Vivian ignorou os olhares invejosos que as outras mulheres lançavam e apenas sorriu, pagou a conta rapidamente antes que uma delas agarrasse Steve, ou melhor, o SEU Steve, sorriu ao pensar nisso, quem sabe um dia? Era o que pensava, acenou para ele que veio caminhando de um jeito tímido e fofo até ela e entrelaçou seu braço forte ao dela fazendo com que as invejosas ficassem irritadas.

Vivian foi guiando-o para algumas lojas, porém não achou nada interessante em nenhuma delas, mas sempre deixava as suas lojas favoritas por último, pois sabia que teria algo.

– Sabe o que é estranho?- ela perguntou sorrindo

– Há algo estranho aqui? – Steve perguntou inocentemente

– Claro que sim, isso é um programa para se fazer com amigas e bem... Você não é gay- pelo menos era o que ela esperava- e está aqui comigo, eu quero te agradecer, você é o primeiro homem que sai para fazer compras comigo, nenhum outro fez - ela disse sorrindo e olhando para o chão, Steve sorriu olhando para ela e segurando seu queixo para que o fitasse nos olhos

– Eu não sou um ‘’outro’’, eu sou apenas um simples soldado- disse, fazendo com que ela sorrisse, ela provavelmente ia falar algo, mas foi interrompida por uma voz nasal irritante

– Queriiiiiidaaaa! Quanto tempo! Você não sabe o quanto de saudades que eu senti- falou falsamente

– Ah! Olá Camille, o que faz por aqui? – Vivian perguntou indiferente

– Eu te vi passando e vi você, resolvi te apresentar meu namorado, você já conhece o John?- falou a víbora, que de tão venenosa só faltava pingar veneno de sua boca.

Claro que Vivian se lembrava de John, ele havia sido o primeiro cara que ela amou, ela o amava tanto que era difícil esquecer-se dele, toda vez que ouvia a música ‘’Dear John’’ ou qualquer coisa relacionada a esse nome a fazia tremer, suar, chorar e outras inúmeras sensações, ele a magoara demais com sua falsidade, mentira, a forma de tê-la feito chorar todo o caminho para casa, mesmo jurando que havia mudado, ela desistiu dele, de forma que parou de atendê-lo, mas Camille sempre queria magoá-la, pois a invejava muito, Vivian nunca soube o porquê, porque para ela Camille tinha tudo, menos amor, que era a única coisa que Vivian se importava, porque coisas materiais não eram seu forte...

– Claro que sim! Como você vai? – perguntou Vivian apertando a mão de Steve que ao ver o nervosismo da garota, engoliu em seco

– Vamos muito bem! E quem é esse gato? – Camille respondeu rapidamente, Steve encarou Vivian e sorriu

– Prazer, sou o namorado da Vivian, Steve- disse sorrindo e orgulhoso ao ver o sorriso do outro casal desmanchar, ele sabia que eles só tinham vindo para magoá-la e ele nunca deixaria isso acontecer o que seu coração dizia era:

‘’Vou protegê-la , nem que isso custe minha vida’’

Puxou Vivian para si entrelaçou suas mãos as dele e a puxou para uma loja qualquer, passaram a tarde conversando, rindo, como se fossem um verdadeiro casal o que de certa forma eram, mas ambos achavam que aquilo não passava de amizade, mas queriam que fosse outra coisa.

Enquanto Steve esperava que Vivian saísse do trocador, ele imaginava como seria se não tivesse sido congelado, talvez tivesse se casado com Peggy, tivesse tido filhos, compromissos no exército, teria uma vida séria com uma mulher sexy que provavelmente não queria ter filhos e de fato não teve, como ele sabia disso? Bem, um pouco depois de entrar na S.H.I.E.L.D. e conseguir confiança de todos , quer dizer de quase todos, ele entrou no seu cadastro que tinha tudo sobre sua vida, ele viu seus antigos companheiros, todos mortos pelo tempo, e entre eles ele viu seu único relacionamento, Peggy. A foto antiga, ainda em preto e branco mostrava sua face da mesma forma como lembrava, ele ainda se lembrava, o sorriso simples e até mesmo cruel, sem vida, ele imaginava que ele conseguiria mudar, mas ele não conseguiu, antes de partir ele imaginou que outro cara faria, mas ninguém o fez, ela estava morta, sem herdeiros, sem marido, sem nenhum parente restante, ela morreu só... Aqueles lindos lábios vermelhos, aqueles olhos castanhos hipnotizantes com grandes cílios, tudo aquilo nunca pertencera a ninguém, mesmo ela tendo tido outros relacionamentos. Steve gostava de acreditar que ela o tinha esperado, mesmo sabendo que aquilo não era verdade, ela não esperaria por ninguém, ela não gostaria que ele esperasse por ela se fosse ela a congelada.

Quando Vivian saiu os olhos de Steve se focaram nela, seu sorriso se abriu automaticamente, ele esqueceu todos os seus pensamentos e ficando focado nela. Somente nela.

– Você está linda – ele falou um pouco abobado

– Pára! Você só diz isso porque é gentil – Vivian disse sorrindo e extremamente vermelha.

– Você sabe que não é verdade, você é linda de qualquer jeito – Steve disse ficando vermelho

Vivian queria beijá-lo ali e agora, queria dizer o que pensava dele, mas se conteve, Steve era do passado e, além disso, ela não era atirada e nunca seria...

–Steve, você tem alguma roupa para ir? – Vivian perguntou querendo mudar de assunto, nunca havia gostado de ser o assunto principal.

– Na verdade, não, eu só tenho alguns ternos antigos, que não devem ser nada sexy hoje em dia- disse rindo envergonhado – Além do mais, nem deve caber em mim...

– Espera só um minuto, vou tirar essas roupas e pagá-las, depois vamos à minha loja favorita, quer dizer uma delas.

Vivian tirou as roupas que vestia e colocou seu cachecol estampado com a bandeira canadense, pois a lembrava da época que ia ao Canadá visitar seus avôs paternos e eles lhe contavam as histórias mais incríveis que ela já ouvira na vida, parte do que ela é hoje, é porque eles a ensinaram a ser, ainda se lembra de ter dançado em volta da sua vó quando, pela primeira vez se apaixonou, ou quando tinha seis anos e ganhou seu primeiro vestido de baile, pois seu pai iria dar uma grande festa e a queria por perto, lembrava-se das risadas deles quando ela dizia que se casaria com um dos heróis das histórias que seu avô contava e seria uma princesa como as que apareciam nos contos de fadas lidos e, às vezes, escritos por sua avó, como ela sentia falta de ser apenas uma sonhadora, uma menina frágil, inocente, meiga, apenas ela. Ela tirou os ternos e as saias que iria comprar, levou ao caixa e pagou, desejou feliz Natal às vendedoras que sempre a atendia, mesmo ainda faltando uma semana para ele acontecer, seria o dia da festa do seu pai.

– Steve, vamos? Eu estou pronta

– Claro!- depois de um tempo em silêncio, ele tornou a falar envergonhado – Vivian, as roupas nessa loja são caras?

– Bem, são um pouco, mas não se preocupe, eu pago

– não, eu não acho isso certo, você não precisa...

– Steve, não se preocupe, eu tenho dinheiro, os tempos mudaram

– Eu sei que sim, mas você pagou tudo até aqui, não gosto disso, acho errado, por favor, eu pago, eu trabalho e ganho bem por isso, não se preocupe, eu sou um capitão, lembra? – Steve falou convencido olhando bem nos olhos verdes dela, fazendo a sorrir.

– Sim senhor, capitão- A garota de olhos verdes disse rindo

O resto do caminho foi silencioso, eles apenas andavam como se o outro não estivesse ali, mas eles sabiam da existência, pois cada vez mais eles notavam que precisavam um do outro. Chegando a loja, Vi entrou cumprimentando a todos e sorrindo. Steve apenas entrou e sorriu. Várias vendedoras vieram ajudá-lo a carregar as sacolas que ele tanto tinha insistido em carregar, só para que Vivian não fizesse. Outras vieram e puxaram o e o levou a outra ala, Vivian sorriu o encorajando, pois não queria que ele visse seu vestido e não queria babar quando o visse.

Steve experimentou vários ternos e smokings, que em sua opinião ficaram melhores do que os ternos, ele optou por um smoking com gravata borboleta por ter achado mais prático e diferente do seu tempo. Levou ao caixa e avisou às vendedoras que colocassem em sua conta o vestido que Vivian levaria. Elas tentaram contradizer, mas foi em vão, Steve estava determinado.

No outro lado da loja. Vivian apenas sorria com seu maravilhoso vestido cor de vinho rasgado com um cinto dourado com uma águia desenhada, ela estava linda e, melhor, ela se sentia linda. Mal podia esperar para o final de semana quando Steve a visse na festa.

Saiu do trocador e entregou o vestido, terminou de se arrumar e foi pagar, mas a vendedora disse que já estava pago, ela estranhou, mas depois Steve foi ao seu encontro ela percebeu que tinha sido ele.

– Steve, não precisava, você sabe disso – disse preocupada, ela sabia que ele tinha dinheiro por causa d S.H.I.E.L.D, mas sim porque aquilo foi um ato estranho, nenhum meninos tinha feito isso por ela, pois aquele tipo de vestido era bem caro...

– Não se preocupe. você merece- ele disse sorrindo e indo em direção à porta

Vivian olhou para as vendedoras e piscou e elas sorriram de felicidade, elas a amavam, e sempre, sempre torceram para que Vivian achasse alguém incrível para ela, alguém doce e gentil, não qualquer homem, mas ‘’o homem’’

Steve insistia em carregar todas as sacolas, pois considerava muito pesado e não seria cavalheiro da parte dele não fazer isso, eles caminharam até a moto de Steve, Vivian queria pegar um taxi, mas Steve disse que não seria incômodo, então ela aceitou.

Steve a ajudou a subir, o ar estava frio, mas ela não se importava, aquele era o efeito que Steve causava nela, ela se sentia confortável com ele, ela se sentia forte, segura, Ele era um remédio para ela, seus olhos de um azul profundo, seu sorriso branco e acolhedor, bem, a pele branca dele, tudo nele a fazia bem.

Ela estava nervosa e com medo, então se segurou firmemente agarrando a cintura de Steve, ele sorriu com o toque, ela explicou onde morava e ele a levou, foi perfeito, a cada curva que Steve dava ela o apertava mais, dando mútua sensação de conforto e firmeza.

Ele a levou em segurança até chegar a casa dela, ele decorou todo o caminho para um dia quando tivesse coragem a visitasse.

– Steve, você quer entrar? – ela perguntou inocentemente e percebendo seu comentário sorriu envergonhada

– Acho melhor não, Vivian, quem sabe outro dia? – ele falou se arrependendo um pouco, porque sinceramente, ele queria isso, mas era melhor dar um tempo ao seu coração tão magoado que agora estava se curando com a presença dela.

– Claro, deixa para próxima- ela sorri compreensiva, pois sabia pelo que ele já tinha passado.

Ela se virou para ir em direção da porta, mas voltou, deu um beijo no rosto gelado de Steve e sorriu dizendo:

– Obrigada, Capitão, você fez esse dia especial, promete que vai à festa? – perguntou sorrindo docemente

– Eu prometo – ele disse sem conter o sorriso bobo em seu rosto.

Ela entrou em casa e jogando sua bolsa na mesa e saiu correndo para se jogar na cama. Ela estava tão feliz, ficou sonhando por horas e quando percebeu já era tarde e precisava descansar, pelo menos um pouco, tomou um banho rápido vestiu seu pijama sexy do capitão e sem motivos pegou seu diário, sim, ela ainda tinha um diário, e não, ela não achava isso infantil, muito pelo contrário, ali tinha tudo o que ocorrera durante esses meses e em uma gaveta, tinha tudo o dos outros anos. Começou a escrever seu maravilhoso dia e cada palavra que escrevia, ela as revivia como em um conto de fadas, faíscas voavam em sua barriga e percorria todo o seu corpo a eletrizando só de pensar em quando Steve sorria. Ela não conseguia conter seu sorriso bobo, até o momento do ‘’beijo’’ ela revivia um pouco incerta, mas ainda assim feliz.

Continua....