot, Gwayne, o bebê Percival e os jovens príncipes Arthur e Ygraine.

Tudo ia muito bem quando, quase dois ano desde o retorno de Merlin, uma morte ocorreu na vila deixando todos abalados.

Em uma manhã nublada, Merlin acordou e percebeu que sua mãe não se mexia. Ele ficou parado em pé ao lado da cama por alguns minutos. Sua consciência não queria aceitar que aquela que ele considerada como sendo sua fortaleza, a única pessoa que sempre o aceitou completamente sem julgamento pudesse ter o deixado.

Merlin respirou, talvez o choque de não ter percebido que a vida de sua mãe estava indo deixou o sem ação. O mago, sem dizer nada ou mesmo chorar deitou ao lado do corpo na mesma forma que costumava fazer quando era criança. Ele não fez muitos movimentos apenas deitou no canto da cama ao lado da mãe.

Merlin fechou os olhos e desejou volta para a época em que era apenas uma criança e que acreditava que o mundo acabava depois do riacho que ainda existia no final da vila. Ele ficou ali deitado sem nenhuma reação com os olhos fechados durante um bom tempo até que Sefa apareceu com o café da manhã, um ato que ela fazia há anos por amor a Hunith.

Sefa bateu na porta e achou estranho não ouvir nenhum barulho vindo de dentro da casa. Acreditando que Merlin não estivesse e que Hunith ainda estivesse dormindo, ela entrou e encontrou Merlin deitado no canto da cama da mãe.

No primeiro momento Sefa acreditou que a saudade tinha feito Merlin deitar ao lado dela e estava pronta para sair da casa sem fazer barulho quando o mago abriu os olhos e olhou diretamente para Sefa. Imediatamente a esposa de Sir Leon percebeu o que de fato tinha acontecido. As lágrimas brotaram rapidamente dos olhos de Sefa e ela não conseguiu segurar a bandeija de café que foi ao chão. Sentindo suas pernas fraquejarem, Sefa correu para fora de casa em prantos e foi segurada por Leon que estava indo falar com Merlin.

Em desespero ela contou ao marido o que tinha acontecido e este entrou na casa. Ao entrar, Leon viu o velho amigo deitado abraçado ao corpo da mãe e resolveu deixa-lo ali com sua dor.

No lado de fora, várias pessoas começaram a se aproximar da casa querendo ver o corpo de Hunith, mas o cavaleiro não permitiu.

Leon – Sei que todos nós amamos Hunith e por isso convido a todos para ajudar na organização da cerimônia de sua despedida. Mas enquanto isso, vamos deixar o nosso amigo Merlin se despedir de sua mãe o tempo que ele precisar.

A despedida de Hunith, que ao longo de sua vida, tinha se tornado uma matriarca muita amada em Eldor, foi muito bonita e emocionante para todos.

Merlin participou da cerimônia calado. Ele não falava e não se mexia.

Durante todo o dia de preparação para a cerimônia, Merlin passou o deitado ao lado do corpo da mãe. Para arrumar Hunith para a cremação, Leon e Sefa pegaram o corpo, mas não mexeram com ele que permaneceu deitado no mesmo lugar.

Ele ficou lá até a hora em que Sefa o buscou para a cremação. Merlin ficou sentado perto da pilha no qual o corpo de Hunith foi colocado no topo. Após a fogueira queimar por completo os moradores começaram a se despedir e voltaram para as suas casas. Cada um deles cumprimentou Merlin, mas esse continuou olhando fixamente para a montanha de carvão que sobrou no centro da vila com seus olhos lacrimejados seguia a fumaça que subia aos céus, porém, nenhum som a saia de sua boca, nem mesmo quando Sefa se aproximou e o abraçou.

Merlin ficou lá sentado por um tempo até que Leon, a esposa e as crianças o levaram para casa.

Em casa, o mago se quer percebeu que a mesma estava toda limpa e com um forte cheiro de flores. A jovem Ygraine junto com as amigas tinham limpado toda a casa depois que o tio Leon levou Merlin para a fogueira. Era a forma que ela encontrou em seus 11 anos, de ajudar o tio a melhorar.

Sefa – A casa ficou linda.

Ygraine – Sim, espero que você goste tio.

Merlin não disse nada apenas deitou novamente na cama e lá ficou todo encolhido no mesmo lugar que sua mãe tinha morrido.

Sefa – Vamos, deixa-lo descansar.

Ygraine – Ele nem percebeu que a casa estava limpa.

Leon – Meu amor. Assim que ele sair dessa fase de dor, ele vai perceber.

Ygraine – Estranho, eu nunca vi tanta dor nos olhos dele, mesmo quando a tia Morgana morreu.

Sefa – Merlin passou por muitas perdas em sua vida, mas ele é forte e vai se recuperar. E nós estaremos aqui para dar a ele todo o amor que ele precisa para isso.

A família de Sir Leon saiu da casa deixando para trás um mago sozinho. Merlin ficou lá deitado na cama com os olhos fechados tentando encontrar em sua mente sua primeira lembrança de sua mãe. E as únicas que ele conseguia lembrar eram quando ele tinha seus dez ou onze anos e vivia correndo pelas ruelas da vila sempre tentando pegar alguma borboleta. Numa das ocasiões ele caiu e machucou a perna e foi a mãe que primeiro apareceu e o ajudou. Merlin se lembrou de como se sentia seguro em seus braços. Como aqueles braços magrinhos podiam lhe dar tanto conforto.

Deitado na cama em meio ao escuro, Merlin tentava com toda a sua força volta para aquela época no qual sua única preocupação era com as borboletas que apareciam no verão e que quando se machucava tinha o sorrido doce de Hunith sempre ao lado. Mas, mesmo com todo o seu poder ele não conseguiu e acabou adormecendo.

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Robert – Se o senhor quiser parar não tem problema.

Merlin – Está cansado de ouvir sobre mortes?

Robert – Não é isso, eu só estou preocupado com o senhor. Tantas lembranças tristes podem não lhe fazer bem.

Merlin – Não se preocupe meu rapaz. Depois de tanto tempo as dores se dissiparam e só ficaram as boas lembranças.

Robert – Deve ter sido muito difícil perde sua mãe.

Merlin – Como é para todo mundo.

Robert – Depois de perde os amigos, e sua mãe. Como conseguiu forças para lidar com tudo isso?

Merlin – De uma garotinha.

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Em Eldor, Merlin levou um grande tempo para se recuperar da perda de sua mãe. Ele só conseguiu sair de sua dor com a ajuda da jovem Ygraine.

Desde a despedida de Hunith que Ygraine passou a visitar Merlin. Suas visitas aconteciam quando ela levava as refeições para o tio. Quem fez isso por um tempo foi a Sefa, porém, ela começou a não mais suportar ver o amigo naquela situação e por isso pediu para que a menina passasse a levar a alimentação para o mago, que nada comia.

Durante um tempo a menina ficava apenas observando Merlin deitado na cama e nada dizia. Ela chegava e colocava a bandeija ao lado da cama, mas sempre percebia que Merlin não tocava em nada. Mas em uma determinada manhã ela colocou a bandeja na mesa e sentou ao lado do tio. Merlin estava acordado, mas nada dizia. Ela ficou lá sentada em silêncio por um tempo até que resolveu conversar com o tio mesmo sem saber se ele estava escutando.

Ygraine – Bom dia tio Merlin. Hoje eu fiz quase todo o café sozinha. Tia Sefa apenas ajudou a cozinhar os ovos, mas foi eu que cortei as frutas e fiz o chá que você gosta.

Merlin não se mexia, não falava, mas Ygraine não se incomodava e contou para ele como tinha sido seus últimos dias e contou que estava muito triste naquela manhã.

Ygraine – Tio sabe que dia é hoje? A mamãe morreu nesse dia há dois anos. Eu queria levar flores para colocar no local onde a cremamos, mas Arthur não quer ir. Ele disse que quanto antes esquecer ela e o papai serão menos sofrimento para nós. Mas eu não quero esquecê-los. Eu sinto tanto a falta dela. Tia Sefa é boa, tio Leon também, mas minha mamãe tinha aquele sorriso que fazia tudo ficar bem. Se ela estivesse aqui você já estaria se sentindo melhor, pois ela faria qualquer coisa para que você ficasse de pé logo.

A menina começou a chorar. Sobre o silêncio daquele quarto no qual duas pessoas sofriam suas perdas uma colocava sua dor para fora através de lagrimas intensas e outra era tocada por essas lágrimas dor saindo de seu transe.

Ygraine – Eu queria muito que você estivesse bem, pois sei que você me levaria lá. Eu não quero pedir a tia Sefa, não quero incomodá-la. Arthur me disse para não incomodar os tios com a nossa dor, pois eles já estão fazendo muito pela gente.

As lagrimas caiam do rosto da menina encolhida na beirada da cama, quando uma mão conhecida segurou a sua. Merlin parecia ter sido tocado pela dor que Ygraine estava sentindo e a puxou para si e assim os dois acabaram ficando ali deitados na cama sofrendo cada um de seu jeito a dor de suas perdas.

Merlin – Assim que você se sentir melhor nós iremos fazer uma homenagem a sua mãe.

Ygraine, em meio às lagrimas sorriu ao ouvir a voz do tio depois de tanto tempo.

Os dois ficaram ali por alguns minutos e depois saíram de mãos dadas da casa de Merlin em direção ao bosque que ficava no final da vila. No caminho, os moradores da vila olharam para Merlin. Alguns assustados e outros felizes em ver o mago caminhando pelas ruelas de Eldor.

O mago cumprimentou a todos com um sorriso habitual e seguiu em direção a casa de Leon. No quinta da casa Merlin e Ygraine encontraram o jovem Arthur afiando sua espada.

Merlin – Oi Arthur. Eu e sua irmã iremos até o bosque fazer uma pequena homenagem sua mãe. Você quer vir?

O menino apareceu assustado com a aparição repentina de Merlin e não questionou, apenas acenou positivo com a cabeça e se levantou caminhando em direção a saída do terreno. Nesse instante Sefa apareceu na porta e sorriu surpresa ao ver o amigo de pé em frente a sua porta.

Os dois não se falaram apenas se cumprimentaram através de olhares e sorrisos. Logo em seguida ele pegou nas mãos das duas crianças e então os três caminharam em direção ao bosque que ficava ao final de Eldor.

Lá no meio da mata, no mesmo lugar que anos antes Merlin percebeu que estava sem magia, no mesmo lugar que ele pensou estar gostando de Sefa, ali longe dos olhares dos outros moradores da vila, Merlin fez um encanto no qual as pétalas das flores que ali estavam formaram o rosto de Gwenevere no ar. Ygraine deu um grande sorriso e abraçou o irmão. Os dois ficaram sorrindo para a imagem que era o rosto feliz da rainha.

Depois de alguns minutos, uma brisa morna de final de manhã soprou levando as pétalas para o céu.

Ygraine – que pena, elas foram embora.

Merlin – Calma, o tio vai fazer outra coisa. Venham comigo.

Os três correram até um riacho que corria perto dali. Lá Merlin recitou um encanto que fez aparecer nas águas a imagem de Arthur e Gwen abraçados no dia do casamento deles. Uma das belas memórias que Merlin tinha em sua mente do casal de amigos.

Os meninos ficaram emocionados com o que viam.

Arthur – eles eram tão felizes.

Merlin – E ainda são, onde quer que eles estejam. E tenho certeza que o desejo deles é que vocês sejam felizes também.

Arthur – É tão difícil sorrir depois de tudo que nos aconteceu.

Merlin – Sim, mas não podemos desistir.

Arthur – Me pareceu que você tinha desistido.

Merlin – Não, apenas não estava encontrando um novo caminho para continuar seguindo. Mas a sua irmã me mostrou uma maneira.

Ygraine – O sorriso da mamãe era tão lindo. Olha a imagem está se movendo. O papai tá mexendo no cabelo dela.

Merlin – Você talvez não se lembre muito, mas seu pai adorava ficar brincar com os longos cabelos de sua mãe.

Arthur – Eu me lembro disso. Uma vez ele tentou trançar o cabelo dela e acabou embaraçando tudo e ela brigou com ele, mas logo depois os dois começaram a ri.

Ygraine – Eles nunca brigaram sério?

Merlin – Só uma vez, mas por causa de uma magia má, mas o amor deles foi mais forte e eles voltaram a ficar juntos, o que ocasionou no nascimento de vocês.

Ygraine se sentou perto da água e tocou a imagem que lá estava.

Ygraine – Eu nunca vou esquecer-me deles.

Merlin se agachou ao lado dela.

Merlin – Ninguém nunca irá esquecer de Gwenevere e Arthur.

O Arthur sentou ao lado e assim os três passaram aquele final de manhã ali conversando sobre as boas lembranças do apaixonado casal Pendragon.

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Robert – Realmente ninguém nunca esqueceu deles ou de qualquer outro que viveu naquela época.

Merlin – É verdade, e mesmo hoje ainda se falam deles e o que eles fizeram.

Robert – Deve ter sido difícil ter conhecido todas essas pessoas incríveis e dizer adeus a todas elas.

Merlin não respondeu apenas absorveu um pouco mais da sua segunda xícara de chá.

Robert – Pelo menos você ficou bastante tempo com os meninos. E assim eles não ficaram sozinhos.

Merlin – Não. Realmente eu não os deixei sozinhos, mas não fiquei o tempo todo com eles.

Robert – Você foi embora de Eldor?

Merlin – Sim. Com o passar do tempo foi necessário a minha partida. Os moradores começaram a perceber que eu não envelhecia como todos os outros e assim começaram a surgir perguntas que eu não estava disposto a responder e por isso resolvi partir.

Robert – Deve ter sido difícil para as crianças?

Merlin – Difícil foi, mas eles não eram mais crianças quando fui embora. Eu sai de Eldor logo após a morte de Sefa. Ela já era uma senhora quando isso aconteceu e também não me permitiu ajuda lá alegando que ela tinha vivido o suficiente neste mundo. Leon ficou arrasado, mas entendeu que era a hora de dar a adeus a sua amada esposa. Sefa tinha se tornado uma grande mulher. Ela ajudou a tornar Eldor em um lugar incrível, além de ter criado muito bem seus seis filhos. Sim, ela considerava Ygraine e Arthur como sendo seus filhos também. A parte boa é que ela pode ver seus filhos se tornarem homens e mulheres de bem. Além de ter conseguido ver o casamento de Arthur e Ygraine com boas pessoas.

Robert assustado.

Robert – Calma, está me dizendo que existe por ai descendente dos Pendragon?

Merlin – Sim. Arthur se casou com uma jovem chamada Marim que sempre viveu em Eldor. Na verdade os dois começaram um namorico desde criança e com o tempo os pais concordaram que eles podiam se conhecer melhor. Quando Arthur e a jovem chegaram a uma determinada idade eles se casaram e tiveram filhos. Já a Ygraine conheceu seu marido Has em um acidente. O jovem era um mercador que vivia viajando de um lado para outro até que um dia foi encontrado inconsciente em uma estrada perto de Eldor. Ygraine foi quem o encontrou e cuidou do rapaz. Amor a primeira vista, acredito eu. O rapaz não quis ir mais embora de Eldor. Leon, como todo o pai, não achou que o rapaz fosse digno da jovem, mas Sefa o convenceu e mostrou que Has era um bom rapaz e com isso após uns dois anos ele se casou com Ygraine e também tiveram filhos.

Robert – De quantos descentes de Arthur e Gwnevere estamos falando?

Merlin – Não muitos. Arthur teve dois filhos que deu o nome de Arthur e Merlin. Já a Ygraine teve três filhos: Gwenevere, Morgana e o curioso Gaius. Que pareceu herdar toda a curiosidade de meu velho mentor.

Robert – E você acompanhou todos eles?

Merlin – Quando sai de Eldor, Marin e Arthur já tinham tido o jovem Arthur e estavam esperando seu segundo filho. Ygraine estava em sua primeira gravidez. Apesar de passar grande parte de meu tempo viajando pelo mundo, eu sempre voltava para ver como eles estavam. Era algo incrível ver aquelas crianças crescidas construindo suas famílias e suas próprias histórias. Os filhos de Leon também se tornaram bons meninos. Eles todos fizeram Eldor um lugar melhor e rico.

Robert – Eldor ficou isolada do mundo?

Merlin – Não. Em uma guerra de domínio Teneram acabou sendo morto e os reinos foram novamente divididos e por isso eu retirei a magia que protegia a vila. Eldor cresceu e se torno um local próspero. Não era uma cidade importante para nenhum reino, mas era rica o suficiente para quem vivia ali.

Robert – Arthur e Ygraine nunca revindicaram o seu direito ao trono de Camelot?

Merlin – Teve um momento na juventude que Arthur queria de volta o que lhe era de direito. Nessa época Sefa ainda era viva e com muito esforço conseguimos fazer com que ele mudasse de ideia. Eu temia que eles pudessem ser mortos já que nesse período Teneram ainda vivia. Foi dicificil. Arthur chegou ir até Camelot disfarçado, mas lá eu consegui mostrar para ele todas as guerras e mortes que existiriam se ele lutasse pelo trono. Naquele momento eu conseguia mostrar que tudo aquilo não valia apena que agora ele tinha uma nova vida um amor e isso era mais importante do que ser rei. Devo dizer que mesmo ele desistindo e aceitando o que eu tinha dito, eu passei anos com medo de que ele pudesse mudar de ideia já que ele era tão teimoso quanto o pai.

Robert – Engraçado, em todas as minhas pesquisas que fiz sobre Camelot e os Pendragons eu não consegui encontrar esse sobrenome nos dias atuais.

Merlin – E não iria mesmo. No dia que Arthur se casou Marim ele resolveu abandonar o sobrenome Pendragom adotando o sobrenome da esposa e Ygraine fez o mesmo.

Robert – Quantas histórias por trás dessa família?! Uma coisa que eu ainda não entendi você viajou por vários lugares do mundo. Por que está aqui nessa caverna?

Merlin – Com o avanço do progresso as pessoas começaram a não mais acreditar em magia. E talvez por causa da minha tentativa de me parecer comum, acabou chegando um momento que eu comecei a não mais utilizar de magia. Até que um dia percebi que tinha esquecido alguns encantos. Eu entrei em pânico e por isso voltei para casa.

Robert – Casa? Nós estamos em Eldor?

Merlin – Não. Eldor é o que você conhece como País de Gales.

Robert – Jura? Minha família é de lá. Eu cresci lá e nunca soube nada disso.

Merlin – Infelizmente as verdadeiras histórias se perdem ao longo dos anos.

Robert – Você disse que voltou para casa. Nós estamos em Glastonbury. Ou melhor, em algum ponto do interior de Glastonbury.

Merlin – Na verdade nós estamos no que eu aprendi ser chamado de o berço da magia.

Robert – O que? Calma, senhor Merlin. Eu acho que estou recebendo muita informação.

Merlin – Qual o seu problema rapaz. Estamos aqui há quase dois meses e você não percebeu nada? Não sentiu nada?

Robert – Fora o frio e a umidade?

Merlin – Realmente a magia não é mais percebida nesse mundo moderno.

Robert – Por favor, senhor Merlin. O que exatamente estamos falando?

Merlin – Nós estamos na entrada da Caverna de Cristal, considerado por todos os grandes magos como o berço da magia.


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