Guardiões: O Retorno Das Trevas escrita por Annabel Lee


Capítulo 19
O Primeiro Portal


Notas iniciais do capítulo

Os pessoal. Queria primeiramente agradecer os constantes comentários de todos vocês e queria me desculpar. Sei que muitos de vocês não curtem os shipps que coloquei, mas queria dizer que a fic não é romance, então o importante não são os shipps!

Mas eu tbm quero dizer que sei como muitos se sentem. Um escritor chamado Rick Riordan nunca põe os shipps que eu curto.... mas eu não consigo parar de ler suas obras!

BEIJOOS E APROVEITEM O CAPÍTULO ESCRITO COM CARINHO.



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Jack estava tonto.

Abriu os olhos com muita dificuldade e viu pôde ver o esconderijo de Breu de forma embaçada e incerta. Mas mesmo assim ele o reconheceu: o Globo Negro no centro da sala e as inúmeras gaiolas de ferro preto.

Jack tentou focar no Globo, em busca de alguma esperança. Mas, como sempre não tinha. Cinco dias para o natal e não havia neve. Ele mesmo estava fraco. As crianças não acreditavam mais. As poucas luzes fracas e pálidas do Globo provavam isso.

Sua consciência retornou mais um pouco. Se sentia preso. Olhou para as mãos e viu que estava acorrentado pelos pulsos e tornozelos. O cajado estava na frente dele. Jack não conseguia alcança-lo.

Ele estava perdido. Não havia mais como escapar. Ele não sabia onde estavam Punz... Nem Merida... Nem Soluço. Podiam estar mortos, ou aprisionados como ele. Quem irá saber? Todos estavam condenados.

Jack escuta uma risada. Uma risada gélida e sombria. Ele ergue os olhos e vê a familiar figura vestida de negro sorrindo, vitoriosa, à sua frente.

- Como esperei por isso - diz Breu.

Jack exibe um meio sorriso amargo.

- Imaginei que sim - responde.

O sorriso de Breu se alarga.

- Como pode não entrar em pânico? - ele pergunta um tanto frustrado. Isso era o que mais agradava a Jack.

- Simplesmente... Aceito a derrota.

- Entendo, entendo - Breu caminha envolta do Globo calmamente, sem tirar os olhos de Jack - Pode achar que isso me irrita mas não chega nem perto.

- E o que te irrita? - Jack pergunta. Ele precisava ganhar tempo. Talvez Norte estivesse a caminho, ou Drácula. Qualquer pessoa que o ajudasse poderia servir agora. Ele só precisava de tempo... - Não poder me matar?

Breu ri. Sua gargalhada fria ecoando na sala escura.

- Não. Posso não te matar... mas posso fazer pior.

- Eu não tenho medo de você - diz com mais certeza do que esperava.

- Não... Mas você teme alguma coisa. E eu sei o que é. Fui feito para saber.

Jack abaixa os olhos. Ele sabia muito bem disso. E sabia que Breu faria daquele momento ali o Inferno na vida de Jack. Algo que o marcaria por toda a sua eternidade.

- Você teme ser desacreditado - diz Breu com convicção - e, basta olhar essas luzes, que saberá que seu medo se torna realidade a cada dia... Onde estão os dias de neve, Jack?

Jack prendeu as lágrimas. Não pôde deixar de pensar em Jamie. E em quanto o jovem rapaz estaria decepcionado agora. Pensando que Jack Frost, o Guardião do Inverno, não passava de um sonho legal.

- Eu conheço os medos de tudo e de todos, Jack. - Breu prossegue - e notei que existe um medo adicional em sua lista...

Jack arregala os olhos de terror... estaria ele falando daquilo?

- Seus novos amigos são pessoas muito legais...

- O QUE FEZ COM ELES? - Jack grita.

Isso tira mais risos de Breu.

- Todos eles caindo no próprio desespero Jack. Morrendo nas garras de seus maiores medos.

Breu faz um movimento com a mão e três imagens surgem atrás dele, encobertas por uma cortina de neblina negra. Como se estivessem dentro de um portal sombrio.

As lágrimas de Jack escapam.

Cada portal amostrava um de seus amigos. O primeiro mostrava Merida. Lutava contra uma quantidade imensa de ursos cinzas. Ela gritava em desespero e chorava. Jack nunca a vira com medo antes. Era a jovem mais corajosa que conhecera.

A segunda imagem mostrava Soluço. Encolhido num local escuro e sombrio. Tossia. Estava fraco e chorava. Banguela, o dragão, não estava com ele. Isso parecia enfraquecê-lo mais do que tudo.

E a pior das imagens. Rapunzel. Deitada sobre um chão de pedras, com um ferimento profundo na barriga. Havia uma poça de sangue em volta dela. E ela não poderia se curar, pois o cabelo fora cortado. Tornando-se castanho e, agora, sem vida.

- Você... vai pagar, Breu.

Breu ri com satisfação.

- Eu disse que podia fazê-lo sofrer, Jack. E farei muito mais. Sua preciosa imortalidade será o seu Inferno particular.

Uma jaula negra começou a descer do teto. Estava coberta com um lençol preto. Ela balançava, como se alguém lá dentro lutasse para sair.

Breu olhava a jaula com um brilho satisfatório.

- Norte deve ter lhe contado - ele diz - que nossas viagens no tempo, misturadas com as trevas que causei, foram um pouco prejudiciais ao planeta.

Jack franze o cenho. Aonde ele queria chegar?

- Bom, Jack. As viagens (mais as trevas) foram de fato muito ruins. Porque, quando as trevas influenciam... A desordem rola solta...

A jaula chega ao chão.

- ... E algumas pessoas do passado vieram ao presente.

Um grito abafado vinha de dentro da jaula. Jack começou a se desesperar. Seria mesmo o que pensava?

Breu sorri para ele, como se lê-se seus pensamentos.

- Concluindo... Viajar no tempo não dá muito certo.

Breu tira o lençol da jaula. Revelando uma garotinha com cabelos e doces olhos castanhos, de pelo menos sete anos, amarrada com cordas e com uma mordaça.

Jack a reconheceu em segundos, o desespero tomando conta dele. A garota de fato veio do passado. Do seu passado. De um dos momentos mais desesperados que Jack presenciou. De quando ele virou Guardião.

Era sua irmãzinha. Lúcia.

- Lucy... - ele murmura.

A menina tinha os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela olhava para ele fixamente, confusa e aterrorizada. Jack virou os olhos para Breu, com puro ódio.

- O que você fez?

- Não precisei fazer muito, Jack... Ora, você não ouviu minha explicação?

- SOLTE-A! AGORA!

Breu estala os dedos e as amarras se soltam. A mordaça se desfaz em fumaça negra, junto da jaula. Lúcia continuava a chorar e foi correndo até ele.

- Jackie, o que tá acontecendo? - ela pergunta.

- Nada... Tá tudo bem, Lucy.

Jack queria abraça-la e tirá-la dali. Ou abrir um dos túneis do Coelhão na terra para que ela fugisse. Mas Coelhão não estava ali. E Jack estava preso.

Breu se aproxima de Lúcia e agarra o braço dela. Ela começa a gritar.

- JACK!

- SOLTA ELA BREU!

Breu ri. Ele pega uma adaga do bolso. Uma adaga azul com detalhes negros que esbanjava poder. Jack sabia do que se tratava. Breu a possuía. Isso significava morte a todos os seres.

Breu ameaçou Lúcia com a adaga a centímetros do peito dela. Jack começa a gritar.

Isso só tira mais risos do Bicho Papão.

- Eu avisei que faria da sua eternidade um Inferno, Jack Frost.

Jack gritou. E quando o fez liberou todo o desespero que sentia. Uma luz azul saiu de suas mãos congelando as correntes e quebrando-as. Breu caiu no chão e olhava para ele assustado.

Jack pegou o cajado e apontou para Breu.

- E eu acho que devo te avisar: Jamais toque na minha irmã.

Uma rajada de gelo e geadas saíram do cajado. Jogando Breu com toda a força contra a parede, caindo no chão imóvel.

Lúcia foi correndo até ele e o abraçou.

- Que saudade, Jackie - ela diz rindo - por que seu cabelo tá branco?

Ele bagunça o cabelo castanho da pequena.

- Longa história, maninha.

Jack levanta os olhos para os Portais. Tinha que ajudar os amigos, e não poderia deixar a irmã sozinha na toca do Breu. Ele a pega no colo e olha para o Portal onde Merida lutava com dificuldade contra ursos.

Ele queria salvar Rapunzel. Mas talvez não haveria esperanças para ela. E, se ele não queria perder Merida também, precisava ajuda-la primeiro.

- Vem irmãzinha. Vamos ajudar uma amiga minha.

Com a irmã no colo e o cajado nas mãos, Jack atravessa o Primeiro Portal.


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Notas finais do capítulo

Pessoaal, eu que criei o nome da irmã do Jack porque no filme não revela...



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