Uma Carta Para Abrir Os Seus Olhos escrita por Ishiguro Aname


Capítulo 3
Ação e reação


Notas iniciais do capítulo

Ultimo cap dessa historinha boba ^-^'

Meus sinceros agradecimentos para quem leu até aqui e espero que gostem do desfecho!

Ah, a música usada nesse cap é Always - Depeche Mode, seria interessante ler ouvindo ela, é muito bonita e tem uma sonoridade legal!

Boa leitura, lindos!



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O ruivo enxugou uma lágrima teimosa que escorreu pela sua bochecha ao terminar de ler o nome do remetente até então desconhecido. Dobrou a carta em três partes mais uma vez e colocou dentro do envelope branco onde vinha escrito somente “Ao meu francês” em uma caligrafia tão bonita quanto a que foi apresentada na carta. A colocou entre suas mãos frias e o seu peito, sentindo através dela o seu coração bater em uma frequência anormal. Fechou a porta, onde manteve-se lendo a carta misteriosa, e foi até o seu quarto no segundo andar da casa luxuosa. Pegou apenas uma jaqueta preta de zíper, a mantendo pendente no ombro, e saiu até as ruas gregas, rumo a casa daquele que vinha lhe acendendo por anos o sentimento fortalecido através da recente leitura.

Por muitos anos, também, esperou a maravilhosa oportunidade de chegar ao seu grego de olhos azuis e dizer, mostrar a intensidade dos seus sentimentos. Viu ali a oportunidade de revelar o seu ciúmes, seu sofrimento, sua alegria, seu alento, o sentido de sua vida em únicas três palavras. Uma única frase, uma expressão.

Guardou o envelope no bolso de dentro da jaqueta e, debaixo do sereno da noite, caminhou em passos rápidos até o seu destino.

*

- Então você finalmente entregou a carta, Mi. Ah! O amor, existe coisa mais linda? – Afrodite recebeu um olhar atravessado de Milo.

- Afrodite, menos - ralharam alguns dos presentes, inclusive o loiro.

- Ai, grosseiros!

Estavam reunidos na casa de Milo para acompanhar o desfecho do romance da carta. Muitos ali viram o desenrolar completo daquela história, da criação da tal carta e também deram um empurrãozinho para que chegasse às mãos de quem deveria ler. A verdade é que ele tinha mostrado a carta para Shura, seu vizinho, porque o espanhol o viu escrevendo ela, sentado na escada de casa. A partir daí, foi fácil esperar o grego terminar de escrever, pegar a dita cuja, colocar na caixa de correio do Camus e se reunirem pra contar o plano pro loirinho – aliás, foi uma excelente ideia estarem em grupo pra fazer isso, Milo teve ímpetos de cortar o pescoço de cada um ali.

Agora, sentados na sala de decoração simples e cores claras, no sofá bege, aguardavam ansiosamente a chegada e reação do destinatário – apesar de ser perfeitamente previsível.

Amigos de longa data, também não fora fácil para eles ver o quanto os dois sofriam por trancarem seus sentimentos em um casulo impenetrável que erroneamente chamavam de proteção. Muitas vezes tentaram servir de pivô para que aquela história tivesse um final feliz logo, mas a teimosia de um e o orgulho de outro não ajudava, ao ponto de desistirem dos dois para terem que lutar apenas por um ou por outro... Vê-los sofrer era horrível, imaginavam como se sentiam os dois que nutriam algo mais forte, apesar de menos concreto.

 Em todas as ocasiões procuraram não forçar, mas mesmo Kanon participou de uma das armações, inventando um caso com Milo a pedido de Aiolos para fazer ciúmes no ruivinho e induzi-lo a se declarar logo. Houve um real interesse pelo garoto na época, é claro, tanto que passara dos limites roubando uma pequena parte da castidade do menino com um beijo e carícias nada pudicas, mas respeitava o namorado do irmão o suficiente para manter os seus sentimentos longe de tudo aquilo. E ele estava ali agora, esperando também o final feliz que todos ali almejam.

Inclusive Milo. Tão ansioso quanto todos.

Relatar a sua jornada daquela maneira foi uma missão complicada, quando teve a ideia de escrever não imaginou que um dia chegaria nas mãos do ruivo, era apenas um desabafo de longa data que talvez jogasse fora depois.

- Mas ôh loiro, quer parar de andar pra lá e pra cá? Só assim já está me deixando nervoso, caramba! – reclamou Aiolia, puxando o amigo pra se sentar ao seu lado no sofá, onde estavam dispostos à sua esquerda Shaka, Mu, Afrodite, Máscara e Shura no braço. Os gêmeos e Aiolos estavam no chão, encostados na mesinha de frente.

De minuto em minuto era um que lançava um olhar ansioso para a porta, até se iludindo com o barulho da campainha tocando. Olhavam no relógio... O francês demorava mais do que o calculado pra ver a carta, ler, trocar de roupa e chegar à casa do escorpiano.

- E se ele não vier hoje? Deixar pra falar comigo depois, ou... Nem falar comigo mais – o loiro já sentia o desespero se apossar de si e remexia nervosamente na pulseira que ganhara de aniversário do amigo há alguns anos. A demora e a ânsia por uma resposta já estava começando a lhe trazer pensamentos negativos.

- Para de besteiras, Mi! – recebeu uma tapa leve de Afrodite, no braço – Todos conhecemos o Camus e sabemos que mesmo se a resposta fosse negativa, o que eu garanto com 100% de certeza que não é, ele ao menos conversaria.

- Ouve o Dite dessa vez, loirão – Kanon falava agora, segurando a mão do amigo como forma de passar confiança – Ele é pancada da cabeça, mas desses assuntos entende.

- Ei! Tá falando o que de mim aí, hein, Saga falsificado?

Todos riram da discussão que se formou, servindo para descontrair um pouco, até ouvirem um ofego e, logo em seguida, a campainha sendo tocada de maneira desajeitada. Milo só faltou pular em cima do colo de Kanon, na sua frente, tamanho o susto, mas enfrentava outro conflito em sua cabeça.

Como criaria coragem pra abrir a porta, agora?

- Vai ficar aí sentado esperando ele dar a meia volta e decidir rasgar a carta como se ela nunca tivesse existido? Atenda-o, Milo – encorajou Shaka, que recebeu um sorriso trêmulo em resposta. A verdade era que todos ali deixavam a ansiedade superar o nervosismo, mas ninguém sabia como agir nesse momento.

Milo deu um longo suspiro e apertou a mão de cada um dos amigos antes de se levantar, sussurrando um “céus” enquanto caminhava até a porta. Observou a silhueta através do vidro fumê, era realmente o dono de seus sonhos e seus tormentos, seu paraíso no inferno. Riu com o pensamento e após receber uma almofadada vinda de Shura, finalmente mostrou-se ao francês.

Estava encostado na parede, com os olhos fechados e um sorriso de lado nos lábios bem bonitos, tão absorto em suas ilusões que nem reparou quando a porta foi aberta. Estava ofegante por causa da corrida, esbarrara em pelo menos umas sete pessoas, mas os xingamentos que recebeu no caminho por esbarrar em todos que apareciam não lhe interessavam, pensava apenas nos cachos bem modelados, tão perfeitos e naqueles olhos azuis de profundidade incalculável, a razão de sua perdição.

 Milo não sabia o que fazer diante dessa visão; os cabelos ruivos revoltos, rodeando o corpo agasalhado por conta do vento forte de outono. O sorriso de Camus, por ser tão raro, causava a sensação de que tinha acabado de encontrar uma mina de ouro, e esse simples modelar de lábios, para o loiro, valia muito mais do que esse material que muitos matariam – e matam – para obter. Irremediavelmente apaixonado. Mas completamente perdido. Ansioso, suplicante... Ainda não tinha notado a sua presença ali, e isso estava aumentando a sua angústia.

Olhou para os amigos na sala, todos procuravam disfarçar ao máximo a curiosidade, e agradecia pela tentativa, apesar de Afrodite estar quase arrancando o próprio mindinho com a boca e o braço do namorado de tanto que o apertava, assim como Aiolia estava com os dedos vermelhos até os nós por apertar a almofada com tanta força. Estava sozinho, estavam todos tão suplicantes por uma reação quanto ele próprio. Por que não tomar a iniciativa, então?

- Ruivo? – tocou o braço do amigo até então inerte, o fazendo sobressaltar pelo susto. Milo sorriu, Camus estava desnorteado – Não quer entrar? Está frio aqui...

Melting the ice for me

Jump into the ocean

Hold back the tide i see

Your love in motion

(Derretendo o gelo pra mim

Pulando no oceano

Indo contra a maré

Eu vejo o seu amor em movimento)

- Milo? – por um momento não se focou em mais nada além do sorriso bem desenhado no rosto moreno, simplesmente achava adorável a maneira como os olhos do loiro brilhavam quando sorria sinceramente.

Sentiu o seu interior se aquecer até lembrar-se de que aquele garoto o amava. Quase achou que poderia ser uma brincadeira de mau gosto dos amigos, mas ninguém conseguiria fingir tão bem sentimentos tão profundos e relembrar aquela história com tantos detalhes.

Era constantemente tachado de frio e controlado, e como gostaria de que isso fosse tão certo quanto falavam. Contendo uma vontade sem igual de chorar, abraçou-se a Milo tão forte que talvez o outro não tivesse sequer forças para retribuir. Descarregou o que queria mostrar por anos...

- Bem... – murmurou Milo, o som da sua voz sendo abafado pelos fios ruivos do seu amigo.

Camus usava toda a sua emoção pra aperta-lo contra o seu corpo, como se conseguisse descarregar tudo o que sentiu e guardou dentro de si por tantos anos. O ciúme, a amargura, o desprezo, a saudade, a vontade, o amor, o desejo... Sentimentos que trancou e agora era como se estivesse evaporando de seu corpo, exalando em forma de abraço e um afagar de cabelo.

Todos se emocionaram, não ousariam quebrar o momento.

- Seu grego maldito, é difícil te amar sem poder demonstrar, é difícil... Tendo tantas incertezas! – falava contra o pescoço do amigo.

Estava em estado de torpor, não se importava se suas palavras não estavam fazendo sentido. Ficaram mais um tempo daquele jeito, entre palavras desconexas e troca de carinho, até que a agitação de seus corações foi cedendo ao alívio – Sim, nossa história é muito bonita!

- Quase um best-seller, não? – riu o loiro, agora olhando pras íris castanhas – Que bom que veio!

- Por que não viria?

- Certo, já apreciamos bastante o clichêzinho de vocês! – Afrodite se pronunciou novamente, se levantando do sofá e caminhando até os dois com os braços abertos – Venham cá, pombinhos, estou tão feliz por vocês! – riram ao pensar que o abraço de Afrodite foi tão apertado quanto o que trocaram.

Shura e Aiolia, comovidos pelo desfecho feliz, também acabaram se levantando e foram cumprimentar o novo casal, dando um abraço mais desajeitado no trio.

- Ah, meus camaradas, que dia comovente! – Deba não aguentou e, com os olhos marejados ao ver a cena, se levantou com os braços abertos também, imitando o gesto de Afrodite, mas o abraço do grandalhão acabou causando resmungos de dor em quem estava preso naquele montante de músculos e risos em quem via.

- Sinceramente, Deba, quero estar vivo pra curtir meu fracês por um tempo, sabe? – ralhou Milo, tentando se soltar tanto do pisciano, que se negava a solta-lo, quanto, principalmente, do taurino, que fazia Aiolia apertar suas costelas sem dó – De ossos quebrados também é difícil comemorar... – não deu pra ver, mas o grego sabia que Camus ruborizou com a insinuação explícita.

Por fim se soltaram e o novo casal acabou indo sentar na calçada, deixando a trupe rindo e comentando às suas custas. Desceram as escadas da casa de mãos dadas, não as soltaram nem quando Camus sentou encostado na caixa de correio e Milo se acomodou entre suas pernas, apoiando as costas no peito do francês.

Pensaram naquela hora que era algo natural de se fazer. Dar as mãos, sentar juntos, ficar olhando o céu. Ao menos achavam que era natural, já que o faziam com tanta facilidade. Era, sim, estranho pra qualquer um que passasse ver dois adolescentes juntos daquele jeito, mas para quem ama não passa de uma simples demonstração de afeto, até corriqueira, mas significativa.

Porém, o calor que sentiam naquele instante era bem diferente. Não existia mais o receio, a incerteza, o errado. Não precisavam mais pensar que era um carinho amigo, era a personificação do mais puro e sincero amor, o mais irreal e desejado amor.

- Eles devem estar olhando pela janela – Camus riu do comentário do outro, uma risada curta. Virou o rosto do loiro e selou seus lábios de forma delicada, como era de praxe do francês. Um toque singelo que, mais uma vez, descarregava emoções abafadas.

- Espero que eles tenham visto isso, principalmente o Kanon!

Milo não evitou uma gargalhada. Então aquele ciúmes que ele tanto queria que existisse sempre esteve ali.

- Se não viu, verá outras vezes, e o dado a fazer piadinhas e ser ciumento aqui sou eu...

- Mas também é você o loiro cobiçado e assediado por metade da Grécia! Estou em zona de perigo – sorriu, entrando na brincadeira.

- Exagerado! Então deveria se sentir lisonjeado por ter esse desejo nacional só pra você – voltou a deitar a cabeça no ombro do ruivo, ficando assim por um tempo, apenas apreciando a companhia um do outro.

Ficaram alguns minutos em silêncio, com um sorriso bobo estampado nos lábios.

- Precisa de um pedido formal? – o francês quebrou o silêncio.

- É claro, não esperei oito anos pra simplesmente começar a te beijar em público, trata de se ajoelhar agora!

- Milo, é um pedido de namoro, não de casamento, sequer tenho alianças aqui... – Camus o afastou de seu corpo, se colocando de pé.

- Trate de comprar, ruivo! – o semblante do escorpiano ficou sério por um tempo, o que estava começando a preocupar verdadeiramente o aquariano, que estava se perguntando por que, raios, o amigo estava agindo daquela maneira tão efusiva! Mas viu um sorriso de canto se formar nos lábios finos, então riu, um riso leve e despreocupado – você é muito bobo, Camus!

- Ora, seu... Vou mostrar o bobo!

Surpreso, Milo teve seu pulso agarrado e foi, praticamente, arrastado pra dentro de casa novamente. O semblante do outro era calmo, apesar da atitude efusiva, transparecia a mesma frieza de sempre. Os dois notaram, quando entraram, que os outros tinham constrangimento estampado em suas faces, evidentemente estavam espiando pela janela mesmo, mas ninguém se manifestou.

 A surpresa maior foi quando Camus, ainda segurando a mão de Milo, foi para o meio da sala e trouxe o corpo dele pra perto de si de maneira brusca, causando até mesmo um ofego, que foi cortado pelos lábios afoitos do ruivo sobre os seus. Teve a boca invadida pela língua macia, os movimentos eram fortes, lentos, Camus se empenhava em sentir o gosto e textura de cada canto que lhe fosse permitido ter acesso. As mãos frias tocaram seu rosto afogueado, causando um choque que condizia com a divergência em suas personalidades. Logo Milo também retribuía a carícia, exigindo sua oportunidade de explorar o francês em um ósculo delicioso.

Ignoraram completamente as expressões pasmas dos amigos, principalmente de um dos geminianos: seu interior ardia em revolta, ciúmes, porém, não podia deixar de ficar feliz pelo amigo grego, era um sonho de uma vida sendo realizado. Apenas condenou aquela atitude tão despudorada do ruivo. Falou de forma irônica, logo que os dois separaram-se com alguns selinhos.

- Parece que agora não vou mesmo mais poder tocar no loirinho, não é? – cruzou os braços.

O olhar de Camus era mortal, mas continuava ostentando um sorriso de canto – Milo é, oficialmente, meu namorado, e pelo seu bem prefira ficar longe dele, sim?

- Ei, quem disse que somos namorados? – o grego cruzou os braços, fazendo uma expressão manhosa. A brincadeira quebrou o clima tenso que se instalara e todos riram, inclusive o geminiano – Que é? Falei sério! Não houve pedido algum até agora!

- “Adorável” – pensou Kanon.

- Certo – Camus bufou, mas segurou a mão de Milo e se ajoelhou diante dele, o olhando carinhosamente – Milo Leônidas, diante de todos os nossos amigos, aceita ser meu namorado? – olhou de canto pro grego mais velho e falou de forma irônica – Oficialmente meu?

- Oficialmente, diante desses palhaços que vos escuta, eu aceito! – gargalhou e puxou Camus pela mão pra que se levantasse, colando seus lábios nos dele novamente, antes que pudesse ouvir os xingos que provavelmente recebeu.

Afrodite, Saga e Aiolos repararam na tensão, independente da emoção que todos sentiam ao ver a cena, foi então que o pisciano se manifestou, segurando o braço do namorado:

- Tudo muito emocionante, mas o nosso papel como amigos acabou por aqui e devemos deixar os dois sozinhos pra conversarem – piscou para o casal – em paz, certo? Estamos indo!

- Amicci, applausi (amigos, felicidades)– Mask os cumprimentou formalmente antes de seguir o loiro até a porta, recebendo dois largos sorrisos como resposta.

- Grazie! (obrigado) – Milo era um dos poucos ali que se habituaram com o sotaque reforçado e a constante mania do italiano de falar na sua língua natal.

Foi assim com todos, se despedindo em um clima amistoso, até que Saga e Kanon vieram cumprimenta-los também. Ambos estavam verdadeiramente orgulhosos. Saga abraçou calorosamente cada um dos dois, se afeiçoara por Milo desde que o conheceu, em Rodes, nas férias em que o menino conheceu seu irmão. Apenas não desejou que o belo garoto grego investisse em um relacionamento com o gêmeo porque Aiolos já havia contado o que acontecia entre ele e o francês, porém se orgulharia de ter um cunhado como o garoto.

Além, é claro, de saber o quanto o irmão podia ser cafajeste. No entanto, via nas atitudes dele que poderia estar mesmo gostando de alguém e reparou no quanto ficou desconfortável com a explícita e despudorada declaração de amor.

Enfim, não deveria pensar naquilo mais. Felicitou Milo e saiu, esperando Kanon na calçada mesmo.

- Bom, rapazes, meus cumprimentos – estendeu a mão para Camus, mas ostentava um sorriso arrogante e irônico que impedia o francês de aceitar o gesto.

Milo bufou e se soltou de Camus, dando um abraço forte no geminiano, que retribuiu, mas não tirava os olhos do outro – Obrigado por tudo, Kanon! Vou viajar pra Rodes em janeiro, antes de ir pra Atenas, e quero vê-lo, tudo bem?

- É claro, pequeno, vou sempre estar por perto! – o sangue de Camus ferveu quando o mais velho segurou o queixo de seu namorado e o acariciou. Ele estava, com certeza, extrapolando todos os limites de sua tolerância! – Você está convidado a visitar nossa casa também, Camus, será muito bem-vindo!

- Pensaremos com carinho no convite. Se nos dá licença, gostaríamos de ficar sozinhos agora – apontou para a porta.

- Parabéns mais uma vez, cuide direitinho do Milo, sim? – e saiu deixando um aturdido francês com os punhos cerrados.

Obviamente, Milo havia reparado no clima ruim entre eles. Assumia que adorava a ideia de ser alvo de ciúmes de seu namorado, mas Camus teria que entender sua amizade com Kanon, assim como Kanon teria que parar com certas brincadeiras e aquele espírito de competitividade só porque foi o primeiro “caso” que teve. Não era propriedade de nenhum dos dois, simplesmente amava o francês e apreciava o grego. Amava há muito, muito tempo...

Always i wanna be with you

And make believe with you

And live in harmony, harmony, oh love

(Sempre quero estar com você

E te fazer acreditar

E viver em harmonia, harmonia, oh, amor)

Olhou para o ruivo, que ainda encarava a porta fechada. Acabou rindo baixo e puxou o namorado pra mais um beijo apaixonado, sentindo-se, mais do que nunca, plenamente realizado, mesmo prevendo tempos de turbulência agora que tinham oficializado o relacionamento e firmado seus sentimentos, depois de tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Os trechos que coloquei foram mais pra representar o momento, achei que combinou xD sei que o casal abordado na história está meio passado, mas amo eles de paixão, de verdade, eles realmente me inspiram!

Bem, acaba por aqui! Sabem a data que está na carta do Milo? Foi quando nasceu esse projeto de fic, acreditem ou não! Então, estou realmente feliz de ter "terminado".
Estou com intenção de fazer uma continuaçãozinha, fazendo o desenrolar do ponto em que parou pra frente (como vocês viram, ficou uma abertura ali com a despedida do Kanon haha!). Eu agradeceria se dessem a opinião de vocês a respeito disso! é_è

Finalizando... Agradeço a nane yagami por ter comentado no capítulo anterior. E um agradecimento especial para a minha querida Jéssica, minha vida, por ter me ajudado com o desenvolvimento da história e por sempre me incentivar!

Então, até breve, amores! *O*'



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